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44ª Edição_Revista ATRAÇÃO

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Por Merhy Seba

Ribeirão

Preto

SP - BRASIL

Lei de Liberdade: última parte

Fatalidade – Conhecimento

do Futuro – Ensaio teórico do

móvel das ações humanas

Professor de Marketing e Propaganda e Publicitário – Vice-Presidente do Centro

Espírita Meimei, Editor do jornal Roteiro Espírita - Ribeirão Preto-SP

Chegamos ao término de nossas reflexões sobre a Lei de Liberdade

- Cap. X de O Livro dos Espíritos, que nos proporcionaram

inúmeros ensinamentos, por meio das perguntas formuladas por

Allan Kardec, e as respostas sabiamente colocadas pelos Espíritos

Superiores.

De início, ao focalizar o tema Fatalidade, a orientação dos

Espíritos é que a fatalidade e o livre-arbítrio são fatores compatíveis

com a vida dos Espíritos; em vez de serem antagônicos, se

complementam, no limite da vontade do Espírito e, sobretudo, dos

desígnios de Deus, sendo os fatores harmônicos no processo de

amadurecimento moral do Ser, rumo à perfeição. Só existe fatalidade

no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar. Não é,

pois, uma palavra vã e está relacionada à posição das criaturas na

Terra, e das funções que nela desempenham, como consequência

do gênero de existência que escolheram como provas, expiações

e/ou missões 1 .

Dessa forma, na condição de encarnados ou reencarnados,

sofremos, fatalmente, todas as vicissitudes da existência e todas

as tendências boas ou más que nos são inerentes. Assim, a fatalidade

só consiste em duas horas de nossas existências: “a em

que devemos aparecer e desaparecer deste mundo”, disseram os

Benfeitores espirituais ao Codificador.

É, na morte que o homem é submetido, de uma maneira

absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não

pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência,

nem ao gênero e morte que deve lhe interromper o curso. 2

Diz o ditado popular: “Ninguém morre de véspera”. Esse

conceito guarda grande verdade, pois não temos a competência

de prever tal acontecimento. São Luis, em sua mensagem (OESE),

oferece-nos para reflexão:

Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios

de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira

da sepultura, para em seguida, retirá-lo com o fim de fazê-lo

examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A

que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode

dizer com certeza que soou a sua hora final. 3

Ao abordar o tópico seguinte, Conhecimento do Futuro, Allan

Kardec vai direto ao ponto: “O futuro pode ser revelado ao homem?”

E tem como resposta: “Em princípio, o futuro lhe é oculto

e só em casos raros e excepcionais Deus lhe permite a sua revelação”.

E concluem: Se o homem conhecesse o futuro negligenciaria

o presente e não agiria com a mesma liberdade de agora, pois seria

dominado pelo pensamento de que se alguma coisa deve acontecer,

não adiantaria ocupar-se dela ou então, procuraria impedi-la.

Deus quis que assim fosse, a fim de que cada um

pudesse concorrer para a realização das coisas, mesmo daquelas

a que desejaria se opor. 4

Ao desconhecer o futuro, o homem não somente se sente

livre e estimulado a buscar novos conhecimentos e se munir de

forças físicas e morais para vivenciar o presente, como também é

levado a criar ideias e elaborar planos com fé no futuro – uma das

condições mencionadas pelos Espíritos da Codificação para alcançar

a felicidade relativa: “(...) para a vida moral, a consciência pura e

a fé no futuro”.

Contudo, alerta-nos o Espírito Fénelon (OESE):

O homem está incessantemente à procura da felicidade

que lhe escapa a todo instante, porque a felicidade

sem mescla na Terra, não existe. (...) Em vez de procurar a

paz no coração, única felicidade neste mundo, ele procura

com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa

curiosa, parece criar de propósito, os tormentos, que só a ele

cabia evitar. 5

Pense nisso. Pense agora.

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 62. ed. São Paulo: LAKE, 2001, p. 286.

2.Ibidem, p. 285.

3. Ibidem, p. 285.

4.______. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 28. ed. São Paulo: LAKE, 2002, p. 95.

5. Ibidem, p. 89.

14 Atração_ agosto de 2021

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