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OPINIÃO<br />
O futuro incerto das economias carbonizadas<br />
É cada vez mais claro que<br />
mecanismos assessórios serão<br />
necessários para tornar mais<br />
célere o processo de mudança.<br />
Maurício Antônio Lopes (*)<br />
As emissões globais de<br />
gases de efeito estufa<br />
aumentaram em dois<br />
terços desde que as negociações<br />
internacionais sobre as<br />
mudanças climáticas começaram,<br />
há três décadas. De acordo<br />
com o Painel Intergovernamental<br />
das Nações Unidas sobre Mudanças<br />
Climáticas, limitar o aquecimento<br />
global à prudente marca de<br />
1,5°C exigirá o corte das emissões<br />
de dióxido de carbono - relativos<br />
aos valores de 2010 - em<br />
45% até 2030, e 100% até 2050.<br />
Um enorme desafio que se aplica<br />
a todos coletivamente - países,<br />
empresas e indivíduos, que precisarão<br />
se unir em torno de uma<br />
agenda de descarbonização em<br />
praticamente todos os setores da<br />
sociedade - energia, agricultura,<br />
transporte, infraestrutura, sistemas<br />
industriais, dentre outros.<br />
Ao contrário de muitos outros problemas,<br />
como drogas, violência e<br />
pobreza, as mudanças climáticas<br />
tem alcançado crescente prioridade<br />
na agenda da sociedade,<br />
mobilizando pensamento estratégico<br />
e diplomacia para a tão necessária<br />
mudança de comportamento<br />
que leve à descarbonização<br />
da economia global.<br />
E a engenharia de sistemas de<br />
baixa emissão tem dado sinais<br />
animadores de progresso, na medida<br />
em que empresas, governos<br />
e consumidores estão cada vez<br />
mais dispostos a testar e implantar<br />
inovações. Avanços tecnológicos<br />
já são observados em setores<br />
como geração de eletricidade,<br />
agricultura, automóveis, edifícios,<br />
navegação, aviação e siderurgia,<br />
que juntos produzem cerca de<br />
80% das emissões mundiais.<br />
Embora os esforços diplomáticos<br />
e os acordos internacionais sejam<br />
muito importantes para apontar<br />
direções e buscar consensos em<br />
torno do complexo desafio de<br />
descarbonizar a economia global,<br />
é cada vez mais claro que mecanismos<br />
assessórios serão necessários<br />
para tornar mais célere o<br />
processo de mudança.<br />
O Acordo de Paris, principal compromisso<br />
mundial sobre as alterações<br />
climáticas, envolve quase<br />
duas centenas de países, cada<br />
um com suas próprias agendas e<br />
interesses, o que limita a capacidade<br />
da diplomacia para produzir<br />
mudanças na velocidade que a<br />
crise climática exige. É por isso<br />
que tais acordos globais terão, cada<br />
vez mais, a função de definir<br />
referências e trajetórias possíveis,<br />
assumindo no aspecto operacional<br />
mais o papel de seguidores<br />
que de líderes.<br />
A boa notícia é que líderes mais<br />
visionários têm conseguido canalizar<br />
a energia que emerge da<br />
crescente preocupação da sociedade<br />
com o tema para o desenvolvimento<br />
de inovações, de políticas<br />
públicas e de incentivos à<br />
descarbonização. Um bom exemplo<br />
vem do setor automotivo,<br />
além de políticas e subsídios que<br />
estimulam mais inovação. Tais<br />
avanços estão ganhando força e<br />
extravasando de nichos mais capazes<br />
e motivados para uma difusão<br />
mais ampla. Vários sinais já<br />
indicam que a centenária e carbonizada<br />
indústria automobilística<br />
está se preparando para a inevitável<br />
mudança.<br />
O fato é que governos e empresas<br />
recalcitrantes e negacionistas das<br />
mudanças climáticas tem cada<br />
vez mais razões para rever sua rejeição<br />
à descarbonização. Líderes<br />
empresariais em todo o mundo<br />
estão aderindo ao conceito ESG<br />
(Environmental, Social and Corporate<br />
Governance) centrado no fortalecimento<br />
de práticas ambientais,<br />
sociais e de governança dos<br />
seus negócios, em resposta às<br />
expectativas de investidores cada<br />
vez mais exigentes em sustentabilidade.<br />
A premissa por trás do conceito<br />
ESG é que a riqueza tenderá a fluir<br />
na direção daqueles que estão<br />
dispostos a aderir a um novo<br />
mundo, que valoriza a sustentabilidade<br />
e o impacto social. É esperado<br />
que a crise climática e as<br />
metas globais de descarbonização<br />
tenham crescente impacto na<br />
definição das métricas ESG que<br />
passarão a aferir o desempenho<br />
de empresas, negócios e investimentos.<br />
Outra preocupação para países<br />
que insistem em não tomar medidas<br />
para a redução das suas<br />
emissões é a decisão recente da<br />
União Europeia (UE) pela implementação<br />
de um “mecanismo de<br />
ajuste de carbono na fronteira”.<br />
Quando adotado, tal mecanismo<br />
O Brasil tem razões de sobra para se<br />
preocupar com a conformação da agenda<br />
climática e das expectativas e metas de<br />
descarbonização em âmbito global<br />
dará aos países importadores<br />
condições de impor tarifas a empresas<br />
que se aproveitam de regulações<br />
ambientais frouxas nos<br />
seus países de origem. Após o<br />
anúncio da UE, o partido democrata<br />
nos Estados Unidos também<br />
propôs a criação de uma<br />
versão americana de imposto<br />
sobre as importações de carbono<br />
de países que carecem de políticas<br />
climáticas robustas. Canadá<br />
e Japão já sinalizam interesse em<br />
mecanismo semelhante.<br />
O Brasil tem razões de sobra para<br />
se preocupar com a conformação<br />
da agenda climática e das expectativas<br />
e metas de descarbonização<br />
em âmbito global. As temáticas<br />
relacionadas a desmatamento<br />
ilegal e à integridade de biomas<br />
sensíveis e críticos para toda a<br />
humanidade, como a Amazônia,<br />
colocam o país em grande evidência.<br />
Evidência que enseja intenso<br />
escrutínio sobre as questões<br />
ambientais brasileiras, nem<br />
sempre com narrativas e avaliações<br />
corretas e justas, o que exige<br />
de nós substancial esforço em inteligência<br />
estratégica e diplomacia.<br />
A perspectiva da consolidação de<br />
tributos sobre as importações de<br />
carbono, em diferentes países e<br />
mercados é clara indicação de<br />
que a política climática estará<br />
cada vez mais entrelaçada à política<br />
comercial, com repercussões<br />
certas para a agricultura e os sistemas<br />
alimentares no futuro.<br />
Razão por que o assunto demanda<br />
especial atenção, considerando<br />
a nossa posição de grande<br />
exportador agrícola, crescentemente<br />
pressionado a retomar uma<br />
agenda climática ousada.<br />
(*) Pesquisador da Embrapa<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAFRA <strong>2021</strong>/22<br />
Colheita deve ir até início<br />
de dezembro no <strong>Paraná</strong><br />
Chuvas ocorridas em outubro, um dos mais chuvosos dos últimos anos,<br />
fez com que a moagem de cana se prolongasse em praticamente um<br />
mês em relação a previsão anterior de término da safra<br />
Omês de outubro desse<br />
ano foi um dos mais<br />
chuvosos dos últimos<br />
anos. Em consequência,<br />
o grande número de dias<br />
parados fez com que o rendimento<br />
industrial da colheita de<br />
cana-de-açúcar fosse ruim,<br />
com um baixo volume de matéria<br />
prima esmagada.<br />
Segundo o presidente da Alcopar,<br />
Miguel Tranin, a maior parte<br />
das unidades industriais do estado<br />
deveria ter encerrado os<br />
trabalhos entre o final de outubro<br />
e início de novembro, se<br />
não fosse as chuvas ocorridas<br />
no mês, que praticamente paralisaram<br />
as indústrias. Normalmente,<br />
a moagem de cana<br />
avança até quase o final do ano.<br />
Nos últimos anos, entretanto,<br />
por causa da sequência de estiagens<br />
que aceleram a colheita<br />
e reduzem o volume de matéria<br />
prima disponível, a colheita tem<br />
se encerrado mais cedo.<br />
Com 87,2% da cana disponível<br />
para a safra <strong>2021</strong>/22 no <strong>Paraná</strong><br />
já esmagados até o dia 1 de novembro,<br />
a colheita avança para<br />
sua etapa final. Cinco usinas já<br />
finalizaram os trabalhos até o final<br />
de outubro e as demais devem<br />
paralisar ao longo do mês<br />
de novembro, iniciando o período<br />
de entressafra e manutenção<br />
industrial e das máquinas agrícolas<br />
até a primeira semana de<br />
dezembro, se o clima for mais<br />
seco, favorável à colheita.<br />
A moagem de cana realizada<br />
pelas unidades produtoras no<br />
Estado do <strong>Paraná</strong> até 1 de novembro,<br />
no acumulado da safra<br />
<strong>2021</strong>/22, foi de 27.429.346 toneladas.<br />
Comparando com as<br />
31.516.481 toneladas registradas<br />
no mesmo período do ano<br />
safra 2020/21, a redução foi de<br />
13%.<br />
A quantidade de Açúcares Totais<br />
Recuperáveis (ATR) por tonelada<br />
de cana, também no<br />
acumulado da safra <strong>2021</strong>/22<br />
ficou 0,7% abaixo do valor observado<br />
na safra 2020/21, totalizando<br />
139,7 kg de ATR/t de<br />
cana, contra 140,7 kg ATR observados<br />
na safra passada. Até<br />
1 de novembro, 56,12% da cana<br />
disponível foram destinados<br />
à produção de açúcar, 2,9% a<br />
menos que no mesmo período<br />
da safra passada. Com isso a<br />
produção de açúcar totalizou<br />
2.057.244 toneladas, confirmando<br />
a tradição açucareira do<br />
<strong>Paraná</strong>, que normalmente prioriza<br />
a produção de açúcar para<br />
exportação.<br />
Por conta da melhor remuneração<br />
paga ao etanol este ano,<br />
em relação ao anterior, cerca de<br />
43,88% da matéria prima disponível<br />
no campo foram utilizadas<br />
para a produção do biocombustível<br />
até 1 de novembro,<br />
4% a mais que no mesmo período<br />
da safra passada. Foram<br />
produzidos 973,44 milhões de<br />
litros de etanol, sendo 475,36<br />
milhões de litros de anidro e<br />
498,08 milhões de litros de hidratado.<br />
A expectativa da Alcopar é encerrar<br />
a safra com 31.465.386<br />
toneladas de cana esmagadas,<br />
2,322 milhões de toneladas de<br />
açúcar, 1,130 bilhão de litros de<br />
etanol, sendo 530,55 milhões<br />
de litros de anidro e 599,81 milhões<br />
de litros de hidratado. Se<br />
confirmados esses números,<br />
caracterizaria uma perda superior<br />
a 12% no ano em relação a<br />
previsão inicial para o Estado.<br />
“As lavouras sentiram muito<br />
com as geadas e principalmente<br />
o longo período de estiagem,<br />
fenômeno que tem ocorrido<br />
de forma sucessiva nos últimos<br />
três anos, afetando o desenvolvimento<br />
e o rendimento<br />
da cultura”, comenta Tranin.<br />
Apostando em um novo ciclo<br />
positivo de preços para o setor,<br />
com maior rentabilidade e redução<br />
do endividamento, Tranin<br />
ressalta os bons preços pagos<br />
para o açúcar, o etanol e a energia<br />
da biomassa. “Além de quebras<br />
sucessivas de safra de<br />
açúcar no Brasil e em outros<br />
importantes países produtores,<br />
temos os preços do petróleo<br />
em alta no mundo todo, além<br />
do custo da energia, frente a<br />
crise energética existente no<br />
Brasil e no mundo”, diz o presidente<br />
da Alcopar, manifestando,<br />
entretanto, sua preocupação<br />
com a falta de insumos agrícolas<br />
e a explosão nos preços de<br />
vários produtos, que aumentou<br />
consideravelmente os custos<br />
de produção.<br />
Especialistas de mercado apontam<br />
que a crise energética global<br />
pressiona o mercado de<br />
açúcar com os maiores exportadores<br />
mundiais convertendo<br />
mais cana em etanol. O açúcar<br />
atingiu a maior cotação em<br />
quatro anos em outubro enquanto<br />
a escassez de energia<br />
abalava os mercados de commodities,<br />
afetando a produção<br />
de vários produtos.<br />
Com o salto dos preços dos<br />
combustíveis, Brasil e Índia devem<br />
produzir mais etanol a partir<br />
da cana-de-açúcar, o que<br />
deve manter a oferta da commodity<br />
apertada. “Esses são os<br />
dois grandes players no mercado<br />
de açúcar, e a pressão<br />
sobre eles para produzir mais<br />
etanol nos próximos 12 meses<br />
é favorável aos preços do açúcar”,<br />
disse John Stansfield,<br />
operador e analista do Group<br />
Sopex.<br />
Segundo maior exportador do<br />
mundo, a Índia planeja que o<br />
etanol responda por 20% da<br />
mistura de combustíveis para<br />
veículos até 2025, aproveitando<br />
o excesso de açúcar que<br />
inundou os mercados mundiais<br />
nos últimos anos. Essa<br />
estratégia pode resultar em<br />
queda na produção de açúcar<br />
refinado no próximo ano.<br />
Com relação a próxima safra,<br />
que inicia em abril de 2022,<br />
Tranin diz que ainda é cedo<br />
para qualquer estimativa. “As<br />
chuvas abundantes que ocorreram<br />
em todo o Estado em<br />
outubro ajudaram na recuperação<br />
dos canaviais, que sentiram<br />
muito com as repetidas<br />
estiagens, mas dependemos<br />
de chuvas regulares durante<br />
todo o verão para garantir um<br />
bom volume de matéria prima<br />
para a próxima safra”, comenta.<br />
Até a segunda quinzena de janeiro<br />
de 2022 a Alcopar deve<br />
finalizar sua estimativa de safra<br />
para o período 2022/23. “Só<br />
aí poderemos avaliar se teremos<br />
cana disponível para iniciar<br />
a colheita mais cedo,<br />
como normalmente fazemos<br />
no <strong>Paraná</strong>, incluindo esse volume<br />
colhido antes de 1 de<br />
abril ainda na safra atual, e qual<br />
a quantidade de cana disponível<br />
para a próxima safra”, finaliza<br />
Tranin.<br />
As adversidades climáticas na<br />
maior parte do ano, com uma<br />
severa seca e geadas, aliado<br />
aos incêndios registrados no interior<br />
paulista, fizeram a previsão<br />
inicial de safra para o<br />
centro-sul do país cair de 605<br />
milhões de toneladas para 520<br />
milhões, ou 14%, com predominância<br />
do recuo em São<br />
Paulo, conforme a Unica (União<br />
da Indústria de Cana-de-Açúcar).<br />
Das 85 milhões de toneladas<br />
de cana a menos, 55<br />
milhões estão em São Paulo. O<br />
prejuízo no interior paulista,<br />
como comparação, praticamente<br />
equivale à produção de<br />
Minas Gerais ou de todo o Nordeste.<br />
No total, 150 usinas já tinham<br />
terminado a produção no centro-sul<br />
até outubro, muitas com<br />
reduções superiores a 20% na<br />
moagem de cana. Sete em<br />
cada dez delas são de São<br />
Paulo, o que significa mais de<br />
cem usinas.<br />
Com menos matéria-prima a<br />
ser processada e a baixa produtividade<br />
por hectare, o período<br />
de entressafra deve ser<br />
mais longo do que em anos<br />
anteriores, já que a próxima<br />
safra só começará em abril.<br />
Entretanto, a Unica alega que<br />
não há risco de desabastecimento<br />
de etanol.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
PROGRAMAS<br />
Cooperval investe<br />
em aperfeiçoamento<br />
Além do programa de desenvolvimento interpessoal para os colaboradores da área<br />
administrativa, vem sendo desenvolvido o Mulher Atual, em parceria com o Senar<br />
Investir em capacitação de<br />
sua equipe e desenvolver os<br />
talentos e competências de<br />
cada um é a melhor forma<br />
de impulsionar o crescimento<br />
contínuo dos colaboradores e<br />
da cooperativa, impactando diretamente<br />
a qualidade e eficiência<br />
dos processos, a relação<br />
com clientes e cooperados e a<br />
lucratividade.<br />
Tendo em vista a importância<br />
de trazer discussões acerca do<br />
comprometimento e do engajamento<br />
no ambiente profissional,<br />
a Cooperval Cooperativa Agroindustrial<br />
Vale do Ivaí Ltda, com<br />
sede no município de Jandaia<br />
do Sul, realizou um programa<br />
de desenvolvimento interpessoal<br />
para os colaboradores da<br />
área administrativa. O treinamento<br />
foi estruturado com uma<br />
metodologia diferente, proporcionando<br />
um momento de<br />
maior interação entre os colaboradores<br />
dos diversos departamentos<br />
da cooperativa.<br />
Também, diante do inegável<br />
avanço da representatividade<br />
feminina na sociedade e buscando<br />
incentivar a participação<br />
ativa das mulheres, a Cooperval,<br />
em parceria com o Senar<br />
(Serviço Nacional de Aprendizagem<br />
Rural do Estado do <strong>Paraná</strong>),<br />
vem desenvolvendo o<br />
Programa Mulher Atual, com a<br />
participação de 45 colaboradoras<br />
divididas em três turmas.<br />
O programa tem como objetivo<br />
preparar as mulheres para atuar<br />
frente aos desafios pessoais,<br />
sociais e profissionais. Os conteúdos<br />
e atividades trabalhados<br />
são moldados em quatro pilares:<br />
autoconhecimento, dimensões<br />
da vida, sustentabilidade e<br />
empreendedorismo.<br />
Criado há 12 anos, o Programa<br />
Mulher Atual já se concretizou<br />
como uma ferramenta de mobilização<br />
das mulheres do campo,<br />
promoção da autonomia<br />
feminina e fortalecimento da representatividade<br />
rural, tendo<br />
formado mulheres que hoje são<br />
referências ao agronegócio estadual<br />
e nacional. O Programa<br />
Mulher Atual despertou nas<br />
mulheres rurais o espírito de liderança<br />
e de empreendedorismo,<br />
incentivando o desenvolvimento<br />
de habilidades pessoais<br />
e profissionais e respeitando<br />
o potencial de cada uma.<br />
Treinamento proporcionou maior interação entre colaboradores dos diversos departamentos da cooperativa<br />
Programa tem como objetivo preparar as mulheres para atuar frente aos desafios pessoais, sociais e profissionais<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAÚDE<br />
Ações visam a<br />
prevenção ao câncer<br />
A Cooperval realiza todos os anos as campanhas Outubro Rosa e <strong>Novembro</strong><br />
Azul, que visam reforçar a conscientização de mulheres e homens<br />
De olho na saúde integral<br />
de seus funcionários,<br />
a Cooperval<br />
Cooperativa Agroindustrial<br />
Vale do Ivaí Ltda, com<br />
sede no município de Jandaia<br />
do Sul, realiza todos os anos,<br />
durante o mês de outubro, as<br />
campanhas Outubro Rosa e<br />
<strong>Novembro</strong> Azul, movimentos<br />
que visam a reforçar a conscientização<br />
das mulheres e<br />
dos homens, respectivamente,<br />
para a importância de prevenção<br />
ao câncer.<br />
O câncer de mama é o mais<br />
comum entre as mulheres,<br />
respondendo por 22% dos<br />
casos novos a cada ano. Se<br />
diagnosticado e tratado precocemente,<br />
a chance de cura<br />
pode chegar a 90%. É o que<br />
mais atinge as brasileiras,<br />
principalmente aquelas com<br />
idade acima de 35 anos. É<br />
preciso fazer o autoexame e ir<br />
ao médico todos os anos,<br />
Em parceria com o Sesi (Serviço<br />
Social da Indústria), que<br />
realiza o Programa Cuide-se e<br />
disponibilizou uma unidade<br />
móvel, colaboradoras foram<br />
convidadas a fazerem exames<br />
como o Papanicolau (específico<br />
para a prevenção do<br />
câncer de colo de útero, o terceiro<br />
mais comum entre as<br />
mulheres brasileiras), mamografia,<br />
enquanto colaboradores<br />
submeteram-se ao teste<br />
para câncer da próstata, o<br />
PSA (Antígeno Prostático Específico).<br />
Neste ano, a ação foi realizada<br />
nos dias 26, 27 e 28 de outubro<br />
totalizando 152 exames de<br />
PSA, 46 mamografias e 37<br />
preventivos. Um diagnóstico<br />
precoce pode salvar uma vida<br />
por isso investir em incentivar<br />
o cuidado com a saúde dos<br />
trabalhadores é a missão da<br />
cooperativa, defende a diretoria.<br />
Movimentos que visam<br />
conscientizar a importância<br />
da prevenção ao câncer<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
7
CANA-DE-AÇÚCAR<br />
Fixação Biológica de Nitrogênio<br />
reduz em até 16% doenças foliares<br />
Foi a primeira vez que teve sua eficiência comprovada com a cana.<br />
A pesquisa pode beneficiar o manejo integrado de doenças<br />
emergentes e abrir novos mercados para inoculantes no País<br />
Estudo da Embrapa<br />
Meio Ambiente (SP)<br />
mostrou que o uso de<br />
inoculantes para Fixação<br />
Biológica de Nitrogênio<br />
(FBN) em cana-de-açúcar reduziu<br />
em até 16% a severidade<br />
das doenças foliares que acometem<br />
essa cultura. Essa prática<br />
conservacionista já é<br />
usada com sucesso nas lavouras<br />
de soja no Brasil, abrangendo<br />
área superior a 33 milhões<br />
de hectares e gerando<br />
uma economia anual de cerca<br />
de US$ 8 bilhões de dólares,<br />
mas foi a primeira vez que teve<br />
sua eficiência comprovada<br />
com a cana-de-açúcar. A pesquisa<br />
pode beneficiar o manejo<br />
integrado de doenças emergentes<br />
e abrir novos mercados<br />
para inoculantes no País.<br />
Segundo a pesquisadora da<br />
Embrapa Meio Ambiente Katia<br />
Nechet, a pesquisa avaliou os<br />
efeitos de práticas conservacionistas<br />
no controle de duas<br />
doenças foliares emergentes,<br />
a mancha anelar e a podridão<br />
vermelha, capazes de diminuir<br />
a biomassa seca da cana-deaçúcar,<br />
o que prejudica a produção.<br />
Além da FBN, que<br />
mostrou maior eficiência na<br />
redução da severidade dessas<br />
enfermidades, foram testados<br />
também o cultivo mínimo,<br />
preparo convencional e o Sistema<br />
de Plantio Direto (SPD).<br />
“O bom desempenho com a<br />
cana agrega ainda mais valor<br />
à tecnologia FBN, desenvolvida<br />
pela Embrapa Agrobiologia”,<br />
destaca.<br />
Após a primeira e segunda<br />
socas (cortes da cana-deaçúcar),<br />
a severidade das doenças<br />
foliares foi maior quando<br />
o fertilizante nitrogenado<br />
aplicado foi nitrato de amônio.<br />
Durante a primeira soca, a<br />
média da severidade das doenças<br />
foi de 63% para nitrato<br />
de amônio e 49% para Fixação<br />
Biológica de Nitrogênio.<br />
Durante a segunda soca, as<br />
severidades médias das doenças<br />
foram 72% e 56% para<br />
nitrato de amônio e para nitrogênio<br />
biológico, respectivamente.<br />
O uso de inoculantes<br />
para Fixação Biológica de Nitrogênio<br />
reduziu a intensidade<br />
da doença em comparação<br />
com o amônio nitrato (14% e<br />
16% para a primeira e segunda<br />
socas, respectivamente).<br />
Nechet ressalta que os inoculantes<br />
para a fixação biológica<br />
foram utilizados no plantio<br />
Ela explica que alguns mecanismos<br />
de controle podem estar<br />
envolvidos na interação entre os<br />
patógenos e as bactérias diazotróficas<br />
(capazes de fixar o nitrogênio<br />
do solo) utilizadas na<br />
FBN, tais como antagonismo,<br />
indução de resistência e competição.<br />
Essas reações têm<br />
sido relatadas durante a adaptação<br />
dos hospedeiros às bactérias<br />
em condições de estresse<br />
ambiental.<br />
“O monitoramento da incidência<br />
e severidade das doenças<br />
pode ajudar a entender como as<br />
práticas conservacionistas em<br />
cana-de-açúcar podem alterar a<br />
Resultados foram superiores<br />
aos fertilizantes nitrogenados<br />
das gemas (toletes de canade-açúcar)<br />
e também pulverizados<br />
no início do desenvolvimento<br />
de cada soca, mostrando<br />
pela primeira vez o<br />
efeito benéfico de bactérias fixadoras<br />
de nitrogênio na redução<br />
da severidade de<br />
doenças foliares na cana-deaçúcar.<br />
Segundo o também<br />
pesquisador da Embrapa<br />
Meio Ambiente Bernardo Halfeld,<br />
é uma vantagem adicional<br />
do uso da FBN como<br />
importância dos patógenos foliares<br />
ao longo do tempo”, pontua<br />
Nechet. Outro ponto a ser<br />
considerado é o efeito dos fertilizantes<br />
no conteúdo de nitrogênio<br />
foliar e sua relação com a<br />
severidade de doenças.<br />
componente de uma prática<br />
conservacionista.<br />
A severidade de ambas as doenças<br />
variou significativamente<br />
durante a estação de<br />
crescimento e alcançou seu<br />
ápice na primeira soca. “Portanto,<br />
em se tratando de<br />
doenças emergentes, caso<br />
sua importância seja negligenciada,<br />
podem vir a se tornar<br />
problemas mais sérios no<br />
futuro”, diz Halfeld.<br />
8<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Estudo pode beneficiar manejo integrado<br />
Mudanças nas práticas de condução<br />
da cultura podem levar à<br />
prevalência de doenças antes<br />
consideradas de menor importância.<br />
No primeiro período experimental,<br />
três meses após o<br />
plantio, nenhuma podridão de<br />
raízes ou doença foliar foi observada.<br />
Nas avaliações seguintes,<br />
a ocorrência de doenças,<br />
independentemente do período<br />
de avaliação, foi restrita<br />
à mancha anelar, causada pelo<br />
fungo Leptosphaeria sacchari,<br />
e à podridão vermelha,<br />
causada pelo fungo Colletotrichum<br />
falcatum. Os primeiros<br />
sintomas de doenças foliares<br />
foram observados em seis<br />
meses após o plantio na estação<br />
das chuvas.<br />
Não houve diferenças significativas<br />
na severidade das doenças<br />
quando o plantio da canade-açúcar<br />
é feito na estação<br />
seca ou na estação chuvosa. A<br />
profundidade da camada de<br />
palha também não impactou a<br />
severidade, que é influenciada<br />
apenas pela precipitação acumulada<br />
no mês. No Brasil, a<br />
cana-de-açúcar é afetada por<br />
podridões do caule, das raízes<br />
O setor sucroenergético brasileiro<br />
tem adotado cada vez mais<br />
práticas conservacionistas baseadas<br />
tanto na colheita mecanizada<br />
sem queima quanto no<br />
uso de Fixação Biológica de Nitrogênio<br />
para melhorar a sustentabilidade<br />
da cultura.<br />
O impacto negativo de doenças<br />
na produtividade da cana tem<br />
sido reduzido pela combinação<br />
do uso de genótipos resistentes<br />
e de cana-semente livre de doenças.<br />
No entanto, a escolha da<br />
prática de conservação pode<br />
influenciar a eficiência do método<br />
de controle, além de alterar<br />
a importância de cada doença<br />
e doenças foliares. A ocorrência<br />
e a importância econômica de<br />
cada uma dependem dos genótipos<br />
e sistemas de produção<br />
adotados, bem como das condições<br />
ambientais de cada região<br />
de cultivo.<br />
Curiosamente, essas doenças<br />
foliares apareceram com mais<br />
frequência após a implementação<br />
dos sistemas mecanizados,<br />
explica a pesquisadora.<br />
Segundo ela, a mancha anelar<br />
é muito comum, mas não é<br />
considerada uma das principais<br />
doenças no Brasil, embora seja<br />
utilizada como parâmetro de<br />
seleção em programas de melhoramento<br />
para eliminar genótipos<br />
suscetíveis.<br />
A podridão vermelha ocorre em<br />
vários estágios da planta, com<br />
sintomatologia diferenciada,<br />
causando morte de gemas,<br />
manchas em folhas e apodrecimento<br />
do colmo. A colonização<br />
dos colmos pelo patógeno leva<br />
ao apodrecimento, que é a<br />
forma mais grave da doença e<br />
geralmente está associada a lesões<br />
causadas pela broca da<br />
cana-de-açúcar.<br />
Sustentabilidade<br />
aliada à produção<br />
em particular.<br />
O Brasil é o maior produtor<br />
mundial de cana-de-açúcar e,<br />
na safra 2020/21, foi responsável<br />
pela produção de 654,5 milhões<br />
de toneladas destinadas à<br />
produção de 41,2 milhões de<br />
toneladas de açúcar e 29,7 bilhões<br />
de litros de etanol. O complexo<br />
sucroenergético, açúcar e<br />
etanol, ocupa papel de destaque<br />
na pauta de exportação, e em<br />
2020 o setor teve participação<br />
nacional de 9,9% (US$9,9 bilhões),<br />
quarto setor mais representativo<br />
do País. Do valor total<br />
nacional exportado, o açúcar representou<br />
87,8%.<br />
De acordo com a pesquisadora<br />
Nilza Patrícia Ramos, foram realizados<br />
dois experimentos na<br />
região de Guaíra (SP), um durante<br />
o ciclo da cana-planta (18<br />
meses) e o outro entre a primeira<br />
e segunda socas (2<br />
anos). “As ocorrências simultâneas<br />
da mancha anelar e podridão<br />
vermelha, associadas à<br />
mancha foliar, foram as únicas<br />
doenças observadas, independentemente<br />
das práticas conservacionistas<br />
utilizadas nos<br />
experimentos”, explica.<br />
Principais doenças da cana<br />
FERRUGENS - A ferrugem marrom<br />
e a ferrugem alaranjada<br />
podem causar perdas em variedades<br />
suscetíveis. A primeira,<br />
também chamada de ferrugem<br />
comum, está presente no Brasil<br />
desde meados da década de<br />
1980. Já a ferrugem alaranjada<br />
teve seus primeiros registros no<br />
País em 2010. Embora os sintomas<br />
sejam parecidos, algumas<br />
diferenças são observadas:<br />
pela análise da coloração,<br />
tamanho e o formato das estruturas<br />
reprodutivas dos fungos.<br />
PODRIDÃO VERMELHA - A podridão<br />
vermelha ocorre em vários<br />
estágios da planta, com sintomatologia<br />
diferenciada, causando<br />
morte de gemas, ocasionando<br />
redução da germinação<br />
de toletes, manchas em folhas<br />
e apodrecimento do colmo do<br />
órgão. Os sintomas da doença<br />
em folha são tipicamente distribuídos<br />
na nervura central, o que<br />
facilita a sua identificação. As lesões<br />
são inicialmente ovaladas<br />
de coloração bege e circundadas<br />
por halo vermelho.<br />
MOSAICO - O mosaico é uma<br />
das doenças mais comuns nos<br />
canaviais e, também, uma das<br />
mais antigas. É causada por um<br />
vírus que conta com ao menos<br />
14 linhagens diferentes. A<br />
transmissão se dá por meio de<br />
pulgões ou ainda pela utilização<br />
de mudas infectadas. O principal<br />
sintoma é a mudança de cor<br />
nas folhas da cana-de-açúcar.<br />
Em estágio avançado, no entanto,<br />
as folhas ficam avermelhadas<br />
e podem necrosar.<br />
RAQUITISMO DA SOQUEIRA -<br />
O raquitismo da soqueira é a<br />
mais importante enfermidade<br />
dos canaviais em nível mundial.<br />
Inicialmente, a doença não<br />
apresenta sintomas visíveis, o<br />
que impede que o produtor descubra<br />
o problema antes da colheita.<br />
Provoca o surgimento de<br />
touceiras e de colmos menores.<br />
Com isso, o canavial acaba se<br />
tornando desuniforme, reduzindo<br />
também a sua produtividade.<br />
Falta de água e ocorrência de<br />
doenças simultâneas podem<br />
colaborar para a disseminação<br />
da doença.<br />
MANCHA ANELAR- Os sintomas<br />
da mancha anelar são caracterizados<br />
por manchas de<br />
formato fusiforme inicialmente<br />
amarronzadas com bordos escuros.<br />
Com o progresso da doença,<br />
a lesão se expande, tornando-se<br />
cor de palha. Em seu<br />
centro, é comum observar pontuações<br />
pretas e pequenas, que<br />
são os corpos de frutificação<br />
do fungo. Embora na literatura<br />
se descreva que os sintomas<br />
da mancha anelar são restritos<br />
às folhas velhas e senescentes,<br />
observa-se nos plantios a ocorrência<br />
da mancha anelar também<br />
em folhas novas, em alguns<br />
casos com alta severidade.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
9
DOIS<br />
PONTOS<br />
CO 2 emissões<br />
Cerca de 52,74% da emissão de<br />
CO 2 em todo o mundo ocorreu a<br />
partir de 1990 (a série americana<br />
Seinfeld começou em 1989).<br />
Mesmo depois da Revolução Industrial,<br />
a emissão do que hoje<br />
sabemos ser um dos principais<br />
gases de efeito estufa ainda<br />
cresceu de maneira relativamente<br />
lenta até meados do século<br />
20. Em 1950, apenas cinco<br />
anos depois do fim da Segunda<br />
Guerra, as emissões globais por<br />
ano saltaram de 4 bilhões para 6<br />
bilhões de toneladas de dióxido<br />
de carbono. Mas, em 1989, esse<br />
número já tinha chegado a 22<br />
bilhões de toneladas, quase quatro<br />
vezes mais. Em 2019, o dado<br />
mais recente, o mundo emitiu<br />
36,4 bilhões de toneladas do<br />
gás.<br />
O caixa da União tem se beneficiado<br />
fortemente da alta<br />
do preço da gasolina, do diesel,<br />
do etanol e do botijão de<br />
gás: o aumento dos preços<br />
dos combustíveis 'engorda'<br />
os cofres do governo federal,<br />
que devem arrecadar ao<br />
Arrecadação<br />
menos R$ 70,1 bilhões até o<br />
fim deste ano com os recursos<br />
vindos do setor. O cálculo<br />
foi realizado pelo sócio<br />
fundador e diretor do Centro<br />
Brasileiro de Infraestrutura<br />
(CBIE), Adriano Pires. O governo<br />
ganha em três frentes:<br />
Delegação<br />
via arrecadação, dividendos<br />
e royalties. Em todo o ano de<br />
2020, a União recebeu R$<br />
36,2 bilhões com arrecadação<br />
de PIS e Cofins de combustíveis,<br />
dividendos da Petrobras<br />
e participação especial<br />
e royalties.<br />
O número de delegados associados<br />
à indústria de combustíveis<br />
fósseis na COP26<br />
superou o de qualquer outro<br />
país, segundo levantamento.<br />
ONGs internacionais como a<br />
Global Witness analisaram a<br />
lista de participantes publicada<br />
pela Organização das<br />
Nações Unidas (ONU) no início<br />
da cúpula do clima em<br />
Glasgow, na Escócia, e constataram<br />
que 503 pessoas ligadas<br />
aos interesses desse<br />
setor foram credenciadas<br />
para o evento. Cerca de 40<br />
mil pessoas participaram da<br />
COP26. O Brasil teve a maior<br />
equipe oficial de negociadores<br />
segundo dados da ONU,<br />
com 479 delegados. Já o<br />
Reino Unido, que abrigou o<br />
evento em Glasgow, teve 230<br />
delegados registrados.<br />
A redução das emissões de<br />
gases de efeito estufa é o<br />
principal tema da COP26 (a<br />
conferência do clima da Organização<br />
das Nações Unidas),<br />
em Glasgow, na Escócia.<br />
Para essa conferência,<br />
mais de 190 países foram<br />
instados a apresentar<br />
planos de corte de emissões<br />
até 2030. Todos eles<br />
concordaram em 2015 em<br />
promover mudanças para<br />
manter o aquecimento global<br />
"bem abaixo" de 2°C<br />
COP26<br />
acima dos níveis pré-industriais<br />
- e tentar atingir 1,5°C<br />
- para evitar uma catástrofe<br />
climática.<br />
Cerca de 86% das emissões<br />
de dióxido de carbono do<br />
mundo vêm da queima de<br />
combustíveis fósseis para a<br />
produção de energia e materiais.<br />
Origem<br />
As primeiras eras da industrialização<br />
foram dominadas<br />
pela queima de carvão vegetal.<br />
Só no final do século 19<br />
começam a aumentar as<br />
emissões por petróleo e gás<br />
natural. E, no final do século<br />
20, as emissões pela produção<br />
de cimento e pela chama<br />
— um dispositivo de combustão<br />
de gases inflamáveis<br />
usado na indústria, se tornam<br />
mais significativas. Os<br />
outros 14% das emissões de<br />
CO 2 são decorrentes da mudança<br />
de usos da terra, principalmente<br />
desmatamento e<br />
queimadas. Segundo o<br />
Acordo de Paris, os países<br />
têm que continuar fazendo<br />
cortes até chegar à neutralidade<br />
nas emissões de dióxido<br />
de carbono em 2050.<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
A Associação Brasileira das<br />
Indústrias de Óleos Vegetais<br />
(Abiove) considera "desastroso"<br />
o novo modelo de comercialização<br />
de biodiesel. A<br />
Agência Nacional de Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP) aprovou resolução que<br />
O consórcio com o milho garante<br />
resultados mais rápidos<br />
e rentáveis ao setor produtivo<br />
da cana-de-açúcar no Cerrado,<br />
aponta pesquisa da<br />
Embrapa. A tecnologia permite<br />
antecipar o plantio da<br />
cultura para o início do período<br />
chuvoso, o que amplia a<br />
janela de plantio e “desafoga”<br />
a implantação do canavial<br />
que é mais concentrada no<br />
mês de março. Além disso, o<br />
Biodiesel<br />
Falhas<br />
regulamenta o novo modelo<br />
de comercialização, sistema<br />
que define diretrizes para a<br />
compra direta entre distribuidoras<br />
e produtores a partir de<br />
1º de janeiro, em substituição<br />
aos leilões públicos vigentes<br />
por cerca de 15 anos.<br />
Para a Abiove, o sistema tem<br />
"falhas críticas de regulação<br />
que vão impactar severamente<br />
o mercado do biodiesel".<br />
"Estas falhas foram<br />
apontadas pela Abiove e por<br />
diversos atores da cadeia do<br />
biodiesel na consulta pública,<br />
inclusive com sugestões de<br />
aperfeiçoamento, mas os<br />
pontos foram totalmente desconsiderados<br />
pela ANP",<br />
disse em nota. A União Brasileira<br />
do Biodiesel e Bioquerosene<br />
(Ubrabio) também<br />
informou, em nota, que as<br />
novas regras para a comercialização<br />
de biodiesel vão<br />
prejudicar agricultores familiares<br />
e desestimular novos<br />
investimentos pelas indústrias<br />
do setor.<br />
Consórcio<br />
plantio em consórcio com a<br />
cultura de grãos anula qualquer<br />
risco de o produtor de<br />
cana não ter a área disponível<br />
para o plantio em caso de<br />
arrendamento, quando muitas<br />
das vezes a colheita da<br />
cultura que antecede o plantio<br />
da cana atrasa. A cana consorciada,<br />
considerada como<br />
cana de ano, apresenta rendimentos<br />
compatíveis com a<br />
cana de ano e meio.<br />
Com a taxa de mistura ao<br />
diesel de 10% desde março,<br />
e sem garantia de volta ao<br />
padrão de 13%, e diante do<br />
fim dos leilões a partir de janeiro<br />
que darão lugar às negociações<br />
diretas, o setor<br />
de biodiesel vai fechar o ano<br />
com 29 empresas aderentes<br />
ao RenovaBio. Em<br />
<strong>2021</strong>, ano de incertezas,<br />
tanto quanto o próximo,<br />
foram somente duas que se<br />
habilitaram<br />
A AIE (Agência Internacional de Energia) advertiu que a transição para energias limpas é<br />
"muito lenta" e pediu mais investimentos em fontes renováveis para evitar mais mudança<br />
climática e turbulências no mercado energético. O relatório aponta que petróleo, gás e<br />
carvão ainda estão na origem de 80% do volume total da energia consumida e são responsáveis<br />
por 75% dos desequilíbrios climáticos. Também, os investimentos em projetos<br />
energéticos descarbonizados devem triplicar em dez anos para alcançar a neutralidade<br />
de carbono em 2050.<br />
Os Estados Unidos estão a<br />
caminho de uma produção<br />
recorde de açúcar na temporada<br />
de <strong>2021</strong>/22 (outubro a<br />
setembro), com mais de 9,33<br />
milhões de toneladas, disse o<br />
Departamento de Agricultura<br />
RenovaBio<br />
Energia limpa<br />
Broca da cana<br />
EUA<br />
dos Estados Unidos (USDA,<br />
na sigla em inglês). A produção<br />
recorde do açúcar ocorre<br />
no momento em que os<br />
norte-americanos relatam<br />
uma grande safra de beterraba.<br />
O período chuvoso é reconhecido,<br />
por especialistas,<br />
como os períodos de maior<br />
infestação da broca da canade-açúcar.<br />
Pesquisas indicam<br />
que a cada 1% de infestação,<br />
a produção de cana é reduzida<br />
em 1,21%, a de etanol<br />
em 0,27% e a de açúcar, em<br />
0,38%. A broca-da-cana<br />
(Diatraea saccharalis) pode<br />
ser encontrada durante todo o<br />
ano, mas é na primaveraverão,<br />
que - se o produtor não<br />
entrar com importantes ferramentas<br />
do Manejo Integrado<br />
de Pragas (MIP), como produtos<br />
biológicos (Cotesia flavipes<br />
e Trichogramma galloi)<br />
e inseticidas químicos - o<br />
prejuízo será inevitável.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11
USINA<br />
<strong>2021</strong> será o melhor ano<br />
da história da Jacarezinho<br />
A Usina foi avaliada em 2020 como a Melhor Empresa do setor de<br />
Açúcar e Etanol no ranking Melhores e Maiores da Revista Exame<br />
Apostando que <strong>2021</strong><br />
deve ser o melhor<br />
ano de sua história, o<br />
Grupo Maringá organizou,<br />
dia 9 de novembro,<br />
uma visita de um grupo pequeno<br />
de jornalistas, da mídia<br />
local e segmentada, à Usina<br />
Jacarezinho e à Maringá Energia,<br />
para conhecer um pouco<br />
mais do processo produtivo<br />
de açúcar, etanol e energia<br />
elétrica. Seguindo todos os<br />
protocolos de segurança, a visita<br />
teve a participação do diretor<br />
corporativo do Grupo<br />
Maringá, Eduardo Lambiasi, e<br />
do diretor de Operações Sucroenergético<br />
do Grupo, Condurme<br />
Aizzo.<br />
Na abertura do evento, Eduardo<br />
Lambiasi falou sobre a importância<br />
do açúcar e do<br />
etanol para a sociedade, a história<br />
da usina inaugurada em<br />
1946, os projetos sociais,<br />
ambientais e de segurança no<br />
trabalho desenvolvidos pela<br />
usina, os investimentos na diversificação<br />
do portfolio de<br />
produtos, com a produção e<br />
exportação de energia a partir<br />
do bagaço da cana, e sobre a<br />
importância da participação<br />
da usina junto a Coopersucar,<br />
maior comercializadora de<br />
açúcar do mundo, elo considerado<br />
fundamental na estratégia<br />
da Jacarezinho,<br />
realizando a comercialização<br />
da produção com eficiente solução<br />
logística, entre outras<br />
vantagens competitivas.<br />
“A Usina Jacarezinho foi avaliada<br />
em 2020 como a Melhor<br />
Empresa do setor de Açúcar e<br />
Etanol no ranking Melhores e<br />
Maiores da Revista Exame.<br />
contribuindo assim com alimento<br />
e energia para o desenvolvimento<br />
do Brasil e do<br />
Mundo”, lembrou Lambiasi.<br />
Em seu relatório anual de sustentabilidade,<br />
o Grupo Maringá<br />
aponta que o ano de<br />
2020 foi marcado pela cultura<br />
de superação, de trabalho em<br />
equipe e de criação de impactos<br />
positivos para a sociedade.<br />
“Enfrentamos a pandemia<br />
ajustando nossa estratégia em<br />
cada negócio e fortalecendo<br />
nossos compromissos e entregas<br />
nas dimensões Ambiental,<br />
Social, Governança e<br />
Econômico Financeira”, tudo<br />
visando avançar na contínua<br />
busca da sustentabilidade e<br />
perpetuidade dos negócios.<br />
Segundo a diretoria, a estratégia<br />
do Grupo Maringá desde a<br />
sua criação tem sido focada<br />
em eficiência, produtividade e<br />
sustentabilidade a longo<br />
prazo. Ao longo dos últimos 9<br />
anos esta estratégia se consolidou<br />
e demonstrou sua capacidade<br />
de transformar as<br />
empresas do grupo. “Nos últimos<br />
dois anos, vimos os<br />
processos de gestão evoluírem<br />
consistentemente com a<br />
participação dedicada de<br />
cada um dos nossos colaboradores”,<br />
descreve o relatório.<br />
A São Eutiquiano, que controla<br />
a Usina Jacarezinho, observou,<br />
em 2020, importante<br />
crescimento quando seu Patrimônio<br />
Líquido atingiu R$<br />
303 milhões contra R$ 206<br />
milhões no ano anterior, com<br />
base na Equivalência Patrimonial<br />
das controladas (uma<br />
evolução de 47% no período)<br />
e 1,09 bilhão faturamento<br />
bruto. O lucro líquido avançou<br />
para R$ 140 milhões em<br />
2020, contra R$ 70 milhões<br />
no ano anterior, uma evolução<br />
de 100% no período.<br />
Mesmo com o cenário global<br />
adverso de 2020, o faturamento<br />
líquido cresceu substancialmente,<br />
pelo recorde de<br />
volume vendido na Siderurgia<br />
e no Sucroenergético, a preços<br />
remuneradores resultantes<br />
da forte demanda mundial<br />
e de algumas limitações da<br />
oferta. Na siderurgia, o volume<br />
produzido foi recorde,<br />
repercutindo na redução dos<br />
custos de produção e na rentabilidade.<br />
No Sucroenergético,<br />
o volume produzido na<br />
safra foi semelhante ao da<br />
safra anterior, mas ainda num<br />
patamar superior à história recente.<br />
A ampliação dos volumes<br />
produzidos e as<br />
reduções obtidas nos custos<br />
de produção decorrem de investimentos<br />
selecionados<br />
com critério e aderentes às<br />
estratégias de negócios do<br />
grupo, bem como de melhorias<br />
na gestão operacional.<br />
Em sua apresentação, Condurme<br />
Aizzo comentou que a<br />
Usina Jacarezinho gera 1.250<br />
empregos diretos, tem mais<br />
de 33 mil hectares de terras<br />
próprias e parceiras dedicadas<br />
a cultura da cana atualmente,<br />
e cerca de 400<br />
produtores integram a rede de<br />
parceria de confiança, gerando<br />
desenvolvimento na região.<br />
Em média são esmagados<br />
2,5 milhões de toneladas<br />
de cana-de-açúcar ao<br />
ano. Praticamente toda cana<br />
moída pela usina é colhida de<br />
forma mecanizada e sem des-<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
palha por fogo, apesar de a<br />
operação ainda ser permitida<br />
no <strong>Paraná</strong>. Parte da palha é<br />
recolhida pela usina e usada<br />
para cogerar energia. Somente<br />
em 2% da área, onde não é<br />
possível a mecanização do<br />
corte, permanece a colheita<br />
manual.<br />
Na usina são produzidos 88,7<br />
milhões de litros de etanol,<br />
191,7 mil toneladas de açúcar,<br />
625 mil toneladas de bagaço<br />
de cana/ano para a<br />
produção de 25 mwh de energia<br />
(120 mil MWh anual),<br />
sendo 10 MWh para suprir a<br />
demanda própria e 15 MWh<br />
excedentes vendidos à subestação<br />
da Companhia Paranaense<br />
de Energia Elétrica<br />
(Copel), com potencial de alimentar<br />
até 33 mil residências.<br />
Foram investidos R$ 70 milhões<br />
na estrutura, que entrou<br />
em operação em junho de<br />
<strong>2021</strong>. Esta iniciativa contou<br />
com o apoio do Banco Nacional<br />
de Desenvolvimento Econômico<br />
e Social (BNDES)<br />
com recursos do FINEM e do<br />
Fundo Clima num total de R$<br />
40 milhões. Coube à São Eutiquiano<br />
e à Usina Jacarezinho<br />
aportarem o restante necessário.<br />
A produção de energia<br />
via cogeração é mais um<br />
passo importante do Grupo<br />
no provimento de produtos<br />
limpos e sustentáveis, que<br />
também contribuirá para ampliar<br />
e dar maior estabilidade<br />
às receitas operacionais da<br />
atividade sucroenergética.<br />
De acordo com o relatório<br />
anual 2020 do Grupo Maringá,<br />
pelo segundo ano consecutivo,<br />
foi alcançado<br />
Recorde de EBITDA e de<br />
Lucro Líquido, colhendo frutos<br />
de realizações como:<br />
maior produção nas safras<br />
19/20 e 20/21; maior flexibilidade<br />
no mix, que chega a<br />
60%, em decorrência dos investimentos<br />
feitos, que protege<br />
a usina da volatilidade de<br />
preços, permitindo otimização<br />
da rentabilidade; alto nível de<br />
eficiência agrícola e industrial;<br />
redução do custo da dívida<br />
por queda dos juros e do endividamento;<br />
e resultado proveniente<br />
de ação indenizatória.<br />
“Crescemos 14% em volume,<br />
10% no preço consolidado de<br />
açúcar e etanol e 26% na Receita<br />
Líquida em 2020. A flexibilidade<br />
no mix de produção<br />
e as fixações de preço de açúcar<br />
foram determinantes no<br />
ganho de preço. Com o incremento<br />
do uso da tecnologia,<br />
automação dos processos e<br />
amadurecimento no controle e<br />
acompanhamento das operações,<br />
atingimos significativos<br />
ganhos operacionais e redução<br />
de custos, mesmo com<br />
os desafios de uma safra impactada<br />
por fatores climáticos<br />
e as incertezas vivenciadas no<br />
mundo”, resumiu o relatório.<br />
O Grupo Maringá atua nos setores<br />
sucroenergético, produzindo<br />
açúcar e etanol, e<br />
siderúrgico, fabricando ferroliga<br />
de manganês. Com tradição<br />
pioneira, a Usina Jacarezinho,<br />
a Cia. Canavieira e,<br />
agora, a Maringá Energia,<br />
atuam de forma integrada<br />
para fornecer alimentos e<br />
energia limpa e renovável aos<br />
mercados nacional e internacional.<br />
A Administração do Grupo<br />
Maringá continuará investindo<br />
no aprimoramento de seus negócios,<br />
processos e práticas<br />
sustentáveis, bem como em<br />
inovação e na melhoria da<br />
qualificação do seu quadro de<br />
colaboradores. “Os próximos<br />
anos serão muito mais desafiadores<br />
do que estes últimos<br />
9 anos iniciados em 2012. Todavia,<br />
estamos confiantes que<br />
os avanços na gestão obtidos<br />
nos últimos anos nos credenciam<br />
a superar as dificuldades<br />
e manter o equilíbrio operacional<br />
e financeiro. Os anos que<br />
se avizinham certamente<br />
serão dos mais desafiadores<br />
para a humanidade pois a<br />
combinação de pandemia<br />
com menor dinamismo econômico<br />
deverá afetar o crescimento<br />
mundial, o emprego e a<br />
renda e a demanda agregada<br />
global. Os governos de todos<br />
os países vão se defrontar<br />
com a necessidade de criar<br />
ainda mais estímulos para suportar<br />
a atividade econômica.<br />
Os instrumentos clássicos de<br />
aumento de gastos públicos financiados<br />
a partir de fontes<br />
orçamentárias e de expansão<br />
da dívida pública estão caminhando<br />
para a exaustão. Também<br />
a expansão do crédito<br />
ficará condicionada aos limites<br />
de prudência das Instituições<br />
Financeiras. A redução das<br />
taxas de juros além dos níveis<br />
atuais parece ter reduzido potencial<br />
de alavancar crescimento.<br />
Em qualquer cenário<br />
de dificuldades, o empresário<br />
atento vai encontrar caminhos<br />
para manter seu negócio<br />
sadio, fornecendo produtos<br />
que as pessoas necessitam”,<br />
resumiu o relatório anual.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13