24.12.2012 Views

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

22 Anabela Gradim<br />

consciência transcen<strong>de</strong>ntal kantiana pela comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação,<br />

operando assim a mutação do paradigma em vigor. Uma<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limites in<strong>de</strong>finidos implica <strong>de</strong>pois que se postule<br />

um Jogo <strong>de</strong> Linguagem Transcen<strong>de</strong>ntal – o filosófico – composto<br />

por regras a priori sobre o significado e valida<strong>de</strong> das acções e<br />

conhecimento, entrevista na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al,<br />

e funcionando como princípio regulador que é necessário pressupor.<br />

Do contraste entre comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al e real<br />

nasce <strong>de</strong>pois a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> progresso prático e moral, que<br />

é gerado no <strong>de</strong>curso da tentativa <strong>de</strong> transpor a distância entre as<br />

duas.<br />

Em segundo lugar, <strong>de</strong>staco e exploro, com particular minúcia,<br />

a belíssima interpretação que faz do pensamento <strong>de</strong> Peirce, procurando<br />

igualmente i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>stacar o que nele foi relevante<br />

para a constituição da teoria. É evi<strong>de</strong>nte que este po<strong>de</strong>ria ser um<br />

sub-capítulo do primeiro ponto – mas interessa-me <strong>de</strong>stacá-lo em<br />

termos dos próprios fins <strong>de</strong>ste trabalho, e não me parece <strong>de</strong> todo<br />

ilícito fazê-lo já que o relevo dado a Peirce <strong>de</strong>ntro da obra <strong>de</strong> Apel<br />

é, indubitavelmente, gran<strong>de</strong>.<br />

Pese embora a omnipresença e a menção constante <strong>de</strong> Peirce<br />

em toda a sua obra, Apel <strong>de</strong>dica-lhe também um trabalho <strong>de</strong> maior<br />

fôlego, o volume From Pragmatism to Pragmaticism. Neste, o<br />

pensamento <strong>de</strong> Peirce é analisado <strong>de</strong> forma cronológica, dividindo-o<br />

em quatro períodos caracterizados por diferentes abordagens<br />

e problemáticas filosóficas. No primeiro consi<strong>de</strong>ra-se que Peirce<br />

opera a transformação semiótica da filosofia transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong><br />

Kant, orientando-a do tema da consciência para o dos processos<br />

semióticos e intersubjectivida<strong>de</strong>. Acompanham esta transformação<br />

uma nova teoria da realida<strong>de</strong>, que é pragmática e a encara<br />

como o in<strong>de</strong>finidamente cognoscível; e que tem como corolário<br />

uma nova teoria do conhecimento – o falibilismo – e uma concepção<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> como princípio regulador obtível in the long<br />

run.<br />

A segunda fase consi<strong>de</strong>rada por Apel compreen<strong>de</strong> a primeira<br />

formulação do pragmatismo por Peirce, tal como foi empreendida<br />

www.lusofia.net

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!