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COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

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30 Anabela Gradim<br />

<strong>de</strong> inferência lógica admitidas: <strong>de</strong>dução, indução e abdução (que<br />

correspon<strong>de</strong>m cada qual a uma categoria); mas também nos resultados<br />

que apresentam: a crença, como o hábito, são igualmente<br />

triádicos. Resultado <strong>de</strong>ste inquiry que se realiza através <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> contínua inferência? A produção <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong><br />

exterior ao homem, com a qual reage e que lhe resiste; mas que,<br />

suprema subtileza, se distingue e não se distingue <strong>de</strong>le.<br />

Na análise da transformação operada entre pragmatismo e pragmaticismo,<br />

bem como das diferenças substantivas que a alimentam,<br />

dar-se-á importância ao realismo escotista <strong>de</strong> Peirce, pois é<br />

a partir <strong>de</strong>ste que po<strong>de</strong> ser compreendida a noção <strong>de</strong> lei da natureza<br />

(embodied thirdness) e a própria possibilida<strong>de</strong> da ciência.<br />

É também esta questão, que se estrutura, <strong>de</strong> novo, em termos da<br />

doutrina das categorias (os nominalistas eli<strong>de</strong>m a terceirida<strong>de</strong>, ao<br />

passo que os realistas a tomam em consi<strong>de</strong>ração) que remete para<br />

a distinção pragmatismo/pragmaticismo. A primeira versão da teoria<br />

peca por nominalismo; e o que fará Peirce, ao reformulá-la<br />

em pragmaticismo, é expurgá-la <strong>de</strong>sse aspecto: admitindo a existência<br />

<strong>de</strong> would be’s e real vagueness, e que o significado, como<br />

a previsão, não se esgotam na mera soma <strong>de</strong> actualida<strong>de</strong>s.<br />

Como compaginar o realismo escotista <strong>de</strong> Peirce com o seu<br />

professado i<strong>de</strong>alismo? Contra os que negam que tenha <strong>de</strong> facto<br />

sido i<strong>de</strong>alista, procuro <strong>de</strong>monstrar que é possível, <strong>de</strong>ntro do peirceanismo,<br />

conciliar as duas posições, precisamente através da<br />

construção metafísica <strong>de</strong>sse i<strong>de</strong>alismo objectivo - posição que é<br />

perfeitamente compatível com formas <strong>de</strong> realismo escolástico.<br />

Mais uma vez a querela po<strong>de</strong> ser lida à luz da doutrina das categorias,<br />

o que se fará relacionando-a com o pragmatismo e teorias<br />

da realida<strong>de</strong> e da verda<strong>de</strong>.<br />

A semiótica peirceana, já aqui foi insinuado, perpassa todos<br />

os aspectos do sistema – por razões que espero tornar explícitas<br />

na dissertação-; e po<strong>de</strong>ria ser um excelente ponto <strong>de</strong> partida para<br />

a apresentação da filosofia <strong>de</strong> Peirce entendida como um todo.<br />

Não sem razão David Savan classifica o peirceanismo como um<br />

i<strong>de</strong>alismo semiótico. Porém, ela é aqui tomada como um dos te-<br />

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