24.12.2012 Views

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

COMUNICAÇÃO E ÉTICA O Sistema Semiótico de ... - LusoSofia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Ch. S. Peirce 47<br />

Sendo a filosofia a activida<strong>de</strong> que busca a mediação entre teoria<br />

e praxis, pensamento-acção, é na resolução das antinomias entre<br />

estes dois pólos que se po<strong>de</strong> reclamar do seu sentido. No fundo,<br />

dirá Apel, é tal mediação teoria/praxis, – sobre os escombros da<br />

falência do hegelianismo – que a história do pensamento oci<strong>de</strong>ntal<br />

vem fazendo no último século.<br />

Gilbert Hottois, que se <strong>de</strong>bruçou sobre o pensamento do autor<br />

no seu Du Sens Commun à la Société <strong>de</strong> Communication, 15 fala<br />

em primeiro e segundo Apel. Creio que é possível, com tudo o<br />

que este tipo <strong>de</strong> compartimentações tem <strong>de</strong> artificial, distinguir<br />

três momentos no seu pensamento filosófico.<br />

No primeiro, que coinci<strong>de</strong> com os ensaios iniciais <strong>de</strong> Towards<br />

a Transformation of Philosophy, Apel preocupa-se sobretudo em<br />

acertar contas com o passado do pensamento filosófico oci<strong>de</strong>ntal,<br />

especialmente do início do século, rejeitando todas as versões <strong>de</strong><br />

positivismo, empirismo lógico e neopositivismo, que qualifica pejorativamente<br />

<strong>de</strong> “cientismo”. Hottois i<strong>de</strong>ntifica ainda nesta fase<br />

um fascínio, mesmo que superficial, por um certo tipo <strong>de</strong> hermenêutica<br />

“poética” e “anómica” cuja inspiração radica em Höl<strong>de</strong>rlin<br />

e Hei<strong>de</strong>gger, mas que rapidamente abandona. 16<br />

Na fase em que advogará a Transformação da Filosofia propriamente<br />

dita Apel vai <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma re-transcen<strong>de</strong>ntalização <strong>de</strong>sta<br />

que tenha em conta as contribuições da hermenêutica e da linguística.<br />

É o período semiótico-transcen<strong>de</strong>ntal, quando se torna<br />

aparente que através <strong>de</strong> uma semiótica triádica tal como a esbo-<br />

15 . HOTTOIS, Gilbert, Du sens commun a la société <strong>de</strong> communication –<br />

Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> philosophie du langage (Moore, Wittgenstein, Wisdom, Hei<strong>de</strong>gger,<br />

Perelman, Apel), 1989, Librairie Philosophique Jean Vrin, Paris.<br />

16 . “Ce qui a bien pu tenter à un certain moment le premier Apel (. . . ) c’est<br />

l’idée d’une sorte <strong>de</strong> herméneutique poétique, anormative ; l’image du dialogue<br />

entre <strong>de</strong>s horizons historico-linguistiques différents (. . . ) Il y a lá une tentation<br />

typique <strong>de</strong> l’herméneutique telle qu’elle se développe chez Gadamer”, HOT-<br />

TOIS, Gilbert, Du sens commun a la société <strong>de</strong> communication – Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

philosophie du langage (Moore, Wittgenstein, Wisdom, Hei<strong>de</strong>gger, Perelman,<br />

Apel), 1989, Librairie Philosophique Jean Vrin, Paris, p. 197.<br />

www.lusosofia.net

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!