14.03.2022 Views

s298[online]

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

EDUCAÇÃO

Tânia Fernandes

Tânia Fernandes

Docente de Educação Especial

A importância

da leitura

nas crianças

mais novas

Quanto maior for o hábito de

leitura nas crianças mais novas

e o contacto com uma panóplia

de livros, mais facilmente será

criado o gosto pelo mundo da

literacia emergente. A leitura

de histórias desde a infância é o

alicerce basilar para se criar, no

futuro, leitores com melhores

níveis de proficiência leitora.

Aleitura é uma poderosa ferramenta

que dispomos para estabelecer interações

com o ambiente e apresenta-

-se como uma chave facilitadora da

compreensão do mundo. Nesse sentido, é

necessário que a criança se familiarize com os

livros o mais precocemente possível, seja em

casa, na creche, no jardim de infância. A leitura

de histórias permite que a criança aprenda

acerca do mundo que a rodeia, desenvolvendo

as suas competências cognitivas e culturais. O

conto de histórias estimula o desenvolvimento

da linguagem expressiva e compreensiva

e possibilita o aumento do reportório lexical.

Promove, simultaneamente, o desenvolvimento

da criatividade e a descoberta do mundo

imaginário, levando a criança a inventar histórias

e a entrar no mundo do “faz de conta”,

através do contacto com obras de literatura

infantil. A leitura possibilita um maior conhecimento

da sintaxe, um crescente desenvolvimento

semântico-pragmático, possibilitando a

criação de laços de afetividade com a história.

A literacia da leitura na educação infantil possibilita

ainda o contacto com o mundo mais lúdico,

levando a criança a ampliar o seu reportório

imaginativo, encontrando nos livros os seus

“grandes” amigos ou até mesmo os seus heróis.

A leitura desde tenra idade desenvolve a

literacia emergente, levando a criança à atribuição

de significado aos símbolos escritos, criando

atitudes e comportamentos de leitor. Como

tal, motivar para a leitura não deve emergir

somente com a aprendizagem do sistema alfabético

em idade escolar. A estimulação para a

leitura inicia-se muito mais cedo, mas para isso

é crucial que o adulto motive para o manuseio

dos livros e leia histórias à criança. Encher prateleiras

com histórias; dar o exemplo à criança,

de modo que veja o adulto a ler; criar rotinas no

seio familiar para ler o jornal, uma revista, uma

história antes de adormecer são exemplos de

algumas dicas que podem, de facto, ajudar a

despoletar o gosto pela leitura. Até aos cinco e

seis meses de idade é fulcral que a criança aceda

a livros pequenos e cartonados, de plástico

ou até mesmo de pano, acompanhados com

fantoches, cujas as imagens remetam para tamanhos

de grandes proporções e apelativas

em termos de tonalidades. Por volta dos 6 aos

doze meses, devem ser fornecidos livros texturados

às crianças ou mesmo com sons onomatopeicos

e musicalidades, por exemplo com

imagens ilustrativas de objetos de uso corrente

do nosso quotidiano, de animais, de partes da

casa, partes do corpo, dos meios de transporte...No

primeiro ano de vida até aos três anos

de idade, aconselha-se que a criança contacte

com livros que já possuem pequenas narrativas,

destacando-se as fábulas, livros musicais

e com fantoches. Contudo, há que ter em conta

que essas histórias devem apresentar ilustrações

variadas e uma linguagem simples do

ponto de vista morfossintático, semântico e lexical.

Desde os três até aos seis anos de idade,

é fulcral que a criança contacte com uma diversidade

de livros e tipologias textuais (narrativos,

poéticos, dramáticos) com maior extensão

de texto e com menor quantidade de ilustrações.

Quanto maior for o hábito de leitura nas

crianças mais novas e o contacto com uma panóplia

de livros, mais facilmente será criado o

gosto pelo mundo da literacia emergente. Em

suma, a leitura de histórias desde a infância é o

alicerce basilar para se criar, no futuro, leitores

com melhores níveis de proficiência leitora. Artigo

de Tânia Fernandes. Licenciada em Ensino

Básico - 1º Ciclo; Pós-graduada em dificuldades

de Aprendizagem e Problemas e comportamento;

Mestre em Ciências de Educação, ramo

Problemas Cognitivos e Multideficiência; Doutorada

em Ciências de Educação, especialidade

Psicologia de Educação pela Universidade do

Minho. Exerce funções de docente de Educação

Especial. Formadora com creditação em

investigação em Educação e Educação Especial

pelo Conselho Cientifico-Pedagógico de Formação

Contínua. s

saber março 2022

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!