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INTRODUÇÃO
“Deus é amor”, diz o apóstolo João. No princípio, quando pensei em
escrever este livro, imaginava que essa máxima me mostraria um
caminho sem quaisquer percalços ao abordar o assunto. Pensava
que seria capaz de dizer que os amores humanos mereciam
somente ser chamados de amores pelo fato de terem alguma
semelhança com o Amor que é Deus. A primeira distinção que fiz,
portanto, foi entre aquilo que denominei amor-Dádiva e amor- -
Necessidade. Um exemplo típico do amor-Dádiva seria o amor que
move um homem a trabalhar, planejar e guardar dinheiro para o
futuro bem-estar de sua família, que ele morrerá sem ver ou
desfrutar. Um exemplo do segundo amor é aquele que impulsiona
uma criança sozinha ou assustada para os braços de sua mãe.
Não havia dúvida sobre qual era mais parecido com o Amor que é
próprio de Deus. O Amor divino é o amor--Dádiva. O Pai dá tudo
que é e tem ao Filho. O Filho dá a si mesmo de volta ao Pai, e dá a
si mesmo ao mundo, e pelo mundo ao Pai, e assim dá o mundo (em
si mesmo) de volta ao Pai também.
Por outro lado, o que pode ser menos parecido com qualquer
coisa que cremos a respeito da vida de Deus que o amor-
Necessidade? Ele não tem falta de nada, mas o nosso amor-
Necessidade, como viu Platão, “é o filho da Pobreza”. Em nossa
conscientização, é o reflexo exato da própria real natureza.
Nascemos desamparados. Logo que estamos totalmente
conscientes, descobrimos a solidão. Precisamos dos outros física,
emocional e intelectualmente; precisamos dos outros se queremos
saber qualquer coisa, até de nós mesmos.
Eu esperava escrever elogios fáceis para o primeiro tipo de amor
e depreciações para o segundo. E muito daquilo que pretendia dizer