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Edição 285 da Revista Apólice com especial sobre as mulheres do mercado de seguros. Capa com a Too Seguros
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COMO EXERCER LIDERANÇA JUSTA?<br />
C<br />
omo um líder empresarial deve estimular a inclusão entre<br />
os funcionários e as perspectivas de diversidade na companhia?<br />
A consultora Marta Gucciardi aponta o possível caminho:<br />
“Primeiro, é preciso entender em que fase do processo<br />
a empresa está, fazer um diagnóstico claro e objetivo sobre a<br />
realidade naquele momento. Entender como são os processos<br />
de trabalho, o que as pessoas pensam sobre isso, qual o grau de<br />
conhecimento sobre práticas inclusivas. Promover a inclusão na<br />
empresa é um trabalho que não acaba nunca, sempre é possível<br />
melhorar as práticas. Segundo, e muito importante, é preciso que as<br />
empresas destinem orçamento para isso. Promover a inclusão e a<br />
equidade significa rever processos, metodologias, cultura, promover<br />
contratações, às vezes até fazer reformas físicas, comprar novos<br />
equipamentos. É preciso fazer investimentos sim, mas todos os<br />
estudos feitos até hoje mostram que os resultados são positivos,<br />
tanto financeiramente quanto para o posicionamento da marca. E por<br />
fim, promover ações afirmativas, lembrando que é primeiro preciso<br />
consolidar essas ações antes de sair contando para o mundo como<br />
MARTA GUCCIARDI,<br />
Consultora em diversidade e<br />
inclusão e cultura organizacional<br />
sua marca é diversa e inclusiva, para não<br />
correr o risco de praticar o que chamamos<br />
de diversity washing, ou seja, falar o que<br />
não foi feito.”<br />
PANDEMIA E NOVOS RUMOS<br />
Mesmo que o setor de seguros, como a sociedade brasileira<br />
em geral, ainda esteja tentando arrebentar grilhões que cerceiam o<br />
respeito à diversidade, a pandemia vem ditando novos rumos para<br />
o trabalho com vieses comportamentais sutis e que precisam ser<br />
debatidos. A escalada devastadora da doença forçou a implantação<br />
do trabalho remoto (em alguns casos híbrido). De certa forma, um<br />
senso de pertencimento no trabalho ficou comprometido porque<br />
muitas fronteiras e rituais do dia a dia de um ambiente físico de trabalho<br />
se tornaram tênues ou mesmo deixaram de existir.<br />
Consultora em diversidade e inclusão e cultura organizacional,<br />
Marta Gucciardi reconhece que o afastamento físico instaurado<br />
durante a pandemia mostra-se como um desafio para a diversidade.<br />
Desenvolvemos empatia e identificamos vieses mais facilmente<br />
com o contato próximo. A falta do olho no olho dificulta que a inteligência<br />
emocional se manifeste e os problemas de comunicação e<br />
posicionamento começam a surgir”, esclarece a especialista.<br />
Ao mesmo tempo — ressalta Marta — podemos considerar<br />
que o ambiente virtual também favorece a inclusão. “Uma empresa<br />
pode contratar uma profissional cadeirante, por exemplo, sem precisar<br />
fazer adaptações no espaço físico. A pergunta que fica é, isso<br />
é realmente incluir? Essa é uma questão<br />
para a qual não há uma resposta definitiva,<br />
e de mais a mais, foram desenvolvidas<br />
ao longo da pandemia inúmeras<br />
ferramentas e métodos para manter o<br />
engajamento”, salienta Marta. Segundo<br />
a consultora, o senso de pertencimento<br />
está mais ligado à cultura da empresa<br />
que propriamente à presença física: “Uma<br />
equipe com cultura de controle e comando<br />
terá mais dificuldade do que uma que<br />
atua com acolhimento e propósito, por<br />
exemplo.”<br />
Sócia-gerente da Fesa Group,<br />
companhia voltada para o recrutamento<br />
e seleção de profissionais de mercado,<br />
Thayanie Ujino avalia que as empresas<br />
que tiveram o senso de pertencimento<br />
abalado não possuem, geralmente, a diversidade<br />
como valor nem como parte da<br />
cultura da empresa. “Partimos da premissa<br />
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