31.03.2023 Views

apolice285

Edição 285 da Revista Apólice com especial sobre as mulheres do mercado de seguros. Capa com a Too Seguros

Edição 285 da Revista Apólice com especial sobre as mulheres do mercado de seguros. Capa com a Too Seguros

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMO EXERCER LIDERANÇA JUSTA?<br />

C<br />

omo um líder empresarial deve estimular a inclusão entre<br />

os funcionários e as perspectivas de diversidade na companhia?<br />

A consultora Marta Gucciardi aponta o possível caminho:<br />

“Primeiro, é preciso entender em que fase do processo<br />

a empresa está, fazer um diagnóstico claro e objetivo sobre a<br />

realidade naquele momento. Entender como são os processos<br />

de trabalho, o que as pessoas pensam sobre isso, qual o grau de<br />

conhecimento sobre práticas inclusivas. Promover a inclusão na<br />

empresa é um trabalho que não acaba nunca, sempre é possível<br />

melhorar as práticas. Segundo, e muito importante, é preciso que as<br />

empresas destinem orçamento para isso. Promover a inclusão e a<br />

equidade significa rever processos, metodologias, cultura, promover<br />

contratações, às vezes até fazer reformas físicas, comprar novos<br />

equipamentos. É preciso fazer investimentos sim, mas todos os<br />

estudos feitos até hoje mostram que os resultados são positivos,<br />

tanto financeiramente quanto para o posicionamento da marca. E por<br />

fim, promover ações afirmativas, lembrando que é primeiro preciso<br />

consolidar essas ações antes de sair contando para o mundo como<br />

MARTA GUCCIARDI,<br />

Consultora em diversidade e<br />

inclusão e cultura organizacional<br />

sua marca é diversa e inclusiva, para não<br />

correr o risco de praticar o que chamamos<br />

de diversity washing, ou seja, falar o que<br />

não foi feito.”<br />

PANDEMIA E NOVOS RUMOS<br />

Mesmo que o setor de seguros, como a sociedade brasileira<br />

em geral, ainda esteja tentando arrebentar grilhões que cerceiam o<br />

respeito à diversidade, a pandemia vem ditando novos rumos para<br />

o trabalho com vieses comportamentais sutis e que precisam ser<br />

debatidos. A escalada devastadora da doença forçou a implantação<br />

do trabalho remoto (em alguns casos híbrido). De certa forma, um<br />

senso de pertencimento no trabalho ficou comprometido porque<br />

muitas fronteiras e rituais do dia a dia de um ambiente físico de trabalho<br />

se tornaram tênues ou mesmo deixaram de existir.<br />

Consultora em diversidade e inclusão e cultura organizacional,<br />

Marta Gucciardi reconhece que o afastamento físico instaurado<br />

durante a pandemia mostra-se como um desafio para a diversidade.<br />

Desenvolvemos empatia e identificamos vieses mais facilmente<br />

com o contato próximo. A falta do olho no olho dificulta que a inteligência<br />

emocional se manifeste e os problemas de comunicação e<br />

posicionamento começam a surgir”, esclarece a especialista.<br />

Ao mesmo tempo — ressalta Marta — podemos considerar<br />

que o ambiente virtual também favorece a inclusão. “Uma empresa<br />

pode contratar uma profissional cadeirante, por exemplo, sem precisar<br />

fazer adaptações no espaço físico. A pergunta que fica é, isso<br />

é realmente incluir? Essa é uma questão<br />

para a qual não há uma resposta definitiva,<br />

e de mais a mais, foram desenvolvidas<br />

ao longo da pandemia inúmeras<br />

ferramentas e métodos para manter o<br />

engajamento”, salienta Marta. Segundo<br />

a consultora, o senso de pertencimento<br />

está mais ligado à cultura da empresa<br />

que propriamente à presença física: “Uma<br />

equipe com cultura de controle e comando<br />

terá mais dificuldade do que uma que<br />

atua com acolhimento e propósito, por<br />

exemplo.”<br />

Sócia-gerente da Fesa Group,<br />

companhia voltada para o recrutamento<br />

e seleção de profissionais de mercado,<br />

Thayanie Ujino avalia que as empresas<br />

que tiveram o senso de pertencimento<br />

abalado não possuem, geralmente, a diversidade<br />

como valor nem como parte da<br />

cultura da empresa. “Partimos da premissa<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!