apolice285
Edição 285 da Revista Apólice com especial sobre as mulheres do mercado de seguros. Capa com a Too Seguros
Edição 285 da Revista Apólice com especial sobre as mulheres do mercado de seguros. Capa com a Too Seguros
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MARÇO 2023 • Nº 285 • ANO 28<br />
conectando você ao mercado de seguros<br />
Acompanhe<br />
UM RESUMO<br />
DOS EVENTOS<br />
DO SETOR<br />
Too Seguros<br />
TRADIÇÃO E INOVAÇÃO<br />
EM UM SÓ LUGAR<br />
Seguradora atua com as<br />
modernas tecnologias do<br />
setor sem abrir mão do<br />
olhar humanizado para<br />
os consumidores<br />
>><br />
>><br />
ESPECIAL MULHERES<br />
Empresas investem na diversidade para atrair<br />
talentos e atender novas demandas<br />
Um olhar feminino sobre a equidade de gênero<br />
nas companhias
EDITORIAL<br />
Somos muitas e<br />
queremos nosso lugar<br />
Um mercado extremamente masculino. O nosso mercado<br />
de seguros ainda é assim. Não vemos mulheres<br />
na liderança das entidades do setor mais antigas. Elas<br />
estão à frente de apenas duas delas, buscando o espaço para<br />
mostrar um novo olhar para produtos e serviços.<br />
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8<br />
março, não é romântico. Ele é político. Serve para lembrar que<br />
os direitos devem ser iguais, porque os deveres são mais do<br />
que divididos entre os gêneros. Enquanto isso, podemos atuar<br />
para empoderar as meninas que conhecemos, principalmente<br />
aquelas com menos condições, em situação mais vulnerável.<br />
Elas precisam ter consciência de que podem tudo, de que têm<br />
capacidade para fazerem o que quiserem.<br />
Nesta edição especial mostramos como manter um<br />
ambiente diverso nas empresas é importante. Da mesma forma,<br />
trazemos artigos de mulheres importantes do nosso mercado,<br />
que falam sobre as suas experiências pessoais e nas empresas<br />
em que atuam. Temos representantes de seguradoras,<br />
corretoras de seguros, prestadoras de serviços, enfim, um rol<br />
bastante ‘diverso’.<br />
Boa leitura<br />
MARÇO 2023 • Nº 285 • ANO 28<br />
EXPEDIENTE<br />
Diretora de Redação:<br />
Kelly Lubiato - MTB 25933<br />
klubiato@revistaapolice.com.br<br />
Diretor Executivo:<br />
Francisco Pantoja<br />
francisco@revistaapolice.com.br<br />
Redação:<br />
Nicole Fraga<br />
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Colaborador:<br />
André Felipe de Lima<br />
Executiva de Negócios:<br />
Graciane Pereira<br />
graciane@revistaapolice.com.br<br />
Diagramação e Arte:<br />
Enza Lofrano<br />
Tiragem:<br />
12.000 exemplares<br />
Circulação:<br />
Nacional<br />
Periodicidade:<br />
Mensal<br />
Os artigos assinados são de<br />
responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />
não representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda e<br />
de público dirigido<br />
Diretora de Redação<br />
CORRECTA EDITORA LTDA<br />
Administração, Redação e Publicidade:<br />
Avenida Ibirapuera, 2033 - cjto 183<br />
Edifício Edel Trade Center<br />
04029-901 São Paulo/SP<br />
CNPJ: 00689066/0001-30<br />
Mande suas dúvidas,<br />
críticas e sugestões para<br />
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twitter.com/revistaapolice<br />
revista apólice<br />
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ÍNDICE<br />
05 painel<br />
06 gente<br />
ESPECIAL MULHERES<br />
CAPA<br />
Too Seguros mostra que é possível aliar inovação<br />
e tradição em uma empresa, que está disposta<br />
a atender o consumidor da forma como ele<br />
desejar, com transparência e agilidade<br />
>> PÁG. 8<br />
ESPECIAL MULHERES<br />
artigos<br />
18 AXA<br />
20 Ciclic<br />
22 GEO<br />
24 Inter Risk<br />
26 Junker<br />
28 Mapfre<br />
30 Facsi<br />
31 Sindseg<br />
32 Tokio Marine<br />
DIVERSIDADE<br />
Várias foram as conquistas nos últimos anos, mas<br />
ainda é necessário percorrer um longo caminho<br />
que mulheres, pessoas negras, deficientes,<br />
LGBTQIA+ sejam incluídos no mercado de<br />
trabalho<br />
>> PÁG. 12<br />
34 evento<br />
A Sou Segura realizou o seu summit<br />
para apresentar às mulheres os<br />
desafios da equidade de gênero. O<br />
CCS-SP e a Aconseg-SP realizaram<br />
seus encontros mensais<br />
Os artigos assinados são de responsabilidade<br />
exclusiva de seus autores, não representando,<br />
necessariamente, a opinião desta revista.<br />
4
PAINEL<br />
agronegócio<br />
Corretora em expansão<br />
A JDT Seguros se consolidou no segmento de<br />
seguros de equipamentos agrícolas junto às redes de<br />
concessionários da John Deere e Stara, e investe na<br />
ampliação da operação de equipamentos e diversificação<br />
de negócios.<br />
De acordo com Juliana Tiede, CEO da corretora,<br />
“estamos iniciando um novo ciclo de crescimento.<br />
Nosso objetivo é expandir em território nacional”. Ela<br />
conta que esse movimento iniciou no ano passado,<br />
com o início da comercialização do seguro agrícola,<br />
em uma operação liderada por Luiz Carlos Meleiro.<br />
Este ano, um dos focos é desenvolver-se no mercado<br />
de Vida e Benefícios, buscando oferecer às empresas<br />
clientes uma solução completa em seguros.<br />
parceria<br />
Seguro residência para consumidores<br />
de aplicativo<br />
A Allianz Seguros juntou forças com o Rappi<br />
para levar seguro residência aos seus clientes através<br />
do canal digital. O serviço,<br />
disponível para os assinantes<br />
do Rappi<br />
Prime, visa facilitar<br />
o acesso<br />
para contratação<br />
de soluções<br />
de proteção<br />
para casas<br />
e apartamentos<br />
de todo o Brasil.<br />
Os clientes<br />
Rappi Prime acessam<br />
uma página de benefícios<br />
exclusivos e lá encontram a landing page da Allianz.<br />
Nela, o cliente preenche alguns dados básicos, e basta<br />
aguardar o contato do corretor para concluir a compra.<br />
Todo o processo deve ocorrer de maneira ágil e<br />
simplificada.<br />
saúde<br />
Experiência com Inteligência Artificial<br />
Para tornar mais eficiente a experiência do corretor<br />
no atendimento pós-venda dos produtos SPG, para<br />
empresas de 3 a 199 pessoas,<br />
a Bradesco Saúde promoveu<br />
duas importantes evoluções<br />
inseridas no Portal de<br />
Negócios: o uso da Bradesco<br />
Inteligência Artificial (BIA)<br />
no processo de alteração<br />
cadastral e o lançamento do<br />
Canal de Apoio ao Corretor<br />
(CAC).<br />
“As novidades fazem<br />
parte de uma série<br />
de aprimoramentos na experiência<br />
do corretor nas<br />
solicitações de pós-venda dos produtos SPG, obtidas<br />
a partir da automação de diversos processos no sistema<br />
Movimentação Expressa,<br />
o MOVE. O uso<br />
da Inteligência Artificial<br />
na alteração cadastral e<br />
o novo canal de suporte<br />
resultarão em ganhos<br />
de produtividade aos<br />
corretores, em razão de<br />
respostas mais assertivas<br />
e ágeis, otimizando a<br />
comunicação e o relacionamento<br />
mais estreito”,<br />
afirma Sylvio Vilardi, diretor<br />
da seguradora.<br />
5
gente<br />
NOVA EM OPERAÇÕES<br />
Desde o início deste ano, Kaine Cristine é<br />
a COO (Chief Operating Officer) da Sancor Seguros<br />
Brasil. A executiva é a primeira mulher a assumir<br />
um cargo de diretoria da<br />
matriz brasileira. Na Sancor<br />
Seguros, Kaine atuou<br />
como especialista e conquistou<br />
espaço como gerente<br />
atuarial, com foco<br />
em dados, reservas, regulatórios,<br />
produtos, resseguros<br />
e inteligência de<br />
mercado. Este fato marca<br />
os novos passos da seguradora, que neste ano completa<br />
10 anos de atuação no Brasil e está sob comando<br />
de Edward Lange, CEO desde agosto de 2022.<br />
MUDANÇAS REGIONAIS<br />
Desde 1º de março,<br />
a seguradora Zurich promoveu<br />
mudanças em duas<br />
diretorias de distribuição<br />
nacionais. João Amato, diretor<br />
Regional São Paulo Interior<br />
desde 2021, assume a<br />
Diretoria Regional Sul. Para estar à frente do interior<br />
paulista, chega à companhia Marcia Radavelli, que<br />
assumiu no dia 08 de março.<br />
O diretor executivo<br />
de Distribuição da Zurich<br />
no Brasil, Marcio Benevides,<br />
comenta que as movimentações<br />
mostram que<br />
a empresa segue atenta<br />
para fazer diferença no<br />
mercado. “Acreditamos na<br />
expertise de ambos para,<br />
junto a todo o nosso time,<br />
criar soluções para aprimorar a jornada dos corretores<br />
e dos clientes. Tenho certeza de que todo amplo<br />
conhecimento do mercado e domínio sobre as regiões<br />
trarão resultados ainda mais expressivos à Diretoria<br />
Regional Sul e à Diretoria Regional São Paulo<br />
Interior”, finaliza.<br />
SÓCIOS DE VENDAS E DADOS<br />
A Fitinsur anunciou<br />
dois novos sócios que chegam<br />
com a missão de impulsionar<br />
as áreas de Growth<br />
(Vendas) e Dados. Um<br />
deles é Everton de Castro,<br />
profissional que possui mais<br />
de 20 anos de experiência e<br />
um profundo conhecimento técnico em produtos<br />
e serviços, além de uma vasta experiência administrativa.<br />
Ele será o responsável pela área de Growth<br />
e conduzirá as iniciativas<br />
estratégicas relacionadas a<br />
geração de escala para as<br />
soluções atuais e desenvolvimento<br />
de novas ofertas<br />
com foco no crescimento da<br />
carteira de clientes.<br />
Já a responsabilidade<br />
pela área de Dados caberá a<br />
Bruno Rodrigues, que é especialista em análise de<br />
dados e conta com mais de 10 anos de experiência<br />
atuando no setor financeiro, tanto em banco de varejo<br />
quanto em consultorias estratégicas.<br />
NOVO CEO<br />
Luciano Soares,<br />
executivo de carreira<br />
do Grupo Icatu, será o<br />
novo presidente da Icatu<br />
Seguros, no lugar de<br />
Luciano Snel, que passará<br />
a ocupar uma cadeira<br />
no Conselho de Administração da seguradora.<br />
Nas últimas três décadas, Soares se tornou sócio<br />
do banco antes de atuar na holding, onde participou<br />
de operações relevantes para a companhia,<br />
a exemplo da recompra da Hartford, até se tornar<br />
conselheiro da seguradora, há 15 anos. Já Snel<br />
também ocupou posições estratégicas na empresa,<br />
a exemplo da presidência da Icatu Vanguarda (a<br />
gestora de investimentos do Grupo Icatu), até chegar<br />
à posição de CEO da seguradora, que ocupou<br />
pelos últimos nove anos.<br />
Foto: Márcio Menasce<br />
6
COMERCIAL DE PESO<br />
Para potencializar seus negócios e buscar novos<br />
nichos de atuação, a American Life fez duas contratações<br />
de peso para a área comercial: Geniomar<br />
Pereira e Valmir Rodrigues, como diretores. O objetivo<br />
da companhia é buscar visibilidade nacional.<br />
A gestão voltada para os corretores de seguros será<br />
muito próxima, para dar todo o suporte e apoio comercial<br />
necessários para incrementar a parceria. O<br />
foco inicial será nos produtos de Vida em Grupo e<br />
RCO, que são os mais comercializados pela American<br />
Life. Porém, a estratégia é avançar em outras linhas<br />
de negócios.<br />
“O mercado de seguros poderá esperar muito<br />
trabalho e dedicação. Estaremos atentos aos pontos<br />
de melhorias e a todas as possibilidades para avançarmos<br />
em novas linhas de negócios. Juntamente com<br />
o Valmir Rodrigues, usaremos todo nosso relacionamento<br />
e conhecimento, sempre em prol da melhor<br />
solução”, afirma Genionar Pereira.<br />
Valmir acrescenta: “Me sinto feliz, honrado pelo<br />
desafio e confiança, muito determinado a realizar um<br />
trabalho de fortalecimento do relacionamento com<br />
os corretores, representantes e assessorias. Os profissionais<br />
contarão com muito comprometimento de<br />
entrega, disponibilidade, dedicação em tempo integral,<br />
capacitação, estudo das necessidades e busca de<br />
soluções”.<br />
TROCA DE REGULADOR<br />
Alessandro Octaviani Luis foi nomeado<br />
novo Superintendente da Susep. Ele substitui o<br />
corretor de seguros Alexandre Camillo, que ficou<br />
no cargo de novembro de 2021 a janeiro de 2023.<br />
Octaviani é Bacharel<br />
em Direito, Mestre em<br />
Ciência Política e Doutor<br />
em Direito Econômico<br />
e Financeiro pela<br />
Universidade de São<br />
Paulo (USP), possui<br />
larga experiência na<br />
prática jurídica, especialmente<br />
em temas<br />
de direito econômico,<br />
como o Direito Econômico<br />
da Concorrência e o Direito Econômico do<br />
Seguro. Foi Conselheiro do Conselho Administrativo<br />
de Defesa Econômica (CADE) e é Professor<br />
Doutor de Direito Econômico e Economia Política<br />
da Faculdade de Direito da USP.<br />
BROOKER<br />
A Marsh McLennan<br />
anunciou a nomeação<br />
de Ricardo<br />
Brockmann como CEO<br />
da Marsh McLennan<br />
América Latina e Caribe<br />
(LAC), além de suas<br />
responsabilidades liderando<br />
a companhia na<br />
região, a partir de 1º de<br />
março 2022.<br />
Brockmann liderará um novo esforço colaborativo<br />
na região para entregar soluções inovadoras e<br />
maior impacto ao cliente nas interseções dos quatro<br />
negócios da empresa: Marsh, Mercer, Guy Carpenter<br />
e Oliver Wyman. Ele se reportará ao CEO da Marsh<br />
McLennan International, Flavio Piccolomini, e continuará<br />
baseado na Cidade do México. Andre Maxnuk,<br />
presidente da Mercer América Latina, se reportará<br />
ao Brockmann e continuará se reportando a Martine<br />
Ferland, Presidente e CEO Global da Mercer.<br />
7
CAPA<br />
TOO SEGUROS<br />
Tradição & Inovação<br />
COMO A TOO SEGUROS ALIA SUA TECNOLOGIA E<br />
EXPERTISE NO NEGÓCIO SEM ABRIR MÃO DAS<br />
NUANCES TRADICIONAIS DO MERCADO<br />
Desde a mudança de marca, há 4 anos, de Pan Seguros<br />
para Too Seguros, a empresa alcançou novas<br />
fronteiras com produtos em expansão no mercado<br />
como, por exemplo, seguro Fiança Locatícia, que obteve<br />
crescimento exponencial no último ano, além de investimentos<br />
constantes no lançamento de seguros financeiros,<br />
automotivos e digitais.<br />
8
Hoje é reconhecida como uma companhia que alia a tecnologia<br />
e nuances tradicionais no mercado, mas muito voltada para<br />
as experiências dos clientes e parceiros, com decisões baseadas em<br />
dados.<br />
A seguradora ampliou sua participação no mercado de seguros,<br />
além de contar com novos corretores e parceiros interessados<br />
na distribuição de seus produtos. “O acesso ao nosso site,<br />
que concentra o início da jornada, saltou 260% o tráfego mensal,<br />
o que é muito expressivo para uma marca jovem”, aponta Rennê<br />
Mitsuoka, head de marketing, growth e UX da Too Seguros.<br />
A Too soube aliar a inovação tecnológica e novos recursos<br />
para trabalhar na distribuição de seus produtos e trabalhar com<br />
novas parcerias, além de aprimorar seu relacionamento com quem<br />
já faz parte do time. Assim, foi uma das primeiras companhias a utilizar<br />
o WhatsApp como forma de comunicação com os segurados,<br />
facilitando o contato e envio de documentação, além de oferecer<br />
outros canais como correios e telefone para que o cliente escolha o<br />
que for mais conveniente para ele.<br />
Ao mesmo tempo em que os seguros em geral já se beneficiam<br />
do movimento de transformação digital, a Too soube aproveitar<br />
esse momento para acoplar serviços que já funcionam no<br />
mercado e que façam sentido em produtos digitais. Isso aconteceu<br />
com a escalada de produtos financeiros e igualmente digitais,<br />
como contas bancárias e cartão de crédito, que receberam um upgrade<br />
com serviços de proteção. “Nos beneficiamos do movimento<br />
de digitalização para aprimorar consideravelmente os que já temos<br />
em casa, com redução de fricção com o cliente tanto para a contratação<br />
dos produtos financeiros dos nossos parceiros quanto dos<br />
nossos seguros”, reforça Ruben Yoon Lee, superintendente de produtos<br />
da Too Seguros.<br />
A seguradora conta com uma área especial para a prospecção<br />
de clientes na esfera digital, com estrutura do departamento<br />
de marketing para crescer em produtos e canais digitais. “São soluções<br />
de proteção a transações financeiras, produtos de vida e<br />
assistências que queremos ofertar junto aos nossos parceiros digitais”,<br />
declara Lee, acrescentando que a carteira de destaque é a<br />
de proteção financeira, porque junto ao seguro de vida ela pode<br />
proporcionar soluções com assistências que os consumidores possam<br />
utilizar, como o seguro de acidentes pessoais com assistência<br />
à saúde, desconto em medicamentos, acesso à telemedicina e uma<br />
rede credenciada de laboratórios e clínicas que o cliente pode acessar<br />
com desconto.<br />
Outra carteira importante para a companhia é a proteção<br />
para automóveis. Lee ressalta: “Não exploramos diretamente o seguro<br />
auto compreensivo, mas soluções adjacentes ao tema, como<br />
garantia mecânica para o veículo e uma carteira de RCF (Responsabilidade<br />
Civil Facultativa). São dois produtos com boas expectativas<br />
para 2023”.<br />
Entre os diferenciais do serviço de assistência que já é oferecida<br />
junto ao seguro estão as oficinas credenciadas da Bosch, que<br />
fazem serviço de manutenção, sendo a Too a primeira seguradora<br />
a ser parceira da rede, e oficinas especializadas em atendimento<br />
para mulheres.<br />
“A digitalização nos<br />
permite trazer mais<br />
transparência na hora<br />
da comercialização, com<br />
um consumidor mais<br />
consciente do que está<br />
adquirindo. Com dados<br />
sendo utilizados para<br />
oferecer produtos que<br />
façam sentido para cada<br />
cliente, ele se fideliza”<br />
CAMILA WAGNER SALVADORI,<br />
superintendente de planejamento<br />
comercial e canais digitais<br />
Ou seja, produtos muito bem conhecidos<br />
no mercado foram aprimorados<br />
para agregar ainda mais valor, uma<br />
jornada melhor e mais benefícios aos<br />
parceiros e clientes. Tudo isso foi pensando<br />
em decisões baseadas em dados.<br />
CANAIS DIGITAIS<br />
Camila Wagner Salvadori, superintendente<br />
de planejamento comercial e<br />
canais digitais explica que a Too Seguros<br />
possui dois canais fortes de distribuição,<br />
além dos corretores de seguros: bancassurance<br />
e o canal imobiliário. O primeiro<br />
é o canal com maior inovação na digitalização<br />
dos processos de venda de seguro<br />
e comunicação direta com o próprio segurado.<br />
A tecnologia permite à empresa<br />
coletar mais dados e, com isso, ela começou<br />
a estruturar e investir em uma venda<br />
contextualizada de seguros, fazendo<br />
uma personalização. “Não existe um conceito<br />
formado na população brasileira de<br />
que ela contrata seguros com brechas de<br />
informações. A digitalização nos permite<br />
trazer mais transparência na hora da comercialização,<br />
com um consumidor mais<br />
9
CAPA<br />
TOO SEGUROS<br />
“A tecnologia ajuda no<br />
processo de sinistros<br />
porque hoje temos<br />
formas de consultas e<br />
validação que podem<br />
isentar o segurado<br />
de ter que mandar<br />
documentos, ir atrás<br />
de documentações e<br />
facilitamos sua entrada<br />
no sistema”<br />
PATRÍCIA GARCIA NUNES,<br />
superintendente de sinistros, serviços<br />
e atendimento ao cliente<br />
consciente do que está adquirindo. Com<br />
dados sendo utilizados para oferecer<br />
produtos que façam sentido para cada<br />
cliente, ele se fideliza”, avalia Camila.<br />
A executiva destaca que há dois<br />
modelos na entrega: seguro acoplado<br />
a um produto de crédito financeiro e<br />
venda individual do seguro. A venda individualizada<br />
precisa ser mais bem contextualizada.<br />
É preciso ter estratégias<br />
de abordagem diferentes, pois a venda<br />
cruzada é necessária para rentabilizar o<br />
cliente e gerar fidelização com os canais<br />
da seguradora.<br />
A Too Seguros tem sua marca associada<br />
à imagem do parceiro. “É preciso<br />
ter muita qualidade do produto porque<br />
é a marca dele que está na linha de frente.<br />
É preciso ter comunicação fluída, sem<br />
fricção, para que o cliente se sinta satisfeito<br />
por estar sendo atendido ali, na linguagem<br />
e dentro da plataforma do parceiro<br />
“, enfatiza Camila.<br />
SINISTRO: A HORA DA VERDADE<br />
O momento do sinistro é o mais<br />
delicado para o cliente. É necessário<br />
facilitar este processo, ajudando-o na<br />
utilização do produto que ele adquiriu,<br />
simplificando documentações e o seu entendimento do processo<br />
que precisa ser feito. O sinistro exige agilidade e humanização ao<br />
mesmo tempo. “Precisamos entender que a pessoa que está no processo<br />
de sinistro, seja ele qual for, está passando por um momento<br />
difícil. Não é uma situação agradável ou sem impacto”, comenta Patrícia<br />
Garcia Nunes, superintendente de sinistros, serviços e atendimento<br />
ao cliente.<br />
Não há maneira de oferecer uma jornada melhor para<br />
o cliente sem, de fato, se colocar no seu lugar e entender que o<br />
momento é delicado. Entretanto, isso precisa ser feito com muita<br />
simplicidade para que este processo não se torne mais oneroso e,<br />
ao mesmo tempo, evitando fraudes. Patrícia, no entanto, diz que<br />
a jornada do cliente em produtos financeiros e em seguros é um<br />
processo regulado, com algumas exigências, o que aumenta a sua<br />
dificuldade.<br />
“O que mudou a nossa forma de atendimento foi o canal do<br />
WhatsApp, que foi muito aderente ao público, porque conseguiu<br />
fazer todo o processo digital e ainda elucidar dúvidas na hora. Este<br />
é um canal com o qual o brasileiro está habituado, consegue enviar<br />
fotos, produtos para pessoas com mais idade, menos familiarizados<br />
com tecnologia. A tecnologia ajuda no processo de sinistros porque<br />
hoje temos formas de consultas e validação que podem isentar o<br />
segurado de ter que mandar documentos, ir atrás de documentações<br />
e facilitamos sua entrada no sistema”, especifica Patrícia.<br />
A Too Seguros possui uma taxa de sinistralidade na casa dos<br />
26% e tem consciência da necessidade de colaborar com a educação<br />
financeira dos consumidores. “Por isso, temos que nos comunicar<br />
mostrando o contrato de seguro como acordo entre duas<br />
partes, temos que ser claros e transparentes neste aspecto. Como<br />
companhia e mercado temos muitas oportunidades de ajudar na<br />
conscientização do consumidor”, conta Patrícia.<br />
Para ela, é fundamental entender que o departamento de<br />
sinistros é a retroalimentação do negócio como um todo. As interações<br />
dos clientes com a assistência é a retroalimentação de produtos,<br />
estratégia, planejamento comercial, gestão de pessoas, subscrição,<br />
cobertura de produtos e serviços, processos internos, jornadas<br />
no site etc.<br />
“Nos beneficiamos do movimento<br />
de digitalização para aprimorar<br />
consideravelmente os que já temos em casa,<br />
com redução de fricção com o cliente tanto<br />
para a contratação dos produtos financeiros<br />
dos nossos parceiros quanto dos nossos<br />
seguros”<br />
RUBEN YOON LEE, superintendente de produtos<br />
10
“Inovamos na contratação de pessoas<br />
alinhadas ao novo momento do marketing<br />
e tecnologia para impulsionar a velocidade<br />
da comunicação. Investimos em estratégias<br />
de performance digital e criamos uma área<br />
de growth para escalar nossos resultados e<br />
alcance de marca”<br />
RENNÊ MITSUOKA, head de marketing, growth e UX<br />
COMUNICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO<br />
A empresa investiu em meios tradicionais de comunicação<br />
(eventos e feiras de dentro e fora do mercado) para aumentar a<br />
visibilidade da marca. O investimento em marketing digital foi<br />
a grande alavanca para o conhecimento da marca. “Inovamos na<br />
contratação de pessoas alinhadas ao novo momento do marketing<br />
e tecnologia para impulsionar a velocidade da comunicação. Investimos<br />
em estratégias de performance digital e criamos uma área de<br />
growth para escalar nossos resultados e alcance de marca”,explica<br />
Mitsuoka.<br />
A grande estrela desse processo de divulgação é o blog da<br />
companhia, que investe na comunicação institucional, ajudando o<br />
consumidor a entender melhor cada produto sem, no entanto, falar<br />
sobre a marca da companhia. “Não queremos vender um produto<br />
apenas e sim educar a comunidade e, ao mesmo tempo, divulgar<br />
nossa marca como uma marca ativa na educação sobre seguros no<br />
Brasil. Desta forma conseguimos ampliar o acesso ao site e surfamos<br />
na onda digital em parceria com as mídias tradicionais”, acrescenta<br />
o gerente de marketing da Too Seguros. A companhia também<br />
está presente em todas as redes sociais, inclusive o Tik Tok,<br />
onde aproveita as trends para criar conteúdo nativo.<br />
Este movimento fez com que o desejo pela marca se tornasse<br />
constante. Na busca sobre locação de imóveis, as pessoas acabam<br />
encontrando a marca Too Seguros e pedem aos seus corretores<br />
de seguros para procurar a seguradora.<br />
O produto de fiança locatícia, que é o carro-chefe da comercialização<br />
via corretores, passou por várias modificações, tanto no<br />
pacote de serviços e assistências que oferece como também em<br />
score de aprovação, porque a empresa investe em Data Science,<br />
modelos estatísticos para melhorar o score. “Isso faz com que a Too<br />
ofereça produtos com aceitação melhor e com precificação melhor<br />
em relação a outras seguradoras. Também passamos para a busca<br />
ativa digitalmente, com campanhas de performance em marketing<br />
digital que fala diretamente com corretoras e imobiliárias”, comenta<br />
Mitsuoka.<br />
Nesta linha digital também fizeram a diferença os profissionais<br />
que entraram no mercado de seguros. Há quatro anos, por<br />
exemplo, não havia a necessidade de<br />
profissionais ligados à UX (User Experience)<br />
e CX (Customer Experience), que<br />
são áreas completamente novas para o<br />
setor, para medir o impacto da jornada<br />
do cliente nos negócios. Estes times não<br />
olham apenas para o meio digital, mas<br />
também para as práticas tradicionais<br />
do mercado de seguros, como melhorar<br />
certificados de seguros, reformulação<br />
de condições gerais para tornar a leitura<br />
mais agradável, como melhorar o caminho<br />
para atendimento dos bots e torná-<br />
-lo mais amigável e a jornada de contratação<br />
dos produtos em meios digitais,<br />
como fica a melhor disposição do texto,<br />
benefícios do produto etc.<br />
Para criar produtos, a Too Seguros<br />
olha para técnicas de usabilidade feitas<br />
em produtos de outros setores e traduz<br />
para o mercado de seguros. Os novos<br />
bancos são um mercado superaquecido<br />
para inovação. Os aplicativos pedem<br />
para trazer a venda do seguro alinhada<br />
aos produtos financeiros.<br />
Ainda para 2023, a Too prepara<br />
uma intensa agenda de tecnologia,<br />
dados e implantações que colocarão a<br />
seguradora como um player ainda mais<br />
competitivo no mercado. “Estamos desenvolvendo<br />
modelos estatísticos junto<br />
às nossas áreas de Ciência de Dados e<br />
Crédito para priorização de conversão de<br />
fichas que foram aprovadas. Isso significa<br />
que os corretores que atuam com a gente<br />
poderão tomar decisões baseadas em<br />
dados e focar em compor suas carteiras<br />
com clientes que são saudáveis ao seu<br />
negócio. Assim, contribuiremos para que<br />
nossos parceiros rentabilizem ainda mais<br />
as suas operações”, completa Rennê.<br />
Uma outra expectativa é lançar novos<br />
produtos, mas também está no foco<br />
a revisitação aos produtos do portfólio e<br />
expansão em produtos de bancassurance,<br />
imobiliários, financeiros e auto.<br />
A estratégia do ano contempla<br />
também avaliar e construir oportunidades<br />
de negócios rentáveis com novos<br />
parceiros, sejam eles corretores de<br />
seguros, bancos, fintechs, insurtechs,<br />
corbans, players do setor automotivo e<br />
imobiliário.<br />
11
ESPECIAL MULHERES<br />
EQUIDADE<br />
DIVERSIDADE,<br />
‘idioma’ para<br />
sustentabilidade<br />
AS CONQUISTAS FORAM MUITAS<br />
NOS ÚLTIMOS ANOS, MAS AINDA<br />
É PRECISO PERCORRER UM<br />
LONGO CAMINHO PARA QUE<br />
MULHERES, PESSOAS NEGRAS, COM<br />
DEFICIÊNCIA, LGBTQIA+ ENTRE<br />
OUTRAS SEJAM VERDADEIRAMENTE<br />
INCLUÍDAS NO MERCADO DE<br />
TRABALHO. O SETOR DE SEGUROS,<br />
POR EXEMPLO, VEM ABRINDO<br />
FRENTES INCLUSIVAS, MAS<br />
A DESIGUALDADE PERSISTE,<br />
SOBRETUDO NA EQUIPARAÇÃO<br />
SALARIAL ENTRE HOMENS E<br />
MULHERES<br />
André Felipe de Lima<br />
Há dois anos, a filósofa Djamila Ribeiro<br />
frisou o seguinte: “Antes de<br />
conversar sobre diversidade, precisamos<br />
conversar sobre desigualdade”.<br />
Talvez esse seja o passo mais importante<br />
a ser dado por profissionais, consultores,<br />
executivos e empresários para que o<br />
tema “inclusão” seja melhor internalizado<br />
no mercado de trabalho. O setor de seguros,<br />
por exemplo, intensificou esse debate<br />
em 2017, ano em que a Confederação<br />
Nacional das Seguradoras (CNseg) realizou<br />
o 1º Encontro do Setor de Seguros<br />
com a Diversidade e a Inclusão e, simultaneamente,<br />
apresentou um grupo de<br />
trabalho, o GT de Diversidade, Equidade<br />
e Inclusão (DEI), cuja premissa é criar um<br />
fórum contínuo para que as seguradoras<br />
debatam e promovam suas ações inclusivas<br />
e de diversidade. O fruto da iniciativa<br />
da Confederação constituiu-se em uma<br />
cartilha de boas práticas para diversidade<br />
na indústria securitária, um dos primeiros trabalhos setoriais realizados<br />
sobre o tema no país, como argumenta a diretora de Sustentabilidade<br />
e Relações de Consumo da CNseg, Ana Paula Almeida Santos,<br />
e também na criação, em 2019, do Dia da Diversidade e Inclusão no<br />
Setor de Seguros, comemorado todo dia 25 de setembro.<br />
Mas a aposta na diversidade e inclusão permanece firme.<br />
Em 2022, a CNseg aderiu à carta aberta de apoio à diversidade, ao<br />
respeito e à inclusão de pessoas LGBTI+ nos ambientes de trabalho<br />
12
ANA PAULA ALMEIDA SANTOS,<br />
da CNseg<br />
brasileiros, iniciativa promovida pelo Instituto Mais Diversidade em<br />
parceria com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ da Out & Equal<br />
e endereçada aos candidatos às eleições presidenciais.<br />
Hoje, o grupo de trabalho inclusivo da CNseg tem a representação<br />
de 27 seguradoras. Uma das ações do GT — prevista na<br />
agenda-estratégica da Confederação para 2023 — é a realização<br />
do mapeamento da diversidade no setor de seguros, uma expansão<br />
dos dados já obtidos no relatório de sustentabilidade da<br />
entidade. “A ideia é analisar o perfil da<br />
força de trabalho das seguradoras, levantando<br />
indicadores de diversidade, a<br />
fim de obter uma visão ampliada sobre<br />
o tema e, em seguida, montar um plano<br />
de ação de alto impacto. Em paralelo, a<br />
CNseg planeja promover neste ano um<br />
treinamento de diversidade, equidade e<br />
inclusão, junto com uma instituição de<br />
educação empresarial, para os membros<br />
do conselho diretor da CNseg, composto<br />
pelos presidentes de seguradoras, para<br />
sensibilizar a alta liderança das empresas<br />
sobre a importância da agenda diversidade”,<br />
antecipa Ana Paula.<br />
A CNseg busca a igualdade de gênero<br />
em seus postos de trabalho internos.<br />
Hoje, 60% dos colaboradores da entidade<br />
são mulheres, sendo que 70% dos cargos<br />
de liderança são ocupados também por<br />
mulheres.<br />
Como popularmente se diz: o bom<br />
exemplo deve sempre vir de cima. Paralelamente<br />
à mobilização inclusiva da CNseg<br />
e ao agendamento que propõe sobre<br />
o tema “diversidade”, empresas do mercado<br />
segurador também se articulam com<br />
o mesmo propósito. Há, contudo, algumas<br />
distorções, como aponta a pesquisa<br />
Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil,<br />
coordenada pela Escola de Negócios<br />
e Seguros (ENS), divulgada em setembro<br />
do ano passado, para a qual foram ouvidas<br />
16 empresas em um universo de quase<br />
12 mil funcionários.<br />
13
ESPECIAL MULHERES<br />
EQUIDADE<br />
LUCIANA AMARAL,<br />
da Tokio Marine<br />
O primeiro aspecto sinalizado pela<br />
pesquisa da ENS é que, em dez anos, o<br />
crescimento da inclusão de mulheres na<br />
folha de funcionários das seguradoras<br />
mostra-se estagnado. Em 2012, a participação<br />
feminina no total de empregados<br />
no setor era de 57%. Hoje está em 55%.<br />
O estudo indica também que nas<br />
seguradoras as mulheres equivalem a<br />
57% dos cargos de menor qualificação.<br />
Entre os homens o percentual é de 31%.<br />
Entre os cargos executivos, houve uma<br />
evolução positiva: para cada diretora mulher,<br />
há 2,2 diretores homens. Em 2012,<br />
a proporção era de quatro homens para<br />
uma mulher. Na comparação salarial a<br />
distorção é mais acentuada: em 2021, os<br />
homens ganhavam R$ 8,3 mil por mês e<br />
as mulheres, R$ 5,8 mil.<br />
Embora os indicadores apontem<br />
que a diversidade de gênero ainda enfrenta<br />
resistências no mercado de seguros,<br />
que não foge à regra de um universo<br />
mais amplo da desigual sociedade brasileira,<br />
as companhias do setor programam<br />
políticas internas para que a igualdade de<br />
gênero em seus quadros funcionais seja<br />
mais efetiva e reverta a desigualdade.<br />
DIVERSIDADE NO DIA A DIA<br />
DA EMPRESA<br />
Há um amadurecimento das empresas<br />
em relação ao tema, mas ainda<br />
há muito a ser feito. Para Ana Paula, da<br />
CNseg, o Relatório de Sustentabilidade<br />
de 2021, da Confederação, destaca que todas as empresas que dele<br />
participaram afirmam adotar boas práticas de não-discriminação e<br />
implementam ações relacionadas ao tema. “Além disso, 40,9% das<br />
empresas participantes afirmaram ser signatárias de pactos de DEI,<br />
sendo que 77,8% são signatárias da ONU Mulheres – Women Empowerment<br />
Principles. Sobre igualdade de gênero, 54,5% das empresas<br />
têm metas para ampliar a participação de mulheres em cargos<br />
de gestão. Esses dados demonstram uma evolução das intenções<br />
das práticas e das ações”, conclui.<br />
A Tokio Marine, por exemplo, é uma das empresas que buscam<br />
fazer da diversidade uma de suas bandeiras de gestão. Desde<br />
2017, a seguradora empenha-se nesse sentido ao implementar programas<br />
como o Tokio com Todos, um selo para todas as iniciativas de<br />
promoção da equidade e da diversidade na companhia. Esse programa<br />
compreende a inclusão cada vez maior de mulheres, de pessoas<br />
com deficiência e de cidadãos com mais de 50 anos, entre outros<br />
grupos, independentemente de gênero, raça, religião etc.<br />
Diretora de Pessoas, Planejamento e Sustentabilidade da<br />
Tokio Marine, Luciana Amaral percebe que o universo tradicionalmente<br />
masculino de seguros expandiu seus horizontes de atuação<br />
e deu espaço para a profissionalização de mulheres e pessoas mais<br />
jovens. “Afinal, uma organização diversa está mais preparada para<br />
atender um público que também é cada vez mais plural e complexo”,<br />
reflete Luciana, que complementa: “Antes, fazíamos seguros para<br />
atender basicamente às necessidades de pais de família, mas as mudanças<br />
da sociedade se refletiram no perfil do consumidor de seguros,<br />
que é, atualmente, representado também por mulheres, jovens,<br />
solteiros, casados, profissionais liberais, autônomos, estudantes.<br />
Dessa maneira, o seguro deixou de ter uma roupagem tradicional<br />
e ampliou os horizontes para corresponder às demandas dos mais<br />
variados públicos.”<br />
Mas Luciana observa que, apesar da evolução, ainda existem<br />
barreiras a serem superadas para que a diversidade seja internalizada<br />
em mais profusão: “O mercado de seguros ainda tem muito o<br />
que evoluir nesse sentido, mas é inegável que administrar diferentes<br />
perfis de pessoas dentro da organização tem reflexos muito positivos<br />
no clima organizacional e, consequentemente, nos resultados<br />
financeiros. Em nossa avaliação, com processos, funções e responsabilidades<br />
bem definidos, canais distintos para registro de sugestões<br />
e opiniões dos colaboradores, diferentes formas de treinamentos,<br />
além de gestores bempreparados, é possível colher bons frutos e ter<br />
sucesso.”<br />
“Essas diretrizes se desdobram em uma série de iniciativas<br />
desenvolvidas pela companhia, cujo objetivo é proporcionar um<br />
ambiente de trabalho que, acima de tudo, seja saudável para nossos<br />
colaboradores. Sobre diversidade na liderança, na Tokio Marine,<br />
diariamente, incentivamos, reconhecemos e aplaudimos o protagonismo<br />
feminino em todas nossas áreas. Hoje, 44,4% do quadro de<br />
líderes no geral é formado por mulheres”, salienta Luciana, reforçando<br />
que a Seguradora, hoje em 46 países, realiza videoconferências<br />
com os CEO’s e líderes de RH para disseminar conceitos, valores e<br />
a importância do respeito às diferenças, para que estas mensagens<br />
sejam difundidas entre todas as operações.<br />
14
COMO EXERCER LIDERANÇA JUSTA?<br />
C<br />
omo um líder empresarial deve estimular a inclusão entre<br />
os funcionários e as perspectivas de diversidade na companhia?<br />
A consultora Marta Gucciardi aponta o possível caminho:<br />
“Primeiro, é preciso entender em que fase do processo<br />
a empresa está, fazer um diagnóstico claro e objetivo sobre a<br />
realidade naquele momento. Entender como são os processos<br />
de trabalho, o que as pessoas pensam sobre isso, qual o grau de<br />
conhecimento sobre práticas inclusivas. Promover a inclusão na<br />
empresa é um trabalho que não acaba nunca, sempre é possível<br />
melhorar as práticas. Segundo, e muito importante, é preciso que as<br />
empresas destinem orçamento para isso. Promover a inclusão e a<br />
equidade significa rever processos, metodologias, cultura, promover<br />
contratações, às vezes até fazer reformas físicas, comprar novos<br />
equipamentos. É preciso fazer investimentos sim, mas todos os<br />
estudos feitos até hoje mostram que os resultados são positivos,<br />
tanto financeiramente quanto para o posicionamento da marca. E por<br />
fim, promover ações afirmativas, lembrando que é primeiro preciso<br />
consolidar essas ações antes de sair contando para o mundo como<br />
MARTA GUCCIARDI,<br />
Consultora em diversidade e<br />
inclusão e cultura organizacional<br />
sua marca é diversa e inclusiva, para não<br />
correr o risco de praticar o que chamamos<br />
de diversity washing, ou seja, falar o que<br />
não foi feito.”<br />
PANDEMIA E NOVOS RUMOS<br />
Mesmo que o setor de seguros, como a sociedade brasileira<br />
em geral, ainda esteja tentando arrebentar grilhões que cerceiam o<br />
respeito à diversidade, a pandemia vem ditando novos rumos para<br />
o trabalho com vieses comportamentais sutis e que precisam ser<br />
debatidos. A escalada devastadora da doença forçou a implantação<br />
do trabalho remoto (em alguns casos híbrido). De certa forma, um<br />
senso de pertencimento no trabalho ficou comprometido porque<br />
muitas fronteiras e rituais do dia a dia de um ambiente físico de trabalho<br />
se tornaram tênues ou mesmo deixaram de existir.<br />
Consultora em diversidade e inclusão e cultura organizacional,<br />
Marta Gucciardi reconhece que o afastamento físico instaurado<br />
durante a pandemia mostra-se como um desafio para a diversidade.<br />
Desenvolvemos empatia e identificamos vieses mais facilmente<br />
com o contato próximo. A falta do olho no olho dificulta que a inteligência<br />
emocional se manifeste e os problemas de comunicação e<br />
posicionamento começam a surgir”, esclarece a especialista.<br />
Ao mesmo tempo — ressalta Marta — podemos considerar<br />
que o ambiente virtual também favorece a inclusão. “Uma empresa<br />
pode contratar uma profissional cadeirante, por exemplo, sem precisar<br />
fazer adaptações no espaço físico. A pergunta que fica é, isso<br />
é realmente incluir? Essa é uma questão<br />
para a qual não há uma resposta definitiva,<br />
e de mais a mais, foram desenvolvidas<br />
ao longo da pandemia inúmeras<br />
ferramentas e métodos para manter o<br />
engajamento”, salienta Marta. Segundo<br />
a consultora, o senso de pertencimento<br />
está mais ligado à cultura da empresa<br />
que propriamente à presença física: “Uma<br />
equipe com cultura de controle e comando<br />
terá mais dificuldade do que uma que<br />
atua com acolhimento e propósito, por<br />
exemplo.”<br />
Sócia-gerente da Fesa Group,<br />
companhia voltada para o recrutamento<br />
e seleção de profissionais de mercado,<br />
Thayanie Ujino avalia que as empresas<br />
que tiveram o senso de pertencimento<br />
abalado não possuem, geralmente, a diversidade<br />
como valor nem como parte da<br />
cultura da empresa. “Partimos da premissa<br />
15
ESPECIAL MULHERES<br />
EQUIDADE<br />
THAYANIE UJINO,<br />
da Fesa Group<br />
que aceitar a diversidade precisa estar na<br />
base de valores da companhia e ser uma<br />
questão que ancora a cultura, processos,<br />
modelos e relações. Quando a diversidade<br />
está firmada na empresa, fazendo parte<br />
do dia a dia, as mudanças, a exemplo<br />
do modelo de trabalho em tempos de<br />
pandemia, não têm grande impacto. Isso<br />
porque, por exemplo, as iniciativas acerca<br />
deste assunto também podem migrar<br />
para a esfera virtual. Além do mais, as<br />
organizações que se dedicam a construir<br />
um ambiente mais diverso conseguem,<br />
de forma mais fácil, perpetuar a importância<br />
da diversidade independente do<br />
formato online ou presencial”, referenda<br />
Thayanie.<br />
AMADURECIMENTO DAS EMPRESAS<br />
O fato é que a diversidade no mercado<br />
brasileiro, com ou sem pandemia,<br />
ainda está aquém do que verdadeiramente<br />
deveria ser. Mas há um amadurecimento<br />
das empresas em relação ao<br />
tema, como explica a procuradora regional<br />
do Trabalho, Adriane Reis de Araujo,<br />
que foi secretária adjunta da Secretaria<br />
de Cooperação Judiciária Internacional<br />
Trabalhista do Ministério Público do Trabalho,<br />
em 2019, e coordenadora nacional<br />
da Coordenadoria de Promoção da Igualdade<br />
de Oportunidades e Eliminação da<br />
Discriminação no Trabalho do Ministério<br />
Público do Trabalho (Coordigualdade),<br />
em 2020.<br />
“As empresas estão mais atentas à importância da diversidade<br />
em seus quadros. Sabem que a diversidade promove a produtividade<br />
na medida em que aprimora os serviços e produtos ofertados<br />
ao serem pensados e construídos com perspectivas e matrizes plurais.<br />
Entretanto, ainda estamos nos primeiros passos desse caminho.<br />
Em um país que se notabiliza pela desigualdade social com fortes<br />
marcadores raciais e de gênero, é preciso o comprometimento da<br />
administração e capacitação de todo o pessoal para que as ações de<br />
diversidade tenham efetividade e sejam bem recebidas dentro da<br />
própria empresa. É preciso que a empresa se reconheça como um<br />
importante polo de transformação social para se alcançar uma sociedade<br />
mais justa e igualitária em nosso país. Essa realidade abrange<br />
todos os setores da economia”, sublinha Adriane.<br />
A consultora Marta Gucciardi afirma ser injusto dizer que não<br />
houve avanços sobre diversidade na sociedade, mas quando ela<br />
aborda o tema em palestras, gosta de trazer a questão mais para<br />
perto do debate: “Minha provocação é: quantas pessoas que representam<br />
grupos minorizados — gênero, raça, etnia, orientação sexual,<br />
PCD, entre outros — fazem parte do seu cotidiano? Como você<br />
se relaciona com eles? O que você valoriza nesses relacionamentos?<br />
Meu receio é que falar sobre diversidade nas empresas torne o assunto<br />
distante da realidade das pessoas, como se fosse um assunto<br />
corporativo que não diz respeito a todos nós”, pondera Marta, particularizando<br />
a questão para a área de seguros: “As mulheres são<br />
maioria no setor de seguros, agora é hora de dar o próximo passo e<br />
avaliar a posição que ocupam nas empresas. É preciso prestar atenção<br />
a todos os pontos que podem desequilibrar essa relação, e eles<br />
começam já na descrição da vaga.”<br />
Thayanie Ujino mostra-se otimista. Para a especialista, as empresas<br />
estão dando mais atenção ao tema e buscando maneiras de<br />
garantir que a temática da diversidade (especialmente de gênero e<br />
de raça) esteja em suas pautas estratégicas, mudando processos e<br />
políticas e, consequentemente, impactando diretamente na cultura<br />
interna da companhia.<br />
Segundo Thayanie, as empresas estão focadas em ter mulheres<br />
em posições de liderança e outros profissionais diversos<br />
em cadeiras relevantes, mas não preparam a companhia para este<br />
movimento de mudanças. “Cultura, modelos, processos e políticas<br />
não são revisitadas nem adequadas ao novo momento da instituição”,<br />
diz.<br />
DIVERSIDADE DE GÊNERO E SUSTENTABILIDADE<br />
O que o mercado definitivamente precisa abraçar é a projeção<br />
de que a diversidade de gênero, indo além do valor da igualdade,<br />
será a força essencial e decisiva para o desenvolvimento sustentável.<br />
A promoção da diversidade de gênero é fator indispensável<br />
para o desenvolvimento sustentável e consolidação da democracia,<br />
assinala a procuradora Adriane Reis de Araújo, para quem é impossível<br />
abordar a sustentabilidade sem se falar na promoção da igualdade<br />
de oportunidades para as pessoas dos grupos minorados. “Assim<br />
como o desenvolvimento sustentável, a democracia deve atingir a<br />
todas as pessoas, ou seja, não pode se restringir apenas à metade<br />
da população. A promoção do desenvolvimento sustentável de<br />
16
qualquer país requer ampla participação, o que quer dizer a participação<br />
também de mulheres nos espaços públicos e privados de<br />
gestão e decisão”, afirma.<br />
O relatório da ONU Mulheres e da Organização Internacional<br />
do Trabalho (OIT) aponta que as mulheres representam o terceiro<br />
maior mercado consumidor do mundo, atrás apenas de China e Índia.<br />
“Se as mulheres tivessem a mesma participação que os homens<br />
no mercado, isso adicionaria US$ 28 trilhões na economia global.<br />
Como é possível desprezar um número desse? Além disso, há também<br />
os valores intangíveis. As mulheres trazem um novo comportamento<br />
e postura às empresas. Os executivos entendem essa questão,<br />
mas da teoria à prática ainda há um caminho a ser percorrido”,<br />
observa Marta Gucciardi.<br />
Para Adriane Reis, a integração das políticas de diversidade<br />
no Brasil ainda é tímida. Ele cita como exemplo desse cenário o resultado<br />
de pesquisa CNN Brasil Business. De 90 companhias de capital<br />
aberto que compunha o Ibovespa em 2022, apenas duas tinham<br />
mulheres ocupando a presidência. “Nos conselhos, essas empresas<br />
acumulavam 658 homens e apenas 119 mulheres, ou seja, os homens<br />
compunham 84,7% das vagas. Para que o mercado possa se<br />
dizer aberto à diversidade é preciso que as empresas cumpram, no<br />
mínimo, com 30% das vagas dos conselhos destinadas a mulheres.<br />
Esse percentual é o mínimo necessário para que as decisões colegiadas<br />
observem os interesses dos grupos minorados em suas deliberações.<br />
É preciso também observar a diversidade racial dentro<br />
do grupo, principalmente considerando que o Brasil tem uma população<br />
majoritariamente negra (56% da população)”, contabiliza a<br />
procuradora.<br />
DISCRIMINAÇÃO E TEMOR<br />
Em 2019, o LinkedIn ouviu cerca de mil profissionais LGB-<br />
TQIA+ de vários setores. Do total, 25% contaram para alguns colegas<br />
de trabalho sobre a orientação sexual e outros 25% ocultaram a informação.<br />
Mas a discriminação parece ter sido o maior desafio. Para<br />
a pesquisa, 35% dos entrevistados confirmaram ter sofrido algum<br />
tipo de discriminação nas empresas em que trabalham. A questão<br />
da orientação sexual é um exemplo da extrema necessidade da promoção<br />
da diversidade e da inclusão no mercado de trabalho. Mas<br />
existem outras que também precisam de políticas empresariais<br />
abertas e inclusivas para atender pessoas com deficiência e abordar<br />
temas como religião, raça e idade.<br />
Quando a empresa não possui dados sobre a diversidade,<br />
esse é um indicativo importante da maneira como ela encara a<br />
questão, enfatiza Marta Gucciardi. “Afinal, como gerenciar o que<br />
você não conhece? Essa é a pergunta que tem a resposta em si. O<br />
estado tem muita responsabilidade sobre o descaso de muitas empresas<br />
em relação a políticas de diversidade. A lei 1723, de 1952,<br />
artigo 461, promulgada por Getúlio Vargas, diz: ‘Sendo idêntica<br />
a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador,<br />
na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem<br />
distinção de sexo, nacionalidade ou idade’. Mas quando essa lei foi<br />
cumprida? Um novo projeto de lei, o PL 111/23, de autoria da deputada<br />
Samia Bonfim, vai tornar obrigatória a equiparação salarial.<br />
ADRIANE REIS DE ARAUJO,<br />
procuradora regional do Trabalho<br />
Precisamos de leis, óbvio, mas elas precisam<br />
ser acompanhadas de um forte trabalho<br />
de políticas que atuem no sentido<br />
de valorizar a presença da mulher e de<br />
outros grupos minorizados no mercado<br />
de trabalho”, sustenta a consultora.<br />
No Brasil, há o Decreto 9.571, de<br />
2017, que estabelece as diretrizes nacionais<br />
de direitos humanos para empresas.<br />
Ele as estimula a adotarem parâmetros de<br />
respeito aos direitos humanos e de combate<br />
à discriminação previstos em normas<br />
internacionais, com a concessão do selo<br />
Empresas e Direitos Humanos. “Esta norma<br />
aguarda a criação da comissão para<br />
sua aplicação. Além do mais, atualmente<br />
ela é facultativa e se restringe a médias<br />
e grandes empresas. Entre as diversas<br />
possibilidades de ação, seria a implementação<br />
efetiva dessa norma tornando-a<br />
obrigatória para multinacionais, grandes<br />
e médias empresas, bem como a sua extensão<br />
para pequenas empresas. Além do<br />
mais, o poder público precisa adotar políticas<br />
públicas de apoio e serviços paras<br />
as pessoas dos grupos minorados reduzindo<br />
os obstáculos para a promoção da<br />
igualdade. Podemos pensar em creches<br />
públicas, escolas e serviços de cuidados,<br />
na melhoria da acessibilidade nos transportes<br />
e vias públicas e no aprimoramento<br />
da fiscalização e canais de denúncias<br />
para a punição a práticas discriminatórias<br />
nos locais de trabalho”, sugere a procuradora<br />
do Trabalho.<br />
17
ANA CAROLINA MELLO | Vice-presidente de Subscrição | AXA<br />
18<br />
ESPECIAL MULHERES
Percepções sobre equidade de gênero e<br />
caminhos para uma mudança possível<br />
Trabalho há 25 anos no mercado de seguros,<br />
mais especificamente na área de<br />
subscrição. Esse sempre foi um ambiente<br />
majoritariamente masculino e, ao longo desse<br />
tempo, vivenciei algumas situações que me<br />
ensinaram muito sobre equidade de gênero e<br />
o quanto esse tema pode ser caro para as mulheres.<br />
Quero, então, dividir algumas dessas percepções,<br />
que tive a partir da minha experiência<br />
no Brasil e fora, seja atuando como técnica da<br />
área ou como liderança.<br />
A primeira delas refere-se à liderança feminina.<br />
Quando uma mulher ocupa essa posição,<br />
acaba se tornando referência para outras,que<br />
precisam compartilhar suas experiências dentro<br />
da empresa. Essa é uma prática que costuma<br />
funcionar como um pedido de ajuda ou até de<br />
socorro. Já fui procurada para ouvir casos de assédio,<br />
por exemplo. Da mesma forma, soube de<br />
situações semelhantes que ocorreram com mulheres<br />
líderes no meu entorno, também procuradas<br />
por outras colegas para a mesma finalidade.<br />
Essa cumplicidade sempre chamou a minha<br />
atenção. Não apenas pela facilidade que temos<br />
em estabelecer conexões, o que é positivo<br />
e poderoso. Por outro lado, esse tipo de “confidência”<br />
revela a fragilidade ou até a ausência de<br />
políticas corporativas que contribuem, de fato,<br />
para estabelecer um cenário mais justo em termos<br />
de equidade de gênero.<br />
Outra percepção. Desta vez, sobre a visão<br />
da própria mulher sobre equidade de gênero.<br />
Ao longo do tempo, entendi que investir em<br />
autoconhecimento, em estudos sobre o nosso<br />
papel na sociedade, são atitudes fundamentais<br />
para que possamos ter mais clareza sobre as distorções<br />
em relação à equidade de gênero. É que,<br />
muitas vezes, por serem criadas em ambientes<br />
masculinos e até machistas, muitas delas não<br />
conseguem ter essa visão crítica sobre como<br />
são tratadas e sobre o espaço que conseguem<br />
ocupar. Não enxergam a importância do que<br />
foi conquistado até aqui, do que as mulheres já<br />
foram privadas e o tipo de comportamento que<br />
ainda persiste.<br />
Sou Conselheira Consultiva da Sou Segura<br />
e nesse fórum pude aprender muito com outras<br />
mulheres e ampliar o meu olhar sobre discursos<br />
ainda muito presentes. Para mudar esse cenário,<br />
levamos até as empresas alguns debates sobre<br />
equidade de gênero. Tudo isso para educar o mercado<br />
de seguros a ter uma compreensão sobre o<br />
tema no cotidiano. É fundamental essa compreensão.<br />
A começar pelas próprias mulheres.<br />
Uma última percepção que gostaria de<br />
dividir é que os iguais contratam e promovem<br />
iguais. Algo que vemos na prática. Nesse sentido,<br />
a curva da equidade de gênero precisa ser<br />
forçada.Do contrário, não acontece. Simples assim.<br />
Ainda temos uma predominância masculina<br />
em cargos de gestão. Já participei de vários<br />
comitês de subscrição no Brasil e fora e, em todos<br />
eles, eu era a única mulher. Mas há muitas<br />
mulheres nesse mercado, com muito conhecimento<br />
e potencial técnico. Por isso, precisamos<br />
lutar por esses espaços.<br />
Paralelamente, as empresas precisam passar<br />
por um processo de aculturamento em todo<br />
o quadro de colaboradores. Esse tema deve ser<br />
abordado continuamente para que as empresas<br />
se apropriem dele. Hoje, me encontrei na AXA,<br />
uma empresa que vive, realmente, a equidade<br />
de gênero. De diversas formas, como por meio<br />
da criação de comitês de equidade e de grupos<br />
de afinidade ou pelo patrocínio de eventos, por<br />
exemplo. O resultado é visto nos números. Hoje,<br />
52% dos colaboradores são mulheres, sendo 47%<br />
em cargos de liderança. Sou uma delas e, no Comitê<br />
Executivo, tenho a companhia de outras<br />
duas mulheres incríveis, o que confirma a nossa<br />
presença em espaços de decisão, com possibilidade<br />
real de impulsionar a equidade.
BRUNA MELO | COO | CICLIC<br />
20<br />
ESPECIAL MULHERES
O CONHECIMENTO<br />
é a base de tudo<br />
Para mim, uma das funções<br />
das líderes femininas<br />
é impulsionar a<br />
carreira de outras mulheres.<br />
Aqui na Ciclic, acredito que<br />
influencio e inspiro muitas,<br />
tanto aquelas que estão sob<br />
a minha liderança quanto<br />
as pares, por meio de bons<br />
exemplos, da minha forma de<br />
agir e de tomar decisões. Afinal,<br />
ter um comportamento<br />
exemplar, do ponto de vista<br />
profissional, é tão importante<br />
quanto ensinar.<br />
Outro ponto fundamental<br />
e que reforço sempre<br />
é que a autoconfiança é<br />
a chave para que as pessoas<br />
tenham a coragem de avançar<br />
em suas carreiras. Com<br />
ela, é possível desmistificar<br />
algumas inseguranças e vencer<br />
medos e preconceitos,<br />
pois a pessoa que se conhece<br />
e sabe da sua própria capacidade,<br />
é capaz de crescer<br />
em qualquer campo, seja ele<br />
pessoal ou profissional.<br />
Mesmo assim, com essas habilidades,<br />
penso que ainda há um longo caminho a ser<br />
percorrido nas organizações para que as mulheres<br />
tenham a flexibilidade necessária para<br />
atender a todas as suas demandas familiares e<br />
pessoais. Atualmente, as novas gerações masculinas<br />
estão mais abertas à equidade de gênero.<br />
“A autoconfiança é<br />
a chave para que as<br />
pessoas tenham a<br />
coragem de avançar em<br />
suas carreiras. Com ela,<br />
é possível desmistificar<br />
algumas inseguranças<br />
e vencer medos e<br />
preconceitos, pois a<br />
pessoa que se conhece<br />
e sabe da sua própria<br />
capacidade, é capaz de<br />
crescer em qualquer<br />
campo, seja ele pessoal<br />
ou profissional.”<br />
Os homens estão mais participativos<br />
e dispostos a ouvir<br />
e discutir.<br />
Na Ciclic, por exemplo,<br />
eu tenho uma voz ativa<br />
que foi conquistada pelo<br />
meu comportamento e pela<br />
minha dedicação, mas sinto<br />
que muitas empresas ainda<br />
precisam aprender a escutar<br />
a voz das mulheres, entendendo<br />
seus argumentos e<br />
pontos de vista.<br />
Para as meninas que<br />
estão chegando ao mercado<br />
de trabalho agora, meu<br />
conselho é que elas leiam<br />
bastante sobre todos os assuntos,<br />
principalmente para<br />
formar o seu discurso de maneira<br />
consistente. Conhecimentos<br />
gerais, atualidades,<br />
geopolítica, economia, enfim,<br />
pautas necessárias nas<br />
quais as pessoas possam<br />
identificar oportunidades e<br />
gerar novos negócios.<br />
Além disso, manter<br />
um olhar aberto e falar<br />
bem, com foco na boa comunicação, também<br />
são pontos primordiais, pois é preciso saber se<br />
posicionar em todos os ambientes, estudando<br />
as pessoas e as organizações, para construir<br />
uma narrativa segura.<br />
Dica: Leia “Mulheres que correm com lobos”
ROSSANA COSTA | CEO | GEO<br />
22<br />
ESPECIAL MULHERES
Para as mulheres que<br />
chegam ao mercado:<br />
“NÃO DESISTA NUNCA”<br />
O<br />
desenvolvimento profissional da mulher<br />
é uma situação que envolve muitas<br />
facetas. Não é simplesmente graduar,<br />
executar, como normalmente acontece com os<br />
homens. A principal forma disso se tornar atual<br />
e ampliar o espectro é começar a entender o<br />
funcionamento da mulher enquanto profissional<br />
e, na sequência, enquanto líder. Ela funciona<br />
diferente, porque possui outras atividades<br />
nas quais não pode ser inibida de agir: como as<br />
questões da maternidade, por exemplo.<br />
O case que funciona em nossa empresa<br />
é olhar a mulher além do profissional. Temos<br />
exemplos simples: uma profissional de liderança,<br />
cujos horários de intervalo eram estabelecidos<br />
pela empresa para o ano de 2023, disse que<br />
este período não funcionava para ela; fizemos a<br />
troca, sem nenhum problema. Este olhar pontual<br />
para uma necessidade específica de uma colaboradora,<br />
com o objetivo da sua satisfação pessoal<br />
vai ajudar a mulher a crescer profissionalmente.<br />
As mulheres que atingem pontos acima<br />
da média, em geral, precisam abrir mão de uma<br />
série de questões familiares. Eu entendo que não<br />
deve ser assim, que todas as prioridades (pessoais<br />
e profissionais) devem ser levadas em conta. O<br />
líder deve enxergar que as prioridades humanas,<br />
de filhos, de família, devem ser respeitadas junto<br />
com as necessidades profissionais, e não depois.<br />
Se esse olhar mudasse um pouco, mais<br />
mulheres poderiam ascender profissionalmente.<br />
A mulher está entrando no mercado de<br />
trabalho com muita força e muita competência.<br />
Um bom líder não vai abrir mão de uma profissional<br />
do sexo feminino por um detalhe pessoal.<br />
A mulher consegue suplantar as dificuldades<br />
naturais da espécie, porque ela compensa no<br />
período em que está na ativa.<br />
Estamos em uma esteira de crescimento<br />
da mulher no ambiente de trabalho, mesmo sob<br />
a liderança masculina. Nas grandes seguradoras<br />
já percebemos este olhar especial de acolher as<br />
experiências das mulheres.<br />
As novas gerações que chegam ao mercado<br />
de trabalho vêm com uma estrutura cultural<br />
(conhecimento, estudo) muito superior à<br />
minha geração. As que querem assumir uma<br />
profissão, desenvolvendo-se pessoalmente,<br />
são mais focadas, ainda que as prioridades desta<br />
nova geração sejam outras. A minha geração<br />
ia trabalhar, com carga horária definida, era<br />
responsável, cumpria seus papeis, mas não tinha<br />
imediatamente ideias de como fazer algo a<br />
mais. Quem chega agora ao mercado de trabalho<br />
já quer entender o que deve fazer e começa<br />
a pensar o que irá fazer a mais. Esse movimento<br />
é incrível.<br />
A nova geração quer participar das grandes<br />
decisões, com ímpeto de ser ouvido, o que é<br />
muito bom. Este é o oxigênio que desconhecemos<br />
e do qual precisamos.<br />
O conselho para as próximas gerações<br />
é: Não desista, nunca! As coisas podem não dar<br />
certo na primeira vez, na segunda ou na vigésima.<br />
Se a pessoa tem convicção do que quer,<br />
de que tem condições de conseguir o que quer,<br />
deve seguir em frente.<br />
Certa vez, em uma entrevista, falamos<br />
muito sobre inclusão e diversidade (em todos<br />
os sentidos). A diversidade intelectual é fundamental<br />
para o conhecimento. Aqui na empresa,<br />
quando alguém não vai bem no local de trabalho,<br />
ela é realocada e cabe aos líderes identificar<br />
o potencial de cada profissional. Cabe ao<br />
líder observar e identificar as habilidades das<br />
pessoas.
MULHERES | Equipe Inter | Inter Risk Services<br />
24<br />
ESPECIAL MULHERES
Construindo uma cultura de<br />
RESPEITO, MÉRITO E EQUIDADE<br />
A<br />
história recente da corretora de seguros,<br />
resseguros e benefícios, Inter<br />
Risk Services passa pela aquisição do<br />
talento de uma mulher que iniciou a “transição<br />
de tempos” na companhia. Renata Lima, somava-<br />
-se ao time com a missão de reestruturar a área<br />
administrativa e financeira e apoiar o c-level na<br />
relação com os acionistas. Desafio nunca foi uma<br />
questão nem para ela, nem para o time da corretora,<br />
que com sede no Rio de Janeiro viu seus<br />
negócios deslancharem durante a pandemia. Ela<br />
foi responsável por estruturar e impulsionar estes<br />
movimentos.<br />
A empresa dobrou de tamanho, abriu novas<br />
filiais em São Paulo e Salvador e incorporou<br />
uma variada coleção de talentos vindos de todas<br />
as partes do mercado. Nesta guinada, a Inter passou<br />
a compor seu time com 50,9% de mulheres em<br />
toda a companhia e ainda um brilhante número de<br />
60% de posições de liderança ocupadas por elas.<br />
Sim, por aqui as mulheres são a maioria.<br />
Nos últimos três anos, a empresa adotou<br />
novas práticas de flexibilização de jornada, implantou<br />
novos benefícios e incorporou à sua<br />
rotina mimos como ingressos de cinema para<br />
aniversariantes, ovos de Páscoa, cadeira de massagem<br />
nos escritórios e auxílio financeiro para<br />
home office. “Em uma atuação muito consonante<br />
com nosso time de marketing, temos buscado<br />
um olhar muito empático para as questões de<br />
dentro de casa. Sabemos que há muito a ser feito,<br />
mas estamos no caminho certo. Olhando com<br />
carinho nosso colaborador”, aponta Renata que<br />
lidera ainda a área de recursos humanos.<br />
Em 2022, a companhia investiu na realização<br />
de um programa de desenvolvimento de liderança<br />
ao mesmo momento em que criou uma área<br />
focada no desenvolvimento humano, a Gestão de<br />
Talentos e Cultura, liderada por Valentina Seabra.<br />
“A liderança está sendo muito bem representada<br />
por mulheres muito inspiradoras. O mundo está<br />
precisando de mais equidade”.<br />
A equidade na Inter se faz como uma marca<br />
orgânica. Nas áreas de novos negócios em benefícios,<br />
Paula De Baére e Aline Motta têm o desafio de<br />
conduzir o crescimento da carteira. “É uma felicidade<br />
tremenda trabalhar numa empresa em que não<br />
tem barreiras com relação a gênero e nos concentramos<br />
no profissionalismo e no desempenho de<br />
cada profissional”.<br />
Já no mercado de grandes riscos, Gisele<br />
Queiroz e Pamela Perla são as protagonistas em<br />
apresentar a proposta de valor da Inter aos clientes.<br />
Essa dinâmica na cultura constrói uma atmosfera<br />
inclusiva. “Aqui, as oportunidades são oferecidas<br />
a todos, sem distinção de gênero, raça ou<br />
qualquer outra característica. Temos um ambiente<br />
que promove a igualdade e me sinto ouvida, valorizada<br />
e totalmente acolhida”, conta Mary Helen De<br />
Conti, gerente de aviation.<br />
Tudo isso reflete positivamente na percepção<br />
do cliente. A Inter vem registrando em sua pesquisa<br />
de satisfação, os maiores ratings, colocando<br />
a empresa na vanguarda de excelência. Na mais<br />
recente edição da pesquisa, o colaborador mais<br />
elogiado foi justamente Claudia Silva, gerente de<br />
relacionamento em Benefícios. “Me sinto realizada<br />
por estar agregando e compartilhando conhecimento<br />
nos diversos níveis”.<br />
A consagrada história da Inter, começou<br />
nos anos 1980 como um broker local e hoje é uma<br />
empresa parte do Amwins Group, maior broker<br />
de Wholesale dos Estados Unidos. A Inter possui<br />
uma posição de liderança em seguros aeronáuticos<br />
e marítimos e segue crescendo e se posicionando<br />
como destaque também nas áreas de<br />
energia e infraestrutura, entre outras indústrias<br />
complexas. O futuro da companhia com certeza<br />
será escrito cada vez a mais mãos, maior parte delas,<br />
femininas.
ENIR JUNKER | CEO | Junker Assessoria<br />
26<br />
ESPECIAL MULHERES
Contribuindo para o desenvolvimento<br />
de todas as mulheres<br />
Há 30 anos, saí do Rio<br />
Grande do Sul para vir<br />
a Brasília e nessa época<br />
já trabalhava no mercado de<br />
seguros, atuando em seguradoras.<br />
Desde 2004, decidi empreender<br />
e montei a Junker<br />
Assessoria e Consultoria Tecnica<br />
de Seguros, uma assessoria<br />
que atende quase 500 corretores<br />
de seguros no Distrito Federal,<br />
Minas e Goiás. Também sou<br />
vice-presidente do CESB - Clube<br />
de Executivas de Seguros<br />
de Brasília e coautora do livro<br />
Mulheres no Seguro.<br />
Com uma rotina profissional muito intensa,<br />
a maternidade só fez sentido para mim há<br />
4 anos, quando duas princesas chegaram para<br />
completar a minha vida: as gêmeas Sofia e Catarina.<br />
Com todas estas perspectivas é possível<br />
enxergar a realidade das pessoas que trabalham<br />
comigo, principalmente porque nossa equipe<br />
conta hoje com a maioria de profissionais do<br />
sexo feminino, com destaque para a equipe comercial.<br />
Nesta realidade, além de serem maioria<br />
na Junker, as mulheres também recebem salários<br />
mais altos do que os homens, o que é uma<br />
exceção em relação ao mercado de trabalho.<br />
Aqui elas motivam os corretores de seguros<br />
a comercializarem produtos de nicho, com o<br />
objetivo de promover a diversificação de suas<br />
carteiras. Nós acompanhamos os corretores e<br />
também prestamos uma assistência técnica comercial<br />
e de backoffice para os nossos parceiros.<br />
O corpo de funcionários da Junker é<br />
composto por 60% de mulheres. Na minha área,<br />
as mulheres são mais rápidas e avançam com<br />
sucesso na empresa. As mulheres têm foco e objetivo<br />
e estão se destacando na carreira.<br />
“ A Junker é uma empresa<br />
que acolhe o funcionário<br />
como um todo, com muito<br />
cuidado. Nos preocupamos<br />
com situações que possam<br />
acontecer dentro ou fora<br />
da empresa.”<br />
A Junker é uma empresa<br />
que acolhe o funcionário<br />
como um todo, com<br />
muito cuidado. Nos preocupamos<br />
com situações que<br />
possam acontecer dentro<br />
ou fora da empresa. Conversamos<br />
muito e temos ações<br />
para prevenção de possíveis<br />
situações no ambiente externo,<br />
ensinando como proceder,<br />
não apenas no profissional,<br />
mas também em<br />
relação ao seu nicho social.<br />
Sabemos que o abuso emocional<br />
é frequente e, muitas<br />
vezes, acontece sem ser notado pela vítima.<br />
Às vezes, a pessoa não nota que está sendo<br />
assediada. A toda hora vemos pessoas, cujo abuso<br />
familiar começou com pequenos controles e evoluiu<br />
para assédios e abusos. Na Junker Assessoria<br />
temos abordagens feitas através de vídeos e palestras<br />
que ensinam como prevenir e reconhecer os<br />
sinais no círculo pessoal ou profissional.<br />
Estas situações de assédio já foram muito<br />
comuns também no ambiente profissional de forma<br />
geral, mas está mudando. Se antes (em empresas<br />
diversas) as assistentes precisavam ser bonitas<br />
para ocuparem estes cargos, hoje são valorizadas<br />
pela inteligência e a sua capacidade intelectual<br />
e emocional. Aqui, não nos importamos com padrões<br />
de beleza correntes, porque valorizamos muito<br />
o desempenho profissional dos funcionários.<br />
Ajudamos em todas as necessidades das<br />
funcionárias, porque nosso objetivo é que elas<br />
estejam conosco porque gostam deste ambiente.<br />
Incentivamos a busca pelo conhecimento e a<br />
educação. Hoje, todos os funcionários são incentivados<br />
a cursar ensino superior e especialização;<br />
colaboramos com os custos, porque nosso objetivo<br />
é ver todos se desenvolvendo cada vez mais.
TATIANA CEREZER | Diretora de Comunicação e Marketing | Mapfre<br />
28<br />
ESPECIAL MULHERES
Lições que aprendi sobre liderança feminina<br />
Por muitos anos, havia uma predeterminação<br />
sobre os lugares que poderiam ser<br />
ocupados por mulheres, especialmente<br />
no mercado de trabalho. Felizmente, a realidade<br />
mudou e hoje temos a oportunidade de acompanhar<br />
lideranças femininas conquistando posições<br />
que, até outro dia, só seriam ocupadas por homens<br />
de terno e gravata.<br />
Confesso que quando saí do interior de São<br />
Paulo e me mudei para a capital, não imaginava que<br />
estaria onde estou hoje. Trabalho na Mapfre há mais<br />
de 20 anos e reconheço que minha trajetória foi —<br />
e ainda é — diferente da de outras profissionais. Foi<br />
pensando nisso e na série de desafios únicos que<br />
mulheres enfrentam em sua vida profissional, que<br />
montei uma lista com lições que aprendi ao longo<br />
da minha carreira. Meu objetivo e desejo é que essas<br />
palavras possam ajudar outras mulheres a também<br />
seguirem suas jornadas de liderança.<br />
Faça o que você ama, mas, antes disso, ame<br />
você mesma - É muito mais fácil liderar quando<br />
você trabalha com o que ama, é claro. Mas, para<br />
mim, o mais importante é ser autêntica e ter confiança<br />
em si mesma. A falta de autoestima pode<br />
acabar com a carreira de qualquer pessoa, afinal, o<br />
medo constante de mostrar quem você realmente<br />
é e de fracassar no que faz só paralisa seu potencial.<br />
Então, minha dica é: acredite em você mesma<br />
e não permita que digam que você é menor! Seja<br />
uma grande entusiasta daquilo que você é e não<br />
deixe ninguém te parar.<br />
Ninguém cresce sozinha - Gosto muito de<br />
um livro indicado por uma querida amiga chamado<br />
“Como as mulheres chegam ao topo”, de Sally Helgesen<br />
e Marshall Goldsmith. Ele traz dois conceitos<br />
que fazem muito sentido para mim e espero que<br />
também façam para outras mulheres. Os aliados<br />
que nos fazem crescer são a alma e o coração. Então,<br />
uma pergunta que faço sempre para mim é:<br />
com quem eu vou me conectar hoje? Quando construímos<br />
uma jornada solitária, ela pertence só a nós<br />
mesmas e não ecoa em todos os cantos. É preciso<br />
saber se relacionar e interagir com pessoas que, de<br />
uma forma ou de outra, vão nos impulsionar.<br />
As melhores líderes são versáteis - Uma<br />
grande amiga minha da MAPFRE brinca que ser<br />
versátil é como ser um boneco de posto, que toma<br />
sol, chuva, vento, passa por várias situações, mas<br />
sempre vai, volta e se reinventa. Eu aprendi que<br />
uma habilidade necessária é ser capaz de acompanhar<br />
e se adaptar às transformações e continuar<br />
contribuindo para o negócio de maneira eficaz,<br />
mesmo diante de diversas variáveis e contextos<br />
desafiadores.<br />
Ninguém precisa ser uma super-heroína.<br />
Busque equilíbrio - Existe um debate muito grande<br />
sobre como podemos “equilibrar os pratinhos” e<br />
ter um bom balanço entre vida pessoal e profissional.<br />
Percebo que as mulheres acabam ficando no<br />
centro dessa discussão, uma vez que são elas que<br />
acabam se desdobrando entre trabalho e atividades<br />
domésticas.<br />
Eu acredito que para estar bem no trabalho,<br />
também preciso estar bem com minha família,<br />
meus amigos e minha espiritualidade. E vice-versa.<br />
Somos um só corpo, então precisamos ter esse<br />
equilíbrio em nossas vidas.<br />
Aprenda a dizer “sim” e “não” - Se tem<br />
algo que aprendi, é que devemos levar nossos desejos<br />
e nossas necessidades a sério. Nós, mulheres,<br />
fomos educadas para evitar dizer “não”, porque<br />
sempre tivemos que ser proativas, colaborativas<br />
e gentis. Mas será que precisamos ser assim mesmo?<br />
Dizer “não” é uma habilidade que precisa ser<br />
desenvolvida. Abandone qualquer resquício de<br />
culpa que tiver quando negar algo para um colega<br />
ou até mesmo um líder. Está tudo bem não querer<br />
escrever ata em toda reunião ou executar uma função<br />
que faz você se sentir desconfortável ou que<br />
não impacta positivamente para sua carreira.<br />
Por outro lado, demonstre sua força e aprenda<br />
a dizer “sim” às oportunidades que se abrem para<br />
você. Não tenha medo de encarar novos desafios<br />
e confie nas suas competências. Se mantenha de<br />
braços abertos para ajudar outras profissionais a<br />
chegarem no topo. Afinal, o crescimento de uma<br />
mulher não ofusca seu próprio potencial.<br />
Juntas, vamos longe!
SIMONE FAVARO | CEO | Facsi<br />
Mulheres mais bem preparadas<br />
Na minha percepção é inegável que as<br />
mulheres estão evoluindo significativamente<br />
no setor.<br />
A quantidade de mulheres que ocupam<br />
cargos de lideranças na área de corretagem de<br />
seguros é bastante expressiva. Também temos<br />
várias CEO’s à frente de seguradoras, como Raquel<br />
Reis, Rosana Passos, Erika Medici, Patricia<br />
Chacon, entre outras.<br />
Constatamos a presença de mulheres<br />
em pleno destaque pelo Brasil inteiro, donas de<br />
oficinas mecânicas, empresas de vistorias, líderes<br />
de processos de assistências, advogadas em<br />
importantes escritórios/bancas de advocacia.<br />
No Sincor-SP, tínhamos 30 Diretores Regionais<br />
homens, na atual gestão, esse cenário mudou<br />
e já são 05 Diretoras Regionais. Acredito que a<br />
minha presença na Diretoria Executiva, abre espaço<br />
para que outras mulheres venham dar sua<br />
contribuição neste desafio que é organizar e<br />
preparar nossos Corretores de Seguros.<br />
Essa maior participação das mulheres<br />
em todos os níveis de gestão é incontestável.<br />
Acredito que essa participação será ainda maior,<br />
pois observo que as mulheres estão investindo<br />
muito na sua formação (graduação, MBA, línguas,<br />
cursos específicos do nosso setor e etc),<br />
o que demonstra de forma inequívoca o desejo<br />
“Minha visão é que essa busca<br />
de capacitação incessante das<br />
mulheres as tornarão cada vez<br />
mais elegíveis às sucessões<br />
dos mais elevados cargos em<br />
todas as organizações do nosso<br />
mercado de seguros”<br />
de competir em igualdade pelas oportunidades<br />
que nosso mercado oferece.<br />
Minha visão é que essa busca de capacitação<br />
incessante das mulheres as tornarão cada<br />
vez mais elegíveis às sucessões dos mais elevados<br />
cargos em todas as organizações do nosso<br />
mercado de seguros.<br />
Entendo que apesar de todos esses<br />
avanços, o mercado de seguros continua predominantemente<br />
masculino. As entidades do<br />
setor ainda contemplam poucas representantes.<br />
Voltando para o segmento das corretoras de seguros,<br />
percebo que as mulheres estão ocupando<br />
cargos nas áreas estratégicas, de organização financeira<br />
e administração, porém, as áreas comerciais<br />
e de relacionamento acabam tendo homens<br />
à frente, o que passa um sentimento de que a<br />
presença masculina continua prevalecendo.<br />
Finalizando, meu recado a todas as mulheres<br />
é o seguinte: Acreditem no seu potencial,<br />
busquem desafios, empreendam em todas as<br />
frentes e oportunidades, pois, além de todas<br />
as qualificações, possuímos diferenciais como:<br />
sensibilidade, maior capacidade de organização<br />
e colocar muito AMOR em tudo que fazemos.<br />
30<br />
ESPECIAL MULHERES
MULHERES | Sindseg MG/MT/GO/DF<br />
Força que soma nos caminhos da<br />
evolução<br />
“<br />
Não podemos sair da pandemia com o<br />
relógio a girar para trás na igualdade de<br />
gênero. Precisamos avançar o relógio<br />
dos direitos das mulheres. Chegou a hora!”<br />
A frase acima, pronunciada pelo secretário-geral<br />
da Organização das Nações Unidas<br />
(ONU), António Guterres, durante evento no Dia<br />
Internacional da Mulher, revela o quanto ainda<br />
precisamos avançar até que a igualdade entre<br />
mulheres e homens seja um fato inquestionável.<br />
Porém, é importante reconhecer que, na<br />
trajetória rumo à equidade de gênero, muito foi<br />
conquistado e cada passo foi importante. A mulher<br />
conquistou direito ao voto, pode ingressar<br />
na vida acadêmica, escolher ter ou não filhos,<br />
tomar as suas próprias decisões, trabalhar e empreender.<br />
Se, na década de 1950, as mulheres<br />
ocupavam uma taxa de apenas 14% no mercado<br />
de trabalho, o percentual aproxima-se dos 60%<br />
nos dias atuais, de acordo com o IBGE.<br />
Essa inserção da mulher no mercado de<br />
trabalho ainda pressupõe o enfrentamento de<br />
grandes desafios. Entre eles, destacam-se:<br />
• Diferença salarial. Mesmo com a lei que<br />
determina igualdade salarial independentemente<br />
do sexo, o salário médio das brasileiras representa<br />
70% do salário dos homens que exercem o<br />
mesmo cargo.<br />
• Cultura pouco inclusiva. O respeito à<br />
diversidade ainda não figura de forma genuína<br />
entre os princípios e valores da maioria das organizações.<br />
• Dupla jornada – maternidade e carreira<br />
–, que leva muitas mulheres a abandonarem o<br />
mercado de trabalho.<br />
• Assédio de diversos tipos, mas com destaque<br />
para o moral e o sexual, especialmente nas<br />
áreas da ciência, engenharia e medicina.<br />
• Síndrome da impostora, que se refere à<br />
falta de autoestima para desempenhar uma função<br />
em espaços tradicionalmente masculinos, o<br />
que leva à necessidade de trabalhar mais e melhor<br />
para ter reconhecimento.<br />
Além de tudo isso, ainda persiste a dificuldade<br />
crônica de a mulher atingir postos mais<br />
altos na carreira ou, até mesmo, obter melhor<br />
qualificação. Dependendo da situação, ela tenderá<br />
a permanecer estagnada em uma carreira<br />
intermediária.<br />
Um estudo recente da Escola Nacional<br />
de Seguros – ENS –, que resultou na publicação<br />
“Mulheres no mercado de seguros no Brasil”, revela<br />
que, no mercado de seguros, não é diferente.<br />
À medida que os cargos são mais elevados,<br />
a proporção feminina, em termos relativos, diminui.<br />
A proporção é de 2,2 diretores homens para<br />
cada diretora mulher.<br />
Para o SINDSEG MG/GO/MT/DF, que<br />
acompanha as mudanças no mercado de seguros<br />
há mais de 70 anos, foi possível perceber<br />
muitas qualidades e transformações depois da<br />
participação ativa das mulheres no setor. Elas<br />
possuem uma visão aguçada das necessidades<br />
dos clientes e conseguem conciliar razão e emoção<br />
com desenvoltura.<br />
Não foi à toa que o evento promovido pelo<br />
SINDSEG MG/GO/MT/DF, em parceria com entidades<br />
do mercado mineiro de seguros, reuniu, no dia<br />
15 de março, dezenas de mulheres para debater a<br />
força empreendedora. Foi pelo reconhecimento<br />
de que cada vez mais mulheres se destacam no<br />
mercado pelo talento e pela capacidade de transformar<br />
dificuldades em oportunidades.<br />
O Sindicato segue apostando na força feminina<br />
e espera que cada vez mais organizações<br />
reconheçam que a diversidade traz riqueza de<br />
ideias e maior desenvolvimento para o setor.<br />
ESPECIAL MULHERES<br />
31
MARCIA SILVA | Diretora Comercial de Canais Especiais | Tokio Marine<br />
32<br />
ESPECIAL MULHERES
Mulheres na alta liderança:<br />
AINDA PODEMOS SER MAIS<br />
Estamos em 2023 e, invariavelmente, ainda<br />
sou a única mulher em reuniões comerciais<br />
que envolvem Vice-presidentes<br />
e CEO´s de grandes companhias brasileiras, especialmente<br />
de setores como financeiro, onde<br />
atuo com bastante frequência. É uma realidade<br />
incômoda de constatar. Especialmente quando<br />
sabemos que há um número enorme de mulheres<br />
altamente capacitadas e preparadas para assumir<br />
posições de destaque na alta gestão das<br />
organizações.<br />
Houve, sem dúvida, uma evolução nas<br />
políticas de Recursos Humanos das empresas<br />
em prol da diversidade nos últimos anos, mas<br />
não podemos brigar com os fatos: quanto mais<br />
próximo do topo do organograma, mais raro é<br />
encontrar mulheres nesses postos. É importante<br />
refletirmos por qual motivo isso ainda acontece.<br />
Como sabemos, a desigualdade de gênero<br />
é histórica. Decorre de uma sociedade patriarcal,<br />
na qual os homens sempre foram privilegiados,<br />
relegando a mulher durante décadas<br />
aos intermináveis afazeres domésticos e aos<br />
cuidados com os filhos. Até muito pouco tempo<br />
atrás, éramos educadas apenas para casar, ter<br />
filhos, cuidar do cônjuge e da casa. O máximo<br />
que fazíamos em relação ao universo do trabalho<br />
era nos preparar para receber muito bem os<br />
convidados dos maridos ou participar de forma<br />
figurativa em eventos corporativos.<br />
Ao longo de uma história de muitas lutas,<br />
tivemos que brigar pelo direito ao estudo,<br />
ao voto, ao divórcio e à entrada no mercado de<br />
trabalho. Como citei acima, é evidente que hoje,<br />
presenciamos mudanças relevantes na forma<br />
como a mulher é tratada neste ambiente. Nas<br />
reuniões que citei acima, quando geralmente<br />
sou a única à mesa de decisões, sinto que as minhas<br />
falas e opiniões são respeitadas e verdadeiramente<br />
consideradas. Sendo assim, o que falta<br />
então para vermos mais mulheres nos comandos<br />
das empresas?<br />
Chamo a atenção para as estatísticas sobre<br />
a presença do sexo feminino na alta gestão.<br />
O relatório Women in Business 2022, da<br />
Grant Thornton, por exemplo, revela que somente<br />
38% dos cargos de liderança no Brasil<br />
são ocupados por mulheres. Estamos evoluindo,<br />
pois em 2019, era ainda mais baixo: 25%.<br />
Especificamente sobre o mercado de seguros,<br />
que é o meu campo de atuação, temos<br />
avançado rapidamente. Hoje, a proporção é de<br />
dois homens para cada mulher em cargos de liderança,<br />
como mostrou o 4º Estudo Mulheres<br />
no Mercado de Seguros no Brasil, realizado pela<br />
ENS (Escola de Negócios e Seguros), com apoio da<br />
Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de<br />
Seguros) e da CNseg (Confederação Nacional das<br />
Seguradoras). As empresas estão cada vez mais<br />
incluindo questões relacionadas a diversidade na<br />
pauta diária e equidade salarial entre homens e<br />
mulheres. Acredito que precisamos nos reinventar<br />
e olhar para o perfil dos novos profissionais que,<br />
hoje, prezam imensamente por ambientes de trabalho<br />
onde as pessoas podem ser elas mesmas.<br />
A equidade de gênero, incluindo a oferta<br />
de acessos e oportunidades iguais às pessoas,<br />
é vital para o desenvolvimento de uma sociedade<br />
mais justa. Por isso, sonho com o dia em<br />
que o board das empresas será composto por<br />
mais mulheres. Se temos capacidade para tal, é<br />
urgente que tenhamos assegurado o direito de<br />
assumir cargos de alta liderança.<br />
Atualmente, tão importante quanto oferecer<br />
bons produtos e serviços de excelência<br />
e ter uma estrutura robusta de tecnologia, é<br />
promover um ambiente de trabalho diverso e<br />
plural, capaz de estimular o protagonismo e a<br />
inovação de todos os Colaboradores. São pontos<br />
fundamentais para que uma empresa tenha<br />
bons resultados nos negócios.
EVENTO<br />
CCS-SP<br />
ALMOÇO DO CCS-SP<br />
O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo<br />
(CCS-SP) recebeu a diretoria da Bradesco Vida e Previdência<br />
(BVP) no seu tradicional almoço, realizado no dia 7 de<br />
março, no Terraço Itália. Durante o encontro, a seguradora<br />
apresentou sua nova estrutura, que entrou em atividade<br />
em janeiro, criada especialmente para dar suporte e apoio<br />
aos corretores na venda de produtos de seguro de vida e<br />
previdência.<br />
O mentor Álvaro Fonseca e a diretoria do CCS-SP receberam no almoço o diretor Comercial José Pires, o superintendente<br />
executivo Anderson Fabiano Mundim Martins, o diretor de Vida Bernardo Ferreira Castello, o diretor de Previdência<br />
Estevão Augusto Oller Scripilliti e o superintendente Comercial Alex Lopes de Queiroz. Também participou do<br />
evento uma equipe de profissionais que ocupam postos-chaves na seguradora.<br />
SOU SEGURA SUMMIT<br />
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher e impulsionar<br />
lideranças femininas, a Sou Segura (Associação das<br />
Mulheres do Mercado de Seguros) promoveu o Sou Segura<br />
Summit 2023. Com o tema ‘’Vozes que ecoam’’, o objetivo do<br />
evento foi reunir executivas do setor para compartilhar suas<br />
experiências no mundo corporativo e fomentar networking<br />
high level para aumentar a participação feminina na indústria<br />
de seguros.<br />
Segundo Simone Vizani, presidente da Sou Segura, um<br />
dos obstáculos para a maior participação das mulheres no meio<br />
corporativo em cargos de alta liderança são os vieses inconscientes.<br />
‘’Devemos colocar a equidade de gênero em destaque<br />
na discussão de como ampliar a diversidade e inclusão no mercado<br />
de seguros. Sempre digo que estamos em plena trajetória de ressignificância nesta nova era para as profissionais<br />
do setor. É mais do que justo termos o foco direcionado para a transformação das mulheres que almejam, por exemplo,<br />
ocupar cargos de alto nível’’.<br />
ASSESSORIAS SÃO ESTRATÉGICAS PARA SEGURADORAS<br />
Durante almoço da Aconseg-SP, o CEO da HDI,<br />
Eduardo Dal Ri, afirmou a importância estratégica das<br />
assessorias para o crescimento da companhia em São<br />
Paulo. Em São Paulo, o início se deu com quatro assessorias<br />
no final de 2019. No ano seguinte, mesmo com a<br />
pandemia, já somava mais de 15 assessorias.<br />
“É uma companhia que entendeu e acreditou<br />
no nosso modelo de assessorias. Hoje conta com 29<br />
assessorias na capital e no interior”, comentou Helio<br />
Opipari Junior, presidente da Aconseg-SP, no evento.<br />
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