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Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026
INVESTINDO NA CADEIA
DA MADEIRA
EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM
PLANTA DE FORMOL E RESINAS,
PARA GARANTIR EXPANSÃO NO
MERCADO DE PAINÉIS
INVESTING IN THE
WOOD CHAIN
COMPANY EXPANDS CAPACITY IN
FORMALDEHYDE AND RESINS
FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN
THE PANELS MARKET

SUMÁRIO
INDUSTRIAL
60
2023
36
48
42
MADEIRA
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO
Aimex 65
Benecke 07
Biesse 53
Bonardi Química 35
Bruno Industrial 11
Cipem 47
Contraco 25
DRV Ferramentas 09
Engecass 17
Impacto 19
Indumec 31
Meeta Industrial 71
Mendes Máquinas 02
Mill Indústrias 84
Montana Química 05
MSM Química 29
MSP Industrial 83
Nazzareno 21
Neutraliza 79
Omil 15
Pole Cola 59
Prêmio REFERÊNCIA 81
Rotteng 13
Solutions Focus 77
Termolegno 23
WoodFlow 33
SUMÁRIO
06 Editorial
08 Cartas
10 Bastidores
12 Notas
22 Aplicação
24 Frases
26 Entrevista
34 Coluna ABIMCI
36 Principal Fábrica em expansão
42 Evento
48 Marcenaria
54 Estudo
60 Construção
66 Gestão
68 Mercado
72 Inauguração
74 Artigo
80 Agenda
82 Espaço Aberto
04
referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

EDITORIAL
INVESTINDO
PARA CRESCER
NA CAPA
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product
www.referenciaindustrial.com.br
Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026
INVESTINDO NA CADEIA
DA MADEIRA
EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM
PLANTA DE FORMOL E RESINAS,
PARA GARANTIR EXPANSÃO NO
MERCADO DE PAINÉIS
INVESTING IN THE
WOOD CHAIN
COMPANY EXPANDS CAPACITY IN
FORMALDEHYDE AND RESINS
FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN
THE PANELS MARKET
A
nova edição da Revista REFERÊNCIA MADEI-
RA destaca o novo investimento da Bonardi
Indústria Química que acabou de inaugurar a
sua segunda planta de formol. O investimento
na produção de matéria-prima visa a expansão
da empresa no mercado de resinas para madeira, possibilitando
atuar em novos segmentos, em especial de painéis
de MDP e MDF. A edição também traz uma entrevista
exclusiva com o presidente reeleito da Abimci (Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),
Juliano Vieira de Araújo, que revela sobre o trabalho
permanente e os desafios da associação para o desenvolvimento
do setor. Eventos que debateram a importância
do manejo sustentável e as possibilidades do mercado de
construção com a madeira engenheirada também são destaque
da edição, além de reportagens que tratam de economia,
marcenaria, e novidades do setor, como a inauguração
do showroom da Biesse em Curitiba (PR). Desejamos a
todos uma ótima leitura!
INVESTING FOR
GROWTH
T
he new issue of REFERÊNCIA Madeira Industrial
highlights the latest investment made
by Bonardi Indústria Química with the newly
inaugurated second formaldehyde plant. The
investment in raw material production aims to
expand the Company in the wood resin market, making it
possible to operate in new segments, especially MDP and
MDF panels. The issue also features an exclusive interview
with Juliano Vieira de Araújo, the re-elected president of
the Brazilian Association of the Mechanically Processed
Wood Industry (Abimci), who talks about the permanent
work and challenges of the Association for the Sector’s
development. Also highlighted in the issue are events that
discussed the importance of sustainable management and
the possibilities of the construction market with engineered
wood, as well as reports dealing with economics, woodworking,
and industry news, such as the inauguration of
the Biesse showroom in Curitiba (PR). We wish you pleasant
reading!
06
referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
NA CAPA DESTE MÊS, A NOVA PLANTA
DE FORMOL DA BONARDI QUÍMICA,
QUE INVESTIU NA EXPANSÃO DA
FÁBRICA VISANDO AUMENTAR SUA
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE
RESINAS PARA MADEIRA
EXPEDIENTE
ANO XXV - EDIÇÃO 250 - ABRIL 2023
Ano XXV • Nº250•Abril 2023
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CARTAS
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Por Jeferson Martins
Brasília (DF)
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CAPA DA EDIÇÃO 249 DA
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE MARÇO DE 2023
NORMATIZAÇÃO
Por Thiago Ferreira
Urubici (SC)
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PROJETOS
COMPLETOS
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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product
www.referenciaindustrial.com.br
Ano XXV • Nº249 •Março 2023
Entrevista Marcos Müller, presidente da CSMEM da Abimaq, explica sobre os desafios do ano para o setor
EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
SISTEMAS DE CALDEIRAS A VAPOR, ALIMENTAÇÃO,
ÓLEO TÉRMICO E FORNALHAS GARANTEM MELHOR
CONSUMO NAS INDÚSTRIAS
ENERGY EFFICIENCY
STEAM BOILER, FOOD, THERMAL OIL
BETTER CONSUMPTION IN INDUSTRIES
As casas de wood frame têm um custo bacana,
porém tinha algumas dúvidas sobre a segurança
dela, com a matéria consegui ficar mais tranquilo,
Revista REFERÊNCIA MADEIRA surpreendendo
como sempre.
Essas caldeiras da Burn
Tech são extraordinárias,
não há como não
reconhecê-las vendo
o tamanho no nosso
dia a dia, ainda mais a
confiança que nos passam
é absurda.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: Emanoel Caldeira
Foto: divulgação
ENTREVISTA
Por Karine Almeida
Curitiba (PR)
Realmente o que fala
nessa entrevista faz parte
do nosso cotidiano, cada
vez há mais desafios para
o setor industrial
EVENTO
Por Gabriel Guerreiro Galhardo
Londrina (PR)
Uma notícia e tanto saber que a Biesse
irá abrir uma sede em Curitiba (PR), com
certeza irá aquecer bastante o mercado do
sul do país.
08
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.
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Referência Industrial Madeira
@referenciamadeira

As Serras Fita com maior
durabilidade e precisão do mercado
só poderiam ter um nome: Lion!
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

BASTIDORES
BASTIDORES
EVENTO
O DIRETOR COMERCIAL DA REFERÊNCIA MADEIRA, FÁBIO
MACHADO, PARTICIPOU DO EVENTO DA MADEIRA SUSTENTÁVEL
REALIZADO MÊS PASSADO EM SÃO PAULO (SP). O EVENTO FOI
ORGANIZADO PELA FNBF (FÓRUM NACIONAL DAS ATIVIDADES DE
BASE FLORESTAL) DO PRESIDENTE FRANK ROGIERI.
Foto: divulgação
REELEIÇÃO
A REVISTA REFERÊNCIA, COMO ASSOCIADA DA ABIMCI,
PARTICIPOU MÊS PASSADO DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E
TAMBÉM DA REUNIÃO PLENÁRIA DA ASSOCIAÇÃO. NA FOTO, O
DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA, FÁBIO MACHADO, AO LADO
DO PRESIDENTE REELEITO, JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO, E DO
SUPERINTENDENTE DA ABIMCI, PAULO PUPO.
Foto: divulgação
ALTA
AGENDA DA INDÚSTRIA
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) lançou no
Congresso Nacional no final
do mês de março a Agenda
Legislativa da Indústria de
2023 com 12 pautas prioritárias.
A pauta alinha projetos
que dão ênfase à sustentabilidade,
à reindustrialização, à
retomada de empregos e à
atração de investimentos. No
ano passado, oito sugestões
da pauta da CNI foram aprovadas
e convertidas em lei,
mesmo tendo sido um ano
em que o congresso realizou
menos sessões em comparação
com anos anteriores.
BAIXA
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
A atividade industrial do país
teve resultados negativos
em fevereiro deste ano,
e os índices de produção
foram os piores para o mês
desde 2017, segundo a CNI
(Confederação Nacional da
Indústria). De acordo com
o levantamento publicado
pelo órgão, em fevereiro de
2023 o índice de evolução
da produção ficou em 45,2
pontos, abaixo de uma linha
divisória de 50 pontos que
separa queda de aumento da
produção. Em relação a janeiro,
o índice caiu 0,9 ponto
e tende a piorar.
10 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

NOTAS
CONFIANÇA OSCILA
ENTRE OS SETORES INDUSTRIAIS
De acordo com o ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial - resultados setoriais), da CNI (Confederação Nacional
da Indústria) a confiança na economia não voltou de forma plena e disseminada entre os setores industriais durante o
mês de março. O indicador mostra que dos 29 setores considerados, 17 deles seguem confiantes e 12 sem confiança. Foram
consultadas 1.991 empresas. Entre os setores que registraram confiança na economia, há quedas expressivas na passagem
de fevereiro para março. O ICEI do Produtos farmoquímicos e farmacêuticos caiu de 60,4 pontos para 51,9 pontos e o índice
de Sabões, detergentes, produtos de limpeza e cosméticos passou de 57,1 pontos para 54 pontos.
Há quedas importantes em março. Entre os setores que registraram falta de confiança estão o ICEI de Biocombustíveis
que caiu de 49,5 pontos para 46,9 pontos, o de Móveis passou de 47 pontos para 43,7 pontos e o de Produtos de borracha
caiu de 49,5 pontos para 42,1 pontos. O ICEI varia de 0 a 100, com uma linha de corte. Valores acima de 50 pontos indicam
confiança e abaixo indicam falta de confiança. “A incerteza segue elevada, o que impede que o empresário se sinta seguro
o suficiente para um aumento consistente da confiança. Em um cenário assim, é natural que os empresários mostrem avaliações
difusas sobre as condições atuais e suas expectativas, resultando nessa evolução da confiança diferenciada entre os
setores”, avalia o gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, sobre esse cenário oscilante. O ICEI mediu a confiança
em indústrias de todos os portes. A queda foi maior nas pequenas empresas, que registrou 48,5 pontos. Entre médias o ICEI
ficou próximo a linha de 50 pontos, em 49,4 pontos, e entre as grandes empresas o ICEI mostra confiança dos empresários,
com índice de 51,7 pontos.
Foto: divulgação
12 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

NOTAS
AGENDA LEGISLATIVA DA INDÚSTRIA 2023
Com uma pauta que alinha
projetos que dão ênfase à sustentabilidade,
à reindustrialização, à
retomada de empregos e à atração
de investimentos, a CNI (Confederação
Nacional da Indústria) lançou
no final de março, em sessão solene
no Congresso Nacional, a edição
de 2023 da Agenda Legislativa
da Indústria. O documento reúne
139 projetos de lei de interesse do
setor industrial, com impacto positivo
para o desenvolvimento social
e econômico do país, que tramitam
no Congresso Nacional. Entre as
propostas estão a Reforma Tributária,
o aprimoramento da lei do
licenciamento ambiental, a regulamentação
do mercado de crédito
de carbono, a modernização do
setor elétrico, entre outras. O presidente
da CNI, Robson Braga de
Andrade, pontuou que a recuperação
plena da economia exige uma
ação coordenada do Executivo, do
Congresso Nacional e da sociedade
para aprovar as reformas que
criarão as condições para o crescimento
sustentado da economia.
“O debate sobre a necessidade de
se reindustrializar o Brasil e promover
a transição para uma economia
de baixo carbono tem engajado
lideranças políticas e industriais. A
Agenda traz propostas que contribuem
para alcançarmos o desenvolvimento
econômico e social com
sustentabilidade ambiental”, garante
Robson. O presidente da CNI
destacou que a reindustrialização é
imprescindível para o Brasil voltar
a crescer e realizar a transição para
uma economia de baixo carbono.
“O país precisa de uma indústria
forte e diversificada que, de forma
assertiva, contribua para o desenvolvimento de longo prazo. Para termos maior produtividade e competitividade, é necessário
retirar os obstáculos impostos pelo custo Brasil e cuidar bem do ambiente macroeconômico”, acrescenta o presidente da
CNI. Em sua XXVIII edição, a Agenda Legislativa da Indústria é o principal instrumento de diálogo da indústria com os parlamentares,
o governo federal e a sociedade civil. O documento traz um amplo conjunto de propostas capazes de melhorar o
ambiente de negócios, atrair investimentos e melhorar a competitividade da economia brasileira, proporcionando a criação
de emprego e o aumento da renda para o país.
Foto: divulgação
14 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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NOTAS
REDUÇÃO DE ACIDENTES
DE TRABALHO NO PARÁ
O Sistema FIEPA (Federação das Indústrias do Estado do Pará) promoveu em Belém (PR), um workshop com o objetivo
de discutir ações necessárias para reduzir os riscos no processo de produção, prevenir acidentes e garantir a saúde e segurança
do trabalhador das indústrias do setor de base florestal madeireira do Pará. Para o vice-presidente executivo da
FIEPA, José Maria Mendonça, o aperfeiçoamento do setor de base florestal madeireiro é essencial para garantir o bem-estar
dos trabalhadores e a produtividade das indústrias. “Orientar as nossas indústrias de base florestal é extremamente importante
porque se trata de um trabalho estruturante, e não meramente fiscalizador ou punitivo. Da forma que está sendo
conduzido, com o envolvimento de diversos atores do setor produtivo, com certeza esse acompanhamento vai trazer muitas
melhorias para o ambiente fabril, para toda essa cadeia produtiva e vai deixar um legado muito positivo para o nosso Estado”,
analisa Mendonça, que também é presidente do CIP (Centro das Indústrias do Pará). Entre outros assuntos, durante o
workshop foram apresentadas as principais normas regulamentadoras que tratam de segurança e saúde do trabalho vigentes
no país; requisitos para a manutenção da saúde física e mental no trabalho; mapeamento, gestão e eliminação de riscos
no ambiente fabril e procedimentos para uso de dispositivos de segurança e maquinários. “Essa orientação é importante
para que possamos corrigir falhas, adequar nossa atividade e melhorar os nossos processos produtivos porque a gente sabe
que no setor de base florestal existem riscos que podem vitimar o trabalhador e, claro que a gente não quer isso. Então, o
nosso sindicato é a favor da empresa legal, que cumpre as normas e que respeita a lei, porque a empresa ilegal prejudica
muito o setor e acaba sendo uma concorrente desleal para quem é legalizado”, avaliou o presidente do Simava (Sindicato
das Indústrias do Vale do Acará), Oséas de Castro.
Foto: divulgação
16 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

NOTAS
AMPLIANDO AS INSTALAÇÕES
A Contraco Máquinas foi
uma das empresas que esteve
presente no Congresso do
Pinus Sul Brasil e a TechForestry
– III Feira de Tecnologia
para Indústria da Madeira e
Floresta, que aconteceu no
período de 29 a 31 de março
no Centroserra Convention
Center em Lages (SC). O
evento teve como foco principal
a atualização tecnológica
do plantio ao processamento
do pinus, além de discutir a
evolução da espécie no sul do
Brasil, e incentivar o fomento
e o plantio, com tecnologia
para maior produtividade
florestal. A realização do congresso
foi considerada um
marco para motivar o setor
e fortalecer as indústrias do
ramo madeireiro. Há 36 anos no mercado, a Contraco
esteve presente para mostrar seus produtos, entre
eles o carro-chefe da empresa, a estufa para secagem
de madeira que dispensa o uso de caldeira. Durante
o evento o diretor da Contraco, Eduardo Boni, anunciou
a ampliação de fábrica, sediada em Taió (SC).
“Tivemos um bom crescimento nos últimos anos e
víamos a necessidade de ampliar nossas instalações.
Vamos continuar em Taió, mas vamos sair da região
Central e investir em um novo local. Uma área maior,
praticamente três vezes maior do que o espaço que
estamos hoje. Isso vai possibilitar ampliar o investimento
em pesquisa e inovação, e ter maior área para
fabricar, armazenar e receber os clientes”, afirmou
Eduardo. No setor madeireiro, a Contraco se destaca
na fabricação de secadores de madeira, estufas de
tratamento fitossanitário, cabines de pintura e sistemas
de exaustão, sendo referência nas estufas de secagem
sem necessidade de vapor. “Tem um sistema
Contraco, patenteado, que utiliza queima de resíduos
de madeira para gerar o calor mas sem a necessidade
do vaso de pressão. Trabalhamos com fornalha, trocador
de calor, sistema de distribuição. É um sistema
que trabalhamos há 30 anos, somos pioneiros, e há
uns 10 anos para cá conseguimos dar uma desenvolvida,
em parceria com universidades e institutos
de pesquisa. Hoje em questão de estufa a vapor ou
ar quente, secagem e qualidade, não perdemos em
nada”, garante Eduardo.
Fotos: REFERÊNCIA
18 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

Gradeador de Madeiras
Equipamento projetado para o gradeamento de tábuas nas linhas de produção,
visando a segurança do operador e alta produtividade.
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tabique pode ser manual ou automático.
Características
Alta produção com até 200 peças/minuto
Contador de produção
CLP com IHM touchscreen
Torre de sinalização
Relê de segurança NR12 com acionamentos monitorados
Chave de segurança com atuador mecânico
Sensores protegidos contra choques mecânicos
Proteção termomagnética em motoredutores
Proteção contra distúrbios na rede elétrica de alimentação
Opcionais
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NOTAS
PROGRAMA DA CNI
INCENTIVA BUSCA POR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Estão abertas as inscrições para as indústrias interessadas em participar do Programa Aliança, que tem o objetivo de
promover a eficiência energética, com a implementação de processos capazes de diminuir o consumo e o gasto com energia
e, consequentemente, contribuir para a descarbonização da indústria. O Programa Aliança iniciou em 2023 a sua segunda
fase de execução. A iniciativa foi criada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com a Eletrobras, por meio
do PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), e a ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores
Industriais de Energia e de Consumidores Livres).
A versão 2.0 da iniciativa tem como meta atender 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia em seus
processos de produção. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40 mil toneladas e diminuir os custos
operacionais em R$ 90 milhões ao ano.
Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, o programa, além de reduzir
as emissões, acelera a competitividade e a produtividade da indústria, pois prevê a redução no consumo de energia
e nos custos operacionais. “O novo ciclo é uma versão aprimorada e mais abrangente do programa. Pela primeira vez uma
chamada pública atende a todas as regiões do Brasil. É uma oportunidade para as indústrias brasileiras desenvolverem
projetos de eficiência energética e se tornarem mais sustentáveis e competitivas”, diz Bomtempo.
SEGUNDA ETAPA
Nesta nova fase, três empresas já formalizaram adesão ao programa, são elas: a siderúrgica produtora de aço Arcelor-
Mittal; a Schulz, especializada em maquinário; e a empresa de celulose Eldorado Brasil. Para execução do programa, serão
destinados a essas indústrias R$ 20 milhões. Cada empresa selecionada recebe um aporte de R$ 400 mil e precisa oferecer
uma contrapartida no mesmo valor. Assume também o compromisso de implementar um plano de ação elaborado com a
equipe técnica do projeto.
Empresas interessadas em participar desta nova fase podem participar da chamada pública. As informações estão disponíveis
no site https://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/programa-alianca/
PRIMEIRA FASE
A primeira fase do Programa Aliança atendeu 12 plantas industriais de setores como siderúrgico, químico, cimento e
automobilístico. Em termos energéticos, 176 GWh (Gigawatts por hora) deixaram de ser consumidos, o que seria suficiente
para abastecer por um ano uma cidade de 60 mil habitantes. Ao todo foram identificadas R$ 198 milhões em oportunidades
de redução de consumo, sendo 61% aprovadas e implementadas, gerando uma economia anual de R$ 122 milhões. A
maioria dos projetos envolveu a otimização de processos, sem a necessidade de troca de equipamentos.
Foto: divulgação
20 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

APLICAÇÃO
CERTIFICAÇÃO
DE PORTAS DE MADEIRA
A partir do mês de março a marca da Abimci (Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)
passou a fazer parte dos certificados da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) para portas de madeira. Com
isso, as construtoras, incorporadoras ou especificadores que
recebem certificados de conformidade de portas de madeira,
emitidos pela ABNT Certificadora, que atestam que o produto
está dentro dos requisitos de desempenho exigidos pela norma
ABNT NBR 15930, podem identificar no documento a inclusão
da marca da Abimci, indicando que a empresa fabricante faz
parte do PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas
de Madeira para Edificações).
“A Abimci, entidade gestora do PSQ-PME, já vinha pleiteando
a inclusão do logotipo da entidade nos certificados de
conformidade de portas de madeira emitidos pela ABNT. Esta
inclusão reforça a importância dos programas de qualidade e
promove a diferenciação das empresas fabricantes de portas
de madeira que fazem parte do Programa”, justificou o superintendente
da Abimci, Paulo Pupo. A inclusão foi aprovada pela
ABNT Certificadora e pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia). No novo certificado de conformidade,
a marca da Abimci está localizada no lado esquerdo da
primeira página junto ao logotipo da ABNT e Inmetro.
Foto: divulgação
NORMA
EM REVISÃO
As normas técnicas de produtos publicadas pela ABNT são revisadas periodicamente
para que seja mantida a atualidade frente ao desenvolvimento tecnológico e inovações
do mercado. Desde o ano passado, a norma de portas de madeira para edificações (ABNT
NBR 15930), as partes 1, 2 e 3 entraram no processo de revisão pela CE (Comissão de Estudos)
de Portas de Madeira da ABNT. No mês de março, a CE retomou os trabalhos e deu
continuidade a revisão da parte 2, focada em requisitos gerais e específicos para o produto.
“Estão sendo avaliados e revisados novos e atuais requisitos para portas de madeira, a
inclusão da avaliação do acabamento de forma orientativa e nova avaliação para as portas
resistentes à umidade, assim como requisitos para a inclusão de novas tecnologias disponíveis
para fabricação de portas”, revelou a secretária do CB-031 (Comitê Brasileiro de
Madeira da ABNT), Dayane Potulski. Ainda fará parte dos trabalhos deste ano, a revisão das
partes 1 e 3 da referida norma. As reuniões da CE de Portas são abertas e os interessados em participar devem realizar cadastro
na plataforma ISODoc da ABNT (https://www.abntonline.com.br/normalizacao). “A participação do maior número de
empresas e profissionais é fundamental para que o texto da norma seja revisado da forma mais abrangente possível, aliado
sempre à realidade do produto no mercado”, destacou Dayane.
22 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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FRASES
“HOJE TEMOS QUESTÕES DE INSEGURANÇA JURÍDICA MUITO
FORTES, QUE IMPEDEM O APORTE DE INVESTIMENTOS E,
CONSEQUENTEMENTE, A CONTINUIDADE DO TRABALHO DE QUEM
JÁ ESTÁ NO MERCADO E DE QUEM GOSTARIA DE FAZER PARTE DA
INDÚSTRIA”
FRANK ROGIERI, PRESIDENTE DO FNBF (FÓRUM NACIONAL
DE ATIVIDADES DE BASE FLORESTAL), EM ENTREVISTA PARA
REVISTA REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA
“A PRINCIPAL
PRIORIDADE
DA INDÚSTRIA
É A REFORMA
TRIBUTÁRIA. A
SIMPLIFICAÇÃO E
A MODERNIZAÇÃO
DO SISTEMA DE
ARRECADAÇÃO
DE IMPOSTOS SÃO
IMPRESCINDÍVEIS
PARA ESTIMULAR OS
INVESTIMENTOS E A
PRODUÇÃO, E PARA GARANTIR
A REINDUSTRIALIZAÇÃO DO
PAÍS”
“O ARCABOUÇO FISCAL VAI SER UMA
DIRETRIZ, MAIS FLEXÍVEL DO QUE O TETO
DE HOJE, MAS O ‘X’ VÃO SER AS NOSSAS
NEGOCIAÇÕES PARA VER QUAIS PROJETOS E
VOTAÇÕES VAMOS TER QUE FAZER DEPOIS
PARA AJUSTAR O ARCABOUÇO”
ARTHUR LIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS,
AO COMENTAR AS NOVAS REGRAS FISCAIS
DIVULGADAS PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA
“A CRISE NO CRÉDITO TEM
AFETADO O GRANDE VAREJO NOS
ÚLTIMOS MESES, COM MENOR
DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
E JUROS ALTOS. ESSE CONTEXTO
INFLUENCIA NEGATIVAMENTE A
CONFIANÇA DOS AGENTES E DO
MERCADO NO SETOR E NAS EMPRESAS
QUE OPERAM EM DIFERENTES
SEGMENTOS DO VAREJO”
ROBSON BRAGA
DE ANDRADE,
PRESIDENTE DA CNI
(CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DA
INDÚSTRIA)
Foto: Iano Andrade/CNI
IZIZ FERREIRA, ECONOMISTA
DA CNC (CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DO COMÉRCIO E
BENS, SERVIÇOS E TURISMO)
24 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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ENTREVISTA
PROMOVENDO O
DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA
PROMOTING THE
DEVELOPMENT
OF THE FOREST
PRODUCT SECTOR
C
om grande experiência no setor madeireiro, Juliano Vieira
de Araújo, foi reeleito para nova gestão como presidente
da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente) no último mês de março.
Juliano representa a terceira geração de uma empresa
familiar, a F.V. Araújo, que trabalha no setor madeireiro há mais de 120
anos, onde começou a trabalhar aos 18 anos e continua até hoje, tendo
passado por diferentes cargos na empresa. À frente da Abimci, o
presidente reeleito planeja reforçar a atuação e abordagens nas questões
de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade do setor
florestal, no mercado de créditos de carbono, na otimização das práticas
de ESG, na defesa do setor com relação as barreiras tarifárias e na
promoção do uso da madeira na construção civil, entre outras questões.
Nesta entrevista para Revista REFERÊNCIA MADEIRA ele faz um
balaço da sua primeira gestão e fala sobre o trabalho da Abimci.
Foto: Gelson Bampi
ENTREVISTA
26 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
W
ith vast experience in the Forest Product Sector, Juliano
Vieira de Araújo was re-elected as President of the
Brazilian Association of the Mechanically Processed
Wood Industry (Abimci) last March. Araújo represents
the third generation of a family business, F.V. Araújo,
which has worked in the Forest Product Sector for more than 120 years,
and where he began working at 18 and continues to this day, having gone
through different positions in the Company. At the head of Abimci, the
re-elected president plans to strengthen the performance and approaches
in the issues of raw material supply and sustainability of the Forest-based
Sector, in the carbon credit market, in the optimization of ESG practices,
in defense of the Sector concerning tariff barriers, and in the promotion
of the use of timber in building construction, among other issues. In this
interview with REFERÊNCIA MADEIRA, he provides a synopsis of his first
mandate and talks about the work of Abimci.
JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
PELA FAE (FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA).
PÓS-GRADUADO EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS PELA FAE.
CARGO: PRESIDENTE DA ABIMCI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE)
NO TRIÊNIO 2020-2023 E REELEITO PARA NOVA GESTÃO NO
TRIÊNIO 2023-2026
PROFESSIONAL EDUCATION: GRADUATE IN BUSINESS ADMINISTRATION,
FACULTY OF ADMINISTRATION AND ECONOMICS (FAE). POSTGRADUATE STUDIES
IN INTERNATIONAL BUSINESS, FAE.
FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF THE MECHANICALLY
PROCESSED WOOD INDUSTRY (ABIMCI) FOR THE TRIENNIUM 2020-2023 AND
RE-ELECTED FOR THE TRIENNIUM 2023-2026

QUAL O BALANÇO DOS TRÊS PRIMEIROS ANOS
DE GESTÃO FRENTE À ABIMCI?
É impossível falar da gestão sem citar os desafios e
transformações enfrentadas nos últimos 3 anos pelo setor
industrial madeireiro. A imprevisibilidade e os reflexos da
pandemia nos levaram a adaptação de novas realidades e
práticas, mas com muita resiliência conseguimos nos adequar
e continuar defendendo os interesses do setor frente
às diversas esferas do governo e também no cenário
internacional. Com a mudança na forma e perfil de consumo
da população mundial durante a pandemia, a produção
madeireira também buscou se adaptar aos novos
cenários e demandas, como o aumento de produção, novos
investimentos no parque fabril com modernização dos
processos em busca de melhor desempenho comercial e,
consequentemente, uma alteração na relação de oferta
e demanda do suprimento florestal. Batalhas e entraves
comerciais, tarifários e não tarifários, também se intensificaram
neste período, como os processos de dano e de
dumping sofrido pelo segmento de molduras no mercado
norte-americano, assim como os reflexos de ação efetuada
por coalizão de fabricantes de compensado daquele
país, que ocasionou a retirada do Brasil de empresas de
certificação dos EUA (Estados Unidos da América), prejudicando
a performance do nosso produto naquele mercado.
A Abimci manteve no período, a sua agenda institucional
na defesa de interesses, com interação constante
entre as empresas associadas, usando novas ferramentas
e formatos distintos de reuniões e encontros, o que reforçou
a atividade institucional e união do setor.
QUAIS OS PRINCIPAIS OBJETIVOS PARA ESTE
NOVO PERÍODO NA PRESIDÊNCIA DA ABIMCI?
Na gestão 2023/2026, além das pautas permanentes
da entidade, reforçaremos nossa atuação e abordagens
nas questões de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade
do setor florestal, no mercado de créditos
de carbono, na otimização das práticas de ESG, bem
como manteremos o monitoramento e defesa do setor
em relação as barreiras tarifárias e não tarifárias. Atuaremos
na promoção para o avanço do uso da madeira
na construção civil, tanto no sistema wood frame como
com produtos de madeira engenheirada, na promoção
comercial e em novas oportunidades de mercado para os
produtos madeireiros. Estaremos atentos ao comportamento
do mercado, que tem mostrado novas dinâmicas
e adequações, tanto internamente como nos principais
mercados consumidores dos produtos brasileiros. Na área
técnica, haverá a ampliação de programas de certificação
para os produtos madeireiros para atender as demandas
e regramentos técnicos do mercado, em especial, o da
construção civil.
FALOU SOBRE SUSTENTABILIDADE, MERCADO
DE CRÉDITO DE CARBONO E DE PRÁTICAS DE ESG.
COMO ESTES ASPECTOS IMPACTAM O MERCADO
INDUSTRIAL MADEIREIRO?
O setor de base florestal está vivendo um momento
WHAT IS YOUR SYNOPSIS OF THE FIRST THREE YE-
ARS IN FRONT OF ABIMCI?
Discussing management without mentioning the challenges
and transformations the Forest Product Sector faced in the
last three years is impossible. Unpredictability and the effects
of the pandemic led us to adapt to new realities and practices.
Still, with much resilience, we have been able to adapt and
continue defending the Sector’s interests in the face of the
various spheres of government and the international scenario.
With the change in the form and consumption profile of the
world population during the pandemic, timber production
also sought to adapt to new techniques and demands, such as
increased production, new investments in the industrial park
with process modernizations in search of better commercial
performance and, consequently, a change in the supply and
demand also intensified in this period, such as the damage
and dumping processes suffered by the molding segment in
the North American market. The reflections of action taken by
a coalition of American plywood manufacturers, causing the
withdrawal of American certification companies from Brazil,
harmed the performance of our product in that market. During
the period, Abimci maintained its institutional agenda in defense
of Sector interests, with constant interaction between the
member companies, using new tools and different formats of
meetings and events, reinforcing the institutional activity and
union of the Sector.
WHAT ARE THE MAIN OBJECTIVES FOR THIS PERIOD
IN YOUR NEW MANDATE?
In the 2023/2026 mandate, in addition to the entity’s permanent
guidelines, we will strengthen our performance and
approaches in the issues of raw material supply and sustainability
of the Forest-based Sector, in the carbon credit market,
in the optimization of ESG practices, as well as maintain the
monitoring and defense of the Sector concerning tariff and
non-tariff barriers. Furthermore, we will promote the advancement
of the use of timber in building construction, both in
the wood-frame system and with engineered wood products,
in the commercial promotion and new market opportunities
for forest products. We will be attentive to the behavior of
the market, which has shown new dynamics and adaptations,
both internally and in the main consumer markets for Brazilian
O SETOR DE BASE FLORESTAL
ESTÁ VIVENDO UM MOMENTO
SINGULAR QUE PODE PROPORCIONAR A
SUPERAÇÃO DE PRÉ-CONCEITOS EM
RELAÇÃO AS SUAS PRÁTICAS,
ARRAIGADAS POR INFORMAÇÕES
DISTORCIDAS EM RELAÇÃO AO PAPEL
DOS MADEIREIROS E SUAS PRÁTICAS DE
EXTRAÇÃO FLORESTAL
ABRIL 2023 27

ENTREVISTA
singular que pode proporcionar a superação de pré-conceitos
em relação as suas práticas, arraigadas por informações
distorcidas em relação ao papel dos madeireiros e
suas práticas de extração florestal. Nosso setor tem ações
sustentáveis consolidadas, preserva as florestas nativas,
propicia a manutenção da fauna e durante o crescimento
das árvores nativas ou plantadas absorve gás carbônico
e libera oxigênio na atmosfera. Os produtos derivados
da madeira, como o compensado, a moldura, a madeira
serrada, as portas e os pisos, entre outros, estocam carbono
durante todo o seu ciclo de produção e uso. Este
é um diferencial fundamental para os nossos produtos.
Existe um amplo mercado com grandes oportunidades
para usarmos os créditos de carbono que produzimos,
com nossas florestas e produtos. Nosso setor também
tem enorme importância no ambiente social e econômico,
gera empregos, renda, tributos e a sua contribuição
positiva no saldo da balança comercial. Nossas empresas
estão constantemente se adequando aos programas de
qualidade que instigam o controle do processo produtivo,
padronização e atendimento às normas técnicas, processo
essencial para entregar ao mercado produtos certificados.
Isso só é possível com a profissionalização dos
processos de gestão. Todos esses fatores mostram que já
estamos direcionados e preparados para o atendimento
às práticas de ESG.
COMO SERÁ A ATUAÇÃO DOS COMITÊS DE PRO-
DUTOS DA ABIMCI NA NOVA GESTÃO?
Reuniões setoriais sempre ocorreram na agenda da
Abimci e têm se intensificado nos últimos anos. O formato
de atuação da Abimci segmentado por Comitês
de Produtos, proporciona uma maior aproximação das
empresas daquele produto e um melhor aprofundamento
e entendimento das pautas e demandas necessárias de
atuação pela entidade. Nos 3 últimos anos, com todas as
imprevisibilidades que vivenciamos, em especial durante
a pandemia, as ações dos Comitês se tornaram ainda
mais fundamentais para a união de esforços e tomadas de
decisões. Adotamos um cronograma de reuniões virtuais
que possibilitou uma ampla troca de informações, essenciais
para o planejamento das empresas. Nas reuniões
dos Comitês de Produtos conseguimos compreender
melhor o ambiente de negócio de cada segmento e também
as necessidades intrínsecas a cada um deles, como,
por exemplo, avaliação das situações enfrentadas no
mercado nacional e internacional, expectativas e necessidade
de certificações e adequações técnicas de produtos
(exemplo já ocorrido com portas e agora está em desenvolvimento
com o compensado plastificado e pellets), os
desafios logísticos, a dinâmica do consumo, entre outros
temas. Há muito o que ser feito, mas estamos confiantes
que este modelo proporciona a união de esforços que o
setor carece para continuar se desenvolvendo e entregando
produtos de qualidade e dentro dos parâmetros técnicos
para o mercado nacional e internacional.
products. In the technical area, certification programs for forest
products will be expanded to meet the demands and technical
regulations of the market, especially those for building construction.
YOU HAVE DISCUSSED SUSTAINABILITY, THE CAR-
BON CREDIT MARKET, AND ESG PRACTICES. HOW
DO THESE ASPECTS IMPACT THE FOREST PRODUCT
MARKET?
The Forest-based Sector is living through a unique moment
that can overcome the preconceptions concerning its
practices, rooted in distorted information regarding the role of
forest companies and their forest harvest practices. Our Sector
has consolidated sustainable actions, preserves native forests,
and provides the maintenance of fauna. During the growth of
native or planted trees, they absorb carbon dioxide and release
oxygen into the atmosphere. Products derived from timber,
such as plywood, moldings, sawn wood, doors, and flooring,
store carbon throughout their growth cycle and use. This is
a fundamental differential for our products. There is a large
market with great opportunities for us to use the carbon credits
we produce with our forests and products. Our Sector also
plays an essential role in the social and economic environment
generating jobs, income, and taxes and positively contributing
to the trade balance. Our companies are constantly adapting
to quality programs that instigate the control of the production
process, standardization, compliance with technical standards,
and essential procedures to deliver certified products to the
market. This is only possible with the professionalization of management
processes. All these factors show that we are already
being directed and prepared to comply with ESG practices.
HOW WILL ABIMCI’S PRODUCT COMMITTEES PER-
FORM IN THE NEW MANDATE?
Sectoral meetings have always been on Abimci’s agenda
and have intensified recently. The format of Abimci’s performance,
segmented by Product Committees, provides a better
approximation of the companies producing that product and
a better deepening and understanding of the guidelines and
demands necessary for action by the entity. With all the unpredictability
we have experienced in the last three years, especially
during the pandemic, the Committees’ activities have
become even more fundamental for the union of efforts and
decision-making. We adopted a schedule of virtual meetings
that enabled a broad exchange of information, essential for
company planning. In the Product Committees meetings, we
could better understand each segment’s business environment
and its intrinsic needs. For example, these include evaluation
of the situations faced in the domestic and international
market, expectations, the need for certifications and technical
adaptations of products (examples already occurred with doors
and are now under development with plasticized plywood
and pellets), logistical challenges, and consumption dynamics,
among other topics. There is much to be done, but we are
confident that this model provides the union of efforts that the
Sector needs to continue developing and delivering quality
28 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

CUPIM SUBTERRÂNEO
NORMA ASTM D:3345-74 (1999)
AVALIAÇÃO 10
CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente
estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)
(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo
resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo
assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).
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madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)
por adição à cola e tratamento superficial;
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ENTREVISTA
HÁ A EXPECTATIVA DE AMPLIAÇÃO DOS PRO-
GRAMAS DE CERTIFICAÇÃO PARA OS PRODUTOS
MADEIREIROS PARA ATENDER AS DEMANDAS DO
MERCADO. COMO SE DARÁ ESTÁ AMPLIAÇÃO?
Faz parte da história da Abimci o incentivo à fabricação
de produtos certificados. Desde a década de 1990,
quando ocorreu o desenvolvimento do PNQM (Programa
Nacional de Qualidade da Madeira), a Abimci atua para
auxiliar as empresas na otimização do processo produtivo
e, consequentemente, possibilitar a entrega ao mercado
de produtos dentro de padrões técnicos exigidos
pelas normas vigentes. A entidade também é gestora
do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT, o CB-031, e
coordena nacionalmente as atividades do Comitê, no desenvolvimento,
elaboração e revisão das normas técnicas.
Programas de certificação são naturalmente decorrentes
da crescente demanda técnica pelo mercado e se tornam
ferramentas estratégicas para o avanço e posicionamento
dos produtos no mercado de consumo. Temos exemplos,
há muitos anos, consolidados na Abimci como o PNQM,
a certificação CE por meio da parceria de 20 anos com a
BM Trada para a Certificação CE Marking, necessária para
a exportação ao mercado Europeu, assim como, mais
recentemente, a certificação de conformidade de produto,
o UKCA Mark, válida para os países da Grã-Bretanha.
Um importante case de sucesso, refletido nas conquistas
técnicas e de mercado, foi com o desenvolvimento do
PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas de
Madeira para Edificações) que hoje conta com 21 empresas
participantes e mais de 60 produtos certificados,
consolidado no mercado da construção civil, em especial
junto as construtoras do país e reconhecido pela Inmetro.
Recentemente, em 2022, a Abimci lançou o Programa
Setorial da Qualidade do Compensado Plastificado e, no
momento, as empresas participantes já estão sendo auditadas
e seus produtos, focados em forma de concreto,
sendo testados. A expectativa é que nos próximos meses
os primeiros produtos estejam certificados e disponibilizados
ao mercado. A Abimci continuará atenta as demandas
de mercado, tanto no desenvolvimento de novas
normas técnicas quando na elaboração de programas de
certificação, tendo sempre como foco o atendimento às
necessidades do mercado.
FALANDO SOBRE NORMALIZAÇÃO DE PRODU-
TOS, HÁ VÁRIOS ANOS O MERCADO AGUARDA A
PUBLICAÇÃO DA NORMA TÉCNICA DE CONSTRU-
ÇÃO DE CASAS COM O SISTEMA WOOD FRAME.
O QUE VAI MUDAR NO MERCADO QUANDO ISSO
ACONTECER?
A Abimci, por meio da gestão do CB-031, tem liderado
o desenvolvimento desta e de outras normas para
intensificar o uso da madeira na construção civil no país
e, especificamente no desenvolvimento da norma wood
frame, organizou todas as agendas para o processo da
elaboração da norma técnica, sempre defendendo a apliproducts
within the technical parameters for the domestic and
international market.
THERE IS AN EXPECTATION TO EXPAND CERTIFI-
CATION PROGRAMS FOR FOREST PRODUCTS TO MEET
MARKET DEMANDS. HOW WILL THIS EXPANSION TAKE
PLACE?
This is part of Abimci’s history to encourage manufacturing
certified products. Since the 1990s, when the National Wood
Quality Program (PNQM) was developed, Abimci has been
working to assist companies in optimizing the production
process and, consequently, enabling companies to deliver
products within the technical standards required by current
standards to the market. The entity is also the manager of AB-
NT’s Brazilian Wood Committee, CB-031, and coordinates the
activities of the Committee nationally in developing, elaborating,
and revising technical standards. Certification programs
are natural due to the growing technical demand of the market
and have become strategic tools for the advancement and positioning
of products in the consumer market. For many years,
we have examples consolidated in Abimci such as PNQM, CE
certification through the partnership of 20 years with BM Trada
for CE Marking Certification, necessary for export to the European
market, as well as, more recently, the product conformity
certification, the UKCA Mark, valid for the United Kingdom.
An important successful case, reflected in the technical and
market achievements, was the development of the Sectorial
Program of the Quality of Wooden Doors for Buildings (PSQ-
-PME). Today, the program has 21 participating companies and
more than 60 certified products consolidated in the building
construction market, especially with the Country’s building
construction companies and recognized by Inmetro. Recently,
in 2022, Abimci launched the Plasticized Plywood Quality Sector
Program. The participating companies are already being
audited, and their products, focused on concrete forms, are
being tested. The first products are expected to be certified
and made available in the coming months. Abimci will continue
to pay attention to market demands in developing new
technical standards and certification programs, always focusing
on meeting the market’s needs.
TALKING ABOUT PRODUCT STANDARDIZATION, THE
MARKET HAS BEEN WAITING FOR THE PUBLICATION
OF THE TECHNICAL STANDARD FOR BUILDING HOUSES
WITH THE WOOD-FRAME SYSTEM FOR SEVERAL YEARS.
WHAT WILL CHANGE IN THE MARKET WHEN THIS HA-
PPENS?
Abimci, through the management of CB-031, has led the
development of this and other standards to intensify the use of
timber in building construction in the Country. Specifically, this
includes the development of the wood-frame standard, has
organized all the agendas for drafting the technical standard,
and always defending the applicability of processed timber
products. The standard for the construction of houses using
the wood-frame system is in the final process of domestic
consultation by ABNT. We expect it will be published soon, an
30 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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ENTREVISTA
cabilidade dos produtos de madeira processada. A norma
para construção de casas com madeira em wood frame
está em processo final de consulta nacional pela ABNT e
nossa expectativa é que seja publicada em breve, fator
essencial para o avanço e consolidação deste sistema
construtivo industrializado no país. Com a norma será
possível uma atuação mais focada e coordenada para
estimular o desenvolvimento de políticas públicas para o
uso do sistema no Brasil, bem como a inclusão nas linhas
de financiamentos oficiais para empreendimentos e obras
em wood frame, potencializando assim maior escala na
produção e de contribuir para a redução do déficit habitacional.
Além disto, teremos a oportunidade de apresentar
para a sociedade os benefícios das construções com madeira,
como o sequestro de carbono durante o crescimento
das árvores, estoque do carbono nas estruturas construtivas,
a redução dos resíduos nas obras e a velocidade
construtiva, entre outros aspectos.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A
AMPLIAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL MADEI-
REIRA NO BRASIL?
Ampliação da produção está diretamente ligada as
demandas, tendência e comportamento do mercado. E
essa dinâmica e timing das ações sempre é complexo. A
otimização e expansão da produção passa por renovações
e inovações no parque fabril, investimentos a juros
competitivos, acesso à novas tecnologias, entre vários
outros fatores. Um ambiente econômico favorável, tanto
na economia doméstica como na internacional é fator
fundamental para novos planejamentos em expansão da
produção, assim como a melhoria em políticas públicas,
na desburocratização nos processos, a confiança do consumidor,
o custo logístico envolvido, o suprimento florestal
na região onde se situa a empresa, enfim são muitas as
variáveis a serem consideradas para a definição de novos
investimentos e aumento da produção madeireira.
A ABIMCI COMPLETOU 50 ANOS EM 2022. O
QUE OS ASSOCIADOS PODEM ESPERAR DA INSTI-
TUIÇÃO NOS PRÓXIMOS ANOS?
Em toda a sua história, a Abimci atuou defendendo os
interesses das empresas associadas nas mais diversas esferas.
Sempre proporcionou o espaço para troca de informações
e construção de agendas que tivessem como objetivo
o bem comum das empresas e o desenvolvimento
do setor. Continuaremos com nossa missão, cada dia mais
fortalecidos, atentos às transformações que estão ocorrendo
em nível nacional e mundial, atuando nas pautas já
consolidadas pela entidade nas diversas áreas e esferas e
em novas demandas, ajudando a promover a sustentabilidade
e competitividade das empresas, dos negócios e no
fortalecimento do setor madeireiro e florestal brasileiro.
essential factor for advancing and consolidating this industrialized
construction system in the Country. With the norm, a more
focused and coordinated action will be possible to stimulate
the development of public policies for using the system in Brazil.
As well, official lines of financing for projects and jobs using
wood-frame become available, thus enhancing on a larger scale
in production and contributing to the reduction of the housing
deficit. In addition, we will have the opportunity to present
to society the benefits of using timber in buildings, such as
carbon sequestration during the growth of trees, carbon stock
in construction structures, reduction of waste on the job site,
and construction speed, among other aspects.
WHAT ARE THE MAIN CHALLENGES FOR EXPAN-
DING FOREST PRODUCT PRODUCTION IN BRAZIL?
Expanding production is directly linked to demands,
trends, and market behavior. And the dynamics and timing of
actions are always complex. For example, the optimization and
expansion of production go through renovations and innovations
in the industrial park, investments at competitive interest,
and access to new technologies, among several other factors.
Furthermore, a favorable economic environment, both in the
domestic and international economy, is a fundamental factor
for new planning in expanding production. The improvement
in public policies, the reduction of bureaucracy in the processes,
consumer confidence, the logistics cost involved, and the
forest supply in the region where the company is located are
also challenges to be faced. In short, many variables must be
considered to define new investments and increase forest product
production.
ABIMCI TURNED 50 YEARS OLD IN 2022. WHAT CAN
MEMBERS EXPECT FROM THE INSTITUTION IN THE CO-
MING YEARS?
Throughout its history, Abimci has defended member companies’
interests in the most diverse spheres. It has always provided
the space for exchanging information and constructing
agendas aimed at companies’ common good and the Sector’s
development. We will continue with our mission, increasingly
strengthened, attentive to the transformations that are taking
place at the domestic and global level, acting on the guidelines
already consolidated by the entity in the various areas and
spheres and new demands, helping to promote the sustainability
and competitiveness of companies, businesses, and the
strengthening of the Brazilian Forest Product and Forest-based
Sectors.
NOSSO SETOR TAMBÉM TEM
ENORME IMPORTÂNCIA NO
AMBIENTE SOCIAL E ECONÔMICO, GERA
EMPREGOS, RENDA, TRIBUTOS E A SUA
CONTRIBUIÇÃO POSITIVA NO SALDO DA
BALANÇA COMERCIAL
32 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

COLUNA ABIMCI
MADEIRA, O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Paulo Pupo
Superintendente da Associação
Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente
Contato: abimci@abimci.com.br
C
onstruções com utilização de madeira engenheirada,
bem como, o avanço e consolidação
do sistema construtivo wood frame
foram tema de amplo debate a respeito das
tecnologias que estão sendo desenvolvidas
e utilizadas ao redor do mundo e no Brasil, em um seminário
técnico, realizado na capital paranaense, no mês de
março. O evento, que teve o apoio da Abimci (Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),
reuniu mais de 500 participantes, entre eles
arquitetos, engenheiros e empresários do setor industrial
madeireiro.
A participação deste número expressivo de profissionais
da construção civil, empresários e interessados no
tema, é reflexo da busca por novas tecnologias, inovações
e soluções construtivas que proporcionem mais velocidade
às obras, melhor escala de negócios, competitividade
de custos e menor impacto ambiental.
A madeira engenheirada e o wood frame, materiais
fabricados a partir de processos industriais que proporcionam
à madeira resistência mecânica, durabilidade,
trabalhabilidade, flexibilidade e leveza, possibilitam
redução de tempo construtivo, menor quantidade de resíduos
na obra e baixo impacto ao meio ambiente. Estas
caraterísticas são atrativas ao mercado da construção civil,
pois seguem as principais premissas de uso de materiais
sustentáveis em obras, fatos que permitem e credenciam
que a madeira seja empregada em praticamente todos os
tipos de empreendimentos imobiliários.
As construções com essas tecnologias, que já estão
sendo executadas no Brasil, e que tem um alto potencial
de crescimento, também se destacam pela sustentabilidade,
que é intrínseca à sua matéria-prima principal,
a madeira. Estudos apontam que cada sete árvores
conseguem sequestrar 1 tonelada de carbono nos seus
primeiros 20 anos de idade. Todo este carbono absorvido
permanece estocado nos produtos de madeira em todo
o seu ciclo de vida. Um diferencial dificilmente superado
por outro produto.
34 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
Foto: divulgação
Estas potencialidades proporcionam um cenário positivo,
especialmente agora, momento em que a norma do
wood frame está em processo final de consulta nacional
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A sua publicação é um fator essencial para o avanço e
consolidação deste sistema construtivo industrializado no
país, que proporcionará uma atuação mais focada e coordenada
para estimular o desenvolvimento de políticas
públicas para o uso do sistema no Brasil e a sua inclusão
nas linhas de financiamentos.
As instituições financeiras, por sua vez, já apontam
que existem oportunidades de financiamento para estes
sistemas construtivos, e que aliados à demanda crescente,
o avanço na normalização e padronização dos produtos
disponíveis no mercado, podem gerar uma melhor
escala de produção e de novos investimentos fabris, fatores
positivos para a ampliação e otimização do acesso a
crédito e financiamentos em larga escala.
A Abimci está atenta a todos estes fatos e cenários,
pois além de realizar a gestão do Comitê de Madeiras da
ABNT, o CB-031, que desenvolve e revisa as normas técnicas
necessárias para a padronização e uso dos produtos
madeireiros, que atendam aos requisitos mínimos de desempenho
e segurança aos empreendimentos, também
abriga dentro de sua organização institucional diversas
ações de promoção e desenvolvimento comercial na busca
da melhor sustentabilidade para todos os envolvidos.
Com a normalização dos produtos, o aumento da
produtividade industrial e o crescimento da demanda, a
madeira tem todo o potencial para aumentar sua participação
na construção civil nacional, oferecendo seus benefícios
técnicos, estéticos e sustentáveis para a sociedade.
O momento e as oportunidades são para todos!
A MADEIRA ENGENHEIRADA E
O WOOD FRAME, MATERIAIS
FABRICADOS A PARTIR DE PROCESSOS
INDUSTRIAIS QUE PROPORCIONAM À
MADEIRA RESISTÊNCIA MECÂNICA,
DURABILIDADE, TRABALHABILIDADE,
FLEXIBILIDADE E LEVEZA, POSSIBILITAM
REDUÇÃO DE TEMPO CONSTRUTIVO,
MENOR QUANTIDADE DE RESÍDUOS NA
OBRA E BAIXO IMPACTO AO MEIO
AMBIENTE

EM CONSTANTE
EVOLUÇÃO
A segunda planta nos dará capacidade
para participar mais dos mercados de
painéis MDF, MDP, Compensados e Resinas
Especiais. A nossa expectativa é crescer
com solidez nestes segmentos, onde o
cenário é de grande competitividade.
ão no mercado de paineis!

PRINCIPAL
FÁBRICA
EM EXPANSÃO
Fotos: Emanoel Caldeira
36 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

INDÚSTRIA INVESTE PESADO EM
SEGUNDA PLANTA DE FORMOL
PARA GARANTIR EXPANSÃO DE SUA
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE
RESINAS PARA MADEIRA
EXPANDING
PRODUCTION
A COMPANY INVESTS HEAVILY IN A
SECOND FORMALDEHYDE PLANT TO
ENSURE THE EXPANSION OF ITS MARKET
SHARE OF WOOD RESINS
ABRIL 2023 37

PRINCIPAL
C
om 16 anos de atividade no mercado de resinas
para o setor da madeira, a Bonardi Química
mostra mais uma vez que aposta no crescimento
do mercado ao inaugurar a segunda planta para
produção de formol, matéria-prima para fabricação
de resinas termofixas. Em 2020, a empresa já havia
inaugurado a sua primeira fábrica de formol. A experiência foi
tão positiva que em pouco tempo a direção decidiu investir
em uma segunda planta e assim garantir condições para
expandir a sua atuação no mercado da madeira. “Estrategicamente
a Bonardi decidiu investir em uma planta de formol
em 2017. Até a planta ficar pronta éramos um dos maiores
consumidores de formol do mercado brasileiro. Falando em
termos de engenharia, nós verticalizamos para trás o nosso
processo. Passamos a produzir a própria matéria-prima”,
enaltece Robson Lemos, diretor comercial da Bonardi Química
desde 2013. A segunda planta nos dará capacidade
para participar mais dos mercados de painéis MDF, MDP,
Compensados e Resinas Especiais. A nossa expectativa é
crescer com solidez nestes segmentos, onde o cenário é de
grande competitividade”, projeta o diretor, que desde 1992
atua profissionalmente no setor da madeira.
A primeira planta de formol da Bonardi Química foi capa
da edição nº 227 da Revista REFERÊNCIA MADEIRA, em
março de 2021. Dois anos depois a capa é a segunda fábrica
de formol inaugurada em março de 2023, da indústria que
tem como sócios diretores Hamilton dos Santos Medeiros
e João Francisco Nardi.
W
ith 16 years of activity in the resin market
for the Forest Product Sector, Bonardi
Química bets on market growth by inaugurating
a second plant to produce formaldehyde,
the primary raw material for
manufacturing thermosetting resins. In 2020, the Company
inaugurated its first formaldehyde factory. The experience
was so positive that in a short time, management decided
to invest in a second plant and, thus, ensure conditions
to expand its operations in the forest-product market.
“Strategically, Bonardi decided to invest in a formaldehyde
plant in 2017. Until the plant was ready, we were one of the
largest buyers of formaldehyde in the Brazilian market. In
terms of engineering, we verticalized our process backward.
We started to produce our own raw material,” praises
Robson Lemos, Director of Sales for Bonardi Química,
since 2013. “The second plant will give us the capacity to
further participate in the MDF, MDP, plywood, and special
resin markets. We expect to grow and solidify our position
in these segments, where competition is fierce,” projects
the Director, who has worked professionally in the Forest
Product Sector since 1992.
Bonardi Química’s first formaldehyde plant was the
cover story of REFERÊNCIA Industrial Madeira issue No.
227 in March 2021. Two years later, the cover story is about
the second formaldehyde factory inaugurated in March
2023, honoring Company Managing Partners Hamilton dos
Santos Medeiros and João Francisco Nardi.
A SEGUNDA
PLANTA VAI
AMPLIAR O NOSSO
NEGÓCIO PARA PODER
PRODUZIR MAIS RESINA
PARA O SEGMENTO DE
PAINÉIS DE MDF, MDP, E
ASSIM EXPANDIR, E
ATENDER O MERCADO DE
COMPENSADO. A NOSSA
EXPECTATIVA É CRESCER
MAIS 50%
ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL
DA BONARDI QUÍMICA
38 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

AMPLIAÇÃO DO NEGÓCIO
“Com a planta 2 vamos aumentar em 113% a nossa
capacidade produtiva de formol”, salienta Robson. Com a
nova fábrica, inaugurada em março de 2023, a empresa passa
a ter a capacidade para produção de 110 mil toneladas de
formol por ano. A primeira planta de formol produz 50 mil
toneladas/ano, e a segunda fábrica, instalada ao lado da
primeira e na mesma área onde está a unidade de resinas,
localizada na cidade de Colombo (PR), tem capacidade para
produção de 60 mil toneladas/ano de formol. “O investimento
atende todas as linhas de produção da empresa. Grandes
investimentos são para gerações, não pode pensar em dois,
três anos. Neste momento o mercado está recessivo. Mas
uma planta de formol tem uma durabilidade de pelo menos
50 anos”, afirma Robson.
GRANDES INVESTIMENTOS
A empresa investiu nos últimos anos, a quantia acima de
R$ 120 milhões, com uma taxa de retorno viável para o tipo de
negócio. Neste contexto, os investimentos em ativos incluem
duas plantas de formol, reatores de resinas, utilidades para a
fábrica de resinas, máquinas de impregnação de papel tego
film e também na frota de caminhões do Grupo.
Mas os investimentos não param na segunda planta de
formol. A Bonardi também investiu neste ano na instalação
de um novo reator e na aquisição de um equipamento chiller.
O reator para produzir resina começou a operar no final
de março. Trata-se de um reator com capacidade para produção
de 85 toneladas de resina a cada 6h (horas), aumentando
a capacidade para produção em torno de 40%. Passando do
atual 22 mil para 30 mil toneladas/ano.
EXPANDING BUSINESS
“With the second plant, we will increase our formaldehyde
production capacity by 113%,” says Lemos. With
the new plant, inaugurated in March 2023, the Company,
located in Colombo (PR), can now produce 110 thousand
tons of formaldehyde annually. The first formaldehyde
plant only produces 50 thousand tons annually. And the
second factory, installed next to the first in the same area
where the resin unit is located, has a production capacity
of 60 thousand tons annually of formaldehyde. “The
investment serves all of the Company’s production lines.
Large investments are for generations; you can’t just think
about two, or three, years ahead. Right now, the market
is recessionary. But a formaldehyde plant lasts at least 50
years,” says Lemos.
MAJOR INVESTMENTS
Over the years, the Company invested more than R$ 120
million with a return compatible with the type of business.
In this context, the investments have included two formaldehyde
plants, resin reactors, resin factory utilities, a tego
film paper impregnation machine, and the Group truck fleet.
The reactor began producing resin in late March. It has
a production capacity of 85 tons of resin every 6 hours, increasing
the production capacity by around 40% and going
from 22 thousand to 30 thousand tons annually.
Another significant investment was the acquisition of a
large-capacity chiller—a giant water cooler with power to
cool all the Company’s plants. The equipment, based on
American technology, was imported from India. The equipment
will help produce the resins, improving the thermal
cooling efficiency of the thermosetting resins, which require
cooling efficiently.
ABRIL 2023 39

PRINCIPAL
Outro grande investimento foi a aquisição de um chiller
de grande capacidade. Um resfriador de água gigante, com
potência para resfriar todas as plantas da empresa. O equipamento
com tecnologia norte-americana foi importado da
Índia. O equipamento vai ajudar na produção das resinas,
melhorando a eficiência térmica de resfriamento das resinas
termofixas, que requer resfriamento com eficiência.
Para Robson Lemos, com o aumento na produção de
resinas, a meta para 2024 é aumentar a exportação dos
produtos. Atualmente 95% do mercado da Bonardi Química
é doméstico, com maior concentração na região sul, atendendo
também Estados do norte e centro-oeste, e com alguma
participação no mercado de compensados da Argentina,
Paraguai, Bolívia e Uruguai.
CONFIANÇA E QUALIDADE
O investimento contínuo da Bonardi em tecnologia e
novos equipamentos é um grande diferencial da empresa e
não passa despercebido pelos clientes. O sócio-diretor da
NM Compensados, Gilson Virtuoso, é cliente desde o início
da indústria e destaca os benefícios desta relação. “Eles
estão sempre investindo em tecnologia e quem ganha é o
cliente. Tem profissionais capacitados, produtos de qualidade,
uma logística muito bem montada. Não ficamos na mão
com eles”, elogia Gilson. “Os produtos são de excelente
qualidade com colagem boa. O atendimento é diferenciado,
com técnicos na empresa que conhecem o negócio e ajudam
em projetos. Hoje o mundo tá muito competitivo e a Bonardi
traz esse diferencial que nos faz sentir seguros. Eles passam
confiabilidade, além da qualidade dos produtos”, destaca
o gestor na NM Compensados, localizada em Presidente
Getúlio (SC).
Igor Rover, sócio-diretor da Compensados Relvaplac,
fábrica de painéis compensados com sede em Imbituva
(PR) é cliente da Bonardi há cerca de 10 anos, de quem
For Lemos, the goal for 2024 is to increase exports
with the increase in the production of resins. Currently,
95% of Bonardi Química’s market is domestic, with a greater
concentration in the Southern Region of Brazil, also
serving northern and midwestern states, and with a small
share serving the plywood market of Argentina, Paraguay,
Bolivia, and Uruguay.
TRUST AND QUALITY
Bonardi’s continuous investment in technology and
new equipment is the Company’s significant differential
and does not go unnoticed by customers. Gilson Virtuoso,
the Managing Partner of NM Compensados located
in Presidente Getúlio (SC), has been a customer since
the beginning of NM Compensados and highlights the
benefits of this relationship. “They continuously invest in
technology, and the customer is the winner. It has trained
professionals, quality products, a very well-assembled
logistics. We have never been out of hand with them,”
says Virtuoso. “The products are of excellent quality with
good bonding features. The service is differentiated, with
technicians in the Company who know the business and
help with projects. Today, the world is very competitive,
and Bonardi’s differential makes us feel secure. They pass
on reliability and the quality of the products,” says the NM
Compensados Managing Partner.
Igor Rover, Managing Partner of Compensados Relvaplac,
a plywood panel factory based in Imbituva (PR), has
been a Bonardi customer for about ten years, from whom
he acquires resins, tego film, and stain. Rover highlights the
quality of service. “It is a reference company in the market,
very flexible, has its own delivery fleet, is affordable, and
with excellent quality products. In addition, it has a responsible
after-sales service, always present and seeking
continuous improvements,” praises Rover.
40 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

adquire resinas, tego film e tinta. Igor destaca a qualidade
no atendimento. “É uma empresa referência do mercado,
muito flexível, possui frota de entrega própria, é acessível e
com produtos de excelente qualidade. Tem um pós-venda
responsável, que sempre está presente e buscando melhorias
contínuas”, enaltece Igor.
ESTRUTURA ROBUSTA
A logística de transporte da Bonardi é outro diferencial.
A empresa possui uma frota de 85 veículos entre caminhões
e carretas que fazem a entrega dos produtos em veículos
próprios para vendas com até 1.700 km (quilômetros) de
distância. Para localidades mais distantes, a entrega é feita
por empresas de transporte parceiras.
A Bonardi também possui uma participação importante
no mercado de papel tego film, utilizado para a fabricação
do compensado plastificado e aplicado para construção de
forma de concreto aparente. Neste negócio, a capacidade
da Bonardi é para produção de 24 milhões m 2 /ano.
Outro segmento importante, onde a Bonardi é líder no
mercado nacional, é o de verniz para o setor da construção
civil. A empresa possui uma linha completa de verniz para
piso de madeira.
O reconhecimento de clientes e mercado é fruto do trabalho
contínuo da Bonardi na melhoria dos produtos. “Estamos
muito focados nesse negócio para levar para a indústria
da madeira melhorias na capacidade, melhores ofertas e
melhor performance de produto”, garante Robson Lemos.
“A Bonardi tem um contrato de transferência de tecnologia
da NTL (Grécia), a qual nos coloca em patamares globais,
quando se fala em performance de resinas para madeira.
Assim, podemos oferecer aos nossos clientes as melhores
opções mundiais em tecnologia de resinas”, resume Robson.
O INVESTIMENTO ATENDE
TODAS LINHAS DE
PRODUÇÃO DA EMPRESA. GRANDES
INVESTIMENTOS SÃO PARA
GERAÇÕES, NÃO PODE PENSAR EM
DOIS, TRÊS ANOS
ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL
DA BONARDI QUÍMICA
ROBUST STRUCTURE
Bonardi’s transport logistics is another differential.
The Company has a fleet of 85 vehicles, between trucks
and semis, delivering its products up to 17 hundred km
away. For more distant locations, the delivery is by partner
transport companies.
Bonardi also has a significant share of the tego film
paper market, used for manufacturing plasticized plywood
for construction in the form of exposed concrete. In this
business, Bonardi’s capacity is 24 million m 2 annually.
Another important segment, where Bonardi is a leader
in the domestic market, is varnish for the Building Construction
Sector.
The Company has a complete line of varnish for wood
flooring. The recognition by customers and the market
results from Bonardi’s continuous work improving products.
“We are very focused on this business of bringing to the
forest product segment improvements in capacity, better
offers, and better product performance,” ensures Lemos.
“Bonardi recently completed a technology transfer
contract with NTL (Greece), which puts us at global levels
regarding resin performance for wood. Thus, we can offer
our customers the world’s best options in resin technology,”
completes Lemos.
ABRIL 2023 41

EVENTO
MADEIRA
SUSTENTÁVEL
42 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

ENCONTRO DESTACOU OS BENEFÍCIOS
DA MADEIRA DE MANEJO FLORESTAL E SUA
UTILIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES E PROJETOS
Fotos: REFERÊNCIA
ABRIL 2023 43

EVENTO
O
s benefícios do manejo florestal para
economia nacional foram tratados
durante o evento: Madeira Sustentável
- o futuro do mercado; realizado pelo
FNBF (Fórum Nacional das Atividades
de Base Florestal), no último mês de março, em
São Paulo (SP). O evento contou com mais de 200
pessoas, entre arquitetos, ambientalistas e madeireiros
de todas as regiões do país que se reuniram no
Boulevard JK para discutir os benefícios do manejo
florestal. O presidente do FNBF, Frank Rogieri abriu o
evento falando sobre a importância do manejo para
a economia nacional e como ela vai de encontro às
pautas sustentáveis tão presentes hoje em dia. “A
nossa madeira é oriunda do manejo florestal sustentável,
contribui efetivamente para a preservação e
conservação das florestas brasileiras, respeitando a
fauna, a flora, preservando nossas águas e levando
desenvolvimento para mais de 28 milhões de habitantes
da Amazônia brasileira”, defendeu Frank.
O presidente do FNBF continuou sua apresentação
criticando a confusão que acontece em relação
ao manejo sustentável e o madeireiro ilegal, que gera
preconceito em relação ao uso da madeira nacional
por arquitetos, urbanistas e engenheiros, que não
estão habituados com o tema. “O nosso setor é uma
das molas propulsoras, um dos pilares da manuten-
ção, da conservação das florestas, por meio do manejo
florestal sustentável”, destacou Frank.
Segundo os organizadores, acabar com o preconceito
e trazer informações claras sobre madeira nacional
e como o manejo sustentável é o que garante a
floresta em pé foram os principais objetivos do evento,
além de levar mais conhecimento aos arquitetos,
engenheiros, designers de interior, lojistas que vendem
madeira nativa, professores e estudantes sobre a
manutenção das florestas e esclarecer dúvidas.
Rafael Mason, presidente do CIPEM (Centro das
Indústrias Produtoras e Exportadores de Madeira do
Estado de Mato Grosso), informou que somente o
Mato Grosso tem a capacidade de dobrar a produção
do setor florestal sustentável e ser a principal ferramenta
de combate ao desmatamento ilegal no Brasil.
“Atualmente são 3 milhões de hectares de produção
e com capacidade para atingir 6 milhões até 2030.
Ao todo são 6 mil empreendimentos e cerca de 2 mil
indústrias, principal base econômica de 44 municípios
do Estado” afirmou Rafael.
Silvio Rangel, presidente da FIEMT (Federação
das Indústrias do Estado de Mato Grosso), aproveitou
sua participação para falar sobre a importância
econômica do manejo sustentável, que leva oportunidades
para a população local. “Precisamos pensar na
Amazônia com a visão de cuidado sim, mas também
44 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

com a visão de gerar renda e proporcionar uma vida
melhor para quem vive na floresta e pode tirar seu
sustento dela de maneira legal”, apontou Silvio.
Mauren Lazzaretti, secretária de Meio Ambiente
do Estado de Mato Grosso, tratou o evento como
um passo importante para a quebra de paradigmas
em relação à atividade florestal. “Nosso trabalho na
secretaria é o de desmistificar para a sociedade, órgãos
de controle e potenciais consumidores, que as
pessoas da Amazônia não são um problema, mas sim
a solução para a floresta”, destacou Mauren.
POTENCIAL PARA CONSTRUÇÃO
Lilian Sarrouf, Consultora em Gestão Empresarial
e Ambiental do CBIC (Câmara Brasileira da Indústria
da Construção Civil) e Fulvio Vitorino, diretor técnico
do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) dividiram
o palco em uma breve apresentação, onde destacaram
a importância do uso da madeira na engenharia
e a necessidade de ir além do uso, mas do desenvolvimento
de projetos construtivos industrializados
que utilizem madeira, pois, na opinião de ambos, há
demanda para a madeira, mas ainda há pouca informação.
Roberto Lecomte, arquiteto da Casacerta Arquitetura
& Construção, falou sobre madeira na arquitetura
e na construção, dando ênfase para os tipos de
madeira que podem ser utilizados e como cada aplicação
pode trazer resultados únicos para a obra. “Minha
aposta para a construção do futuro é a madeira e
temos um mercado com grande potencial no Brasil”,
ressaltou Roberto.
ABRIL 2023 45

EVENTO
Marcelo Aflalo, presidente do Núcleo de Referência
em tecnologia da madeira da USP (Universidade
de São Paulo) apresentou o tema: Madeira nativa na
construção - projeto como pesquisa. Para Marcelo,
um de seus principais objetivos é promover pesquisas
que estão sendo feitas para alargar os horizontes no
uso da madeira e ajudar a divulgar a difusão de novas
tecnologias e de processos de construção. “É preciso
olhar com atenção para os desafios que o uso da madeira
apresenta e cuidar para que a sustentabilidade
não seja apenas na construção, mas abranja todo o
processo”, concluiu Marcelo.
O evento contou também com a participação de
representantes de associações de outros Estados.
Para Deryck Martins, diretor técnico da AIMEX (Associação
das Indústrias Exportadoras de Madeiras do
Estado do Pará), a principal mensagem que o evento
passou é que: ao escolher o uso da madeira na arquitetura,
na engenharia e na construção civil existe
uma série de benefícios que vão além da própria
matéria-prima e fortalecem toda a cadeia de trabalho
envolvida. “Estamos falando de rastreabilidade, de
um controle total de origem, da utilização de um bem
natural renovável e que garante a floresta em pé e
colabora com a continuidade do ciclo de todo um
ecossistema”, afirmou Deryck.
Wadson Werly, Presidente da ACIMDERJ (Associação
dos Comerciantes e Indústria de Madeiras e
Derivados do Estado do Rio de Janeiro), destacou a
importância do evento, pela união de profissionais
de várias áreas ao mesmo tempo e aproveitou para
fortalecer os laços entre ACIMDERJ e FNBF. “Vamos
trabalhar para levar um evento como esse para o Rio
de Janeiro, pois um evento como esse é uma oportunidade
única para mudar a visão do público sobre o
papel dos madeireiros”, finalizou Wadson.
É PRECISO OLHAR COM
ATENÇÃO PARA OS
DESAFIOS QUE O USO DA MADEIRA
APRESENTA E CUIDAR PARA QUE A
SUSTENTABILIDADE NÃO SEJA
APENAS NA CONSTRUÇÃO, MAS
ABRANJA TODO O PROCESSO
MARCELO AFLALO
46 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

CIPEM realiza levantamento da presença de mulheres
na cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso
A participação ativa das mulheres no mercado de trabalho florestal e
madeireiro no Brasil como um todo é uma questão de suma importância
e que deve estar sempre presente, pois ajuda a promover a igualdade de
gênero e a diversidade de perspectivas no setor.
A equidade de gênero é uma relevante meta do Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas (ODS) e é considerada fundamental para
alcançar um mundo mais justo e igualitário. Faz referência à igualdade
de direitos, oportunidades e tratamento entre mulheres e homens,
independentemente de seu gênero. Sua implementação traz benefícios
como redução da pobreza, permitindo o pleno acesso de mulheres ao
mercado de trabalho, além de contribuir para o aumento da produtividade
econômica, para a melhoria da saúde e bem-estar, garantindo o
acesso aos mesmos serviços de qualidade, direitos e oportunidades.
Para alcançar a equidade de gênero, é necessário tomar medidas
concretas para promover a igualdade de direitos entre mulheres e
homens, incluindo políticas públicas e ações empresariais que promovam
a igualdade de salários, o acesso ao mercado de trabalho e a
participação política das mulheres.
Historicamente, o setor de base florestal foi dominado por homens,
mas a tendência tem sido mudar com o tempo. Atualmente, no Estado de
Mato Grosso, nota-se que muitas mulheres estão ocupando cargos em
empresas florestais e indústrias madeireiras, em comparação ao início
da atividade no Estado, mas ainda há muito o que ser feito, pois essa
inclusão contribui para a diversidade de ideias e perspectivas, levando a
soluções inovadoras para os problemas florestais.
A contratação de mulheres ajuda a melhorar as suas condições de
vida e de suas famílias, e também contribui para o desenvolvimento da
economia local e regional, com maior distribuição de renda entre a
população.
Em Mato Grosso existem indicativos de que o número de mulheres
empregadas no setor de base florestal está aumentando nas regiões
produtoras de madeira nativa e isso pode ser devido a uma série de
fatores, incluindo a conscientização sobre a importância da igualdade de
gênero e a inclusão de mulheres no mercado de trabalho e o aumento da
oferta de oportunidades de treinamento e desenvolvimento para
mulheres.
Em pesquisa realizada com os oito Sindicatos Empresariais que
compõem o CIPEM, dentre as cerca de 500 empresas associadas,
divididas entre extração, serraria, indústria, beneficiamento e comércio,
o número de mulheres que atuam como proprietárias, engenheiras
florestais, gestoras, administradoras, auxiliares, operadoras de
máquinas, entre outras, vem aumentando gradualmente no quadro de
funcionários.
Dentre quase 9 mil funcionários empregados diretamente aos
empreendimentos associados ao CIPEM, 1820 são mulheres, correspondendo
a 20% do total de empregados. Os cargos com maior presença
feminina são, Auxiliar de Produção (895), Escritório/Administrativo
(512), Limpeza (151) e Zeladoria/Serviços Gerais (85). É válido registrar
a presença feminina nos cargos de CEO/Gestoras/Empresárias (18),
Engenheiras Florestais (12) e Menores Aprendizes (3).
No que tange a presença de mulheres nas diretorias dos Sindicatos, a
participação é pequena e deve aumentar nas próximas gestões. No
entanto, apesar de o setor de base florestal mato-grossense apresentar
um crescimento da participação feminina nas indústrias, ainda existem
obstáculos para consolidar a igualdade de gênero no setor florestal e
madeireiro no Brasil como um todo. Muitas mulheres enfrentam
barreiras para acessar empregos no setor, assim como em outros
setores industriais pela falta de oportunidades.
Leia a matéria completa:
CipemdeMT CipemMT cipemmt
(65) 3644-3666
Manejosustentavel
www.cipem.org.br

MARCENARIA
Foto: Medieanvändning/Sven Burman
48 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

Foto: Medieanvändning
PRÉDIO
DE MADEIRA
CONSTRUÇÃO CONCLUÍDA EM 2021 NA SUÉCIA ABRIGA CENTRO
CULTURAL E HOTEL DE 20 ANDARES
ABRIL 2023 49

MARCENARIA
Aconstrução de prédios inteiramente com
madeira tem ganhado espaço pelo mundo.
Uma das construções em madeira
que é destaque no cenário mundial é o
Sara Cultural Center, localizado na cidade
de Skellefteå, no norte da Suécia. Trata-se de um complexo
de 17 mil m 2 (metros quadrados), que abriga um
hotel de 20 andares e 75m (metros) de altura, sendo
um dos edifícios mais altos do mundo em madeira engenheirada.
O projeto é assinado pelo escritório de arquitetura
White Arkitekter e além do apelo sustentável, o fato
de as peças em madeira serem provenientes de um
processo industrial aumenta a agilidade da obra. As
peças estruturais e os módulos do edifício foram pré-
-fabricados em uma indústria e apenas montados no
canteiro de obras, reduzindo os prazos de finalização
do projeto.
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Concluído em setembro de 2021, o edifício abriga
o Sara Cultural Center, espaço com hotel, SPA, galeria
de arte, biblioteca municipal, auditório com 1.200 lugares
e centro de conferências.
Foto: Medieanvändning/Johan Wennerström
Foto: Medieanvändning/Sven Burman
50 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

Foto: Medieanvändning/Jonas Westling
A proposta por trás dessa construção foi honrar o
histórico da cidade sueca, de grande uso de madeira
na arquitetura, além de ampliar o uso do material no
desenvolvimento de projetos complexos e arranha-
-céus, e criar uma estrutura carbono negativa, criando
assim um olhar contemporâneo e sustentável para novas
edificações.
O Sara Center foi construído utilizando apenas madeiras
de origem local, de florestas sustentáveis, que
foram processadas em uma serraria a 50 quilômetros
da obra. Também foram usados, para a construção do
hotel, módulos 3D pré-fabricados em CLT (madeira laminada
cruzada). E, no centro cultural, colunas e vigas
de GLT (madeira laminada colada).
O projeto estrutural integrado eliminou totalmente
a necessidade de concreto da estrutura de suporte de
carga, acelerando a construção e reduzindo a pegada
de carbono do edifício.
O arquiteto responsável pela obra, Robert Schmitz,
participou em Curitiba (PR) do evento Woodlife Sweden,
e lembrou que 40% das emissões de CO 2
(gás
carbônico) no mundo são originárias do setor da construção.
Além disso, o segmento também é responsável
por 30% dos resíduos gerados na Suécia. Conforme
Schmitz, pensando nisso, o escritório passou a buscar
processos construtivos alternativos, e a madeira surgiu
UMA EDIFICAÇÃO COMO
ESSA SEQUESTRA O DOBRO
DO CARBONO QUE EMITE, ENTÃO É
UM PRÉDIO CARBONO NEGATIVO
ROBERT SCHMITZ, ARQUITETO
Foto: Medieanvändning/Jonas Westling
ABRIL 2023 51

MARCENARIA
como principal solução. Isso porque uma construção
em madeira, além de emitir menos GEE (gases de efeito
estufa), ainda sequestra carbono com a produção
florestal necessária para obtenção da matéria prima.
“Uma edificação como essa sequestra o dobro do
carbono que emite, então é um prédio carbono negativo”,
disse o profissional em palestra realizada na FIEP
(Federação das Indústrias do Estado do Paraná) durante
o Woodlife Sweden.
ATRAÇÃO TURÍSTICA
A construção priorizou espaços abertos com alto
uso de vidro e transparências, para revelar o que se
passa nos bastidores, tanto para visitantes quanto para
transeuntes. A ideia é criar um local aberto e convidativo
para turistas e moradores da cidade, além de uma
vitrine para projetos sustentáveis.
A cobertura do prédio recebeu painéis solares
para produção de eletricidade. Sua fachada de vidro
tem pele dupla com proteção solar que se adapta às
variações sazonais, controlando assim a entrada de luz
e temperatura. O Sara Cultural Center é considerada a
terceira estrutura de madeira mais alta do mundo.
Foto: Medieanvändning/Sven Burman
Foto: Medieanvändning/Jonas Westling
52 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

Biesse Inside
O evento mais aguardado do ano está chegando!
Biesse Brasil

ESTUDO
INDÚSTRIA
SUSTENTÁVEL
54 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

BRASIL PASSA A CONTABILIZAR
CARBONO DE PRODUTOS FLORESTAIS
MADEIREIROS CONTRIBUINDO
PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Fotos: divulgação
ABRIL 2023 55

ESTUDO
AEmbrapa Florestas (PR), em um estudo
inédito, começou a mensurar os dados
de acúmulo de carbono em PFM
(produtos florestais madeireiros), como
madeira serrada, painéis de madeira e
papelão, e resíduos descartados desses materiais.
O estudo inédito foi elaborado em 2020, utilizando
o ano de 2016 como referência, e contabilizou 50,7
milhões de toneladas de CO 2
equivalente no país.
O número obtido no levantamento, apesar de ser
considerado ainda pequeno, quando comparado a
outros países, representa 3,5% do total de emissões
de GEE (gases de efeito estufa), e é deduzido da
conta final de emissões brutas, o que pode ser cada
vez mais estratégico para o Brasil.
Esses dados foram incluídos no Inventário Nacional
de GEE enviado à Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O relatório,
publicado a cada cinco anos, apresenta um panorama
sobre a implementação no país da chamada
Convenção do Clima e tem como um dos principais
componentes a revisão e atualização do Inventário
Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de
GEE não Controlados pelo Protocolo de Montreal.
ESTUDO INÉDITO
De acordo com o pesquisador da Embrapa
Florestas, Luiz Marcelo Rossi, responsável pela coordenação
do relatório, a metodologia do Painel
IPCC (Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-2006)
estabeleceu modelos, cálculos e dados
de referência, como, por exemplo, a densidade de
cada madeira considerada e o teor de carbono dos
produtos. “A madeira é composta por carbono em
cerca de 50%, assim todo PMF, como um móvel, um
livro, uma tábua, contém carbono que foi retirado da
atmosfera pelas árvores. Dessa maneira o carbono
permanece armazenado no produto até que inicie
a decomposição e consequente emissão de CO 2
após o uso. Assim, a produção e uso de PMF é uma
forma de aumentar a remoção de CO 2
da atmosfera
contribuindo para redução dos efeitos das mudanças
climáticas”, aponta Luiz Marcelo.
Segundo o guia metodológico do IPPC, as estimativas
de carbono em produtos florestais podem
ser feitas por três diferentes abordagens (mudança
de estoque, fluxo atmosférico e de produção), cabendo
a cada país, decidir qual a mais adequada
para elaborar seu inventário de emissões. Isso
TODO PMF CONTÉM CARBONO QUE FOI RETIRADO DA
ATMOSFERA PELAS ÁRVORES[...] A PRODUÇÃO E USO DE PMF
É UMA FORMA DE AUMENTAR A REMOÇÃO DE CO 2
DA ATMOSFERA
CONTRIBUINDO PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS
LUIZ MARCELO ROSSI, PESQUISADOR DA EMBRAPA FLORESTAS
56 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

PRODUTOS CONTABILIZADOS
Os dados brutos de produção madeireira são
obtidos do banco de dados estatísticos da FAO
(Agência das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura) e usados nos cálculos do carbono dos
produtos florestais. “Para o cálculo das estimativas
de carbono, considera-se a produção e as perdas
de madeira anuais, além do descarte dos produtos
em uso e a taxa de decomposição da madeira, a
qual emite CO 2
para a atmosfera, obtendo-se assim
o balanço de carbono desses produtos a cada ano”
explica Luiz Marcelo.
Para a estimativa final do estoque de carbono
dos produtos florestais madeireiros é considerada a
produção de toras que se destina a vários processos
industriais, exceto madeira e carvão, pois, pela metodologia
do IPCC, essas categorias geram emissão
imediata de carbono. “A madeira em tora produzida
pelo plantio é transformada em três tipos principais
de produtos industriais: produção de papel e papelão,
painéis, chapas e laminados, e madeira serrada”,
acrescenta o pesquisador. Os produtos são contabiliporque
cada uma delas é influenciada pelas características
de produção, consumo, exportação e
importação de produtos florestais de cada país. A
abordagem utilizada pelo Brasil no estudo é a de
fluxo atmosférico, que favorece os grandes países
produtores e exportadores de produtos madeireiros.
PERDAS E CÁLCULOS
Após serem colhidas, as toras geram resíduos,
que são descartados e, portanto, não considerados
na conta do carbono estocado, como por exemplo,
galhos, pontas, raízes e cascas, além das perdas no
processamento industrial da madeira.
Para os cálculos de carbono nos produtos, pela
metodologia do IPCC, considera-se o tempo de
meia-vida de cada produto, sendo 2 anos para os
de papel e papelão e 30 anos para a madeira sólida
(serrada) e painéis de madeira. A medida de meia-
-vida significa que ao final daquele tempo, o produto
terá somente metade do carbono que possuía no
momento da fabricação ou retirada da floresta. Para
cada ano decorrido desses produtos, contabiliza-se
também a perda natural do carbono que é emitido
pela decomposição. E todos esses produtos são adicionados
à conta, os novos, os já existentes e os des-
cartados, que ficam em decomposição em aterros e
lixões, ou que são reaproveitados/reciclados.
ABRIL 2023 57

ESTUDO
DAQUI PARA FRENTE, VAMOS TER QUE PENSAR EM BALANÇOS DE
GASES DE EFEITO ESTUFA EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES E
CONSTRUIR CASAS DE MADEIRA DE FORMA SUSTENTÁVEL, O QUE IMPLICA
MANTER MAIS FLORESTAS PRODUTIVAS E ARMAZENAR CARBONO NAS
ESTRUTURAS DAS CASAS
ERICH SCHAITZA, CHEFE-GERAL DA EMBRAPA FLORESTAS
zados até essa etapa de processamento, apesar de a
madeira seguir por outros processos de transformação
como, por exemplo, painéis que viram móveis,
papéis para confecção de livros e madeira serrada
para construção de casas.
CONSTRUÇÕES MAIS SUNTENTÁVEIS
O estudo da Embrapa Florestas conclui que o aumento
do número de PFM, além de estratégico para
o país no balanço final de emissões, é um fator que
está atrelado a políticas mais sustentáveis. A madeira
engenheirada passa por processos industriais que
otimizam seu desempenho para uso na construção
civil e tem sido usada na composição de prédios
com dezenas de andares. Há países, como a França,
que deram um passo além, ao tornar obrigatório, a
partir de 2022, o uso de materiais naturais, como a
madeira, em pelo menos 50% dos edifícios públicos
financiados pelo estado. Seu objetivo é continuar
a melhorar o desempenho energético e o conforto
dos edifícios, reduzindo ao mesmo tempo o impacto
de emissão de gases de efeito estufa, durante toda a
sua cadeia produtiva.
O chefe-geral da Embrapa Florestas, Erich
Schaitza, enfatiza que cada vez mais o mundo tem
acordado para a madeira como material construtivo
de qualidade e com emissões menores do que as
de outros materiais. “Daqui para frente, vamos ter
que pensar em balanços de gases de efeito estufa
em todas as nossas atividades e construir casas de
madeira de forma sustentável, o que implica manter
mais florestas produtivas e armazenar carbono nas
estruturas das casas. Estudos como este, que contabilizam
o carbono nos produtos florestais madeireiros,
evidenciam o lado positivo de se usar madeira”,
aponta Erich.
58 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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CONSTRUÇÃO
USO DA MADEIRA
ENGENHEIRADA
Fotos: REFERÊNCIA / FLICKR FIEP
60 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

A PARTIR DE PROJETOS DA SUÉCIA,
EVENTO REALIZADO EM CURITIBA (PR)
DISCUTIU ALTERNATIVAS PARA AMPLIAR AS
CONSTRUÇÕES COM MADEIRA NO BRASIL
ABRIL 2023 61

CONSTRUÇÃO
P
rojetos realizados com madeira engenheirada
na estrutura e na composição das
edificações ganhou destaque no mês de
março no Campus da Indústria da FIEP
(Federação das Indústrias do Estado do
Paraná) em Curitiba (PR), com a exposição Woodlife
Sweden. A mostra em parceria com a Embaixada da
Suécia e o Swedish Institute apresentou 40 projetos
realizados no país europeu com a utilização de madeira
engenheirada. O evento foi precedido de uma
reunião técnica, envolvendo representantes de diversas
entidades e empresas ligadas a setores que integram
a cadeia produtiva de construções em madeira,
com o objetivo de traçar estratégias para expandir e
consolidar esse mercado no Brasil.
O workshop mostrou que processos construtivos
em madeira surgem como alternativas para que a
indústria da construção se torne mais sustentável. No
Brasil, o uso de madeira engenheirada – que possibilita
peças e vigas maiores, podendo ser utilizada até
para a construção de prédios altos – ainda está em
fase inicial. Porém, já vêm conquistando mercado as
construções em wood frame, que é um sistema estruturado
em peças leves de madeira maciça serrada.
A palestra magna do workshop de abertura da
Woodlife Sweden foi realizada pelo arquiteto sueco
Robert Schmitz, do escritório White Arkitekter. Entre
os projetos liderados por Schmitz e que recebeu
vários prêmios internacionais está o do Sara Cultural
Center, na cidade de Skellefteå, no norte da Suécia.
O complexo abriga um centro cultural de 17 mil m 2
(metros quadrados) e um hotel de 20 andares e 75m
(metros) de altura, sendo um dos edifícios mais altos
do mundo em madeira engenheirada.
62 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

FOMENTO PARA CADEIA PRODUTIVA
Paulo Roberto Pupo, vice-presidente da FIEP e
superintendente da Abimci (Associação Brasileira da
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),
destacou que a mobilização gerada pelo Woodlife
Sweden é um marco para a união de esforços nessa
cadeia produtiva, com potencial de ampliar esse mercado
e impactar futuramente no consumo per capita
de madeira no Brasil. “Eventos como este, que reúnem
vários interesses e em que apresentamos soluções
construtivas, com representantes de peso dessa
cadeia, são fundamentais”, declarou.
Juliano Vieira de Araújo, presidente da Abimci,
fez um breve discurso sobre a importância do evento
e como foco de discussões para o fomento da madeira
engenheirada. “Discutir esse tema com um grupo
tão qualificado de profissionais é chave para o desenvolvimento
dessa pauta e abertura de novas possibilidades
de negócios”, explicou Juliano.
Já o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da
Indústria da Construção), José Carlos Martins, afirmou
que a busca por novos modelos de construção
é essencial para que o setor recupere sua relevância
na economia nacional. “Nossa participação no PIB
(Produto Interno Bruto), que hoje é de 3%, já foi o dobro
disso. Se a gente quer realmente voltar a ocupar
um espaço que já foi nosso, precisamos sair da caixinha,
e aí existem duas palavras que são essenciais:
sustentabilidade e produtividade. E uma das grandes
soluções para isso são as construções com madeira”,
apontou José.
FINANCIAMENTO PARA O SETOR
Além da experiência sueca, o workshop debateu
também as possibilidades de financiamento de
construções sustentáveis em madeira no Brasil. O
painel teve a participação do ex-ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, que é diretor de Estratégia Econômica
e Relações com Mercados do Banco Safra. Ele destacou
que a estruturação e normatização de uma cadeia
produtiva de sistemas construtivos em madeira
é importante para ampliar o acesso a financiamentos.
“Quanto mais escala e padronização, mais fácil é
conseguir financiar e atrair investidores”, afirmou o
diretor.
Além disso, um grande impulso para o financiamento
desse segmento deve vir com a regulamentação
de um mercado de carbono no Brasil – processo
que está em tramitação no Congresso Nacional.
“Para ter um diferencial de financiamento verde é importante
ter um mercado de carbono, de tal maneira
que aquele carbono que você deixou de emitir tenha
valor para algum outro agente. Em um mercado
como esse, a construção em madeira poderá ser uma
fornecedora de créditos de carbono”, complementou
Levy. Outro aspecto importante, em sua opinião, é
a necessidade de mostrar garantias da durabilidade
dessas edificações.
O painel contou, ainda, com a participação do
presidente da FIERO (Federação das Indústrias de
Rondônia), Marcelo Thomé da Silva de Almeida, que
é também diretor do Instituto Amazônia+21. A organização
reúne as Federações das Indústrias dos nove
EVENTOS COMO
ESTE, QUE REÚNEM
VÁRIOS INTERESSES E EM QUE
APRESENTAMOS SOLUÇÕES
CONSTRUTIVAS, COM
REPRESENTANTES DE PESO
DESSA CADEIA, SÃO
FUNDAMENTAIS
PAULO PUPO, SUPERINTENDENTE
DA ABIMCI
ABRIL 2023 63

CONSTRUÇÃO
Estados que compõem a Amazônia Legal, com o objetivo
de estruturar projetos que possam se beneficiar
de linhas de financiamento voltadas para sustentabilidade.
“Há muito dinheiro disponível para financiar
iniciativas sustentáveis, mas faltam projetos e apesar
de os governos aderirem aos compromissos, quem
vai implementar a agenda de mitigação das mudanças
climáticas é o setor privado. Sendo uma agenda
privada, precisamos ter projetos”, salientou Marcelo.
Entre os projetos em que o instituto trabalha está
justamente um que pretende estruturar uma cadeia
produtiva de madeira engenheirada com base em
florestas plantadas na região amazônica, para construções
de habitações de interesse popular. O projeto
tem também a participação da CBIC e do SENAI (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial).
O workshop teve, ainda, um painel técnico que
abordou questões como a produção florestal e os
processos de industrialização de madeira engenheirada,
além dos avanços no Brasil de uma norma técnica
para o wood frame, sistema construtivo estruturado
em peças leves de madeira maciça serrada. O painel,
mediado pelo assessor parlamentar e empresarial
da presidência do CREA-PR (Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Paraná), Euclesio Finatti,
teve a participação de Erich Schaitza, chefe-geral da
Embrapa Florestas; Patrick Reydams, diretor de operações
da Urbem, fabricante de madeira engenheirada
que tem planta industrial na Região Metropolitana
de Curitiba; e Guilherme Stamato, diretor executivo
da Stamade.
64 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

PRINCIPAL GESTÃO
ABIMCI
TEM NOVA DIRETORIA
Foto: divulgação
ATUAL PRESIDENTE JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO
FOI REELEITO PARA O PRÓXIMO TRIÊNIO
A
Abimci (Associação Brasileira da Indústria
de Madeira Processada Mecanicamente)
elegeu nova diretoria para
o triênio 2023/ 2026. A AGO (Assembleia
Geral Ordinária) aconteceu no
início de março, ocasião em que o presidente Juliano
Vieira de Araújo, da F.V. de Araújo S.A, foi reeleito
presidente da entidade para o triênio 2023/2026
e foi dada posse para a nova diretoria. “Iniciamos
esta nova gestão atentos ao comportamento do
mercado, que dá sinais de mudança no Brasil e nos
principais mercados consumidores dos produtos
brasileiros, com novas dinâmicas e adequações do
consumo após os anos de pandemia. O cenário
suscita atenção, mas acredito na força da união e
esforço conjunto de todas as empresas vinculadas
à Abimci para a superação dos desafios”, afirmou o
presidente Juliano.
O presidente reeleito lembrou momentos desafiadores
de sua primeira gestão. “Os últimos três
anos foram os mais desafiadores da história do setor
industrial madeireiro e da Abimci. Fomos pegos de
surpresa pela pandemia, mas com muita resiliência
conseguimos nos adaptar rapidamente e continuar
defendendo os interesses do setor. Além disto,
nosso setor pode se sentir vitorioso, pois manteve
66 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

INICIAMOS ESTA NOVA
GESTÃO ATENTOS AO
COMPORTAMENTO DO MERCADO,
QUE DÁ SINAIS DE MUDANÇA NO
BRASIL E NOS PRINCIPAIS
MERCADOS CONSUMIDORES DOS
PRODUTOS BRASILEIROS, COM
NOVAS DINÂMICAS E
ADEQUAÇÕES DO CONSUMO APÓS
OS ANOS DE PANDEMIA
JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO
suas linhas de produção operante, auxiliando na
manutenção do emprego e renda dos seus colaboradores
e fornecedores. Neste período também
alcançamos, com alguns segmentos de produtos,
índices de produção e exportação acima da média
histórica”, avaliou.
Na próxima gestão, questões como a sustentabilidade,
o mercado de créditos de carbono, a adoção
de práticas de ESG, o suprimento florestal, as
barreiras tarifárias e não tarifárias, o avanço do uso
da madeira na construção civil, as novas oportunidades
de mercado para os produtos madeireiros e o
acompanhamento das decisões políticas e econômicas
do país serão pautas constantes.
Na área técnica, haverá a ampliação de programas
de certificação para os produtos madeireiros
para atender as demandas de mercado, em especial,
o da construção civil. A Abimci é a entidade
gestora do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT,
o CB-031, atuando para a revisão e elaboração de
normas técnicas.
CONHEÇA A DIRETORIA EXECUTIVA E O CONSELHO FISCAL
DA ABIMCI PARA A NOVA GESTÃO
PRESIDENTE
Juliano Vieira de Araujo - F.V. de Araujo S/A.
TESOUREIRO
José Carlos Januário - Indústria de Compensados
Guararapes Ltda.
CONSELHO FISCAL - TITULARES
Fabrício Antônio Moreira Neto - Ótima Portas &
Compensados
Moacir Alberto Raimam - Centerplac Compensados Ltda.
CONSELHO FISCAL - SUPLENTES
Mario Sérgio de Lima - MSM Química Ltda.
Robson Silveira Lemos - Bonardi Indústria Química Ltda.
PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE
Amauri Eduardo Kollross - Madeireira EK Ltda.
SEGUNDO VICE-PRESIDENTE
Roni Junior Marini - Marini Indústria de
Compensados Ltda.
CONSELHEIROS VICE-PRESIDENTES
Armando José Giacomet - Braspine Madeiras Ltda.
Danilo Comin Salvaro - Salvaro Indústria e
Comércio de Madeiras Ltda.
Douglas Antônio Granemann de Souza - Triângulo
Pisos e Painéis Ltda.
Fábio Ayres Marchetti - Manoel Marchetti S/A
Guilherme Damiani Ranssolin - Randa Portas,
Molduras e Compensados Ltda.
Isac Chami Zugman - Compensados e Laminados
Lavrasul S/A
Ivan Tomaselli - STCP Engenharia de Projeto Ltda.
Luis Daniel Woiski Guilherme - Sólida Brasil
Madeiras Ltda.
Luiz Alberto Sudati - Indústria de Compensado
Sudati Ltda.
Norton Luis Fabris - Millpar S/A.
Paulo Cavalcanti Neto - Somapar Sociedade
Madeireira Paranaense Ltda.
2023/2026
ABRIL 2023 67

MERCADO
EXPORTAÇÃO
MADEIRA
68 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

APESAR DOS NÚMEROS SEREM
DISCRETOS EM RELAÇÃO AO
POTENCIAL DA MADEIRA NATIVA,
PRODUTOS NACIONAIS TÊM
COLOCAÇÃO NO EXTERIOR
Fotos: divulgação
As incertezas do mercado global provocadas
pela covid-19 e guerra na Ucrânia influenciaram
o desempenho do setor de exportações
dos produtos madeireiros do Brasil no último
ano, que registrou uma queda no volume de
produtos embarcados.
Conforme dados consolidados do portal Comex Stat
do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços,
houve uma redução de 12% em volume de exportação e
de 21% no valor de madeira serrada teca e compensados,
o que seria reflexo de uma retração e adequação do mercado.
Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo,
que possui mais de 20 anos de experiência em comércio
exterior de madeira, os anos de 2020 e 2021 foram extremamente
atípicos. “A pandemia criou uma demanda que
as fábricas no Brasil, e no mundo, não estavam prontas
para atender e com isso, 2021 foi um dos melhores da
história em termos de demanda e preços”, explicou. “Em
2022 esse mercado começou a se ajustar. A demanda caiu,
estoques foram supridos e, com inflação ainda alta no
mundo todo, a reação do mercado foi segurar novas compras”,
avaliou Gustavo.
ABRIL 2023 69

MADEIRA MERCADOTRATADA
CRESCIMENTO
Porém, mesmo com registro negativo, alguns segmentos
da indústria da madeira registraram crescimento,
consolidando uma tendência que vinha ocorrendo desde
2019. É o caso do compensado de eucalipto, lâminas de
pinus, compensado tropical, lâminas tropical, tora de madeira
tropical, e pellets, que registraram crescimento no
volume de exportações.
O volume de pellets brasileiro de biomassa de madeira
comercializados no mercado externo registrou crescimento
de 42%, em comparação com o ano de 2021, sendo o
mercado italiano o principal destino. Já os pellets, a partir
da matéria-prima acácia, tiveram aumento de 41,6%, e o
Reino Unido como principal destino. Os dados indicam,
que a produção brasileira de pellets tem mostrado evolução,
tanto na capacidade instalada, como nos índices
de produção, mostrando melhoria na produtividade e na
representatividade comercial dos últimos anos.
QUEDA NO VOLUME
Os dados do portal Comex Stat compilados pela
Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente) também mostram que alguns
segmentos registraram queda no volume de exportações
em 2022 em comparação com 2021, mas ainda apresentam
uma certa estabilidade e boa representatividade no
mercado internacional. É o caso da madeira perfilada de
coníferas, grupo onde se incluem, predominantemente, as
exportações de molduras de pinus, setor onde o Brasil é líder
mundial nas exportações para os EUA (Estados Unidos
da América), que representa 96,7% deste mercado de exportação.
No caso da madeira serrada de pinus, apesar de
registrar queda em torno de 8% no volume de exportação
no ano passado, o produto brasileiro continua com uma
importante participação no mercado externo, em um patamar
já consolidado desde 2017. O mesmo acontece com o
piso maciço, que nos últimos 10 anos, também apresenta
certa estabilidade no volume de produto embarcado,
apesar de em 2022 ter registrado uma queda em torno de
16,5%. Já as portas de madeira registraram uma queda
aproximada de 14% em relação ao volume embarcado em
2021, apesar de ter aumento gradativo nos volumes de
exportação nos últimos anos, com destaque para 2020 e
2021 quando teve grande volume de material exportado.
A tora de pinus, que registrou maior queda percentual no
volume de exportação, teve média mensal de volume embarcado
inconstante, mostrando sazonalidade do produto
ou sensibilidade a oferta de fretes para os destinos.
De uma forma geral, o mercado norte-americano continua
sendo o principal pólo de exportação dos produto de
madeira do Brasil, apesar do crescimento das exportações
para países como China, Malásia e países europeus.
CONFIRA OS TRÊS PRODUTOS QUE REGISTRARAM MAIOR AUMENTO NO
VOLUME DE EXPORTAÇÃO EM 2022 EM COMPARAÇÃO COM 2021
70 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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INAUGURAÇÃO
Foto: divulgação
PORTAS ABERTAS
PARA O MERCADO
EMPRESA DE ORIGEM ITALIANA PROMOVE SHOWROOM
COM EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS EM EVENTO DE
INAUGURAÇÃO OFICIAL DA SEDE NO BRASIL
E
ntre os dias 24 e 29 de abril a Biesse estará
promovendo o Inside Biesse Brazil, um
showroom com a exposição de mais de 10
máquinas e tecnologias para o mercado
florestal, marceneiro, moveleiro e vidraceiro.
O evento vai marcar a inauguração oficial da sede
da Biesse no Brasil, instalada em Curitiba (PR). A solenidade
oficial de inauguração será no dia 27 de abril.
Este passo irá permitir maior aproximação da Biesse
com os clientes brasileiros, com a possibilidade do en-
vio de peças em até 24h (horas) para qualquer capital
do Brasil. “Próximo passo fundamental para a Biesse
no Brasil é a inauguração oficial junto ao mercado e
clientes da nossa casa. Entre os dias 24 e 29 de abril
programamos a realização de um evento de portas
abertas chamado Inside. Teremos todas as máquinas
em funcionamento, com os técnicos à disposição para
debaterem sobre as tecnologias e explicarem os processos”,
revela o diretor comercial para América Latina
da Biesse, Alessandro Agnoletti.
72 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

A Biesse é reconhecida mundialmente pela constante
inovação e utiliza um sistema de parcerias para
oferecer soluções eficientes e de alta qualidade para
indústrias de todo mundo.
QUEREMOS JUNTO DOS
NOSSOS PARCEIROS
CONVERSAR SOBRE IDEIAS,
TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO
E INOVAÇÃO, COLOCANDO EM
PRÁTICA O CONCEITO DE
MARKETING COLABORATIVO
ALESSANDRO AGNOLETTI, DIRETOR
COMERCIAL DA BIESSE PARA AMÉRICA LATINA
ATUAÇÃO MAIS PRÓXIMA
“Queremos reforçar a nossa presença com uma
atuação próxima que garanta atendimento direto e
maior pontualidade. Os importantes investimentos em
recursos e competências no Brasil têm como objetivo
primordial estar ainda mais próximo dos clientes e suas
necessidades e avaliar oportunidades de crescimento
em outros países da América do Sul. Um showroom
com alta tecnologia, peças de reposição e uma equipe
de assistência técnica bem robusta, nos permitirão alcançar
essa proximidade e sermos mais protagonistas
nas soluções para os clientes”, pontua o diretor comercial
nas Américas da Biesse, Federico Broccoli.
“Queremos junto dos nossos parceiros conversar
sobre ideias, tecnologia, desenvolvimento e inovação,
colocando em prática o conceito de marketing colaborativo”,
completa Agnoletti.
ABERTURA PARA PARCEIROS
No ínicio de março, a Biesse já abriu as portas da
filial em Curitiba para parceiros e clientes com foco na
discussão sobre a importância da cooperação entre
empresas para o crescimento do mercado. Na ocasião,
foi realizado um workshop com a presença de Ricardo
Doria, fundador da Aldeia, e Marcio Leo Danielewicz,
fundador e CEO da Syx.
“Não é apenas um espaço de exposição de máquinas.
É um espaço de tecnologia à disposição do mercado.
São tecnologias múltiplas, dado nosso know how
em madeiras, vidros, pedras, plásticos. Hoje mesmo a
indústria moveleira se vê com desafios em acabamentos
que muitas vezes fogem a sua expertise inicial. A
tendência industrial, por exemplo, trouxe a metalurgia
para dentro das fábricas e hoje somos muito transversais
nessas soluções”, garante o Diretor de Marketing
e Comunicação da Biesse, Raphael Prati.
As inscrições para o Inside Biesse Brazil estão
abertas e podem ser feitas a partir do link:
https://www.live.biesse.com/event/inside-brazil
ABRIL 2023 73

ARTIGO
CICLOS DE PRODUÇÃO DE PINUS
TAEDA L. COM MAIS DE 30 ANOS:
UMA ALTERNATIVA PARA
OBTENÇÃO DE MADEIRA PARA
USOS SÓLIDOS E ESTRUTURAIS
Foto: Reilly Butler, via Flickr
74 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

MAGNOS ALAN VIVIAN
MÁRIO DOBNER JÚNIOR
KARINA SOARES MODES
UGO LEANDRO BELINII
DOUGLAS RUFINO VAZ
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
CURITIBANOS (SC) BRASIL
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO
PARANÁ, CURITIBA (PR) BRASIL
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
LAGES (SC) BRASIL
ABRIL 2023 75

ARTIGO
Foto: divulgação
RESUMO
amostrada apenas a madeira produzida a partir
dos 30 anos, de forma a caracterizar a madeira juvenil
e adulta, respectivamente. Concluiu-se que a
madeira adulta, obtida de árvores com mais de 30
anos, apresenta valores superiores de densidade,
dimensões de traqueídes, coeficiente de retratibilidade
volumétrica (porém com menor coeficiente
de anisotropia), módulo de elasticidade e módulo
de ruptura à flexão estática, em comparação à
madeira juvenil, obtida em árvores com 15 anos.
Levando-se em consideração a habilidade frente
ao ensaio de flexão estática, a madeira com mais
de 30 anos pode ser indicada para usos que explorem
seu maior desempenho mecânico e estrutural,
compatível com Araucaria angustifolia de idades
entre 25 e 58 anos. Ciclos de produção com duração
superior a 30 anos são viáveis economicamente
e podem ser uma opção de manejo interessan-
P
lantios de Pinus spp. são a base de
uma importante atividade econômica
na região do planalto sul do
Brasil, onde são cultivados em ciclos
de produção com cerca de 15 anos
de duração. O objetivo do estudo foi avaliar as
características físico-mecânicas e anatômicas da
madeira de Pinus taeda L. obtida em povoamentos
com idades superiores a 30 anos, em comparação
com aquela atualmente disponível no mercado,
com idade próxima a 15 anos, visando avaliar
seu potencial para produção de madeira de alta
qualidade para usos sólidos e estruturais. Além
disso, avaliaram-se também aspectos produtivos e
econômicos de plantios de Pinus taeda com mais
de 30 anos de idade. Para isso, foram utilizadas
árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios,
com idades de 15 e 43 anos e, deste último,
76 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

te, visando acessar mercados específicos nos quais
a qualidade da madeira para usos sólidos e estruturais
poderia ser ainda mais bem remunerada.
INTRODUÇÃO
Plantios de Pinus spp. são a base de uma
importante atividade econômica na região do
planalto sul do Brasil, ocupando uma área de aproximadamente
1,7 milhão de ha do país, segundo a
IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores - 2021). Nesse
contexto, destaca-se a espécie Pinus taeda L.
que, em sua grande maioria, é cultivada em ciclos
de produção com 15-20 anos de duração, para
abastecer indústrias de celulose e papel, painéis
reconstituídos, serrarias e laminadoras.
Ciclos de produção relativamente curtos (15-20
anos) resultam em toras com elevada proporção
de madeira juvenil. A madeira juvenil é produzida
sob forte influência da idade do meristema lateral
(câmbio vascular) e da proximidade da copa ativa
(Megraw, 1985; Alteyrac; Cloutier; Zhang, 2006).
Assim, o termo madeira juvenil descreve o tipo de
madeira produzida próxima à medula, em todas as
alturas, mesmo em indivíduos de maior idade em
algumas espécies.
Foto: Chris M Morris, Flickr
Sua empresa está preparada para
um mercado cada vez mais exigente?
Criatividade, inovação, abertura às mudanças e uma rápida adaptação a novos
cenários são diferenciais competitivos essenciais para quem quer permanecer
e/ou ocupar um lugar de destaque nesse novo contexto.
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ARTIGO
Embora a madeira juvenil seja tolerada para
alguns usos industriais (Gartener, 2005), esta é indesejada
para usos sólidos, que requerem maior
resistência e estabilidade e, nesses casos, a madeira
adulta é preferível. A transição da madeira
juvenil para a adulta em Pinus taeda ocorre entre
11-17 anos de idade (Tassissa; Burkhart; Brooks,
1998; Hennessey et al., 2004; Dobner Júnior; Huss;
Tomazello Filho, 2018). De acordo com Dobner Júnior,
Huss e Tomazello Filho (2018), mesmo ciclos
de produção com 30 anos de duração resultam
toras com 60-80% da seção transversal de madeira
juvenil, indicando que, se o objetivo for produzir
madeira adulta para usos mais nobres e, possivelmente
mais valiosos, ciclos de produção ainda
mais longos devem ser considerados, além de
uma consciente estratégia de manejo para tal.
MATERIAL E MÉTODO
Para realização do estudo foram utilizadas
árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios
com idades de 15 e 43 anos e, deste último,
apenas madeira produzida a partir dos 30 anos foi
amostrada. Dessa forma, sendo possível caracterizar
a madeira juvenil e adulta, respectivamente.
O plantio com 15 anos de idade foi estabelecido
no ano de 2000, no município de Campo Belo do
Sul (SC), com espaçamento de 2,5m x 2,5m (1.600
árvores/ha), recebendo quatro intervenções de
poda até 6,0m de altura, com copa remanescente
sempre superior a 3-4m de altura e desbaste seletivo
pelo alto com 50% de intensidade em relação
ao número de árvores presentes ao 8 anos. Aos
15 anos de idade, por ocasião de um segundo
desbaste seletivo pelo alto, foram selecionadas
10 árvores para a confecção dos corpos de prova,
compreendendo toda a amplitude diamétrica existente
(dap = 21-38 cm). O plantio com 43 anos foi
estabelecido no ano de 1972 na cidade de Correia
Pinto (SC), em espaçamento 2,5m x 1,6m (2.500
árvores/ha). Aos 9 anos de idade, o povoamento
recebeu um primeiro desbaste seletivo e ao longo
das décadas seguintes foram realizados outros
cinco desbastes seletivos pelo alto. A confecção
dos corpos de prova foi realizada a partir de dez
indivíduos selecionados de forma a compreender
toda a amplitude diamétrica existente (41-96 cm).
Decidiu-se por denominar este material como o
plantio com idade >30 anos, pois, como foi utilizada
a porção acima desta idade, considerou-se ter
amostrado apenas madeira adulta destas árvores.
O talhão com 43 anos foi também inventariado
para caracterização dendrométrica e quantificação
do estoque volumétrico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Embora com uma densidade relativamente
baixa, de 165 árv/ha, o talhão apresentou um elevado
grau de ocupação do espaço, identificado
pela área basal de 52,1 m²/ha. Por fim, um volume
comercial em pé de 970 m³/ha, equivalente a um
IVMA (Incremento Médio Anual em Volume) de 23
m³/ha/ano. Cabe destacar que esse valor desconsidera
o volume de toras com dpf30 anos).
Foto: divulgação
78 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

CONCLUSÕES
Com base nos resultados observados, conclui-
-se que: a madeira de Pinus taeda obtida de árvores
com as idades de 15 e >30 anos, ou seja, madeira
juvenil e adulta, respectivamente, possuem
propriedades distintas, que devem ser levadas em
consideração nos processos de industrialização; a
madeira de Pinus taeda com >30 anos apresenta
valores superiores de densidade e de dimensões
de seus traqueídes, em comparação à madeira
com 15 anos; levando-se em consideração a estabilidade
dimensional (menor coeficiente de anisotropia)
e habilidade frente ao ensaio de flexão estática,
a madeira com >30 anos pode ser indicada
para usos que explorem seu maior desempenho
mecânico, por exemplo, o uso estrutural, apresentando
desempenho similar e compatível com a
da Araucaria angustifolia; ciclos de produção com
duração >30 anos são economicamente viáveis e
podem ser uma opção interessante para produtores
de toras, visando acessar mercados específicos,
nos quais a qualidade da madeira para fins sólidos
e estruturais poderia ser ainda mais bem remunerada.
CICLOS DE
PRODUÇÃO COM
DURAÇÃO SUPERIOR A 30
ANOS SÃO VIÁVEIS
ECONOMICAMENTE E PODEM
SER UMA OPÇÃO DE MANEJO
INTERESSANTE, VISANDO
ACESSAR MERCADOS
ESPECÍFICOS
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ESPAÇO ABERTO
A ADAPTAÇÃO
EM TEMPOS DE GRANDES MUDANÇAS
E
stá cada vez mais evidente que o momento
ao qual estamos vivendo, vem
acompanhado de grandes mudanças tecnológicas,
econômicas e mercadológicas,
que impactam diretamente no comportamento
dos consumidores e, por consequência, nas
operações das empresas dos mais variados ramos de
negócio.
Nunca ouvimos falar tanto na necessidade de
maiores índices de criatividade, inovação e utilização
de novos métodos de trabalho para tentar acompanhar
a velocidade das mudanças, bem como, a capacitação
das pessoas e a adaptação dos processos às
novas exigências para manter-se competitivo. Porém
apesar de tantas falas sobre esses assuntos, ainda assim,
há uma pequena parcela de empresas dispostas
a colocar a teoria em prática, sair da zona de conforto,
fazer o novo para obter resultados diferenciados,
crescentes e sustentáveis.
Agora vem a pergunta: o que separa esta parcela
de empresas das demais?
Observa-se algumas características essenciais,
como: abertura e coragem para questionar constantemente
seus processos, rotinas e convicções, abertura
e tranquilidade para receber críticas internas e/
ou externas, constante inquietação com sua condição
atual e obstinação pela melhoria contínua daquilo
que fazem. Perceberam que para sobreviver a estes
novos cenários, não é apenas aquele que sai mais rápido
da zona de conforto que chegará primeiro, mas
POR
FÁBIO
WASHINGTON
CEO DA SOLUTION
FOCUS - SOLUÇÕES
ESTRATÉGICAS
EMPRESARIAIS. COM
MAIS DE 20 ANOS
DE EXPERIÊNCIA EM
GESTÃO DE PESSOAS
VOLTADA PARA O
DESENVOLVIMENTO
HUMANO
ORGANIZACIONAL
compreendeu que é aquele que vive rotineiramente
fora da zona de conforto, possui a clara visão de que
a necessidade de mudança é algo constante e sem
volta, sabe que a sensação de estabilidade que uma
posição de conforto proporciona, não é mais um motivo
de orgulho de quem chegou ao topo, mas sim,
de preocupação em manter-se no topo.
Em resumo, evidenciamos que uma cultura voltada
a melhorar continuamente, todos os dias, deixou
de ser apenas um diferencial competitivo, mas sim,
um pré-requisito essencial neste contexto de menor
previsibilidade e crescentes condições de incertezas.
Isto faz sentido para você?
Foto: divulgação
NUNCA OUVIMOS FALAR TANTO NA NECESSIDADE DE
MAIORES ÍNDICES DE CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E
UTILIZAÇÃO DE NOVOS MÉTODOS DE TRABALHO PARA TENTAR
ACOMPANHAR A VELOCIDADE DAS MUDANÇAS, BEM COMO A
CAPACITAÇÃO DAS PESSOAS E A ADAPTAÇÃO DOS PROCESSOS PARA
MANTER-SE COMPETITIVO
82 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023

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