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Jornal Paraná Agosto 2023

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OPINIÃO<br />

Hidrogênio verde: O novo pré-sal<br />

A aptidão natural do Brasil para produção de energia limpa e<br />

renovável pode colocar o País na vanguarda do seu desenvolvimento<br />

Por Celso Ming<br />

Falta de política para<br />

desenvolvimento do<br />

hidrogênio verde<br />

aponta que o governo<br />

brasileiro não parece ter-se<br />

dado conta do grande potencial<br />

do setor. A aptidão natural<br />

do Brasil para produção<br />

de energia limpa e renovável<br />

pode colocar o País na vanguarda<br />

do desenvolvimento<br />

do hidrogênio verde. É uma<br />

janela de oportunidades que<br />

poderá revitalizar a indústria,<br />

criar empregos e inserir o<br />

produto nacional nas cadeias<br />

globais baseadas na economia<br />

verde.<br />

Dos 379 projetos já anunciados<br />

em todo o mundo, apenas<br />

um é no Brasil, conforme levantamento<br />

da consultoria<br />

A&M Infra. As poucas iniciativas<br />

para desenvolvimento do<br />

mercado local são capitaneadas<br />

pelos Estados, em parceria<br />

com empresas privadas.<br />

A União Europeia há meses<br />

definiu regras para a produção<br />

de hidrogênio verde. No entanto,<br />

o governo brasileiro não<br />

parece ter-se dado conta do<br />

grande potencial transformador<br />

de um setor que poderia<br />

ter mais importância do que<br />

vem tendo a exploração do<br />

pré-sal.<br />

Em junho, a União Europeia<br />

anunciou investimento de 2<br />

bi-lhões de euros (R$ 10,5 bilhões)<br />

para produção de hidrogênio<br />

verde no Brasil, mas<br />

a demanda por energia limpa<br />

deve atrair muito mais para<br />

cá, cerca de R$ 2,2 trilhões<br />

até 2050, pelos cálculos do<br />

Portal Solar.<br />

Mas a falta de regulamentação<br />

de um plano nacional de<br />

desenvolvimento juridicamente<br />

seguro e de ampliação<br />

da infraestrutura necessária<br />

para obtenção e uso dessa<br />

energia pode deixar o País na<br />

rabeira, mesmo estando hoje<br />

no centro das atenções globais.<br />

O senador Cid Gomes (PDT-<br />

CE), presidente da Comissão<br />

Especial sobre Hidrogênio<br />

Verde no Senado, discorda<br />

dos técnicos que apontam<br />

atraso do País no desenvolvimento<br />

desse mercado e na<br />

criação de segurança jurídica<br />

para os investimentos.<br />

Ele explica que, no primeiro<br />

momento, a produção se voltará<br />

para a exportação, principalmente<br />

para a União Europeia.<br />

Por isso, é preciso que o<br />

Brasil esteja alinhado com as<br />

diretrizes e certificações definidas<br />

por lá. Há outras pendências<br />

que se sobressaem<br />

no processo de criação do<br />

marco regulatório do hidrogênio<br />

verde, como as questões<br />

tributárias e os tratamentos a<br />

serem dados às indústrias<br />

que se prontificarem a produzi-lo<br />

em escala industrial<br />

nas Zonas de Processamento<br />

de Exportação (ZPEs). É preciso,<br />

também, criar o arcabouço<br />

legal para produção de<br />

energia eólica em alto-mar<br />

(offshore). “Não há motivos<br />

para alarde. Estamos em convergência<br />

com o restante do<br />

mundo e interagimos com a<br />

vanguarda da produção”, diz<br />

o senador Cid Gomes.<br />

O governo prepara seu plano<br />

nacional para o desenvolvimento<br />

do hidrogênio verde - o<br />

que seria o passo inicial para<br />

a regulamentação do setor.<br />

Mas é preciso planejar para<br />

além das exportações: em<br />

como garantir que a indústria<br />

local consiga captar essa revolução<br />

e transforme seus<br />

produtos intensivos (aço,<br />

vidro, cimento) em produtos<br />

verdes. E é preciso enfrentar<br />

certos desafios operacionais,<br />

como infraestrutura e capacitação<br />

de mão de obra.<br />

Destravados os investimentos,<br />

avisa Davi Bomtempo, gerenteexecutivo<br />

de Meio Ambiente e<br />

Sustentabilidade da CNI, será<br />

ainda preciso financiamentos<br />

para integrar as tecnologias nacionais<br />

nessa produção. “A<br />

agenda de exportação é importante,<br />

mas o que vai fomentar<br />

a geração de empregos, renda,<br />

arrecadação e desenvolvimento<br />

regional é o investimento nos<br />

elos da cadeia”<br />

(Com Pablo Santana,<br />

publicado no Estadão)<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


CENTRO-SUL<br />

Moagem bate recorde histórico<br />

Foram processadas quase 53 milhões de toneladas de cana-de-açúcar,<br />

crescimento de 7,81% comparado ao mesmo período do ciclo passado<br />

Amoagem de canade-açúcar<br />

na segunda<br />

quinzena de<br />

julho registrou crescimento<br />

de 7,81%, na comparação<br />

com o mesmo período<br />

do ciclo passado. Foram<br />

processadas 52,96 milhões<br />

de toneladas, o maior<br />

montante da série histórica<br />

quinzenal, contra 49,12 milhões.<br />

No acumulado da safra<br />

23/24, a moagem atingiu<br />

311,32 milhões, ante 283,68<br />

milhões de toneladas registradas<br />

no mesmo período no<br />

ciclo 22/23 - avanço de<br />

9,74%.<br />

Na segunda quinzena de julho<br />

permanecem em operação<br />

260 unidades produtoras na<br />

região Centro-Sul, sendo 243<br />

unidades com processamento<br />

de cana, sete empresas<br />

que fabricam etanol a partir<br />

do milho e nove usinas flex.<br />

No mesmo período, na safra<br />

22/23, havia 259 unidades<br />

produtoras em atividade.<br />

No que condiz à qualidade da<br />

matéria-prima, o nível de<br />

Açúcares Totais Recuperáveis<br />

(ATR) registrado na segunda<br />

quinzena de julho foi<br />

de 144,02 kg por tonelada de<br />

cana-de-açúcar, contra<br />

148,19 kg por tonelada na<br />

safra 22/23 - variação negativa<br />

de 2,81%. No acumulado<br />

da safra, o indicador marca o<br />

valor de 132,89 kg de ATR<br />

por tonelada (-0,47%).<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Produção de açúcar e etanol<br />

A produção de açúcar na segunda<br />

quinzena de julho totalizou<br />

3,68 milhões de toneladas.<br />

Essa quantidade,<br />

quando comparada àquela<br />

registrada na safra 22/23 de<br />

3,31 milhões de toneladas,<br />

representa aumento de<br />

11,29%. No acumulado<br />

desde 1º de abril, a fabricação<br />

do adoçante totaliza<br />

19,17 milhões de toneladas,<br />

contra 16 milhões de toneladas<br />

do ciclo anterior<br />

(+19,79%).<br />

Pela segunda quinzena consecutiva,<br />

mais de 50% do<br />

ATR processado foram destinados<br />

à fabricação de açúcar.<br />

A produção por tonelada<br />

de cana foi, contudo, superior<br />

em mais de 2 quilos ao<br />

da primeira metade de julho<br />

em função da maior concentração<br />

de sacarose e dos<br />

consequentes ganhos na extração<br />

industrial.<br />

Na segunda metade de julho,<br />

2,46 bilhões de litros<br />

(+1,35%) de etanol foram<br />

fabricados pelas unidades do<br />

Centro-Sul. Do volume total<br />

produzido, o etanol hidratado<br />

alcançou 1,47 bilhão de litros<br />

(+3,83%), enquanto a produção<br />

de etanol anidro totalizou<br />

982,44 milhões de litros<br />

(-2,16%). No acumulado<br />

desde o início do atual ciclo<br />

agrícola até 1º de agosto, a<br />

fabricação do biocombustível<br />

total foi 14,40 bilhões de litros<br />

(+5,15%), sendo 8,30<br />

bilhões de etanol hidratado (-<br />

2,60%) e 6,10 bilhões de anidro<br />

(+17,92%).<br />

Da produção total de etanol<br />

registrada na segunda quinzena<br />

de julho, 10% foram<br />

provenientes do milho, cuja<br />

produção foi de 248,27 milhões<br />

de litros neste ano,<br />

contra 191,51 milhões de litros<br />

no mesmo período do<br />

ciclo 22/23 - aumento de<br />

29,64%. No acumulado desde<br />

o início da safra, a produção<br />

de etanol de milho atingiu<br />

1,95 bilhão de litros - avanço<br />

de 47,17% na comparação<br />

com igual período do ano<br />

passado.<br />

Vendas<br />

de etanol<br />

Mercado de CBios<br />

Dados da B3 registrados até o<br />

dia 8 de agosto indicam a<br />

emissão de 19,44 milhões de<br />

CBios em <strong>2023</strong>. Até a data supracitada,<br />

a parte obrigada do<br />

programa RenovaBio havia adquirido<br />

cerca de 53,32 milhões<br />

de créditos de descarbonização.<br />

Esse valor considera<br />

o estoque de passagem da<br />

parte obrigada em 2021 somada<br />

com os créditos adquiridos<br />

em 2022 e <strong>2023</strong>, até o<br />

momento, estejam eles ativos<br />

ou aposentados. O horizonte<br />

temporal selecionado cobre as<br />

aquisições que compreenderão<br />

os créditos utilizados para<br />

atendimento das metas de<br />

2022, cujo prazo havia sido<br />

postergado, e <strong>2023</strong>.<br />

No mês de julho, as vendas<br />

de etanol totalizaram 2,53<br />

bilhões de litros, o que representa<br />

uma variação positiva<br />

de 1,32% em relação<br />

ao mesmo período da safra<br />

22/23. O volume comercializado<br />

de etanol anidro no<br />

período foi de 1,21 bilhão<br />

de litros - um avanço de<br />

15,59% - enquanto o etanol<br />

hidratado registrou venda<br />

de 1,31 bilhão de litros -<br />

queda de 9,04%.<br />

Não obstante ao evidente<br />

aumento no fluxo de venda<br />

do etanol hidratado na segunda<br />

metade de julho<br />

quando comparada à primeira<br />

quinzena, os volumes<br />

comercializados ainda são<br />

inferiores aos de julho de<br />

2022. Em especial, a exportação<br />

de 105,79 milhões<br />

de litros no mês - um<br />

incremento de 191% - foi o<br />

resultado positivo para o<br />

produto.<br />

No que tange o mercado<br />

doméstico, o volume de<br />

etanol hidratado permaneceu<br />

abaixo daquele observado<br />

no ciclo anterior, com<br />

1,21 bilhão de litros comercializados,<br />

o que resulta em<br />

uma retração de 14,20%.<br />

No que diz respeito ao etanol<br />

anidro, as vendas mantiveram-se<br />

robustas com<br />

um fluxo destinado ao mercado<br />

externo de 184,89<br />

milhões de litros<br />

(+62,20%) e 1,03 bilhão<br />

para o mercado nacional<br />

(+9,91%).<br />

Há de se ressaltar o resultado<br />

notável das exportações<br />

que, no agregado dos<br />

produtos, totalizou 290,68<br />

milhões de litros vendidos -<br />

variação positiva de<br />

93,36%. A saída para mercado<br />

externo se apresentou<br />

como um destino importante<br />

à produção brasileira<br />

cuja demanda para o etanol<br />

hidratado tem ficado aquém<br />

dos ciclos anteriores.<br />

No acumulado da safra<br />

23/24, a comercialização de<br />

etanol soma 9,59 bilhões de<br />

litros, o que representa um<br />

aumento de 0,55%. O álcool<br />

hidratado compreende uma<br />

venda no volume de 5,26<br />

bilhões de litros (-8,84%),<br />

enquanto o anidro de 4,33<br />

bilhões (+14,91%).<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


PLANTA-PILOTO<br />

Estação de abastecimento de<br />

hidrogênio será construída na USP<br />

Projeto pretende validar etanol<br />

como vetor para gerar hidrogênio<br />

renovável, aproveitando a logística<br />

já existente da indústria<br />

No dia 10 de agosto, na<br />

Cidade Universitária<br />

da USP, na capital<br />

paulista, foi dado o<br />

pontapé para a construção da<br />

primeira estação experimental<br />

de abastecimento de hidrogênio<br />

(H2) renovável do mundo a<br />

partir do etanol. A planta-piloto<br />

ocupará uma área de 425 metros<br />

quadrados e terá capacidade<br />

de produzir 4,5 quilos de<br />

H2 por hora, dedicada ao abastecimento<br />

de até três ônibus e<br />

um veículo leve.<br />

O projeto de Pesquisa & Desenvolvimento<br />

tem investimento<br />

total de R$ 50 milhões da Shell<br />

Brasil, obtido com recursos da<br />

cláusula de PD&I da Agência<br />

Nacional do Petróleo, Gás Natural<br />

e Biocombustíveis (ANP).<br />

Como parceiros, participam no<br />

desenvolvimento da estação a<br />

Hytron, a Raízen, o SENAI CE-<br />

TIQT, a Universidade de São<br />

Paulo, através do Centro de<br />

Pesquisa para Inovação em<br />

Gases de Efeito Estufa (RCGI).<br />

Ainda, para testar a viabilidade<br />

desse projeto, as partes assinaram<br />

um memorando de<br />

entendimento junto com a Toyota.<br />

A previsão é de que a estação<br />

experimental esteja operando<br />

no segundo semestre de<br />

2024.<br />

“O objetivo desse projeto inovador<br />

é tentar demonstrar que o<br />

etanol pode ser vetor para hidrogênio<br />

renovável, aproveitando<br />

a logística já existente da<br />

indústria. A tecnologia poderá<br />

ajudar a descarbonizar setores<br />

que consomem energia proveniente<br />

de combustíveis fósseis”,<br />

afirmou o presidente da<br />

Shell Brasil, Cristiano Pinto da<br />

Costa.<br />

Estiveram presentes na cerimônia<br />

o Governador do Estado de<br />

São Paulo, Tarcísio de Freitas; o<br />

Reitor da Universidade de São<br />

Paulo, Carlos Gilberto Carlotti<br />

Júnior; o Diretor da Agência Nacional<br />

do Petróleo, Gás Natural<br />

e Biocombustíveis (ANP), Daniel<br />

Maia; o Secretário de Estado<br />

de Ciência, Tecnologia e<br />

Inovação, Vahan Agopyan e o<br />

Presidente da Fundação de<br />

Apoio à Pesquisa do Estado de<br />

São Paulo (FAPESP), Marco<br />

Antonio Zago.<br />

No conjunto de equipamentos<br />

que serão instalados no local,<br />

haverá um reformador a vapor<br />

de etanol desenvolvido e fabricado<br />

pela empresa Hytron. É<br />

nesse equipamento que irá<br />

ocorrer a conversão do etanol<br />

em hidrogênio por meio de um<br />

processo químico chamado<br />

‘reforma a vapor’, que é quando<br />

o etanol, submetido a temperaturas<br />

e pressões específicas,<br />

reage com água dentro de um<br />

reator. "Estamos unindo a tecnologia<br />

brasileira pioneira da<br />

Hytron para demonstrar uma<br />

solução disruptiva, onde o hidrogênio<br />

produzido do etanol<br />

passa a ter um papel ainda mais<br />

relevante e de elevado impacto<br />

para a transição energética do<br />

país e do mundo”, aponta Daniel<br />

Lopes, Diretor Comercial da<br />

Hytron.<br />

Ao longo do funcionamento da<br />

estação experimental, os pesquisadores<br />

vão validar os cálculos<br />

sobre as emissões e<br />

custos do processo de produção<br />

de hidrogênio. “Nossa estimativa<br />

no momento é de que<br />

o custo da produção de hidrogênio<br />

a partir de etanol é comparável<br />

ao custo do hidrogênio<br />

de reforma do gás natural no<br />

contexto brasileiro. Já as emissões<br />

são comparáveis ao processo<br />

que realiza a eletrólise da<br />

água alimentada com energia<br />

elétrica proveniente de fonte eólica”,<br />

afirma Julio Meneghini, diretor<br />

científico do RCGI.<br />

O etanol necessário para a produção<br />

de hidrogênio será fornecido<br />

pela Raízen, maior produtora<br />

global de etanol da canade-açúcar.<br />

Hoje, o deslocamento<br />

do etanol do local de produção<br />

até o destino é feito em<br />

caminhões-tanque, que têm capacidade<br />

para armazenar 45 mil<br />

litros, o equivalente a aproximadamente<br />

6.000 kg de hidrogênio.<br />

Esse mesmo veículo<br />

conduzindo como carga hidrogênio<br />

comprimido conseguiria<br />

transportar somente 1.500 kg<br />

de hidrogênio, ou seja, 4 vezes<br />

menos.<br />

Outro ganho trazido por essa<br />

solução é a facilidade de se replicar<br />

a tecnologia globalmente,<br />

devido ao baixo custo de transporte<br />

do biocombustível. O CEO<br />

da Raízen, Ricardo Mussa,<br />

acredita “que o hidrogênio renovável<br />

produzido a partir do<br />

etanol terá uma participação relevante<br />

na matriz energética nas<br />

próximas décadas, principalmente<br />

por reduzir significativamente<br />

os desafios envolvidos<br />

no transporte e distribuição do<br />

produto, que pode aproveitar a<br />

infraestrutura do etanol já existente<br />

nos postos, garantindo o<br />

abastecimento de veículos de<br />

forma rápida, sustentável e segura”.<br />

O Instituto SENAI de Inovação<br />

em Biossintéticos e Fibras do<br />

SENAI irá fazer simulações<br />

computacionais para tornar o<br />

equipamento mais eficiente,<br />

identificando oportunidades<br />

de aperfeiçoamento e aumentando<br />

a taxa de conversão do<br />

etanol em hidrogênio renovável.<br />

“Estamos entusiasmados em<br />

fazer parte deste projeto revolucionário.<br />

Com nosso foco em<br />

soluções avançadas e bioeconomia,<br />

trabalharemos em estreita<br />

colaboração com os<br />

parceiros para otimizar o reformador<br />

de etanol, contribuindo<br />

para tornar essa tecnologia promissora<br />

uma realidade para o<br />

Brasil e o mundo”, afirma João<br />

Bruno Bastos, gerente do Instituto.<br />

O hidrogênio produzido na estação<br />

vai abastecer os ônibus cedidos<br />

pela Empresa Metropolitana<br />

de Transportes Urbanos<br />

de São Paulo. Eles vão circular<br />

exclusivamente dentro da cidade<br />

universitária. Para testar a<br />

performance do hidrogênio, a<br />

Toyota cedeu ao projeto o ‘Mirai’<br />

- primeiro veículo a hidrogênio<br />

do mundo comercializado em<br />

larga escala, cujas baterias são<br />

carregadas a partir da reação<br />

química entre hidrogênio e oxigênio<br />

na célula combustível<br />

(Fuel Cell Eletric Vehicle).<br />

“O Brasil é um país com forte<br />

vocação para biocombustíveis.<br />

Entendemos o hidrogênio como<br />

uma fonte de energia limpa e renovável,<br />

que tem um papel importante<br />

nos esforços para<br />

reduzir as emissões de CO2.<br />

A parceria neste projeto é o primeiro<br />

passo da empresa para<br />

testar o uso dessa nova tecnologia<br />

no país. Temos interesse<br />

e disposição para trabalhar<br />

em conjunto com o governo<br />

do Estado para viabilização<br />

do transporte sustentável<br />

com uso do hidrogênio renovável<br />

a partir do etanol” destaca<br />

Rafael Chang, presidente da<br />

Toyota do Brasil.<br />

6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


USINA<br />

Cooperkids recebe<br />

Prêmio Master Cana Social<br />

A tradicional festa tem como objetivo comemorar<br />

o dia das crianças, promovendo a interação<br />

dos filhos dos funcionários com a Cooperval<br />

No último dia 14 de<br />

agosto a Cooperval<br />

- Cooperativa Agroindustrial<br />

Vale do<br />

Ivaí Ltda., com sede no município<br />

de Jandaia do Sul recebeu<br />

o Prêmio Master Cana<br />

Social na Categoria Qualidade<br />

de Vida, com o Projeto Cooperkids,<br />

tradicional festa que<br />

tem como objetivo comemorar<br />

o dia das crianças, promovendo<br />

a interação dos filhos<br />

dos funcionários com a Cooperativa.<br />

As crianças participam<br />

de um dia inteiro de<br />

diversão, atividades recreativas<br />

e brincadeiras na Associação<br />

da Cooperval.<br />

O Prêmio Mastercana Social<br />

promovido pelo GERHAI -<br />

Grupo de Estudos em Recursos<br />

Humanos na Agroindústria<br />

em parceria com a<br />

ProCana Brasil, tem por objetivo<br />

incentivar, reconhecer e<br />

premiar práticas de gestão de<br />

pessoas e responsabilidade<br />

socioambiental das empresas<br />

sucroenergéticas do<br />

Brasil, como também das entidades<br />

representativas e das<br />

empresas fornecedoras de<br />

produtos e serviços ao setor,<br />

que contribuam para a promoção<br />

do bem-estar social e<br />

do desenvolvimento sustentável.<br />

Dia dos Pais na Cooperval rende ação social<br />

No dia 11 de agosto o Comitê<br />

Jovem da Cooperval realizou<br />

uma visita no Asilo São Vicente<br />

de Paulo e presenteou<br />

todos os internos com um pulôver.<br />

O presente foi comprado<br />

com o valor arrecadado<br />

através de uma rifa que o próprio<br />

comitê se empenhou em<br />

vender. A ação teve como objetivo<br />

homenagear os pais<br />

pelo seu dia<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA<br />

Etanol é principal rota<br />

para descarbonização<br />

Montadoras e fabricantes de peças consideram que o<br />

biocombustível é o caminho mais rápido e mais barato para<br />

que o Brasil alcance sua meta de corte de emissões até 2030<br />

Oetanol se transformou<br />

no coração do<br />

processo de descarbonização<br />

da indústria<br />

automobilística brasileira.<br />

Em encontro em São Paulo,<br />

dia 10 de agosto, representantes<br />

das montadoras, autopeças<br />

e especialistas do setor<br />

se mostraram convencidos<br />

que o maior uso do biocombustível<br />

é a forma mais rápida,<br />

eficiente e barata para<br />

que o Brasil alcance suas<br />

metas de descarbonização até<br />

2030.<br />

A Stellantis, dona das marcas<br />

Fiat, Citroën, Jeep entre outras,<br />

tem em sua estratégia<br />

para o Brasil combinar o uso<br />

de etanol com a eletrificação<br />

de seus veículos. Segundo<br />

Antonio Filosa, presidente da<br />

companhia para América do<br />

Sul, o uso de etanol se mostra<br />

tão ou mais eficiente na redução<br />

de emissão de CO 2 que<br />

os carros 100% elétricos europeus.<br />

Dados internos da Stellantis<br />

mostram que a emissão de<br />

gases que provocam o aquecimento<br />

global foi de 60% em<br />

carros que usam gasolina. No<br />

caso de veículos europeus<br />

100% elétricos, a emissão foi<br />

de 28%. Já nos motores flex,<br />

que usam apenas etanol, a<br />

emissão é de 26%.<br />

"O mundo do 'OU' acabou. A<br />

gente vive o mundo do 'E'.<br />

Nós vamos precisar de tudo o<br />

que estiver disponível, capaz<br />

de entregar a descarbonização",<br />

disse Evandro Gussi,<br />

CEO da União da Indústria da<br />

Cana-de-açúcar e Bioenergia<br />

(Unica).<br />

Para ele, a eletrificação terá<br />

um papel importante na descarbonização,<br />

porém, o jeito<br />

mais rápido e barato para retirar<br />

carbono da atmosfera é<br />

usando mais etanol nos 40<br />

milhões de veículos flex que já<br />

rodam no Brasil. "Você não<br />

precisa fazer praticamente<br />

nada", disse Evandro.<br />

A opinião que o etanol deve<br />

estar no foco das discussões<br />

do setor automobilístico também<br />

é compartilhada pela indústria<br />

de autopeças. Besaliel<br />

Botelho, ex-presidente da<br />

Bosh, considera que o hidrogênio<br />

será o combustível do<br />

futuro e que o etanol é a ponte<br />

que permitirá essa evolução.<br />

"O etanol e a biomassa, como<br />

nós temos, são as melhores<br />

contribuições para a descarbonização,<br />

para que o Brasil<br />

possa estar em suas metas<br />

até 2030 e depois em 2050",<br />

diz Botelho.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

9


APRENDIZAGEM<br />

Jacarezinho forma<br />

turma do Programa AAJ<br />

Objetivo é desenvolver competências profissionais e pessoais preparando os jovens<br />

para o mercado de trabalho e suprir o déficit de profissionais no setor agrícola<br />

AUsina Jacarezinho<br />

celebrou a formatura<br />

da primeira<br />

turma de seu Programa<br />

AAJ - Aprendizagem<br />

de Adolescentes e Jovens no<br />

curso de Mecânica e Manutenção<br />

de Tratores. A capacitação<br />

foi conduzida em parceria<br />

com o SENAR - Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem<br />

Rural, da regional do <strong>Paraná</strong><br />

e contou com a participação<br />

de 10 jovens de 18 a 24<br />

anos. Crescer e fazer todo o<br />

nosso entorno crescer é prioridade<br />

no Grupo Maringá.<br />

Foram 1200 horas do curso<br />

total, sendo 600 horas de<br />

conteúdo relacionado à prática<br />

profissional. Ao final do<br />

programa, os participantes<br />

entregaram o projeto de<br />

sustentabilidade e solda. O<br />

objetivo da iniciativa é desenvolver<br />

competências profissionais<br />

e pessoais na prática<br />

preparando os jovens para o<br />

mercado de trabalho no setor<br />

de manutenção agrícola,<br />

além de suprir o déficit de<br />

profissionais no setor agrícola,<br />

fomentando o interesse<br />

e atuando diretamente na formação<br />

de novos profissionais,<br />

para quando surgirem<br />

oportunidades internas e no<br />

mercado de trabalho.<br />

Usina cria jardim vertical ecológico<br />

A sustentabilidade é um compromisso<br />

inegociável do<br />

Grupo Maringá, refletido nas<br />

boas práticas ambientais adotadas<br />

na Usina Jacarezinho,<br />

responsável pela produção de<br />

açúcar, etanol, levedura e<br />

bioenergia no norte do <strong>Paraná</strong>.<br />

Em consonância com os<br />

princípios ESG (Environmental,<br />

Social, and Governance),<br />

a empresa promoveu uma<br />

campanha de conscientização<br />

que teve como destaque a<br />

criação de um jardim vertical<br />

ecológico.<br />

A iniciativa abraçou uma série<br />

de objetivos, entre eles, a promoção<br />

da educação socioambiental,<br />

a valorização da reciclagem<br />

e o incentivo à saúde<br />

e ao bem-estar. O jardim<br />

vertical ecológico é uma ação<br />

em linha com o Objetivo de<br />

Desenvolvimento Sustentável<br />

número 12 da Agenda 2030<br />

da ONU.<br />

Os colaboradores, engajados<br />

com a causa, arrecadaram<br />

garrafas PET, substituindo os<br />

tradicionais vasinhos da<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


empresa pelo jardim vertical,<br />

simbolizando a mudança em<br />

prol do meio ambiente. Além<br />

disso, a ação incluiu orientações<br />

sobre jardinagem, preparação<br />

de solo, uso de substratos<br />

e compostagem orgânica,<br />

enriquecendo o conhecimento<br />

e estimulando ações<br />

práticas e sustentáveis.<br />

Comprometida com a responsabilidade<br />

social e ambiental, a<br />

Usina Jacarezinho destinou as<br />

garrafas PET não utilizadas<br />

para a Associação dos Catadores<br />

de Material Reciclável de<br />

Jacarezinho - ASSOMARJA,<br />

fortalecendo o compromisso<br />

com a economia circular e o<br />

apoio à inclusão social.<br />

O Grupo Maringá, sempre<br />

atento à importância de um<br />

futuro mais sustentável, reafirma<br />

seu posicionamento e<br />

dedicação para promover práticas<br />

que visem o equilíbrio<br />

entre os pilares ambiental, social<br />

e de governança em suas<br />

operações.<br />

Dia dos Pais<br />

Ao compasso do cuidado e carinho, o Grupo Maringá celebrou o Dia dos Pais em perfeita harmonia com as palavras de Elis Regina. Ainda somos os mesmos,<br />

evoluindo a cada passo, seguindo os exemplos que nos cercam. Um feliz Dia dos Pais, especialmente dedicado aos colaboradores do Grupo Maringá, os quais<br />

inspiram as gerações que moldam o futuro.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

11


DOIS<br />

Petróleo<br />

Impulsionado pelo pré-sal,<br />

produção nacional de petróleo<br />

alcançou 3 milhões de barris<br />

por dia no ano passado, e a<br />

tendência é continuar em alta<br />

nos próximos anos. O aumento<br />

da produção do petróleo<br />

tem feito com que o produto<br />

ganhe cada vez mais<br />

destaque na pauta de exportação<br />

brasileira. E esse movimento<br />

não deve mudar tão<br />

cedo. Daqui em diante, o que<br />

se espera é que esse crescimento<br />

continue e seja capaz<br />

de contribuir com resultados<br />

robustos para o comércio exterior<br />

do País. No ano passado,<br />

as exportações de<br />

óleos brutos de petróleo alcançaram<br />

US$ 42,5 bilhões -<br />

um valor recorde - e representaram<br />

12,7% de tudo o que o<br />

Brasil negociou para o exterior.<br />

Foi o segundo principal<br />

item vendido pelo País, atrás<br />

somente da soja (US$ 46,5<br />

bilhões). Em 2022, o Brasil se<br />

consolidou como o nono<br />

maior produtor de petróleo do<br />

mundo e apareceu entre os<br />

dez principais exportadores. O<br />

cenário de crescimento da<br />

produção pode ser explicado,<br />

PONTOS<br />

em parte, pelo desempenho<br />

do pré-sal e pelo aumento de<br />

preços do petróleo observado<br />

ao longo das últimas décadas,<br />

o que torna viável e interessante<br />

a exploração. Nas décadas<br />

de 80 e 90, o valor do<br />

barril chegou a US$ 20. Hoje,<br />

tem oscilado num patamar<br />

acima de US$ 85.<br />

Mais de 70 usinas e comercializadoras receberam o Selo Energia Verde da Unica em<br />

<strong>2023</strong> e devem produzir um total de 12 mil GWh, equivalente a duas vezes a geração<br />

com carvão mineral no ano passado ou a atender mais de 6 milhões de unidades consumidoras<br />

residenciais no ano, além de evitar a emissão estimada de 2,5 milhões de<br />

tCO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 17,3 milhões de árvores nativas<br />

ao longo de 20 anos. O certificado é emitido no âmbito do Programa de Certificação<br />

da Bioeletricidade, idealizado pela associação, em parceria com a Câmara de<br />

Comercialização de Energia Elétrica e apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores<br />

de Energia. Criado em 2015, o Selo Energia Verde é concedido anualmente,<br />

sem custo, a usinas produtoras de bioeletricidade associadas à Unica que cumprem<br />

requisitos de geração renovável e de eficiência energética e a comercializadoras que<br />

comprem energia das usinas certificadas.<br />

O documento assinado pelos<br />

líderes dos países amazônicos<br />

não inclui desmatamento zero<br />

e exclui veto a exploração de<br />

combustíveis fósseis, embora<br />

crie mecanismos para integração<br />

regional e defesa do<br />

bioma. Os líderes dos oito países<br />

que participaram da Cúpula<br />

da Amazônia não conseguiram<br />

chegar a um consenso<br />

sobre a exploração de<br />

Energia Verde<br />

Amazônia<br />

petróleo na região, apesar dos<br />

intensos debates nos últimos<br />

dias sobre a questão e da forte<br />

pressão de setores da sociedade<br />

civil. O texto final não incluiu<br />

uma proposta defendida<br />

por algumas das lideranças,<br />

que desejavam vetar a exploração<br />

dos combustíveis fósseis<br />

na Amazônia. O documento<br />

menciona apenas o início<br />

de um diálogo entre os Estados<br />

sobre a sustentabilidade<br />

de setores como a mineração<br />

e hidrocarbonetos. A<br />

chamada Declaração de Belém<br />

ressalta o objetivo comum<br />

de evitar o "ponto de não<br />

retorno da floresta amazônica",<br />

o que significa limitar o<br />

desmatamento em até 20% do<br />

bioma, de modo a impedir um<br />

processo irreversível de desertificação.<br />

O vice-presidente e ministro<br />

do Desenvolvimento, Indústria,<br />

Comércio e Serviços,<br />

Geraldo Alckmin, afirmou<br />

que o avanço do mandato<br />

de mistura de biodiesel ao<br />

diesel fóssil para 20%<br />

(B20) deverá ser uma meta<br />

estabelecida dentro do Projeto<br />

de Lei Combustível do<br />

Futuro, proposta de política<br />

pública para redução das<br />

emissões de Gases de<br />

Efeito Estufa. Atualmente a<br />

mistura está em 12%. Alckmin<br />

lamentou que o País<br />

Inmet<br />

B20<br />

Etanol<br />

Tomando como base a média<br />

histórica (1991 - 2020)<br />

das temperaturas médias<br />

observadas nas estações<br />

meteorológicas do Instituto<br />

Nacional de Meteorologia<br />

(Inmet) em todo o Brasil, no<br />

mês de julho, a temperatura<br />

média do País seria 21,93°C.<br />

Contudo, em <strong>2023</strong>, a temperatura<br />

média foi de 22,97°C,<br />

ou seja, um desvio de<br />

1,04°C acima da média histórica,<br />

colocando o recente<br />

julho como o mais quente já<br />

registrado no Brasil desde<br />

1961. Até então, julho de<br />

2022 era o mais quente com<br />

22,77°C ou 0,84°C acima da<br />

média.<br />

tenha interrompido, nos últimos<br />

anos, o cronograma<br />

de evolução da mistura de<br />

biodiesel, definida pelo<br />

Conselho Nacional de Política<br />

Energética em 2018. As<br />

projeções determinavam<br />

que o mandato de 15% já<br />

estaria em vigor em março<br />

de <strong>2023</strong>. No ano passado,<br />

a mistura voltou para B10.<br />

Na atual gestão, a evolução<br />

da mistura foi retomada e o<br />

mandato passou de 10%<br />

para 12% em abril e deve<br />

alcançar o B15 em 2026.<br />

O vice-presidente também reiterou<br />

que está entre os planos<br />

de descarbonização do governo<br />

a expansão da mistura<br />

de etanol à gasolina de 27,5%<br />

para 30%. Se aprovada, a lei<br />

provavelmente aumentará o<br />

consumo de etanol no Brasil<br />

em 1,2 bilhão de litros na temporada<br />

2024/25, para 36 bilhões<br />

de litros. Para fazer<br />

frente a esse aumento, as usinas<br />

precisariam utilizar 3,5%<br />

a mais do total de açúcar recuperável<br />

(ATR) da safra de<br />

cana-de-açúcar para produzir<br />

o biocombustível, chegando a<br />

62 milhões de toneladas de<br />

ATR, mostrou um estudo do<br />

Citi Research.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Combustível<br />

do Futuro<br />

Entidades ligadas ao setor de<br />

biocombustíveis acreditam<br />

que a proposta de política<br />

pública para redução das<br />

emissões de Gases de Efeito<br />

Estufa, o chamado “Projeto<br />

de Lei Combustível do Futuro”,<br />

poderá colocar o Brasil<br />

em posição de destaque<br />

global com relação à transição<br />

energética, o que deverá<br />

estimular a produção agroindustrial<br />

nacional. Em nota, a<br />

União Nacional do Etanol de<br />

Milho, Fórum Nacional Sucroenergético<br />

e Associação<br />

dos Produtores de Biodiesel<br />

ressaltaram que a cadeia<br />

dos biocombustíveis possui<br />

Propostas<br />

estrutura e capacidade instalada<br />

para a transição energética<br />

e que o PL é um instrumento<br />

de estímulo à cadeia<br />

econômica.<br />

Trabalho<br />

No primeiro trimestre de <strong>2023</strong>, pelo menos 28,1 milhões de pessoas trabalhavam no<br />

agronegócio. É um recorde para esse período do ano desde 2012, quando o Centro de<br />

Estudos Avançados em Economia Aplicada iniciou esse acompanhamento. O contingente<br />

da população ocupada no setor cresce, mas a participação no total do país diminui. Em<br />

2012, o agronegócio representava 29,2% da força de trabalho do Brasil. Recuou para<br />

28,6% em 2017 e está em 27% neste ano.<br />

Açúcar<br />

A produção de açúcar do Centro-Sul<br />

do Brasil deve alcançar<br />

38,3 milhões de toneladas na<br />

safra <strong>2023</strong>/24, disse a StoneX.<br />

Se confirmado, o volume<br />

representará um crescimento<br />

de 13,9% em relação a 2022/<br />

23 e será o segundo maior já<br />

registrado, ficando atrás somente<br />

do ciclo 2020/21. O aumento<br />

ocorre em meio à<br />

maior destinação da cana para<br />

a produção do adoçante, com<br />

um mix produtivo açucareiro<br />

estimado em 48,0%, ante<br />

45,9% da safra 2022/23. Já<br />

para o etanol, a previsão é de<br />

que as usinas da região produzam<br />

31,1 bilhões de litros<br />

em <strong>2023</strong>/24, considerando o<br />

biocombustível a partir da<br />

cana e do milho, com um aumento<br />

de 8,6% frente à safra<br />

passada. Especificamente para<br />

o etanol de cana, a StoneX<br />

estimou uma produção 4,5%<br />

maior, a 25,5 bilhões de litros,<br />

enquanto o biocombustível do<br />

milho deve ter alta de 30,9%,<br />

a 5,8 bilhões de litros.<br />

Entre as propostas do texto<br />

do projeto de lei está a alteração<br />

do limite mínimo e do<br />

limite máximo do teor de<br />

mistura de etanol anidro à<br />

gasolina C, que é comercializada<br />

ao consumidor final.<br />

Atualmente, o limite mínimo<br />

estipulado é de 18% e o máximo<br />

de 27,5%, podendo<br />

mudar para 20% e 30%, respectivamente.<br />

Outros pontos<br />

presentes no PL tratam sobre<br />

a regulamentação e fiscalização<br />

da atividade de captura e<br />

estocagem geológica de dióxido<br />

de carbono e sobre medidas<br />

adotadas no âmbito da<br />

Política Nacional de Biocombustíveis<br />

(RenovaBio).<br />

BNDES<br />

O Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social<br />

(BNDES) aprovou a dotação<br />

complementar de R$ 1,5<br />

bilhão para o programa RenovaBio,<br />

totalizando um orçamento<br />

de R$ 3,5 bilhões, com<br />

vistas a atender à demanda do<br />

setor de biocombustíveis por<br />

crédito ASG (Ambiental, Social<br />

e Governança) até o final de<br />

2024. O Programa BNDES RenovaBio<br />

tem tido uma demanda<br />

elevada. De 2021 até o<br />

início de <strong>2023</strong>, foram aprovadas<br />

treze operações de financiamento,<br />

em um total de R$<br />

1,1 bilhão, dos quais mais de<br />

R$ 1 bilhão já foram desembolsados.<br />

Além disso, há outras<br />

operações que já estão<br />

sendo analisadas pelo Banco.<br />

O programa prevê o apoio direto<br />

por meio de crédito ASG<br />

para o setor de biocombustíveis,<br />

no âmbito da Política RenovaBio,<br />

com incentivo para a<br />

melhoria da eficiência energético-ambiental<br />

e da certificação<br />

da produção. Com a melhoria<br />

projetada nas operações<br />

já contratadas, estima-se que<br />

o conjunto de usinas apoiado<br />

terá capacidade de produzir<br />

biocombustíveis capazes de<br />

evitar emissões de 3,4 milhões<br />

de toneladas de carbono por<br />

ano, volume 14% maior ao verificado<br />

na contratação das<br />

operações.<br />

Para o processamento de<br />

cana do Centro-Sul, a StoneX<br />

estimou 607,7 milhões de toneladas<br />

em <strong>2023</strong>/24, que<br />

marcaria a segunda maior<br />

moagem já registrada, atrás<br />

Safra<br />

apenas do ciclo 2015/16.Segundo<br />

a consultoria, a safra<br />

em andamento vem mostrando<br />

crescimento em relação<br />

ao ciclo passado,<br />

refletindo uma melhora nas<br />

Produtividade<br />

A produtividade dos canaviais<br />

da região Centro-Sul do<br />

Brasil subiu, em média, 19%<br />

no acumulado da safra<br />

<strong>2023</strong>/24, em comparação<br />

com igual período de 2022.<br />

De acordo com o boletim<br />

“De Olho na Safra”, divulgado<br />

pelo Centro de Tecnologia<br />

Canavieira (CTC), a<br />

média aumentou de 75,2 toneladas<br />

por hectare, no acumulado<br />

da safra 2022/23,<br />

para 91,6 toneladas por hectare<br />

na temporada atual. O<br />

CTC afirma que a melhora<br />

na produtividade pode ser<br />

atribuída aos canaviais mais<br />

condições climáticas desde<br />

agosto de 2022, quando o<br />

Centro-Sul passou a receber<br />

um alto volume de chuvas, favorecendo<br />

o desenvolvimento<br />

das áreas canavieiras.<br />

jovens na área colhida.<br />

Cerca de 60% de todo o canavial<br />

colhido até o momento<br />

no Centro-Sul foram<br />

canaviais de primeiro a terceiro<br />

corte. O clima favorável<br />

para o desenvolvimento<br />

da cultura também contribuiu<br />

para o resultado<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

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