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<strong>As</strong> <strong>CEBs</strong> ... <strong>das</strong> <strong>quais</strong> mui/o <strong>se</strong> <strong>fala</strong>, p ouco <strong>se</strong> conhece -<br />
A TFP as descreve como são<br />
Noções his1óricas<br />
superficiais que,<br />
sugerem derrolis- :<br />
mo<br />
c1as ao mesmo tempo imprevisíveis,<br />
mas em nada improváveis.<br />
• • •<br />
Para tal estado de espírito prepara<br />
um fundo de quadro fortemente<br />
sugestivo, decorrente de estudos de<br />
História sumários, feitos habitualmente<br />
nos cursos de <strong>se</strong>gundo grau. Deles<br />
emerge com falsa evidência a certeza<br />
de que a Revolução Francesa derrubou<br />
o trono dos Bourbons por força<br />
de uma incontenível conjugação de<br />
fatores. Entre estes, notadamente o<br />
an<strong>se</strong>io da maioria dos espíritos por<br />
uma ordem de coisas nova, modelada<br />
<strong>se</strong>gundo a trilogia Liberdade - Igualdade<br />
- Fraternidade. E porque todos<br />
es<strong>se</strong>s fatores também existiam, <strong>se</strong> bem<br />
que em estado ainda germinativo, nos<br />
outros paí<strong>se</strong>s da Europa, lograram os<br />
exércitos da República e de Bonaparte<br />
estender a qua<strong>se</strong> todo o Continente<br />
europeu as "conquistas" da Revolução<br />
Francesa.<br />
"A qua<strong>se</strong> todo o Continente", sim.<br />
E não todo ele. Porque impávida ficava<br />
a Rússia dos Romanof s. Mas a<br />
derrota sofrida por es<strong>se</strong> país na I<br />
Guerra Mundial encerrou os dias da<br />
monarquia absoluta no último país<br />
europeu em que esta forma de governo<br />
ainda tinha vigência.<br />
Como <strong>se</strong> <strong>sabe</strong> geralmente, derrubaram<br />
por terra o trono dos Roma-<br />
nofs fatores análogos aos que haviam<br />
abatido, em fins do século XVIII , o<br />
trono dos Bourbons. Mas tais fatores<br />
vinham carregados, na Revolução<br />
Russa, de um radicalismo ainda maior.<br />
E assim, ao contrário de <strong>se</strong>us antecessores<br />
france<strong>se</strong>s de .1789, não <strong>se</strong><br />
limitou o comunismo vitorioso à instauração<br />
da liberdade, da igualdade e<br />
da fraternidade (como ele as entende)<br />
no campo político, e apenas a meias no<br />
campo social, mas <strong>se</strong> atirou por inteiro<br />
no campo sócio-econômico, extinguindo<br />
virtualmente a família, abolindo a propriedade,<br />
e implantando a ditadura do<br />
proletariado.<br />
Vistos os fatos <strong>se</strong>gundo este prisma,<br />
verdadeiro em alguns aspectos e<br />
falso em outros ( 1 ), pareceria tão inevitável<br />
a vitória do comunismo no<br />
mundo de hoje, quanto teria sido o da<br />
Revolução Francesa nos séculos<br />
XVIII e XIX. E nada <strong>se</strong> afiguraria<br />
mais normal do que ver a Rússia<br />
soviética de<strong>se</strong>mpenhando, em favor<br />
da revolução igualitária do século XX,<br />
(1) Cfr. PuN10 CoRRl:A DE ÜLJ VEIR A, Revolução<br />
e Contra-Revolução, "Catolicismo", n. 0<br />
100, Parte 1, Cap. III, 5.<br />
Com o intuito de dar à pre<strong>se</strong>nte vista pa norâmica<br />
toda a concisão possível, o autor <strong>se</strong><br />
dispensou de menciona r as provas de muitas<br />
<strong>das</strong> a firmações aqui feitas, remetendo o leitor<br />
para obras em que tais provas sã o apre<strong>se</strong>nta<strong>das</strong>.<br />
Razão pela qual cita várias vezes livros<br />
que já publicou.<br />
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