Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Parre I<br />
Introdução<br />
Otimismo e desalento<br />
<strong>se</strong> conciliam<br />
a <strong>se</strong>rviço da inércia<br />
clusivamente pela "esquerda católica"<br />
são noticia<strong>das</strong> como temíveis investi<strong>das</strong><br />
de uma maré montante de indignação<br />
popular liderada por clérigos a<br />
quem as instâncias eclesiásticas superiores<br />
não podem ou não querem refrear.<br />
,<br />
Mas, de outro lado, esta agitação<br />
esquerdista tão noticiada, <strong>pouco</strong>s a<br />
notam no âmbito concreto de sua vida<br />
diária. Deste ângulo, ela parece mais<br />
um fantasma do que uma realidade.<br />
Tanto mais quanto as manifestações<br />
de rua a que esta agitação tem dado<br />
lugar apre<strong>se</strong>ntam <strong>se</strong>mpre diminuto<br />
número de participantes. Sintoma <strong>muito</strong><br />
significativo, que a maior parte dos<br />
noticiários de imprensa mal con<strong>se</strong>gue<br />
disfarçar.<br />
<strong>As</strong>sim, a zoeira publicitária dá do<br />
perigo comunista uma imagem que<br />
parece confirmar, por alguns lados, o<br />
fundo de quadro histórico correntemente<br />
aceito, e a tendência <strong>das</strong> elites<br />
ao desânimo. E, de outro lado, as<br />
ilusões otimistas dessas mesmas elites<br />
parecem confirma<strong>das</strong> pela experiência<br />
pessoal dos que as constituem.<br />
Curiosamente, es<strong>se</strong>s dois estados<br />
de ânimo - um otimista e <strong>se</strong>guro de<br />
que a catástrofe não virá, e o outro,<br />
desalentado e pessimista - coexistem<br />
<strong>se</strong>m choques no espírito da <strong>muito</strong><br />
grande maioria <strong>das</strong> eventuais, ou futuras,<br />
vítimas do socialismo e do comunismo.<br />
É que um e outro estado de<br />
animo convergem para justificar a a<br />
centuada disposição dessas vítimas<br />
para a inércia. Conforme o noticiário<br />
dos jornais do dia, ou as circunstâncias<br />
concretas, às vezes bastante miú<strong>das</strong>,<br />
que marcam cada hora que passa,<br />
a mesma "vítima" eventual, ora justifica<br />
sua inação ante o perigo comunista,<br />
pensando, e dizendo, que é supérfluo<br />
reagir contra ele, de tão remoto<br />
que é, por enquanto; ora alega,<br />
pelo contrário, que a reação anti-socialista<br />
e anticomunista "não adianta",<br />
"não dá" para <strong>se</strong>r feita, porque o<br />
comunismo vem mesmo.<br />
Em um e outro caso, o que preocupa<br />
o burguês é justificar a <strong>se</strong>us olhos, e<br />
dos outros, a inércia na qual <strong>se</strong> apraz.<br />
A deleitável inércia de quem quer<br />
viver, mais do que tudo, para fruir a<br />
<strong>se</strong>gurança e a fartura de sua situação,<br />
ou satisfazer as apetências e as ambições<br />
infrenes, tão características da<br />
assim chamada sociedade de consumo.<br />
* * *<br />
A descrição desta situação psicológica,<br />
freqüente em nossas elites, sugere-a<br />
antes de tudo a ob<strong>se</strong>rvação<br />
corrente da realidade.<br />
Ademais, a TFP pôde confirmá-la<br />
recentemente com exemplos numerosos<br />
e concretos, colhidos em mais ou<br />
menos todo o território nacional, ao<br />
longo da campanha de suas caravanas<br />
Preciosa experiência<br />
da TFP confirma<br />
este quadro<br />
23