Revista Coamo Edição de Fevereiro de 2024
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evista coamo Um retrato da <strong>Coamo</strong><br />
ano 50 edição 543 fevereiro/<strong>2024</strong><br />
revista<br />
www.coamo.com.br<br />
fevereiro/<strong>2024</strong><br />
Um retrato da <strong>Coamo</strong><br />
Com a confiança e apoio dos cooperados, o engenheiro agrônomo José Aroldo<br />
Gallassini foi reeleito presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong><br />
para a gestão <strong>2024</strong>/2028. Como i<strong>de</strong>alizador da cooperativa, ele é o retrato da<br />
<strong>de</strong>terminação, visão e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> sucesso iniciado há 53 anos<br />
ano 50 edição 543
Um é pouco,<br />
dois é bom<br />
e três é perfeito.<br />
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<strong>Coamo</strong> Alimentos
expediente<br />
Órgão <strong>de</strong> divulgação da <strong>Coamo</strong><br />
ano 50 | edição 543 | fevereiro <strong>2024</strong><br />
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO<br />
Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula Bento Pelissari Smith,<br />
Antonio Marcio dos Santos, Ruthielle Borsuk da Silva, Guilherme Augusto Boller, Raquel<br />
Sumie Eishima, Aline Aristi<strong>de</strong>s Bazán, Marcos Gabriel Batista dos Santos e Nicole<br />
Camargo Barroso.<br />
Contato: comunicacao@coamo.com.br (44) 3599-8129 - WhatsApp (44) 9 9957-5951<br />
Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula<br />
Bento Pelissari Smith, Ruthielle Borsuk da Silva, Guilherme Augusto Boller e Ilivaldo<br />
Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
<strong>Edição</strong> <strong>de</strong> fotografia: Antonio Marcio dos Santos e Wilson Bibiano Lima<br />
Contato publicitário<br />
- Agromídia Desenvolvimento <strong>de</strong> Negócios Publicitários. Contato: (11) 5092-3305<br />
- Guerreiro Agromarketing. Contato: (44) 99180-4450<br />
Acompanhe a <strong>Coamo</strong> pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />
É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não<br />
exprimem, necessariamente, a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>.<br />
COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA<br />
SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 - Caixa Postal, 460 - www.coamo.com.br<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presi<strong>de</strong>nte: Engenheiro Agrônomo, José Aroldo Gallassini. MEMBROS VOGAIS: Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Jonathan Henrique Welz Negri,<br />
Joaquim Peres Montans, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari, Emilio Magne Guerreiro Junior, Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, João Marco Nicaretta e Igor Eduardo <strong>de</strong> Mello Schreiner.<br />
CONSELHO FISCAL: Pedro Augusto Brunetta Borgo, Flávio Favro Neitzke e Alessandro Gaspar Colombo (Membros Efetivos). Airton Spilka, Leandro Wesley Alves e Van<strong>de</strong>r Carlos<br />
Furlanetto (Membros Suplentes).<br />
DIRETORIA EXECUTIVA: Presi<strong>de</strong>nte Executivo: Airton Galinari. Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Sérgio Gabriel. Diretor Comercial: Rogério Trannin <strong>de</strong> Mello.<br />
Diretor Industrial: Divaldo Corrêa. Diretor <strong>de</strong> Logística e Operações: E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira. Diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias.<br />
Extensão Territorial: 4,5 milhões <strong>de</strong> hectares. Capacida<strong>de</strong> Global <strong>de</strong> Armazenagem: 7,02 milhões <strong>de</strong> toneladas. Receita Global <strong>de</strong> 2023: R$ 30,295 bilhões.<br />
Sobras liquidas: R$ 2,324 bilhões. Tributos e taxas gerados e recolhidos: R$ 824,905 milhões. Cooperados: mais <strong>de</strong> 31,6 mil. Municípios presentes: 75. Unida<strong>de</strong>s: 115.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista<br />
3
C<br />
M<br />
Y<br />
M<br />
Y<br />
Y<br />
MY<br />
K
índice<br />
Entrevista<br />
10<br />
Camila Telles, produtora rural e influenciadora digital, reflete sobre a importância da comunicação que<br />
valoriza o Agro, como o cooperativismo po<strong>de</strong> auxiliar e os <strong>de</strong>safios para atrair mais jovens para o campo<br />
14<br />
Receita Global <strong>de</strong> R$ 30,3 bilhões<br />
Valor representa crescimento <strong>de</strong> 7,6% em relação ao ano anterior.<br />
A sobra líquida atingiu o montante <strong>de</strong> R$ 2,324 bilhões, um<br />
incremento <strong>de</strong> 2,9% em relação ao ano anterior<br />
Sobras<br />
28<br />
Valor distribuído ultrapassa R$ 850 milhões. Cada cooperado recebe na proporção da sua<br />
movimentação com a cooperativa na entrega <strong>de</strong> produtos agrícolas e aquisição <strong>de</strong> insumos<br />
Fazenda Experimental<br />
34<br />
Entre os dias 29 <strong>de</strong> janeiro e 02 <strong>de</strong> fevereiro, foi realizada a 36ª edição do Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
na Fazenda Experimental em Campo Mourão (PR), com a participação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4,5 mil cooperados<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista<br />
5
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governança<br />
Obrigado cooperados<br />
Em nome do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração agra<strong>de</strong>ço o<br />
apoio e a gran<strong>de</strong> participação<br />
dos cooperados na vida da<br />
<strong>Coamo</strong>. De modo especial, agra<strong>de</strong>ço<br />
a confiança renovada por<br />
meio da nossa eleição na Assembleia<br />
Geral Ordinária realizada<br />
dia 15 <strong>de</strong> fevereiro, para conduzir<br />
a cooperativa como presi<strong>de</strong>nte<br />
nos próximos quatro anos na<br />
gestão <strong>2024</strong>/2028.<br />
A <strong>Coamo</strong> é referência no<br />
setor cooperativista e no agronegócio.<br />
Para continuar evoluindo<br />
e crescendo implantamos há<br />
quatro anos uma nova estrutura<br />
organizacional aprovada pelos<br />
cooperados, com um novo mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> governança, que vem<br />
sendo bem-sucedido e elogiado<br />
pelo quadro social. Com esta<br />
nova estrutura mo<strong>de</strong>rnizamos a<br />
administração da <strong>Coamo</strong>, com a<br />
tranquilida<strong>de</strong> e segurança necessária<br />
para que a cooperativa continue<br />
com foco nos cooperados,<br />
possa buscar a geração <strong>de</strong> renda<br />
e o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
no agronegócio.<br />
Como disse na implantação<br />
<strong>de</strong>sta governança, tenho<br />
certeza <strong>de</strong> que a <strong>Coamo</strong> continuará<br />
sendo um exemplo e<br />
sucesso como cooperativa e<br />
empresa. A cooperativa não foi<br />
criada para uma geração, mas<br />
sim para várias gerações e para<br />
ser perpetuada.<br />
A atuação do quadro<br />
social aliada à administração<br />
profissional e a <strong>de</strong>dicação dos<br />
funcionários são pilares essenciais,<br />
que fazem a diferença e o<br />
sucesso da nossa <strong>Coamo</strong>. Com<br />
foco na agregação <strong>de</strong> valor aos<br />
cooperados por meio da verticalização<br />
das ativida<strong>de</strong>s, e a<br />
prática <strong>de</strong> valores com profissionalismo,<br />
ética, transparência e<br />
honestida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propósitos, sem<br />
paternalismo e responsabilida<strong>de</strong><br />
com segurança e soli<strong>de</strong>z.<br />
Por isso é que, com orgulho<br />
e satisfação, comemoramos<br />
com a graça <strong>de</strong> Deus um<br />
ano <strong>de</strong> bons resultados à frente<br />
da <strong>Coamo</strong>. Na Assembleia Geral<br />
os cooperados aprovaram<br />
as contas do exercício 2023 e<br />
anunciamos uma receita global<br />
<strong>de</strong> R$ 30,3 bilhões, com um<br />
crescimento <strong>de</strong> 7,6% em relação<br />
a 2022. Uma sobra líquida no<br />
montante <strong>de</strong> R$ 2,3 bilhões, e<br />
incremento <strong>de</strong> 2,9% em relação<br />
ao ano anterior. Além da distribuição<br />
<strong>de</strong> um volume significativo<br />
<strong>de</strong> R$ 850 milhões como<br />
sobras do exercício 2023.<br />
Desta maneira, com a<br />
confiança <strong>de</strong>positada no Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração queremos<br />
continuar este trabalho <strong>de</strong> difusão<br />
do cooperativismo, promovendo<br />
um <strong>de</strong>senvolvimento que<br />
alcança os aspectos econômico,<br />
tecnológico, social, educacional<br />
e cultural dos cooperados e familiares.<br />
Por meio <strong>de</strong> uma prestação<br />
<strong>de</strong> serviços, com o fornecimento<br />
<strong>de</strong> insumos na época<br />
certa, uma estrutura mo<strong>de</strong>rna<br />
e eficiente para o recebimento,<br />
armazenagem e comercialização<br />
da produção, o aumento da<br />
produtivida<strong>de</strong> e renda no meio<br />
ambiente rural.<br />
"A cooperativa não<br />
foi criada para uma<br />
geração, mas sim para<br />
várias gerações e para<br />
ser perpetuada."<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI,<br />
Presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração <strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista<br />
7
gestão<br />
Estrutura sólida faz a diferença<br />
A<br />
transparência das informações com clareza e<br />
<strong>de</strong> forma didática apresentadas aos cooperados<br />
por ocasião da Assembleia Geral Ordinária,<br />
mostrando como os negócios são conduzidos<br />
na cooperativa com ética, honestida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong>,<br />
contribui para o fortalecimento das relações<br />
e faz com que eles estejam cada vez mais seguros<br />
e confiantes na administração da cooperativa.<br />
Então, a avaliação da governança e dos resultados<br />
da <strong>Coamo</strong> em 2023 é bastante positiva, com<br />
gran<strong>de</strong> retorno e repercussão por parte dos cooperados,<br />
que valorizam os benefícios e o trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />
em prol do sucesso das suas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Encerramos o exercício com 53 anos <strong>de</strong> absoluto<br />
sucesso da <strong>Coamo</strong> e dos cooperados, sempre<br />
com <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> sobras, mesmo em anos difíceis,<br />
como foi 2023. Um ano com dificulda<strong>de</strong>s para<br />
os cooperados e para a <strong>Coamo</strong>, complicado para<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão pelos problemas climáticos e <strong>de</strong><br />
preços, em face dos estoques <strong>de</strong> produtos e da oscilação<br />
do mercado. Então, mesmo em um ano <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisões difíceis, conseguimos tomar boas <strong>de</strong>cisões<br />
e entregar um bom resultado no final do exercício.<br />
Os bons resultados da <strong>Coamo</strong> com a distribuição<br />
<strong>de</strong> R$ 850 milhões alcançam além dos cooperados,<br />
também as <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s espalhadas<br />
nos municípios do Paraná, Santa Catarina<br />
e Mato Grosso do Sul, que têm no agronegócio uma<br />
gran<strong>de</strong> força e essa distribuição <strong>de</strong> renda alavanca<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social local e regional<br />
beneficiando milhares <strong>de</strong> pessoas. Ao longo dos<br />
anos elas vão apren<strong>de</strong>ndo a importância e o impacto<br />
gerado pela cooperação e a prática do movimento<br />
cooperativista.<br />
Com a aprovação pelos cooperados dos<br />
investimentos <strong>de</strong> R$ 3,5 bilhões, entre eles a indústria<br />
<strong>de</strong> etanol <strong>de</strong> milho e melhorias na estrutura das<br />
unida<strong>de</strong>s, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da <strong>Coamo</strong> é continuar<br />
se mo<strong>de</strong>rnizando e criar alternativas para oferecer<br />
ao quadro social.<br />
Nos campos dos cooperados está sendo colhida<br />
uma safra que vai registrar perdas, que <strong>de</strong>vem<br />
variar entre 15 e 20%, e provocará problemas <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z.<br />
Estamos acompanhando toda esta situação<br />
e continuaremos sempre focados em entregar o melhor<br />
para os cooperados, pois o papel da <strong>Coamo</strong> é<br />
levar o <strong>de</strong>senvolvimento técnico, educacional, social<br />
e sustentável.<br />
O que vai acontecer no cenário agrícola<br />
não sabemos, mas uma coisa temos certeza: a <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejar e buscar sempre o melhor, com condições<br />
favoráveis, inovação e uma estrutura completa em<br />
benefício dos nossos cooperados.<br />
Em nome da diretoria Executiva, agra<strong>de</strong>ço ao<br />
Conselho <strong>de</strong> Administração na pessoa do presi<strong>de</strong>nte<br />
Dr. Aroldo, reeleito para mais quatro anos, pelo apoio<br />
e confiança, e ensinamentos com muita sabedoria,<br />
para nortear as nossas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões no cumprimento<br />
das propostas <strong>de</strong> condução dos negócios,<br />
com muita tranquilida<strong>de</strong> e segurança.<br />
AIRTON GALINARI<br />
Presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista<br />
9
entrevista<br />
CAMILA TELLES<br />
Produtora rural e influenciadora digital<br />
“Só fica no campo quem estuda muito.”<br />
Neta e filha <strong>de</strong> produtores<br />
rurais do interior do Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul, Camila<br />
Telles se formou em Relações<br />
Públicas. Quando estava na faculda<strong>de</strong>,<br />
percebeu que os colegas<br />
<strong>de</strong> turma não tinham noção<br />
do que acontecia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />
proprieda<strong>de</strong> rural. Esse <strong>de</strong>sconhecimento<br />
chamou a atenção<br />
da jovem, levando-a a questionar<br />
qual seria o seu papel como comunicadora<br />
no setor agrícola. Ao<br />
mesmo tempo, sentiu vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se conectar ainda mais com suas<br />
origens. Assim, <strong>de</strong>cidiu retornar<br />
à casa dos pais. Em vez <strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicar<br />
à cultura da soja, tradicional<br />
na região, optou por plantar alface<br />
e iniciar um negócio do zero.<br />
Com o apoio da família, criou um<br />
empreendimento: a Hortaria.<br />
Com gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />
após ter um ví<strong>de</strong>o viralizado nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais em 2019, Camila<br />
abraçou a causa com responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Atualmente, a produtora e<br />
influenciadora digital é consi<strong>de</strong>rada<br />
uma das mais importantes porta-vozes<br />
da nova geração no Agro.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>: Como foi a transição<br />
para o setor digital, especialmente<br />
consi<strong>de</strong>rando que não<br />
é muito comum no segmento<br />
agropecuário?<br />
Camila Telles: Quando comecei<br />
a gravar [ví<strong>de</strong>os], poucas pessoas<br />
estavam no digital falando sobre<br />
o Agro. Posso contar nos <strong>de</strong>dos<br />
quem já estava nessa área. Sobre<br />
assuntos polêmicos, ninguém falava.<br />
Então, fui lá e “<strong>de</strong>i a cara a<br />
tapa” nas re<strong>de</strong>s sociais. Isso não<br />
foi muito fácil porque era algo<br />
que não dominava. A gente sabia<br />
que o digital estava cada vez<br />
mais presente e que as empresas<br />
estavam migrando, enquanto<br />
o Agro permanecia um pouco<br />
mais lento nessa transição. Mas,<br />
acredito que o Agro precisa estar<br />
em todos os lugares. Porque<br />
se existem <strong>de</strong>sinformações nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais sobre nosso setor,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início das re<strong>de</strong>s sociais,<br />
eu, como comunicadora, tenho<br />
que falar <strong>de</strong> alguma forma, atingindo<br />
o público necessariamente<br />
rural, mas também urbano. O<br />
meu foco sempre foi o público<br />
da cida<strong>de</strong>, para eles enten<strong>de</strong>rem<br />
como funciona o Agro <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />
o lado responsável e sustentável<br />
que a gente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
RC: Há uma percepção <strong>de</strong> que<br />
o setor agropecuário tem dificulda<strong>de</strong>s<br />
em se comunicar efetivamente.<br />
Como você sugere mudar<br />
essa perspectiva?<br />
Camila: Esse é meu <strong>de</strong>safio diário<br />
e que vamos encontrando pequenas<br />
soluções todos os dias,<br />
enten<strong>de</strong>ndo o que o público<br />
quer assistir. As re<strong>de</strong>s sociais se<br />
voltaram muito para o entretenimento,<br />
então, humor, <strong>de</strong>scontração<br />
e outras coisas acabam chamando<br />
mais a atenção. Por isso, a<br />
gente precisa ter cuidado sobre<br />
qual tipo <strong>de</strong> conteúdo gerar e<br />
em qual re<strong>de</strong> social. É interessante<br />
pensar que há muitas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
Por exemplo, a gente tem<br />
o que não havia no início: muitos<br />
influenciadores que surgiram<br />
para falar <strong>de</strong> moda, do perrengue<br />
<strong>de</strong>ntro da fazenda. Eles falam<br />
das coisas erradas que fazem<br />
também para mostrar a vida real<br />
10 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
e isso ajuda na aproximação com<br />
o campo. O setor produz muito<br />
bem, preserva o meio ambiente<br />
e está do lado <strong>de</strong> qualquer tema<br />
que envolva sustentabilida<strong>de</strong>. Só<br />
que, da mesma forma que produz<br />
muito bem, se esquece <strong>de</strong><br />
comunicar com o consumidor<br />
final. Prova disso é que têm crianças<br />
que acham que leite vem da<br />
caixinha, não sabem que o ovo<br />
vem da galinha, o que são coisas<br />
óbvias para nós. Então, o que eu<br />
diria como resposta chave para<br />
essa pergunta é que o óbvio precisa<br />
ser dito, assim como a gente<br />
não domina o linguajar médico,<br />
ou sobre moda, ou gastronomia,<br />
têm pessoas que também não<br />
sabem o que é básico para nós.<br />
Formada em Relações Públicas e, unindo sua facilida<strong>de</strong> em comunicar e sua vivência no campo,<br />
Camila Telles se tornou a Defensora do Agronegócio brasileiro. Com especialização em Marketing<br />
Estratégico, é ativa nas re<strong>de</strong>s sociais, palestrante, mediadora e mestre <strong>de</strong> cerimônias, Camila soma<br />
mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> visualizações em seus ví<strong>de</strong>os combatendo inverda<strong>de</strong>s sobre o agronegócio nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, atingindo também o público que não tem convívio com o setor.<br />
RC: O foco em comunicação<br />
<strong>de</strong>ve ser encarado como um investimento,<br />
não uma <strong>de</strong>spesa.<br />
No entanto, enfrentamos <strong>de</strong>safios<br />
nesse sentido. Muitos agricultores<br />
têm expertise em suas<br />
ativida<strong>de</strong>s internas, mas encontram<br />
dificulda<strong>de</strong>s em promover<br />
e divulgar seu trabalho. Como<br />
po<strong>de</strong>mos provocar uma mudança,<br />
incentivando os agricultores<br />
a reconhecerem a importância<br />
<strong>de</strong> investir em ações <strong>de</strong><br />
comunicação?<br />
Camila: Olha, a luta é árdua. Eu<br />
acredito que o Agro seja um setor<br />
culturalmente mais conservador.<br />
Em algumas empresas, em<br />
alguns locais e para alguns produtores<br />
acaba sendo um pouco<br />
mais difícil mostrar a comunicação<br />
como um investimento e não<br />
como <strong>de</strong>spesa. Mas, é um <strong>de</strong>sa-<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 11
entrevista<br />
"O CONSUMIDOR ESTÁ CADA VEZ MAIS CURIOSO, QUER<br />
SABER COMO O SEU PRODUTO FOI CULTIVADO, QUEM PRODUZIU."<br />
fio muito bom e nós, profissionais<br />
<strong>de</strong> comunicação, temos que<br />
estar sempre mostrando soluções<br />
simples. O consumidor está<br />
cada vez mais curioso, quer saber<br />
como o seu produto foi cultivado,<br />
quem produziu. Esse é um papel<br />
simples nosso: mostrar todo esse<br />
processo <strong>de</strong> uma maneira mais<br />
efetiva. As cooperativas também<br />
precisam enxergar essa comunicação<br />
como algo extremamente<br />
eficiente, não apenas para a<br />
imagem da instituição, mas também<br />
para atrair a sucessão. Isso<br />
é crucial para conquistar o público<br />
jovem, que é um gargalo em<br />
todas as cooperativas, inclusive<br />
<strong>de</strong>ntro das proprieda<strong>de</strong>s rurais.<br />
Uma comunicação bem-feita,<br />
capaz <strong>de</strong> chamar a atenção <strong>de</strong><br />
forma positiva, certamente ajuda<br />
e atrai as novas gerações <strong>de</strong><br />
maneira mais efetiva para <strong>de</strong>ntro<br />
das cooperativas.<br />
RC: De on<strong>de</strong> vem essa <strong>de</strong>sinformação<br />
sobre o setor agropecuário?<br />
Como você analisa essa<br />
questão?<br />
Camila: Eu diria que o Agro ficou<br />
muito tempo em silêncio,<br />
acreditando que comunicar<br />
não era importante ou necessário.<br />
Bastava estar <strong>de</strong>ntro da<br />
proprieda<strong>de</strong> rural produzindo.<br />
Eu ouvi muito do meu avô, por<br />
exemplo: “Ah, <strong>de</strong>ixa que falem!<br />
Eu estou produzindo aqui, estou<br />
fazendo meu trabalho bem-feito<br />
e é isso que importa!” Mas, com<br />
a chegada <strong>de</strong>sse mundo digital,<br />
isso impactou fortemente.<br />
O Agro é vítima <strong>de</strong> um discurso<br />
muito ativista e i<strong>de</strong>ológico. A<br />
gente tem que ter muito cuidado<br />
porque, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> qualquer governo, o Agro vai<br />
continuar existindo. Os produtores<br />
produzirão e as pessoas vão<br />
continuar comendo, se vestindo<br />
e se movendo.<br />
RC: Sobre o ESG, práticas ligadas<br />
aos aspectos ambiental, social e<br />
<strong>de</strong> governança, qual sua opinião,<br />
ele veio para auxiliar nesses <strong>de</strong>safios<br />
do setor?<br />
Camila: O ESG já é aplicado em<br />
várias proprieda<strong>de</strong>s rurais há<br />
muito tempo, eu conheço uma,<br />
por exemplo, que há mais <strong>de</strong><br />
20 anos já aplica conceitos do<br />
ESG. Não é só uma questão ambiental,<br />
mas também é social, é<br />
emprego, é qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento pessoal, e<br />
nisso as socieda<strong>de</strong>s rurais também<br />
têm um potencial gigantesco<br />
para fazer. Se você vai em<br />
cida<strong>de</strong>s com gran<strong>de</strong> presença<br />
agropecuária, percebe que o<br />
setor <strong>de</strong>senvolve a região, gera<br />
muitos empregos e impacta<br />
na questão do comércio. Além<br />
disso, a parte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />
já está presente em muitas<br />
proprieda<strong>de</strong>s. Por isso, falo<br />
que as pessoas precisam estar<br />
<strong>de</strong>ntro das proprieda<strong>de</strong>s rurais<br />
para enten<strong>de</strong>r o que realmente<br />
acontece. Elas vão observar que<br />
há muito tempo nem tinha esse<br />
nome ainda, e os produtores já<br />
cuidavam <strong>de</strong>sse formato. É claro<br />
que há pessoas que fazem errado<br />
e, aí, não po<strong>de</strong>mos dizer que<br />
o Agro é perfeito, pois nenhum<br />
setor é. Sabemos disso, mas a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem faz certo é<br />
muito maior do que <strong>de</strong> quem faz<br />
errado. E sempre quem aparece<br />
na mídia é quem faz errado, ao<br />
invés da gente mostrar a gran<strong>de</strong><br />
maioria que faz corretamente.<br />
RC: Você não suce<strong>de</strong>u seu pai na<br />
lavoura <strong>de</strong> soja, mas criou a sua<br />
própria ativida<strong>de</strong> rural. Como<br />
você enxerga essa questão da<br />
sucessão no campo pelos jovens?<br />
Camila: Eu diria que o Agro tem<br />
três gargalos: a comunicação, a<br />
mão <strong>de</strong> obra qualificada e a sucessão<br />
familiar. A sucessão familiar<br />
é um <strong>de</strong>safio muito gran<strong>de</strong><br />
porque envolve <strong>de</strong>cisões que,<br />
muitas vezes, são complexas.<br />
Existe uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> familiares<br />
se enxergarem <strong>de</strong> forma<br />
profissional, assim como se veem<br />
como família. Portanto, é uma<br />
questão <strong>de</strong>licada, há filhos e pais<br />
12 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
que não conseguem se acertar<br />
e existe uma certa dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> comunicação. No entanto,<br />
acredito que está melhorando<br />
também. O que eu sempre indico<br />
para os pais, principalmente,<br />
é dar espaço para os seus filhos,<br />
permitindo que os jovens<br />
tenham novas i<strong>de</strong>ias e possam<br />
trabalhar <strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong><br />
rural. E o que eu falo para os jovens<br />
é que eles precisam respeitar<br />
muito quem construiu tudo<br />
do zero, sem internet, Google,<br />
ChatGPT ou WhatsApp, e que<br />
tiveram que fazer dar certo. Portanto,<br />
temos que respeitar quem<br />
começou tudo do zero, enten<strong>de</strong>r<br />
que a nossa geração imediatista<br />
não sabe <strong>de</strong> tudo como imagina<br />
e ter muito diálogo. O segredo<br />
da sucessão é o diálogo e essa<br />
questão está muito relacionada à<br />
comunicação também.<br />
RC: Como você vê a presença feminina<br />
no Agro?<br />
Camila: Sabe, isso tem mudado<br />
bastante. O Agro, culturalmente,<br />
sempre foi um setor dominado<br />
por li<strong>de</strong>ranças masculinas, mas a<br />
mulher sempre esteve presente.<br />
Por exemplo, na fazenda do meu<br />
avô materno: ele tem uma filha,<br />
que teve outras duas filhas. Então,<br />
a sucessão automaticamente<br />
vai ser feminina. Meu pai entrou<br />
como sócio e toca a fazenda, mas<br />
é importante pensar que esse espaço<br />
<strong>de</strong>ve ser ocupado por competência,<br />
não porque é mulher<br />
ou porque é homem. É crucial<br />
nos prepararmos, pois antigamente<br />
falava-se: “Ah, se tu não<br />
"O setor produz muito<br />
bem, preserva o meio<br />
ambiente e está do<br />
lado <strong>de</strong> qualquer<br />
tema que envolva<br />
sustentabilida<strong>de</strong>. Só<br />
que, da mesma forma<br />
que produz muito<br />
bem, se esquece <strong>de</strong><br />
comunicar com o<br />
consumidor final."<br />
estuda vai ficar na roça”, mas só<br />
fica na roça quem estuda muito.<br />
Precisamos nos capacitar e remover<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que voltar para o<br />
interior, retornar para a fazenda,<br />
é retroce<strong>de</strong>r. Muito pelo contrário,<br />
é voltar para <strong>de</strong>senvolver a<br />
região da família, para trabalhar<br />
no negócio próprio e, em breve,<br />
<strong>de</strong>senvolver outras i<strong>de</strong>ias. Assim<br />
como eu fiz com a Hortaria.<br />
Não me sentia preparada para<br />
cuidar da lavoura, por exemplo,<br />
pois não estu<strong>de</strong>i agronomia e<br />
não dominava muito o assunto.<br />
No entanto, quis começar um<br />
negócio do zero, que se tornou o<br />
principal negócio da família, com<br />
todos trabalhando juntos. Às vezes,<br />
uma pequena i<strong>de</strong>ia que faz<br />
a pessoa se sentir mais em casa<br />
ou querer trabalhar com aquilo<br />
po<strong>de</strong> gerar um novo negócio.<br />
RC: Como você mencionou, o<br />
cooperativismo está presente no<br />
agronegócio. Você acredita que<br />
o setor po<strong>de</strong> ajudar em todas essas<br />
questões que tratamos nesta<br />
entrevista?<br />
Camila: Em tudo, na verda<strong>de</strong>.<br />
Cooperativismo, na própria palavra<br />
e na própria <strong>de</strong>scrição, já<br />
<strong>de</strong>ixa tudo muito claro: é cooperar.<br />
São várias famílias e produtores<br />
que se juntam pelo bem<br />
comum e, por meio <strong>de</strong>le, a gente<br />
po<strong>de</strong> conseguir disseminar<br />
muita informação interessante.<br />
O papel das cooperativas em<br />
<strong>de</strong>senvolver campanhas, fazer<br />
capacitações com jovens, atrair<br />
essa nova geração para <strong>de</strong>ntro<br />
das cooperativas e mostrar esses<br />
diferenciais para a cida<strong>de</strong>, estar<br />
próximo da cida<strong>de</strong>, não só no<br />
supermercado, mas em ações. É<br />
importante mostrar como é produzido,<br />
quem produz e a importância<br />
da cooperativa. Tudo isso<br />
nos ajuda muito, por isso eu falo<br />
que on<strong>de</strong> tem cooperativa, a cida<strong>de</strong><br />
dá muito mais valor para o<br />
Agro, porque consegue ver <strong>de</strong><br />
uma forma muito mais próxima<br />
que tudo é feito com carinho,<br />
com cuidado, com respeito, e o<br />
quanto movimenta em termos<br />
<strong>de</strong> comércio, <strong>de</strong> negócio, <strong>de</strong> emprego,<br />
então, é extremamente<br />
importante.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 13
<strong>de</strong>sempenho<br />
Cooperados aprovaram <strong>de</strong>sempenho da <strong>Coamo</strong> em Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 15 <strong>de</strong> fevereiro, em Campo Mourão (PR)<br />
COAMO TEM RECEITA<br />
GLOBAL DE R$ 30,3 BILHÕES<br />
Valor representa crescimento <strong>de</strong> 7,6% em relação ao ano anterior.<br />
Sobras distribuídas aos cooperados somam R$ 850,346 milhões<br />
14 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
A<br />
<strong>Coamo</strong><br />
Agroindustrial<br />
Cooperativa registrou em<br />
2023 receita global <strong>de</strong> R$<br />
30,295 bilhões. O valor representa<br />
um crescimento <strong>de</strong> 7,6% em relação<br />
a 2022. A sobra líquida atingiu<br />
o montante <strong>de</strong> R$ 2,324 bilhões,<br />
um incremento <strong>de</strong> 2,9% em relação<br />
ao ano anterior. Deste valor,<br />
após a <strong>de</strong>dução estatutária, estão<br />
sendo distribuídos R$ 850,346<br />
milhões aos mais <strong>de</strong> 31 cooperados<br />
no Paraná, Santa Catarina e<br />
Mato Grosso do Sul. Os números<br />
do exercício 2023 foram aprovados<br />
pelo quadro social no dia 15<br />
<strong>de</strong> fevereiro em Assembleia Geral<br />
Ordinária realizada em Campo<br />
Mourão, município se<strong>de</strong> da cooperativa.<br />
O ano passado transcorreu<br />
<strong>de</strong> forma completamente<br />
atípica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação da cooperativa,<br />
segundo José Aroldo<br />
Gallassini, presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong>.<br />
“Foi um ano com gran<strong>de</strong>s safras,<br />
tanto <strong>de</strong> soja como <strong>de</strong> milho e<br />
trigo e, em contraponto, uma severa<br />
crise <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z por parte<br />
<strong>de</strong> uma parcela <strong>de</strong> cooperados.<br />
Porém, graças a política <strong>de</strong> administração<br />
praticada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
das ativida<strong>de</strong>s da <strong>Coamo</strong>, priorizando<br />
a capitalização constante,<br />
foi possível suplantar as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> armazenamento, logística<br />
e financeira, e apresentar um excelente<br />
resultado aos mais <strong>de</strong> 31<br />
mil cooperados”, comenta.<br />
Os reflexos da guerra<br />
entre Rússia e Ucrânia e <strong>de</strong> certa<br />
forma o conflito no Oriente Médio<br />
também impactou, ameaçando<br />
o <strong>de</strong>sabastecimento e interferindo<br />
na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para<br />
a realização da melhor opção <strong>de</strong><br />
compras. “Mesmo assim, com<br />
os gran<strong>de</strong>s volumes necessários<br />
para aten<strong>de</strong>r o quadro <strong>de</strong> cooperados,<br />
teve-se que comprar<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração os prazos<br />
<strong>de</strong> entregas para a implantação<br />
das lavouras.”<br />
Os estoques <strong>de</strong> passagem<br />
acima dos volumes tradicionais, somados<br />
às gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s das<br />
safras recebidas e a baixa comercialização<br />
dos cooperados, <strong>de</strong>vido<br />
a redução dos preços <strong>de</strong> comercialização,<br />
impactaram na velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recebimento, na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
armazenagem e na logística <strong>de</strong> escoamento<br />
da produção.<br />
A queda dos preços das<br />
commodities agrícolas em confronto<br />
com os altos custos dos<br />
insumos adquiridos em 2022, refletiram<br />
na rentabilida<strong>de</strong> da ativi-<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 15
<strong>de</strong>sempenho<br />
da<strong>de</strong>, com consequências nos índices <strong>de</strong><br />
inadimplência do setor como um todo.<br />
“Contudo, apesar das gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s<br />
apresentadas durante o ano, sob<br />
todos os aspectos relatados, a <strong>Coamo</strong><br />
comemora bons resultados econômico-<br />
-financeiros e um alto volume <strong>de</strong> sobras a<br />
distribuir”, comemora Gallassini.<br />
“Agra<strong>de</strong>cemos a Deus por mais<br />
um ano à frente do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da <strong>Coamo</strong>. O apoio e participação<br />
do quadro <strong>de</strong> cooperados nas ativida<strong>de</strong>s<br />
da cooperativa e o trabalho e <strong>de</strong>dicação<br />
dos Conselhos <strong>de</strong> Administração e Fiscal,<br />
da Diretoria Executiva e dos funcionários,<br />
e a colaboração e parceria <strong>de</strong> nossos<br />
clientes, fornecedores, instituições financeiras<br />
e entida<strong>de</strong>s, diz Gallassini.<br />
Outros índices - O EBITDA (sobra<br />
antes <strong>de</strong> juros, impostos, <strong>de</strong>preciação e<br />
amortização), alcançou o montante <strong>de</strong> R$<br />
2,495 bilhões. O Patrimônio Líquido atingiu<br />
o montante <strong>de</strong> R$ R$ 10,615 bilhões,<br />
representando um crescimento <strong>de</strong> 17,5%<br />
em relação ao ano anterior; e o Ativo Total<br />
atingiu o montante <strong>de</strong> R$ 17,370 bilhões.<br />
Os principais índices foram: liqui<strong>de</strong>z<br />
corrente 2,76; liqui<strong>de</strong>z geral 1,81;<br />
margem <strong>de</strong> garantia 257,14% e o grau<br />
<strong>de</strong> endividamento <strong>de</strong> 38,89%, refletindo<br />
a boa situação econômico-financeira da<br />
cooperativa. Foi gerado e recolhido o<br />
montante <strong>de</strong> R$ 824,905 milhões em impostos,<br />
taxas e contribuições sociais.<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – GESTÃO <strong>2024</strong>/2028: Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, Cláudio<br />
Francisco Bianchi Rizzatto, João Marco Nicaretta, Emílio Magne Guerreiro Júnior, Igor Eduardo<br />
<strong>de</strong> Mello Schreiner, Jonathan Henrique Welz Negri, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari, José Aroldo<br />
Gallassini e Joaquim Peres Montans<br />
CONSELHO FISCAL – GESTÃO <strong>2024</strong>: Alessandro Gaspar Colombo, Pedro Augusto Brunetta Borgo,<br />
Airton Spilka, Flávio Favro Neitzke, Leandro Wesley Alves e Van<strong>de</strong>r Carlos Furlanetto<br />
THIAGO DA SILVA LIMA<br />
Dourados (MS)<br />
RONI VELOZO<br />
Abelardo Luz (SC)<br />
A <strong>Coamo</strong> é uma empresa séria e respeitável, com<br />
um gran<strong>de</strong> compromisso com o produtor rural,<br />
e isso é algo que me chamou bastante atenção.<br />
É notável uma receita bruta <strong>de</strong> R$ 30,3 bilhões<br />
sobras para os cooperados <strong>de</strong> R$ 850,3 milhões.<br />
São valores impressionantes, fruto <strong>de</strong> um trabalho<br />
administrativo e <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação exemplar.<br />
Acompanhar o <strong>de</strong>sempenho da cooperativa é<br />
importante para o cooperado, e o resultado foi<br />
<strong>de</strong>ntro do esperado. Consi<strong>de</strong>ro o sistema <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> sobras da <strong>Coamo</strong> muito eficiente,<br />
refletindo o trabalho conjunto da cooperativa,<br />
transparente em suas operações. Isso é importante<br />
e traz segurança para o produtor.<br />
16 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
Eleição do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração<br />
Durante a Assembleia Geral<br />
Ordinária, foi eleito o Conselho <strong>de</strong><br />
Administração Gestão <strong>2024</strong>/28 e<br />
Conselho Fiscal Gestão <strong>2024</strong>. José<br />
Aroldo Gallassini foi reeleito presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração,<br />
que tem como membros os<br />
cooperados: Claudio Francisco Bianchi<br />
Rizzatto, Jonathan Henrique Welz<br />
Negri, Joaquim Peres Montans, Ricardo<br />
Accioly Cal<strong>de</strong>rari, Emilio Magne<br />
Guerreiro Junior, Wilson Pereira<br />
<strong>de</strong> Godoy, João Marco Nicaretta e<br />
Igor Eduardo <strong>de</strong> Mello Schreiner.<br />
Gallassini ressalta que a reeleição<br />
<strong>de</strong>monstra confiança no Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração. “Temos um<br />
trabalho na <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> muitos anos.<br />
Antes mesmo da cooperativa ser<br />
fundada. Estamos à disposição dos<br />
cooperados com o Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
formado por associados<br />
que trabalham juntos com a diretoria<br />
Executiva. Continuo dando expediente<br />
integral e acompanhando<br />
todos o trabalho da diretoria Executiva.<br />
Completamos quatro anos <strong>de</strong>sse<br />
novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão, com a governança<br />
corporativa, e vem dando<br />
muito certo”, comenta o presi<strong>de</strong>nte.<br />
José Aroldo Gallassini com o presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong> Airton Galinari<br />
airton galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, <strong>de</strong>staca que<br />
2023 foi bastante <strong>de</strong>safiador. “Ao apresentar os resultados na assembleia,<br />
fica evi<strong>de</strong>nte o contexto <strong>de</strong>safiador que enfrentamos.<br />
Foi um ano marcado por comportamentos anormais nos preços,<br />
com uma queda significativa que dificultou as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong><br />
aquisição <strong>de</strong> insumos e a comercialização para os cooperados”,<br />
diz. Segundo ele, houve, também, incertezas logísticas <strong>de</strong>vido<br />
às movimentações e problemas com o aumento do estoque <strong>de</strong><br />
passagem, resultando em uma comercialização mais lenta <strong>de</strong>vido<br />
às gran<strong>de</strong>s safras. “Isso exigiu diferentes formas <strong>de</strong> armazenagem,<br />
como silos, bolsas e armazéns <strong>de</strong> terceiros, <strong>de</strong>mandando<br />
flexibilida<strong>de</strong> e adaptação”, acrescenta.<br />
Contudo, o presi<strong>de</strong>nte ressalta que o momento é <strong>de</strong> celebrar<br />
os resultados com os cooperados, <strong>de</strong>monstrando trans-<br />
ÂNGELA CARLA DA SILVA LYRA<br />
Ivaiporã (PR)<br />
Ficamos bastante satisfeitos com os resultados<br />
da <strong>Coamo</strong>. Meu pai e meu avô são cooperados<br />
há muitos anos, e agora estou envolvida nesse<br />
ramo também. É muito gratificante participar do<br />
cooperativismo, on<strong>de</strong> todos se <strong>de</strong>dicam para alcançar<br />
o melhor resultado.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 17
<strong>de</strong>sempenho<br />
parência sobre as ações realizadas. “A assembleia<br />
proporciona aos cooperados uma visão clara <strong>de</strong><br />
todas as ativida<strong>de</strong>s da cooperativa, com total transparência<br />
nos números e na contabilida<strong>de</strong>, permitindo<br />
que <strong>de</strong>cidam sobre a <strong>de</strong>stinação das sobras,<br />
em conformida<strong>de</strong> com o estatuto. Foi, portanto,<br />
um ano <strong>de</strong>safiador, mas gratificante por alcançar<br />
o sucesso e entregar resultados significativos para<br />
o quadro social, garantindo a continuida<strong>de</strong> do sucesso<br />
da cooperativa ao longo <strong>de</strong> seus 53 anos.”<br />
alcir josé goldoni, presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo,<br />
lembra que as duas cooperativas, <strong>Coamo</strong><br />
e Credicoamo, trabalham juntas em prol dos associados.<br />
“Os resultados apresentados são esplendorosos.<br />
O cooperado vivencia o coletivo e não apenas<br />
seu interesse individual e isso cria sustentação<br />
para a continuida<strong>de</strong>. São 53 anos <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo único no mundo, on<strong>de</strong> todos têm o<br />
mesmo objetivo”, comenta.<br />
Alcir ressalta ainda que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cooperativismo<br />
respalda que os cooperados estão<br />
no caminho certo, que perpetua <strong>de</strong>ntro das ativida<strong>de</strong>s,<br />
principalmente na agricultura e no crédito.<br />
“Os cooperados que fundaram a <strong>Coamo</strong> e a Credicoamo<br />
são empreen<strong>de</strong>dores e trabalham para<br />
buscar a melhor solução, a mais a<strong>de</strong>quada para<br />
todos. É uma segurança para a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma socieda<strong>de</strong> que se preocupa com o próximo,<br />
com as futuras gerações, e que vivencia todo esse<br />
processo”, observa Goldoni.<br />
josé roberto ricken, presi<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar,<br />
<strong>de</strong>staca que a Assembleia Geral Ordinária é o<br />
ponto alto <strong>de</strong> uma cooperativa, sendo o momento<br />
em que se apresenta as <strong>de</strong>monstrações financeiras<br />
para os cooperados e, posteriormente, o resultado<br />
das sobras. “O cooperativismo é isso. Envolve um<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas e uma vez por ano elas<br />
se reúnem para discutir o que <strong>de</strong>sejam da cooperativa<br />
e aprovam o que foi realizado no ano anterior”,<br />
comenta.<br />
Ele reforça que o cooperativismo do Paraná<br />
é bem planejado, realizando suas ativida<strong>de</strong>s<br />
Alcir José Goldoni, presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo<br />
José Roberto Ricken, presi<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar<br />
e tendo resultados positivos para os cooperados.<br />
Ricken <strong>de</strong>staca ainda que as sobras são também um<br />
ponto muito importante, pois garantem benefícios<br />
aos associados. “No último ano, o cooperativismo do<br />
Paraná gerou R$ 8,5 bilhões em sobras. Se esse montante<br />
fosse comercializado por outros meios, esse valor<br />
po<strong>de</strong>ria ir para outros países ou remunerar outros<br />
empresários. No entanto, esses R$ 8,5 bilhões permanecem<br />
na região <strong>de</strong> origem, promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
local. Isso é crucial para as comunida<strong>de</strong>s<br />
on<strong>de</strong> as cooperativas estão presentes, pois o dinheiro<br />
circula, gerando benefícios tangíveis. Esse resultado é<br />
fruto <strong>de</strong> muito esforço e é extremamente importante.”<br />
18 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
ASSISTÊNCIA TÉCNICA<br />
A <strong>Coamo</strong> disponibiliza uma equipe <strong>de</strong><br />
assistência técnica agronômica e veterinária, composta<br />
por 389 profissionais. Eles participam <strong>de</strong><br />
eventos técnicos <strong>de</strong> aperfeiçoamento e difusão <strong>de</strong><br />
tecnologia, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar ao<br />
quadro social a melhoria <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> e preservação<br />
do meio ambiente.<br />
A pesquisa e a ciência fazem parte dos objetivos<br />
da <strong>Coamo</strong> que há 48 anos instalou a Fazenda<br />
Experimental, localizada em Campo Mourão.<br />
Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano foi inaugurada a Fazenda<br />
Experimental em Dourados (Mato Grosso do Sul).<br />
A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses centros <strong>de</strong> pesquisas é promover<br />
a experimentação agrícola <strong>de</strong> produtos, novas<br />
cultivares, biotecnologias, ou seja, tudo que está<br />
sendo lançado. Os resultados são transferidos ao<br />
quadro social.<br />
BENS DE FORNECIMENTO<br />
A intensida<strong>de</strong> da volatilida<strong>de</strong> dos preços<br />
<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> fornecimento, interferiu significativamente<br />
na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, tanto no abastecimento<br />
dos estoques, como no fornecimento aos<br />
cooperados. Mas, <strong>de</strong> qualquer forma, os cooperados<br />
tiveram à sua disposição, os insumos necessários<br />
para a implantação das lavouras, com preços<br />
a<strong>de</strong>quados e na época oportuna.<br />
Foram disponibilizados planos para fornecimento<br />
<strong>de</strong> insumos agrícolas, produtos veterinários,<br />
peças, acessórios, máquinas e implementos,<br />
on<strong>de</strong> os cooperados realizaram bons negócios.<br />
A área <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> fornecimento gerou uma receita<br />
líquida <strong>de</strong> R$ 9,454 bilhões e o Programa Fi<strong>de</strong>liza<br />
creditou aos cooperados o montante <strong>de</strong> R$<br />
89,525 milhões.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 19
<strong>de</strong>sempenho<br />
RECEBIMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS<br />
Em 2023, a <strong>Coamo</strong> recebeu a maior safra<br />
<strong>de</strong> produtos agrícolas da história num total <strong>de</strong><br />
9,962 milhões <strong>de</strong> toneladas, representando 3,1%<br />
da produção brasileira <strong>de</strong> grãos, com uma capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> 6,0 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />
<strong>de</strong> grãos.<br />
Nos armazéns, o estoque <strong>de</strong> passagem<br />
estava excessivamente alto - completamente fora<br />
do histórico da cooperativa - que somado à gran<strong>de</strong><br />
safra <strong>de</strong> grãos recebida, o baixo volume <strong>de</strong><br />
fixação por parte dos cooperados e interrupções<br />
<strong>de</strong> rodovias com <strong>de</strong>stino à Paranaguá, obrigou a<br />
<strong>Coamo</strong> a recorrer por soluções alternativas <strong>de</strong> recebimento<br />
como silos bolsa, armazéns infláveis,<br />
aluguéis <strong>de</strong> armazéns <strong>de</strong> terceiros, piscinas a céu<br />
aberto e moegas, o que também teve reflexo nos<br />
custos <strong>de</strong> armazenagem e morosida<strong>de</strong> no recebimento<br />
<strong>de</strong>sses produtos.<br />
LOGÍSTICA<br />
Nesse ano complementou-se a implantação dos<br />
Centros <strong>de</strong> Distribuição Regionais (CDR) totalizando seis<br />
unida<strong>de</strong>s no Paraná e Mato Grosso do Sul, com importante<br />
economia e eficiência na distribuição dos insumos e peças<br />
aos cooperados.<br />
A verticalização do sistema <strong>de</strong> armazenagem <strong>de</strong><br />
insumos, feita em mais <strong>de</strong> 90 armazéns e beneficiando 60<br />
unida<strong>de</strong>s, evitou investimento na construção <strong>de</strong> novos armazéns,<br />
proporcionou a eficiência operacional, garantindo que<br />
os produtos e insumos estivessem à disposição dos cooperados<br />
no momento oportuno.<br />
Importante <strong>de</strong>stacar a formação <strong>de</strong> profissionais, capacitando-os<br />
na operação <strong>de</strong>ssa inovação via a implantação<br />
da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Logística e preparando-os como agentes<br />
<strong>de</strong> mudanças e multiplicadores <strong>de</strong> conhecimento.<br />
20 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
INDUSTRIALIZAÇÃO<br />
No parque industrial foi acrescentada a fábrica<br />
<strong>de</strong> ração para ruminantes e monogástricos com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 200 mil toneladas por ano, que entrou<br />
em produção no mês <strong>de</strong> setembro, obtendo aceitação<br />
por parte dos cooperados.<br />
Além da fábrica <strong>de</strong> ração, o parque industrial<br />
conta com três indústrias <strong>de</strong> esmagamento <strong>de</strong> soja,<br />
duas refinarias <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja, dois moinhos <strong>de</strong> trigo,<br />
uma fábrica <strong>de</strong> gorduras e margarinas, uma fiação<br />
<strong>de</strong> algodão e uma torrefação <strong>de</strong> café. Novas tecnologias<br />
e métodos inovadores fazem parte da busca<br />
constante da cooperativa para oferecer ao mercado<br />
consumidor, produtos cada dia melhores e agregar<br />
valor à produção entregue pelos cooperados.<br />
As indústrias <strong>de</strong> soja processaram 2,665 milhões<br />
<strong>de</strong> toneladas. A torrefação e moagem <strong>de</strong> café,<br />
produziu 2,809 mil toneladas do grão torrado e moído;<br />
os moinhos <strong>de</strong> trigo produziram 207,380 mil toneladas<br />
<strong>de</strong> farinhas e farelo, a fiação <strong>de</strong> algodão produziu<br />
3,956 mil toneladas <strong>de</strong> fios e a fábrica <strong>de</strong> ração<br />
produziu 23,895 mil toneladas.<br />
Cabe salientar que a industrialização da soja<br />
e do trigo contribuíram significativamente para os<br />
bons resultados obtidos pela <strong>Coamo</strong> neste ano.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 21
<strong>de</strong>sempenho<br />
COMMODITIES, ALIMENTOS E EXPORTAÇÃO<br />
O ano <strong>de</strong> 2023 foi <strong>de</strong> boa produção, mas<br />
com preços em baixa e margens <strong>de</strong> lucro menores<br />
na agricultura. Tanto a soja como o milho iniciaram<br />
a comercialização com preços remuneratórios. Porém,<br />
com o andar da comercialização, em face <strong>de</strong><br />
concentração <strong>de</strong> oferta, aliada a baixa na cotação <strong>de</strong><br />
Chicago e a valorização do real, tiveram queda nos<br />
preços, <strong>de</strong>sestimulando a comercialização, vindo a<br />
ter uma pequena reação no final do ano, <strong>de</strong>vido ao<br />
clima <strong>de</strong>sfavorável no Mato Grosso e Nor<strong>de</strong>ste.<br />
O trigo, a exemplo da soja e do milho, experimentou<br />
quedas <strong>de</strong> preço relevantes, revertidas<br />
parcialmente com os leilões <strong>de</strong> PEP e PEPRO, que<br />
possibilitaram o escoamento <strong>de</strong> 30% da produção.<br />
A linha <strong>de</strong> produtos alimentícios teve uma<br />
boa performance em 2023, com crescimento em volume<br />
no óleo <strong>de</strong> soja e margarina e estabilida<strong>de</strong> na<br />
farinha e no café. Os produtos alimentícios <strong>Coamo</strong> foram<br />
levados para 24 Estados, estando agora presente<br />
em todas as regiões do Brasil e em países vizinhos.<br />
Esses produtos conquistaram maior participação <strong>de</strong><br />
mercado no segmento varejo, o que é muito importante,<br />
pois leva os produtos e as marcas da <strong>Coamo</strong><br />
direto ao consumidor final. A área <strong>de</strong> alimentos gerou<br />
uma receita líquida <strong>de</strong> R$ 2,668 bilhões.<br />
Em 2023, a <strong>Coamo</strong> obteve volumes recor<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> exportação, especialmente <strong>de</strong> soja, farelo <strong>de</strong><br />
soja e milho, atingindo o montante <strong>de</strong> 4,866 milhões<br />
<strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> produtos, com um crescimento <strong>de</strong><br />
131,0% em relação ao ano anterior.<br />
Esses volumes congestionaram os portos e<br />
encareceram a logística, com filas <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> três meses.<br />
A <strong>Coamo</strong> teve que utilizar portos mais distantes<br />
para escoar a produção <strong>de</strong>stinada para 30<br />
países da Europa, América, Ásia e África. Foram utilizados<br />
os portos <strong>de</strong> Paranaguá e Antonina, no Paraná,<br />
São Francisco e Imbituba, em Santa Catarina,<br />
Rio Gran<strong>de</strong>, no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, e Santos, em São<br />
Paulo. Importante ressaltar que a cooperativa obteve<br />
o primeiro lugar nas exportações <strong>de</strong> commodities<br />
agrícola nos Portos <strong>de</strong> Paranaguá e Antonina.<br />
O faturamento das exportações atingiu o<br />
montante <strong>de</strong> US$ 2,226 bilhões, representando um<br />
crescimento <strong>de</strong> 88,1% em relação ao ano <strong>de</strong> 2022.<br />
22 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
INVESTIMENTOS<br />
Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agilizar o recebimento<br />
e armazenagem da produção dos cooperados,<br />
ampliar e mo<strong>de</strong>rnizar a infraestrutura<br />
nas diversas áreas e incrementar a verticalização<br />
para agregar valor às ativida<strong>de</strong>s dos cooperados,<br />
os investimentos da <strong>Coamo</strong> em 2023<br />
totalizaram R$ 569,714 milhões. Esses investimentos<br />
foram aplicados na conclusão dos novos<br />
entrepostos em Campo Mourão, no Paraná,<br />
Rio Brilhante e Ponta Porã, no Mato Grosso<br />
do Sul, os novos Escritórios Administrativos <strong>de</strong><br />
Engenheiro Beltrão e Bragantina, Loja <strong>de</strong> Peças<br />
na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araruna, Indústria <strong>de</strong> Ração<br />
em Campo Mourão, no Paraná, além das aquisições<br />
<strong>de</strong> áreas rurais para reflorestamentos,<br />
veículos leves e pesados. Foram realizadas,<br />
também, melhorias em praticamente todas as<br />
unida<strong>de</strong>s, visando manter atualizadas as instalações<br />
para garantir a agilida<strong>de</strong> no recebimento<br />
das safras do quadro social.<br />
Em <strong>de</strong>zembro foi realizada Assembleia<br />
Geral Extraordinária com aprovação<br />
<strong>de</strong> investimentos para o triênio <strong>2024</strong> a 2026,<br />
no montante <strong>de</strong> R$ 3,5 bilhões, referente as<br />
construções <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, indústria <strong>de</strong> etanol,<br />
aquisição <strong>de</strong> veículos, tecnologia da informação,<br />
além <strong>de</strong> melhorias nas Unida<strong>de</strong>s<br />
existentes.<br />
Ponta Porã (MS)<br />
Rio Brilhante (MS)<br />
Novo entreposto em Campo Mourão (PR)<br />
Escritório administrativo em Engenheiro Beltrão (PR)<br />
Escritório administrativo em Bragantina (PR)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 23
<strong>de</strong>sempenho<br />
PRÊMIOS E RECONHECIMENTOS<br />
Diretoria da <strong>Coamo</strong> recebe premiação da <strong>Revista</strong> Globo Rural<br />
Troféu <strong>de</strong> reconhecimento da <strong>Revista</strong> Exame<br />
A <strong>Coamo</strong> conquistou importantes premiações<br />
nas principais publicações sobre a economia<br />
nacional, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacam-se: Melhores do Agronegócio<br />
da <strong>Revista</strong> Globo Rural como “Campeã na categoria<br />
Cooperativas”; Primeiro lugar na categoria<br />
Cooperativas e campeã histórica na categoria Agronegócio<br />
do prêmio Melhores e Maiores promovido<br />
pela <strong>Revista</strong> Exame, além <strong>de</strong> ser classificada como a<br />
49ª empresa do Brasil e a 1ª do Paraná, e “Destaque<br />
no Setor Cooperativismo” pela revista A Granja.<br />
GOVERNANÇA CORPORATIVA<br />
Foram realizadas as tradicionais reuniões <strong>de</strong> campo presenciais com a diretoria da <strong>Coamo</strong>,<br />
totalizando 19 encontros e uma reunião on-line, que contaram com 7.168 participantes<br />
As diretrizes da Governança<br />
Corporativa estabelecem a política<br />
<strong>de</strong> relacionamento com os cooperados,<br />
comunida<strong>de</strong>, entida<strong>de</strong>s, clientes,<br />
consumidores, concorrentes,<br />
fornecedores, parceiros <strong>de</strong> negócios<br />
e funcionários, formalizadas por<br />
meio dos normativos implementados,<br />
que <strong>de</strong>screvem os procedimentos<br />
a serem cumpridos em conformida<strong>de</strong><br />
com os requisitos <strong>de</strong> normas<br />
técnicas e legislação <strong>de</strong> órgãos reguladores.<br />
Neste ano, foram realizadas<br />
24 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
as tradicionais Reuniões <strong>de</strong> Campo presenciais com<br />
a Diretoria da <strong>Coamo</strong>, totalizando 19 encontros e<br />
uma Reunião on-line, que contaram com 7.168 participantes.<br />
A finalida<strong>de</strong> é manter o quadro social informado<br />
sobre as questões que envolvem o agronegócio<br />
e apresentar os serviços e benefícios oferecidos,<br />
além da Assembleia Geral <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas.<br />
Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser o elo entre a administração<br />
da Cooperativa e os cooperados, disseminando<br />
as políticas e coletando informações,<br />
<strong>de</strong>mandas e anseios, estão instituídos 45 Comitês<br />
Educativos, compostos por 957 cooperados. Para<br />
promover a integração da mulher na cooperativa,<br />
contamos com 14 Núcleos Femininos vigentes.<br />
SUSTENTABILIDADE E RASTREABILIDADE<br />
O agronegócio é um setor estratégico da economia brasileira,<br />
respon<strong>de</strong>ndo por mais <strong>de</strong> 25% do Produto Interno Bruto. As proprieda<strong>de</strong>s<br />
rurais, antes simples <strong>de</strong> serem administradas, hoje possuem uma<br />
atuação diversificada. Há um forte envolvimento <strong>de</strong> tecnologia e informações<br />
a serviço dos produtores, e uma crescente <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mercado<br />
para adoção das boas práticas nos sistemas <strong>de</strong> produção.<br />
As boas práticas, inspiradas nos princípios do ESG (Ambiental,<br />
Social e Governança), tem merecido especial atenção por parte da <strong>Coamo</strong><br />
e, em 2023, iniciou um programa especial <strong>de</strong> formação nesses princípios<br />
com o apoio do Sescoop/PR.<br />
Em consonância com a nova lei europeia que entrará em vigor a<br />
partir <strong>de</strong> 2025, a qual vetará a importação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>smatadas<br />
após 2020, a <strong>Coamo</strong> fornece aos clientes externos, o acompanhamento<br />
da origem dos produtos comercializados por intermédio <strong>de</strong> um<br />
eficiente sistema <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> da produção.<br />
A <strong>Coamo</strong> possui 11,9 mil hectares <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s rurais, dos quais<br />
8,2 mil hectares com reflorestamento, 2,5 mil hectares <strong>de</strong> reserva permanente<br />
e legal, e 1,2 mil hectares <strong>de</strong>stinados a pesquisas e outras áreas.<br />
As áreas <strong>de</strong> reflorestamento são <strong>de</strong>stinadas a produção da energia<br />
utilizada em nossas unida<strong>de</strong>s operacionais e industriais.<br />
Em conformida<strong>de</strong> à Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos, a <strong>Coamo</strong><br />
vem mantendo investimentos em cooperativas <strong>de</strong> catadores e outros<br />
agentes, cumprindo o Acordo Setorial assinado junto ao Ministério do<br />
Meio Ambiente. Na logística reversa <strong>de</strong> embalagens vazias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos,<br />
a <strong>Coamo</strong> se <strong>de</strong>staca com um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> recolhimento, totalizando<br />
mais <strong>de</strong> 3,487 milhões <strong>de</strong> embalagens recolhidas e <strong>de</strong>stinadas em 2023.<br />
Como parte das ações <strong>de</strong> educação e conscientização ambiental,<br />
direcionadas aos cooperados, funcionários e comunida<strong>de</strong>, foram realizadas<br />
ações alusivas à Semana do Meio Ambiente, com o tema escolhido<br />
pela Organização das Nações Unidas (ONU), que neste ano foi o<br />
combate à poluição plástica.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 25
<strong>de</strong>sempenho<br />
QUADRO SOCIAL<br />
A <strong>Coamo</strong> encerrou o ano com 31.665 cooperados,<br />
e <strong>de</strong>volveu R$ 21,438 milhões <strong>de</strong> Capital<br />
Social para os cooperados que completaram mais<br />
<strong>de</strong> 65 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> permanência na<br />
cooperativa.<br />
Visando a manutenção da <strong>Coamo</strong> para o<br />
futuro, foram promovidos treinamentos e palestras,<br />
para os cooperados, e eventos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
profissional e social para as esposas e filhas, objetivando<br />
a transformação do ambiente em que vivem,<br />
totalizando 13.962 participações.<br />
O Programa Jovens Lí<strong>de</strong>res iniciado em<br />
1998, em 2023 formou 62 cooperados, totalizando<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início 1.044 participantes que se aperfeiçoaram<br />
em gestão da proprieda<strong>de</strong> rural.<br />
Os programas sociais voltados para as crianças<br />
e adolescentes, que tem como objetivo preparar<br />
os futuros sucessores das proprieda<strong>de</strong>s agrícolas, e<br />
contribuir para o aprendizado sobre o cooperativismo,<br />
teve continuida<strong>de</strong> com a distribuição <strong>de</strong> 46 mil<br />
revistas <strong>Coamo</strong> Kids e a realização <strong>de</strong> 10 eventos do<br />
FuturoCoop com 1.067 participantes.<br />
Após quatro anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última edição<br />
em 2019, a Copa <strong>Coamo</strong> voltou a ser realizada.<br />
Este ano, além do tradicional futebol suíço masculino,<br />
teve a participação das mulheres na categoria<br />
vôlei <strong>de</strong> areia, totalizando sete mil atletas e dirigentes,<br />
com um público <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> quarenta e duas mil<br />
pessoas entre cooperados, familiares e convidados,<br />
em suas regionais e na gran<strong>de</strong> final.<br />
26 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
GESTÃO DE PESSOAS<br />
O ano encerrou com 9.613 funcionários efetivos,<br />
dos quais 1.346 foram promovidos internamente,<br />
e contratou-se também uma média mensal <strong>de</strong> 1.609<br />
funcionários temporários e terceirizados.<br />
Neste ano foram realizadas 3.422 ações <strong>de</strong><br />
aprendizagem, com 51.259 participações, beneficiando<br />
90% do quadro total <strong>de</strong> funcionários, sendo que parte<br />
<strong>de</strong>sses eventos foram apoiados pelo Serviço Nacional<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop/Paraná.<br />
O Programa Tempo <strong>de</strong> Casa homenageou<br />
543 funcionários que completaram 10, 20, 30 e 40<br />
anos <strong>de</strong> serviços, como forma <strong>de</strong> reconhecimento<br />
e valorização da história e <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong>les junto à<br />
<strong>Coamo</strong>.<br />
COMUNIDADE<br />
Os funcionários e cooperados se reuniram em prol da solidarieda<strong>de</strong>,<br />
por meio <strong>de</strong> ações sociais do Programa “5S” e do “Dia<br />
<strong>de</strong> Cooperar”, on<strong>de</strong> participaram <strong>de</strong> forma voluntária para arrecadação<br />
e doação <strong>de</strong> alimentos não perecíveis, materiais <strong>de</strong> higiene<br />
pessoal e <strong>de</strong> limpeza, brinquedos, roupas, calçados e cobertores,<br />
além <strong>de</strong> doações <strong>de</strong> sangue, beneficiando milhares <strong>de</strong> pessoas das<br />
comunida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong> ação da cooperativa.<br />
Mediante a utilização da Lei <strong>de</strong> Incentivos Fiscais, a <strong>Coamo</strong><br />
<strong>de</strong>stinou recursos no montante <strong>de</strong> R$ 3,037 milhões para os Fundos<br />
dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Idoso e outros <strong>de</strong><br />
caráter cultural, artístico e esportivo, além dos Programas <strong>de</strong> Apoio<br />
a Atenção Oncológica e da Saú<strong>de</strong> da Pessoa com Deficiência.<br />
Apoio financeiro aos projetos Xadrez, Tênis <strong>de</strong> Mesa e Futsal,<br />
no montante <strong>de</strong> R$ 26,006 mil, em contrapartida ao programa municipal<br />
<strong>de</strong> Apoio Financeiro dos Projetos contemplados pela Lei <strong>de</strong> Incentivo<br />
ao Esporte <strong>de</strong> Campo Mourão, com <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> parte do IPTU.<br />
O Natal <strong>de</strong> Luzes da <strong>Coamo</strong> trouxe o tema “A semente caiu<br />
em terra boa e <strong>de</strong>u bons frutos”. O evento reuniu mais <strong>de</strong> seis mil<br />
pessoas em Campo Mourão e marcou o início das festivida<strong>de</strong>s natalinas<br />
no município e região.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 27
enefício<br />
<strong>Coamo</strong> distribui sobras <strong>de</strong> R$ 850 milhões<br />
Edy Carlos Kungel, com a esposa e filhos, recebe sobras <strong>de</strong> José Aroldo Gallassini, presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração, e Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />
Mesmo na era da tecnologia, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>posito<br />
das sobras é realizado direto na conta e<br />
é possível realizar todas as movimentações<br />
por meio <strong>de</strong> aplicativo, os cooperados da <strong>Coamo</strong><br />
mantêm a tradição <strong>de</strong> passar na cooperativa no dia<br />
do pagamento das sobras. O motivo é bom, ano a<br />
ano, o resultado é sempre expressivo, e o associado<br />
aproveita para comemorar esse crescimento na unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> acerto. Uma forma <strong>de</strong> rever os amigos e viver<br />
um dos pilares do cooperativismo que é a integração.<br />
A sobra líquida atingiu o montante <strong>de</strong> R$<br />
2,324 bilhões, com um crescimento <strong>de</strong> 2,9% em relação<br />
ao ano anterior, e após a <strong>de</strong>dução estatutária,<br />
um montante <strong>de</strong> R$ 850 milhões em sobras foram<br />
distribuídas aos mais <strong>de</strong> 31 mil cooperados no Paraná,<br />
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O valor foi<br />
aprovado em Assembleia Geral Ordinária, realizada<br />
no dia 15 <strong>de</strong> fevereiro, em Campo Mourão.<br />
Cada cooperado recebe na proporção da<br />
sua movimentação com a cooperativa. Estão sendo<br />
<strong>de</strong>volvidos: R$ 3,75 para cada saca <strong>de</strong> soja entregue<br />
na <strong>Coamo</strong>, R$ 1,50 para o milho, R$ 1,50 para o trigo,<br />
R$ 1 para a aveia, R$ 3,33 para o café em coco, R$ 10<br />
para o café beneficiado e 4% para os insumos adquiridos<br />
na cooperativa durante o exercício <strong>de</strong> 2023.<br />
O cooperado Edy Carlos Kungel, <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão (Centro-Oeste do Paraná), comemora<br />
a soli<strong>de</strong>z da <strong>Coamo</strong>. “Minha parceria com a <strong>Coamo</strong><br />
é forte, sempre trabalhei com a cooperativa,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época do meu pai. Confiamos na <strong>Coamo</strong>,<br />
pois é uma cooperativa forte, sólida, que leva as<br />
coisas a sério, muito organizada e que <strong>de</strong>u certo.<br />
28 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
As sobras são um resultado <strong>de</strong> tudo que a <strong>Coamo</strong><br />
é”, consi<strong>de</strong>ra Kungel.<br />
Amarildo Nespolo, também <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão, está contente com o resultado das sobras.<br />
“Trabalho há muitos anos com a <strong>Coamo</strong> e temos<br />
uma parceria muito boa. As sobras são sempre bem-<br />
-vindas, são um extra que recebemos nesse início <strong>de</strong><br />
ano e nos ajuda muito.”<br />
Segundo Val<strong>de</strong>cir Roberto Homiak, <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão, a segurança <strong>de</strong> receber as sobras todos<br />
os anos faz toda a diferença. “Nesse ano, a coisa mais<br />
esperada foram essas sobras. Vieram em um momento<br />
muito oportuno, on<strong>de</strong> a safra foi afetada pelo clima.<br />
Esse dinheiro salvou a minha lavoura”, revela.<br />
De acordo com o presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong>, José Aroldo Gallassini,<br />
as sobras são uma tradição. “Tivemos um ano difícil<br />
e mesmo assim houve um aumento das sobras.<br />
É muito significativo o valor. Temos, por exemplo,<br />
cooperado que recebeu nove milhões em sobras.<br />
Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do volume que o associado trabalho.<br />
Esse é o diferencial <strong>de</strong> uma cooperativa e <strong>de</strong><br />
uma empresa. Aqui os donos são os cooperados e<br />
o lucro retorna para eles.”<br />
Amarildo Nespolo diz que as sobras são sempre bem-vindas<br />
Val<strong>de</strong>cir Roberto Homiak comenta que o dinheiro veio em um momento oportuno<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 29
30 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 31
<strong>de</strong>monstrações contábeis<br />
BALANÇO PATRIMONIAL<br />
ATIVO TOTAL<br />
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL<br />
R$ 17,370 Bilhões R$ 17,370 Bilhões<br />
PASSIVO<br />
CIRCULANTE<br />
ATIVO<br />
CIRCULANTE<br />
R$11,421 Bilhões<br />
R$ 4,141 Bilhões<br />
PASSIVO<br />
NÃO CIRCULANTE<br />
R$ 2,614 Bilhões<br />
ATIVO<br />
NÃO CIRCULANTE<br />
R$ 5,949 Bilhões<br />
PATRIMÔNIO<br />
LÍQUIDO<br />
R$ 10,615 Bilhões<br />
ATIVO<br />
PASSIVO<br />
ATIVO CIRCULANTE<br />
Contempla os direitos <strong>de</strong> curto prazo (com vencimento em até um ano), composto por:<br />
caixa, bancos, créditos a receber, tributos a compensar, estoques e outros.<br />
PASSIVO CIRCULANTE<br />
As obrigações <strong>de</strong> curto prazo (com vencimento em até um ano), são provenientes <strong>de</strong> débitos<br />
com associados, fornecedores, governo e instituições financeiras.<br />
PASSIVO NÃO CIRCULANTE<br />
As obrigações <strong>de</strong> longo prazo (com vencimento superior a um ano), são provenientes <strong>de</strong><br />
obrigações sociais e tributárias, instituições financeiras e outros.<br />
ATIVO NÃO CIRCULANTE<br />
Contempla os direitos <strong>de</strong> longo prazo (com vencimento superior a um ano), que são compostos<br />
<strong>de</strong> créditos a receber, tributos a compensar e outros. Contempla, também, os investimentos em<br />
entrepostos, indústrias, unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> sementes, caminhões, veículos, máquinas<br />
e outros.<br />
PATRIMÔNIO LÍQUIDO<br />
O Patrimônio Líquido da <strong>Coamo</strong> é composto pelo capital social integralizado,<br />
reservas estatutárias, reservas <strong>de</strong> incentivos governamentais, reserva <strong>de</strong><br />
autosseguro e reserva <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> giro.<br />
32 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
INDICADORES FINANCEIROS<br />
LIQUIDEZ CORRENTE<br />
Esse indicador avalia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pagamento das obrigações no curto<br />
prazo. A <strong>Coamo</strong> para cada R$ 1,00 <strong>de</strong><br />
obrigação no curto prazo, possui R$ 2,76<br />
sobrando R$ 1,76.<br />
LIQUIDEZ GERAL<br />
Esse indicador avalia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pagamento das obrigações no curto prazo<br />
e longo prazo. A <strong>Coamo</strong> para cada R$<br />
1,00 <strong>de</strong> obrigação no curto e longo prazo,<br />
possui R$ 1,81 sobrando R$ 0,81.<br />
GRAU DE ENDIVIDAMENTO<br />
Esse indicador mostra quanto do ativo<br />
total está comprometido para custear o<br />
endividamento com terceiros, por isso ele<br />
é utilizado para analisar a saú<strong>de</strong> financeira<br />
das empresas. 38,9% do Ativo Total da<br />
<strong>Coamo</strong> está comprometido em custear<br />
esse endividamento, portanto 61,1% está<br />
livre <strong>de</strong> obrigações para com terceiros.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 33
<strong>de</strong>monstrações contábeis<br />
DEMONSTRAÇÃO DE SOBRAS OU PERDAS<br />
34 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
As <strong>de</strong>monstrações contábeis, acompanhadas das notas explicativas do relatório<br />
dos Auditores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes S/S, estão disponíveis no site: www.coamo.com.br<br />
VÍDEOS COAMO<br />
Para ver os ví<strong>de</strong>os dos resultados da<br />
<strong>Coamo</strong> e a reportagem da AGO, acesse<br />
o canal da cooperativa no YouTube ou<br />
aponte o leitor <strong>de</strong> QR Co<strong>de</strong> do celular nas<br />
imagens ao lado.<br />
Resultados <strong>Coamo</strong><br />
Reportagem <strong>Coamo</strong> TV<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 35
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
TECNOLOGIAS VALIDADAS<br />
Entre os dias 29 <strong>de</strong> janeiro e 02 <strong>de</strong> fevereiro, foi realizada a 36ª edição do<br />
Encontro <strong>de</strong> Cooperados na Fazenda Experimental <strong>de</strong> Campo Mourão (PR)<br />
Desenvolver técnicas, validar novas tecnologias<br />
e difundir conhecimento. Estes são os<br />
objetivos da Fazenda Experimental da <strong>Coamo</strong>,<br />
que há 49 anos aprimora e disponibiliza para o<br />
quadro social as principais soluções práticas e tecnológicas<br />
utilizadas no campo. E uma das melhores<br />
formas <strong>de</strong> transmitir essas informações é por meio<br />
dos encontros <strong>de</strong> cooperados, tradicionais eventos<br />
realizados pela <strong>Coamo</strong> para apresentar as tendências<br />
e novida<strong>de</strong>s do setor produtivo.<br />
Entre os dias 29 <strong>de</strong> janeiro e 02 <strong>de</strong> fevereiro,<br />
foi realizada a 36ª edição do Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
na Fazenda Experimental <strong>de</strong> Campo Mourão<br />
(Centro-Oeste do Paraná), on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4,5<br />
mil cooperados acompanharam oito estações <strong>de</strong><br />
pesquisa preparadas para o evento <strong>de</strong>ste ano. “A<br />
<strong>Coamo</strong> tem esse objetivo <strong>de</strong> preparar o quadro social,<br />
então por isso são feitos todos esses estudos<br />
para que o cooperado esteja sempre bem instruído<br />
e agregando valor nas ativida<strong>de</strong>s”, complementa o<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong>,<br />
José Aroldo Gallassini.<br />
36 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
A 36ª edição do Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
contou com um gran<strong>de</strong> público durante os cinco<br />
dias <strong>de</strong> evento e teve a participação maciça <strong>de</strong> mulheres<br />
e jovens, que abriram espaços em suas agendas<br />
para adquirir novos conhecimentos. “Isso nos<br />
<strong>de</strong>ixa feliz, porque <strong>de</strong>monstra a credibilida<strong>de</strong> do<br />
evento e mostra que o que estamos trazendo é relevante<br />
para o quadro social, que o cooperado acredita<br />
no trabalho realizado pela cooperativa”, afirma o<br />
presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari.<br />
O diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica<br />
da <strong>Coamo</strong>, Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias, <strong>de</strong>staca que<br />
o cenário climático adverso observado na atual safra<br />
<strong>de</strong> verão reforça a importância dos cooperados participarem<br />
dos eventos técnicos promovidos pela <strong>Coamo</strong>.<br />
“São em momentos como este que o agricultor<br />
precisa apresentar o seu profissionalismo e utilizar<br />
toda a tecnologia disponível para melhorar a sua produtivida<strong>de</strong>,<br />
diminuir os custos <strong>de</strong> produção e passar<br />
por essa fase difícil que estamos vivendo”, salienta.<br />
O gerente <strong>de</strong> Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong>,<br />
Marcelo Sumiya, comenta que os eventos técnicos<br />
da cooperativa, como os dias <strong>de</strong> campo e encontros<br />
na Fazenda Experimental, têm o objetivo <strong>de</strong> auxiliar<br />
o quadro social na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, estimulando<br />
um olhar mais técnico dos cooperados em suas<br />
ativida<strong>de</strong>s. “É uma oportunida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
aprendizado. Para o evento, nós reunimos os principais<br />
temas ligados às culturas da estação, avaliamos<br />
quais são as principais dores dos produtores e, junto<br />
dos nossos parceiros, técnicos e entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa,<br />
apresentamos as ações e soluções mais a<strong>de</strong>quadas<br />
para a realida<strong>de</strong> dos cooperados”.<br />
De acordo com o coor<strong>de</strong>nador da Fazenda<br />
Experimental <strong>de</strong> Campo Mourão, João Carlos<br />
Bonani, o Encontro <strong>de</strong> Cooperados começa a ser<br />
preparado com meses <strong>de</strong> antecedência, quando<br />
são elencados os temas mais relevantes <strong>de</strong> cada ciclo<br />
junto aos técnicos e agrônomos da cooperativa.<br />
“Conforme vai chegando o evento, vamos afunilando<br />
os temas e <strong>de</strong>finimos os assuntos mais importantes<br />
não só durante a safra vigente, mas também para<br />
a próxima safra, pensando no formato <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong> dos cooperados”,<br />
José Aroldo Gallassini<br />
Airton Galinari<br />
Aquiles Dias<br />
Marcelo Sumiya<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 37
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
<strong>de</strong>talha o coor<strong>de</strong>nador.<br />
O suporte técnico prestado pela <strong>Coamo</strong> é<br />
reconhecido e eventos como os encontros realizados<br />
na Fazenda Experimental ilustram esse reconhecimento.<br />
Para o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre<br />
Lima Nepomuceno, a integração entre ciência,<br />
tecnologia e informação, perceptível no Encontro<br />
<strong>de</strong> Cooperados, potencializa a agricultura nacional.<br />
“Se hoje o Brasil é um dos maiores produtores <strong>de</strong><br />
grãos do mundo, se somos essa potência na produção<br />
<strong>de</strong> alimentos, tudo isso se <strong>de</strong>ve à importância<br />
da pesquisa e do <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico no<br />
campo. Ficamos felizes em fazer parte <strong>de</strong>ssa história<br />
e <strong>de</strong> contribuir com a difusão <strong>de</strong> conhecimento junto<br />
à <strong>Coamo</strong> e seus cooperados”.<br />
Norberto Ortigara, secretário da Agricultura<br />
e do Abastecimento do Paraná, também esteve<br />
presente no evento e ressaltou a importância do<br />
suporte técnico prestado pela cooperativa. “Em 53<br />
anos <strong>de</strong> história, a <strong>Coamo</strong> sempre manteve uma essência<br />
inovadora, mas sem abrir mão <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a<br />
sua base, que são os cooperados. O trabalho que<br />
acompanhamos aqui na Fazenda Experimental <strong>de</strong>ve<br />
ser sempre elogiado, pois leva aos produtores o conhecimento<br />
necessário sobre soluções, máquinas,<br />
equipamentos, genética, implementos e todo o tipo<br />
<strong>de</strong> insumo utilizado no campo”.<br />
João Carlos Bonani<br />
Alexandre Nepomuceno<br />
Norberto Ortigara, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná<br />
38 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
Ácaros, Tripes, Pulgões e Cigarrinha do Milho:<br />
i<strong>de</strong>ntificação e alternativas <strong>de</strong> controle<br />
A agricultura enfrenta a cada ciclo uma extensa<br />
lista <strong>de</strong> pragas. Algumas minúsculas, mas capazes<br />
<strong>de</strong> causar danos significativos e perdas na<br />
produção. No Encontro <strong>de</strong> Cooperados, foram focadas<br />
quatro principais, sendo duas associadas à<br />
cultura da soja, tripes e ácaros, e duas à cultura do<br />
milho, pulgões e a cigarrinha.<br />
De acordo com o engenheiro agrônomo,<br />
Lucas Gouvêa Vilela Esperandino, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong><br />
Suporte Técnico da gerência <strong>de</strong> Assistência Técnica<br />
da <strong>Coamo</strong>, as pragas eram consi<strong>de</strong>radas secundárias,<br />
mas vem ganhando importância no sistema<br />
<strong>de</strong> produção. Ele explica que no caso das tripes,<br />
existem dois gêneros mais relevantes, Caliothrips e<br />
Frankliniella, sendo que o último é responsável pela<br />
transmissão <strong>de</strong> viroses para as plantas. “Essas viroses<br />
resultam em redução do porte e encarquilha-<br />
mento das folhas, pois os insetos se alimentam da<br />
seiva. Isso reduz a área fotossintética e, consequentemente,<br />
a produtivida<strong>de</strong>”, comenta.<br />
Os ácaros, segundo o agrônomo, vêm ga-<br />
Luis Eduardo <strong>de</strong> Oliveira (Boa Esperança), Lucas Gouvea Vilela Esperandino (Campo<br />
Mourão), Giolvar Rombaldi (Abelardo Luz) e Gustavo Placido Rosa (Palmas)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 39
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
nhando importância ao longo dos anos. Destacam-<br />
-se quatro espécies principais que afetam a soja,<br />
com ênfase no ácaro rajado, que é visível <strong>de</strong>vido a<br />
suas teias nas ponteiras das plantas, e o branco, que<br />
tem sido emergente nas últimas safras. “Tanto tripes<br />
quanto ácaros são pragas recorrentes em anos <strong>de</strong><br />
estresse hídrico. Elas costumam aparecer nesses<br />
períodos e merecem atenção dos cooperados”, comenta<br />
Lucas.<br />
Na estação, foram apresentadas estratégias<br />
<strong>de</strong> manejo com diversas opções que fazem parte do<br />
portfólio <strong>de</strong> produtos da <strong>Coamo</strong>. “É necessário traçar<br />
algumas estratégias <strong>de</strong> controle. Acompanhar o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das lavouras e monitorar possíveis<br />
aparecimentos <strong>de</strong>ssas pragas ajudam a reduzir os<br />
danos”, reitera.<br />
Para a cultura do milho, a preocupação é<br />
com os pulgões, principalmente, o ver<strong>de</strong> das gramíneas<br />
e o amarelo da cana-<strong>de</strong>-açúcar. I<strong>de</strong>ntificar<br />
e monitorar a entrada <strong>de</strong>les nas lavouras é crucial<br />
para evitar problemas, já que po<strong>de</strong>m causar danos<br />
significativos às espigas <strong>de</strong> milho, resultando em<br />
menor produção.<br />
A cigarrinha do milho é outro inseto que<br />
merece atenção. Lucas observa que assuntos relacionados<br />
ao inseto já foram apresentados em<br />
eventos anteriores. “Incentivamos os cooperados a<br />
adotarem diversas estratégias <strong>de</strong> manejo, como o<br />
uso <strong>de</strong> híbridos mais tolerantes, rotação <strong>de</strong> culturas<br />
e a utilização <strong>de</strong> métodos químicos e biológicos. A<br />
Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong> está preparada para<br />
recomendar a melhor estratégia <strong>de</strong> controle para<br />
cada situação”, diz.<br />
De acordo com a entomóloga, Cristiane<br />
Muller, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> inseticidas da Corteva<br />
para a América Latina, pragas que antes não eram<br />
tão evi<strong>de</strong>nciadas, hoje se tornam mais visíveis, <strong>de</strong>vido<br />
à dinâmica do ambiente e ao uso das tecnologias<br />
existentes. “São insetos pequenos, então é<br />
importante lembrar que a base do manejo é o monitoramento.<br />
Os produtores <strong>de</strong>vem utilizar uma lupa<br />
para examinar as plantas, verificando a parte inferior<br />
das folhas, on<strong>de</strong> essas pragas costumam se alojar.<br />
Isso permite i<strong>de</strong>ntificar e agir antes que a população<br />
Cristiane Muller,<br />
da Corteva<br />
cresça a ponto <strong>de</strong> causar danos significativos à plantação”,<br />
ressalta.<br />
Quanto aos métodos <strong>de</strong> controle, existem<br />
várias opções disponíveis, principalmente, produtos<br />
químicos que apresentam boa eficácia para o<br />
controle <strong>de</strong>ssas pragas. A <strong>Coamo</strong> disponibiliza aos<br />
cooperados para que ele possa escolher o mais<br />
a<strong>de</strong>quado. “É preciso consi<strong>de</strong>rar que alguns insetos,<br />
como os tripes e ácaros, têm fases do ciclo <strong>de</strong> vida<br />
que não são afetadas pelos produtos químicos, o<br />
que <strong>de</strong>staca a importância do monitoramento contínuo<br />
e, quando necessário, da aplicação sequencial<br />
para interromper o ciclo reprodutivo e reduzir a população.”<br />
Segundo a entomóloga, é fundamental a<br />
utilização <strong>de</strong> práticas como rotação <strong>de</strong> culturas e<br />
uso <strong>de</strong> cobertura vegetal. “A rotação <strong>de</strong> culturas<br />
contribui para o controle <strong>de</strong> pragas como a cigarrinha,<br />
que se alimenta <strong>de</strong> várias plantas, mas se reproduz<br />
principalmente no milho. Portanto, eliminar<br />
as plantas hospe<strong>de</strong>iras, como o milho voluntário,<br />
po<strong>de</strong> reduzir significativamente a população <strong>de</strong> cigarrinhas”,<br />
diz.<br />
Cristiane ressalta que em termos <strong>de</strong> danos<br />
econômicos, estudos mostram que pragas como<br />
ácaros e tripes po<strong>de</strong>m causar perdas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
significativas. “Pequenos insetos, mas com<br />
gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> causar danos. Portanto, é crucial<br />
manter uma vigilância constante sobre essas<br />
pragas e implementar medidas <strong>de</strong> controle eficazes<br />
para proteger as plantações e garantir a rentabilida<strong>de</strong><br />
da ativida<strong>de</strong> agrícola.”<br />
40 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
Como preparar a planta <strong>de</strong> soja para situações <strong>de</strong> estresse<br />
Durante o ciclo da soja, diversos fatores po<strong>de</strong>m<br />
afetar as plantas e causar perdas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>,<br />
tanto <strong>de</strong> natureza abiótica, com as temperaturas,<br />
umida<strong>de</strong>, radiação solar etc., quanto biótica,<br />
que são as pragas, doenças, nematoi<strong>de</strong>s etc. Todos<br />
esses elementos têm o potencial <strong>de</strong> reduzir a produtivida<strong>de</strong><br />
da cultura.<br />
Marcos Vinicios Garbiate, coor<strong>de</strong>nador da<br />
Fazenda Experimental da <strong>Coamo</strong> no Mato Grosso<br />
do Sul, afirma que é possível minimizar os efeitos<br />
dos estresses para alcançar produtivida<strong>de</strong>s mais es-<br />
táveis. “O estresse tem se tornado mais presente a<br />
cada safra, seja <strong>de</strong>vido a condições <strong>de</strong> déficit hídrico,<br />
nebulosida<strong>de</strong> ou altas temperaturas. É preciso<br />
melhorar o sistema produtivo para que a lavoura se<br />
<strong>de</strong>senvolva da melhor maneira possível”, comenta.<br />
O agrônomo ressalta que o clima não é o<br />
único causador <strong>de</strong> estresse. Pragas, plantas daninhas<br />
e doenças também são motivos <strong>de</strong> preocupação.<br />
“São fatores estressantes que precisamos gerenciar<br />
para evitar danos e redução do potencial produtivo.<br />
Existem ferramentas que po<strong>de</strong>m ser utilizadas, <strong>de</strong>s-<br />
Marcos Paulo da Silva<br />
Iretama (PR)<br />
Há sempre novida<strong>de</strong>s e isso é digno <strong>de</strong> elogio. Vemos<br />
muitas varieda<strong>de</strong>s e técnicas <strong>de</strong> manejo diferenciadas,<br />
e o mais importante para nós é levarmos<br />
isso para o campo. Saí da minha rotina para conhecer<br />
as novida<strong>de</strong>s que estão surgindo. Estamos sempre<br />
atualizados, principalmente quando se trata do<br />
estresse hídrico que enfrentamos a cada ano.<br />
Henrique Trentim Rosina<br />
Xanxerê (SC)<br />
Adquiri conhecimento que complementa os<br />
estudos que faço na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> agronomia.<br />
É uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir teoria e prática, o<br />
que é excelente para o meu trabalho. Aprendi<br />
sobre as varieda<strong>de</strong>s e como elas se comportam<br />
em diversos tipos <strong>de</strong> solo. Valeu a pena sair <strong>de</strong><br />
Xanxerê para participar em Campo Mourão.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 41
tiva, foi o picão preto, e a utilização dos herbicidas<br />
pré-emergentes são uma ferramenta fundamental<br />
para o controle <strong>de</strong>ssa praga.<br />
O manejo que a pesquisa mostra ser o mais<br />
eficiente para controle das plantas daninhas são os<br />
já conhecidos pelos produtores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />
1980, on<strong>de</strong> eram utilizados produtos isolados. A esencontro<br />
<strong>de</strong> cooperados<br />
<strong>de</strong> fungicidas e herbicidas até produtos nutricionais<br />
que preparam a planta para enfrentar as condições<br />
adversas”, <strong>de</strong>staca.<br />
Marcos salienta que a agricultura está, cada<br />
vez, mais integrada, entre as culturas <strong>de</strong> verão e inverno,<br />
e é importante pensar no sistema como um<br />
todo. “A rotação <strong>de</strong> culturas é muito importante,<br />
também, nesse contexto. Diversificar o ambiente<br />
<strong>de</strong> produção tem gerado bons resultados”. Ele cita<br />
como exemplo um trabalho na Fazenda Experimental<br />
que já está em seu quarto ano, on<strong>de</strong> são avaliadas<br />
diferentes culturas para diversificar os sistemas<br />
<strong>de</strong> produção. “Os resultados são positivos, <strong>de</strong>monstrando<br />
o impacto da diversificação na produtivida<strong>de</strong>.<br />
Devem ser consi<strong>de</strong>rados os fatores do solo,<br />
como aspectos químicos, físicos e biológicos, que<br />
influenciam diretamente a planta. Quando essas<br />
questões são bem trabalhadas na proprieda<strong>de</strong>, a la-<br />
Elias Roveda (Juranda), Marlon <strong>de</strong> Barros (Peabiru), Marcos Vinicios<br />
Garbiate (Dourados) e Juliano Seganfredo (Engenheiro Beltrão)<br />
voura consegue tolerar melhor o estresse. Também<br />
temos focado em potencializar o aspecto fisiológico<br />
da planta, utilizando hormônios e nutrientes específicos<br />
que ajudam a planta a enfrentar essas condições”,<br />
conclui o agrônomo.<br />
Como escolher o<br />
herbicida pré-emergente<br />
O cenário <strong>de</strong> plantas daninhas é um tema <strong>de</strong><br />
extrema importância que é tratado todos os anos nos<br />
Encontros <strong>de</strong> Cooperados. Nessa edição, o assunto<br />
principal foi a escolha do herbicida pré-emergente.<br />
De acordo com o engenheiro agrônomo da <strong>Coamo</strong><br />
Itamar Leandro Suss, o caso mais recente <strong>de</strong> planta<br />
daninha resistente registrado na região da coopera-<br />
Isaias Batista <strong>de</strong> Oliveira<br />
Marilândia do Sul (PR)<br />
É um evento excelente para os produtores. Po<strong>de</strong>mos<br />
ver na prática as novas tecnologias e<br />
apren<strong>de</strong>mos muito. É ótimo ver essas novida<strong>de</strong>s<br />
sendo aplicadas, o que facilita sua adoção em<br />
nossas proprieda<strong>de</strong>s. Discutimos como aplicar o<br />
que vemos aqui e compartilhamos com outros<br />
produtores.<br />
Gabriela Thais Zottis Vieira<br />
Toledo (PR)<br />
Foi uma oportunida<strong>de</strong> para o contato com a pesquisa.<br />
A <strong>Coamo</strong> mantém os cooperados atualizados<br />
com o cenário atual <strong>de</strong> cada safra e da ativida<strong>de</strong><br />
no campo. Para nós, jovens, é importante<br />
adquirir esse conhecimento, e para aqueles que<br />
têm muitos anos <strong>de</strong> experiência na lavoura, o<br />
aprendizado contínuo é fundamental.<br />
42 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
tação mostrou esse histórico e a evolução das ferramentas<br />
e formas <strong>de</strong> uso, além <strong>de</strong> uma comparação<br />
<strong>de</strong> como foi a evolução dos próprios produtos para<br />
emergentes, que eram misturas simples.<br />
“Mostramos diversos cenários que acontecem<br />
no campo. Implantamos em vasos, situações do<br />
dia a dia do produtor, com diferentes tipos <strong>de</strong> solo<br />
e produtos recomendados. O herbicida utilizado no<br />
solo argiloso, se for aplicado no solo arenoso, apresenta<br />
diferenças. A dosagem, a cultivar, as moléculas,<br />
ter palha no sistema ou não, tudo isso interfere<br />
no resultado do pré-emergente.”<br />
Outro ponto observado foi o intervalo <strong>de</strong><br />
aplicação antes ou <strong>de</strong>pois da chuva. Segundo Itamar,<br />
o i<strong>de</strong>al é aplicar o pré-emergente logo na sequência<br />
para ter a umida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada e ativar o<br />
produto no solo. Também foi exemplificado cenários<br />
<strong>de</strong> competição da planta daninha com a cultura,<br />
do campo soja, com aplicação <strong>de</strong> pré-emergente.<br />
“Fica evi<strong>de</strong>nte essa diferença da mato-competição<br />
inicial que acontece on<strong>de</strong> o produtor não usa o pré-<br />
-emergente. Muitas vezes a planta daninha já nasce<br />
antes que a própria cultura, tanto para a soja como<br />
para o milho, e o objetivo foi mostrar ao produtor<br />
que o herbicida é uma ferramenta indispensável. Ela<br />
faz parte <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> manejo com a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> princípios ativos e mecanismos <strong>de</strong><br />
ação para não ficar tudo a cargo do glifosato.”<br />
O pesquisador da Embrapa, Fernando A<strong>de</strong>gas<br />
afirma que os pré-emergentes são essenciais<br />
Jean Roger da Silva Frez (Barbosa Ferraz), Itamar Leandro Suss (Campo Mourão),<br />
Edson Carlos dos Santos (Campo Mourão) e Alex Antonio Ribeiro (Reserva)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 43
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Fernando A<strong>de</strong>gas,<br />
da Embrapa Soja<br />
Robinson Osipe,<br />
da UENP<br />
Rubem Silvério <strong>de</strong><br />
Oliveira, da UEM<br />
na agricultura. “Há anos, eram utilizados só os pré-<br />
-emergentes. Aí <strong>de</strong>pois veio a fase dos pós emergentes<br />
e dos pré só com glifosato, e agora estamos<br />
retomando, junto com os pós e os transgênicos.<br />
Esse manejo é muito importante, principalmente nas<br />
plantas daninhas resistentes ao glifosato.”<br />
De acordo com A<strong>de</strong>gas, as plantas daninhas<br />
são o segundo maior problema nos Estados Unidos,<br />
o primeiro da Argentina, na Austrália, e no Paraguai,<br />
e está entre os três principais no Brasil. “O cenário<br />
está se agravando. Temos que discutir esses assuntos<br />
e o pré-emergente é uma das boas ferramentas<br />
para lidar com esse problema.”<br />
Para Rubem Silvério <strong>de</strong> Oliveira, professor e<br />
pesquisador da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá<br />
(UEM), a planta daninha sempre foi e sempre será<br />
um problema <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> plantação do produtor,<br />
que precisa utilizar ferramentas para priorizar<br />
a cultura. “Por mais que apareçam herbicidas e novas<br />
ferramentas, a linha básica <strong>de</strong> raciocínio é fazer<br />
qualquer coisa que estiver ao alcance para que o<br />
mato não saia na frente da cultura. O pré-emergente<br />
é uma <strong>de</strong>ssas ferramentas importantes em função<br />
principalmente dos problemas <strong>de</strong> resistência com o<br />
glifosato e com outros herbicidas.”<br />
Robinson Osipe, professor e pesquisador da<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual do Norte do Paraná (UENP),<br />
afirma que o cenário <strong>de</strong> plantas resistentes a herbicidas<br />
tem se agravado nos últimos anos. Várias espécies<br />
têm apresentado algum tipo <strong>de</strong> resistência<br />
aos mais diversos grupos <strong>de</strong> herbicidas. “Já temos<br />
mais <strong>de</strong> 15 plantas que o glifosato e os herbicidas<br />
clássicos não controlam. A ação mais racional seria<br />
a adoção do pré-emergente, que significa um custo<br />
maior. Porém, a forma mais segura <strong>de</strong>le reduzir o<br />
avanço da resistência é reduzir a mato-competição,<br />
a<strong>de</strong>rindo ao herbicida pré-emergente, que é imprescindível<br />
para diminuir o avanço e reduzir o custo<br />
do manejo das plantas daninhas resistentes.”<br />
Beno Liebich<br />
Itaporã (MS)<br />
Participo há vários anos dos encontros. É gratificante<br />
para o agricultor apren<strong>de</strong>r novas tecnologias.<br />
É um dia <strong>de</strong> trabalho on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos<br />
apren<strong>de</strong>r mais para aplicar em nossa lavoura,<br />
mesmo que a realida<strong>de</strong> seja um pouco diferente<br />
da nossa. Conseguimos aproveitar bem todas as<br />
informações repassadas."<br />
Maria Andreia Olivieri Casado Gomes<br />
Araruna (PR)<br />
Da última vez que vim, houve uma gran<strong>de</strong><br />
melhoria e eu adorei. Chamou a atenção, a<br />
produção <strong>de</strong> soja. O cultivo, como manejar e as<br />
aplicações. Muitos dos assuntos apresentados<br />
po<strong>de</strong>m ser aplicados, especialmente em relação<br />
aos <strong>de</strong>fensivos agrícolas e como eles são<br />
utilizados na terra.<br />
44 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
Enten<strong>de</strong>ndo a tecnologia <strong>de</strong> aplicação<br />
A tecnologia <strong>de</strong> aplicação influencia diretamente<br />
na eficiência dos produtos utilizados para o<br />
controle <strong>de</strong> pragas e doenças. Uma das estações do<br />
Encontro <strong>de</strong> Cooperados abordou dois parâmetros<br />
da tecnologia <strong>de</strong> aplicação: escolha da ponta <strong>de</strong><br />
pulverização e do volume <strong>de</strong> calda. De acordo com<br />
o engenheiro agrônomo Victor Hugo <strong>de</strong> Moura, da<br />
<strong>Coamo</strong> em Engenheiro Beltrão, quando se faz a escolha<br />
<strong>de</strong> maneira bem-feita, há uma cobertura boa e<br />
o alvo é acertado <strong>de</strong> maneira mais eficiente. “A principal<br />
dificulda<strong>de</strong> dos cooperados é na escolha <strong>de</strong><br />
bicos <strong>de</strong>vido a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los existentes<br />
no mercado. Se escolher bem a tecnologia <strong>de</strong> aplicação,<br />
po<strong>de</strong> evitar vários problemas, como <strong>de</strong>riva e<br />
cobertura <strong>de</strong> gotas no alvo. Isso resulta em melhor<br />
eficiência dos produtos.”<br />
O pesquisador Rodolfo Checheto, da Agroefetiva,<br />
afirma que a tecnologia da aplicação é tão importante<br />
quanto as outras rotinas. “Se a gente parar<br />
para pensar em todas as manutenções e operações<br />
das máquinas, o pulverizador é um dos equipamentos<br />
mais importantes a serem feitos manutenções,<br />
Thiago Bertolini<br />
Pitanga (PR)<br />
É importante planejar cada safra e utilizar as<br />
tecnologias disponíveis para melhorar a produtivida<strong>de</strong>.<br />
Com o encontro, mantemos atualizados<br />
para enfrentarmos os <strong>de</strong>safios. O evento<br />
é essencial para os agricultores se prepararem<br />
para situações adversas e aproveitarem as ferramentas<br />
disponíveis.<br />
Toany dos Santos Carretas<br />
São João do Ivaí (PR)<br />
As novida<strong>de</strong>s apresentadas no encontro ajudam<br />
a melhorar a nossa ativida<strong>de</strong>. Sempre há espaço<br />
para melhorias naquilo que fazemos. Saímos<br />
do evento apren<strong>de</strong>ndo algo novo, e isso é muito<br />
importante. É a oportunida<strong>de</strong>, também, <strong>de</strong> conversarmos<br />
com os pesquisadores para apresentar<br />
e tirar nossas dúvidas.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 45
46 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Fernando Daniel Negrini (Rancho Alegre do Oeste), Fabrício Gastoni Raizer<br />
Charneski (Brasilândia do Sul), Victor Hugo Matias Cangussu <strong>de</strong> Moura<br />
(Engenheiro Beltrão) e Jonatan Decol (Pitanga)<br />
Rodolfo Checheto,<br />
da Agroefetiva,<br />
pelo número <strong>de</strong> entradas que ele dá durante a safra,<br />
até oito vezes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do ciclo.”<br />
Foram realizadas dinâmicas para aumentar<br />
o entendimento sobre a aplicação, como por exemplo,<br />
escolher uma ponta <strong>de</strong> pulverização, quais os<br />
mo<strong>de</strong>los, porque cada um é posicionado para um<br />
tipo <strong>de</strong> operação, assim como a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
para uma troca por <strong>de</strong>sgaste ou qualquer problema<br />
que tenha com as pontas. A escolha sobre a taxa <strong>de</strong><br />
aplicação também foi discutida.<br />
Segundo Checheto, a tecnologia da aplicação<br />
é difícil porque envolve muitos parâmetros<br />
para serem analisados. “A dificulda<strong>de</strong> é exatamente<br />
no controle. Por exemplo, se escolhemos uma<br />
ponta <strong>de</strong> pulverização com tamanho <strong>de</strong> gota fina,<br />
será que posso trabalhar com todos os pontos das<br />
pulverizações? Ou se o produtor usa uma ponta<br />
que gera a gota fina para um fungicida, ela não<br />
é posicionada para um herbicida. Então a gente<br />
tem que trazer para os cooperados essa mudança”,<br />
afirma o pesquisador.<br />
A taxa <strong>de</strong> aplicação foi um tema amplamente<br />
discutido no encontro. De acordo com Checheto,<br />
há uma pressão muito gran<strong>de</strong> para redução da taxa<br />
<strong>de</strong> aplicação pela questão do ganho do rendimento<br />
operacional. “É um caminho que os operadores seguem<br />
para ser mais rápido e mais dinâmico. A aplicação,<br />
porém, traz alguns pontos a serem observados.<br />
Quanto mais se reduz a taxa <strong>de</strong> aplicação, mais<br />
técnica a aplicação tem que ser.”<br />
Critérios para escolha <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> soja<br />
Muitas vezes o produtor rural escolhe a cultivar<br />
<strong>de</strong> soja com base em apenas um critério, ou a<br />
opção por <strong>de</strong>terminada varieda<strong>de</strong> vem da experiência<br />
positiva que escutou <strong>de</strong> outro agricultor. Uma<br />
<strong>de</strong>cisão que não po<strong>de</strong> ser simples assim. É preciso<br />
avaliar diversos critérios para escolher o material<br />
correto. Fatores como textura <strong>de</strong> solo, altitu<strong>de</strong>, fertilida<strong>de</strong>,<br />
grupo <strong>de</strong> maturação, ciclo das cultivares, são<br />
importantes na <strong>de</strong>finição da escolha das cultivares.<br />
Para orientar o cooperado nesse momento,<br />
o Encontro <strong>de</strong> Verão contou com a estação “Critérios<br />
para escolha <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> soja”. “Orientamos<br />
o associado a se atentar para diversos aspectos, até<br />
mesmo a cultura sucessora que será implantada.<br />
Antes mesmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a soja, é preciso saber qual<br />
será a cultura <strong>de</strong> inverno para que ele possa ser mais<br />
assertivo”, explica o engenheiro agrônomo Daniel<br />
Scremin Carneiro, da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 47
Saiba mais:<br />
Bom nível <strong>de</strong><br />
segurança contra<br />
brusone e giberela<br />
Alto potencial<br />
produtivo<br />
Responsivo a altos<br />
investimentos<br />
Destaque<br />
para reação<br />
à mancha amarela<br />
MAIOR SEGURANÇA<br />
PARA ELEVADOS RENDIMENTOS<br />
48 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Conforme Daniel, outro ponto <strong>de</strong> atenção é<br />
o histórico do talhão. “Nunca é homogêneo. Sempre<br />
há variação <strong>de</strong> pragas, doenças e plantas daninhas.<br />
Existem diferentes biotecnologias que auxiliam no<br />
manejo <strong>de</strong>ssas áreas. Tem cultivares que são tolerantes<br />
e resistentes a nematoi<strong>de</strong>s específicos. Então é<br />
muito importante conhecer todos esses fatores para<br />
minimizar os riscos que terá ao colocar o material. A<br />
busca é utilizar a cultivar mais adaptada a realida<strong>de</strong><br />
que cada um tem”, enfatiza o engenheiro agrônomo.<br />
A agricultura é um empreendimento a céu<br />
aberto. Um material que expressou muito potencial<br />
em um ano, po<strong>de</strong>rá não expressar no outro, pois as<br />
condições climáticas sempre mudam. “Isso reforça a<br />
importância da diversida<strong>de</strong>. Não é porque uma varieda<strong>de</strong><br />
foi muito produtiva em um ano, que vamos<br />
jogar todas as fichas nela”, consi<strong>de</strong>ra.<br />
Essa recomendação é válida para todo tamanho<br />
<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>. “Não importa se o associa-<br />
do tem cinco ou 500 alqueires, essa orientação é<br />
para todos. A i<strong>de</strong>ia é expressar o máximo potencial<br />
produtivo e minimizar os riscos, e uma das formas é<br />
trabalhar com diferentes grupos <strong>de</strong> maturação”, reforça<br />
Daniel.<br />
Diego Mário Boiani (Xanxerê), Eugenio Mateus Schle<strong>de</strong>r Pawlina<br />
Junior (Roncador), Mayckon Roberto Pedreira (Iretama), André<br />
Felipe Della Colleta Mafra (Mamborê), Daniel Scremin Carneiro<br />
(Campo Mourão) e Andrei Henrique <strong>de</strong> Tomasi (Campo Mourão)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 49
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Influência da temperatura no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das cultivares <strong>de</strong> soja<br />
A temperatura exerce importante influência<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento da soja. Quando baixa, retarda<br />
o processo <strong>de</strong> germinação e diminui a taxa <strong>de</strong><br />
crescimento da soja, enquanto o calor excessivo<br />
<strong>de</strong>sidrata a planta, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando processos que<br />
reduzem a produtivida<strong>de</strong>.<br />
O engenheiro agrônomo da <strong>Coamo</strong>, Vinicius<br />
Francisco Albarello, da <strong>Coamo</strong> em Campo<br />
Mourão, observa que o primeiro fator a ser avaliado<br />
é o comportamento <strong>de</strong> cada cultivar no campo em<br />
relação aos estresses climáticos. Ele explica que na<br />
Fazenda Experimental foram plantadas soja em três<br />
épocas diferentes, e cada material foi posicionado<br />
conforme as orientações <strong>de</strong> seu obtentor para a<br />
Alisson André Obal (Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque), Eduardo Rodrigo<br />
Gibbert (Marilândia do Sul), Fabricio Bueno Corrêa (Campo Mourão) e<br />
Vinicius Francisco Albarello (Campo Mourão)<br />
50 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
egião. “Foi possível avaliar como cada cultivar se<br />
comportou no campo, sua tolerância aos déficits<br />
hídricos ocorridos no final <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro e início <strong>de</strong><br />
janeiro, e principalmente às altas temperaturas registradas”,<br />
comenta.<br />
Segundo o agrônomo, os principais impactos<br />
observados foram o abortamento <strong>de</strong> vagens e<br />
flores, bem como uma redução no ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Estes fenômenos foram os indicadores<br />
mais frequentes na safra <strong>de</strong> 23/24, resultando em<br />
um encurtamento no ciclo <strong>de</strong> pelo menos 15 a 20<br />
dias <strong>de</strong>vido às temperaturas elevadas, que forçaram<br />
a maturação precoce das plantas. “Diante <strong>de</strong>sse cenário,<br />
estratégias como o escalonamento <strong>de</strong> plantio<br />
e a diversificação <strong>de</strong> cultivares são essenciais para<br />
minimizar os riscos e garantir uma produção mais<br />
estável ao longo da safra”, ressalta.<br />
Quanto à biotecnologia, há diversas opções<br />
disponíveis. “É importante alinhar essas tecnologias<br />
com as necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> cada<br />
proprieda<strong>de</strong>, em conjunto com a assistência técnica<br />
da <strong>Coamo</strong>, para garantir os melhores resultados”,<br />
assinala.<br />
José Salvador Simonetto Foloni, pesquisador<br />
da Embrapa Soja, enfatiza a importância do<br />
posicionamento agronômico das cultivares <strong>de</strong> soja,<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração a região na qual o produtor<br />
está localizado, o manejo e a fitossanida<strong>de</strong>. Outra<br />
questão importante, segundo o pesquisador, é o<br />
tipo <strong>de</strong> solo em que a cultivar será plantada. “Esses<br />
fatores são fundamentais na escolha da varieda<strong>de</strong>.<br />
A fitossanida<strong>de</strong> também é crucial. Doenças radiculares,<br />
por exemplo, têm uma forte interação com a<br />
tolerância ao estresse hídrico. Quando ocorrem períodos<br />
<strong>de</strong> seca, cultivares suscetíveis a doenças radiculares<br />
sofrem perdas significativas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />
Portanto, é <strong>de</strong>sejável que a cultivar faça parte<br />
<strong>de</strong> um programa agronômico integrado, envolvendo<br />
ações <strong>de</strong> manejo, correção do solo, rotação <strong>de</strong><br />
culturas e escolha <strong>de</strong> cultivares adaptadas às condições<br />
específicas.”<br />
Dalbosco, da Fundação Meridional, recorda<br />
que foram apresentadas no Encontro <strong>de</strong> Cooperados,<br />
tecnologias e cultivares <strong>de</strong> soja a<strong>de</strong>quadas<br />
às mudanças <strong>de</strong> temperatura ocorridas nos últimos<br />
anos. “Isso é alcançado por meio da seleção genética.<br />
Os pesquisadores conseguem selecionar genótipos<br />
que mantêm estabilida<strong>de</strong> mesmo diante <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />
climáticas, como oscilações na temperatura,<br />
garantindo assim o potencial <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.”<br />
De acordo com Milton, essas pesquisas têm<br />
sido acompanhadas no campo e têm <strong>de</strong>monstrado<br />
resultados positivos. “Cada cultivar é posicionada<br />
com base na altitu<strong>de</strong> e temperatura, permitindo escolhas<br />
a<strong>de</strong>quadas para diferentes ambientes. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do ambiente local e das oscilações<br />
climáticas, as cultivares selecionadas mantêm seu<br />
potencial <strong>de</strong> produção, garantindo produtivida<strong>de</strong> e<br />
rentabilida<strong>de</strong>.”<br />
José Salvador<br />
Simonetto Foloni,<br />
pesquisador da<br />
Embrapa Soja<br />
Milton Dalbosco,<br />
da Fundação<br />
Meridional<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 51
LANÇAMENTO<br />
FMC TEMSoluções<br />
Premio Star<br />
Inseticida<br />
CONTROLE 5 ESTRELAS PARA AS<br />
PRINCIPAIS PRAGAS DA SOJA.<br />
PERCEVEJO<br />
LAGARTAS<br />
50 PRAGAS EM MAIS<br />
DE 50 CULTURAS.<br />
Duplo modo<br />
<strong>de</strong> ação<br />
Amplo<br />
espectro<br />
Efeito <strong>de</strong><br />
choque e<br />
residual<br />
Menor<br />
lavagem<br />
pela chuva<br />
Otimização<br />
operacional<br />
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52 revista<br />
ESTE PRODUTO É PERIGOSO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE. USO AGRÍCOLA. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. CONSULTE SEMPRE<br />
UM AGRÔNOMO. INFORME-SE E REALIZE O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. DESCARTE CORRETAMENTE AS EMBALAGENS E OS RESTOS DOS PRODUTOS.<br />
LEIA ATENTAMENTE E SIGA AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO, NA BULA E NA RECEITA. UTILIZE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong><br />
Copyright © Outubro 2023 FMC. Todos os direitos reservados.
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Desafios no manejo <strong>de</strong> doenças na cultura da soja<br />
As boas práticas <strong>de</strong> produção como a rotação<br />
<strong>de</strong> culturas, palhada, escolha <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong><br />
acordo com as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada região, entre<br />
outros, são premissas para o trabalho no campo.<br />
Neste contexto, os fungicidas vêm para agregar, pois<br />
antes <strong>de</strong> tudo é preciso realizar essas boas práticas.<br />
“É preciso estar com a rotação <strong>de</strong> culturas em dia,<br />
cultivares recomendadas, tecnologia <strong>de</strong> aplicação<br />
a<strong>de</strong>quada e solo equilibrado na parte química, física<br />
e biológica. Depois <strong>de</strong> tudo certo, o manejo químico<br />
entra”, explica o engenheiro agrônomo, Carlos<br />
Alberto Della Riva, da <strong>Coamo</strong> em Boa Esperança.<br />
Carlos diz que a maioria dos produtores rurais<br />
pensam em doenças somente quando a soja já<br />
está no florescimento ou enchimento <strong>de</strong> grão. “Temos<br />
que preparar o talhão antecipadamente. Os<br />
restos culturais têm patógeno, e por isso, é preciso<br />
realizar uma série <strong>de</strong> boas práticas. É todo um preparativo<br />
para que tudo dê certo <strong>de</strong>pois.”<br />
Carlos Alberto Della Riva (Goioerê), Bruno Henrique Alves Garcia<br />
(Mamborê), An<strong>de</strong>rson Becker Furlanetto (Santa Maria do Oeste) e<br />
Marcelo Antonio Brocco (Cândido <strong>de</strong> Abreu)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 53
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
Entre as principais doenças da soja, em primeiro<br />
lugar está a ferrugem. “Tivemos um início <strong>de</strong><br />
safra muito chuvoso e com surgimento <strong>de</strong> vários focos<br />
<strong>de</strong> ferrugem, fazendo com o cooperado ficasse<br />
mais atento aos manejos. A ferrugem ainda é a<br />
principal doença da soja, pois quando ela entra na<br />
lavoura o dano é muito gran<strong>de</strong>”, reforça.<br />
Outra doença que vem entrando também<br />
na soja, é a mancha-alvo. “Estamos dando uma gran<strong>de</strong><br />
importância para essa doença, além das <strong>de</strong> final<br />
<strong>de</strong> ciclo que po<strong>de</strong>m afetar diretamente as plantas e<br />
reduzir a produção.”<br />
Com relação as doenças <strong>de</strong> início <strong>de</strong> ciclo, as<br />
principais são: septoriose e cercospora. Novamente,<br />
um dos manejos é a palhada, pois são patógenos<br />
que estão em restos culturais esperando para se<br />
<strong>de</strong>senvolver. “A doença chega até a folha por meio<br />
do vento ou chuva. Esse patógeno espera a umida<strong>de</strong><br />
perfeita e condição climática e acaba evoluindo.<br />
Para evitar essas doenças repito que a palhada é excelente.<br />
A rotação <strong>de</strong> culturas também elimina esses<br />
restos culturais e o manejo químico vem <strong>de</strong>pois”,<br />
orienta o engenheiro agrônomo.<br />
A pesquisadora Cláudia Vieira Godoy, da<br />
Embrapa Soja, alerta que o ano iniciou em alerta.<br />
“A ferrugem começou cedo. Nos monitoramentos,<br />
percebemos em novembro ela bem distribuída e<br />
temíamos uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> ferrugem. Mas, chegou<br />
<strong>de</strong>zembro, as temperaturas aumentaram e a chuva<br />
parou e isso freou a ferrugem e as doenças <strong>de</strong> uma<br />
forma geral. Contudo, o produtor rural precisa estar<br />
sempre atento. Cada ano é um ano, e po<strong>de</strong>ríamos<br />
ter tido uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> ferrugem. “<br />
Cláudia ressalta que esse foi o ano da palhada.<br />
“Foi um ano bem quente e a palhada protegeu o<br />
solo. Nas regiões que se têm um solo bem estruturado<br />
e com bastante palha, a soja sofreu bem menos.”<br />
Portanto, a pesquisadora reforça que o fungicida é a<br />
última ferramenta. “Tudo começa com a escolha da<br />
cultivar correta, um bom manejo <strong>de</strong> solo, bom espaçamento.<br />
Escolher um material com mais resistência a<br />
essas doenças, já vai ajudando o produtor no manejo.”<br />
O pesquisador Maurício Conrado Meyer,<br />
da Embrapa Soja, <strong>de</strong>staca a importância, também,<br />
Cláudia Vieira<br />
Godoy, da<br />
Embrapa Soja<br />
Maurício Conrado<br />
Meyer, da<br />
Embrapa Soja<br />
do mofo branco que gerou preocupação no início<br />
da safra <strong>de</strong>vido à previsão do efeito do El Niño. “As<br />
expectativas não se concretizaram <strong>de</strong>vido às temperaturas<br />
mais altas e à distribuição irregular das chuvas.<br />
Assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que, até o momento, as<br />
doenças não representaram uma gran<strong>de</strong> ameaça.”<br />
Para o planejamento da próxima safra e os<br />
cuidados para manejar com o mofo branco, o pesquisador<br />
ressalta que é essencial o manejo integrado.<br />
“É necessário adotar práticas culturais a<strong>de</strong>quadas.<br />
A presença <strong>de</strong> uma boa cobertura <strong>de</strong> palha <strong>de</strong><br />
gramíneas contribui para a redução da incidência<br />
da doença. A palha atua como uma barreira física,<br />
impedindo a germinação dos escleródios e a dispersão<br />
dos esporos. Associado a essas práticas, os<br />
fungicidas químico e biológicos são importantes ferramentas<br />
para mitigar as perdas por mofo branco”,<br />
comenta.<br />
54 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
Manejo <strong>de</strong> nitrogênio na cultura da soja<br />
O nitrogênio é o elemento que a planta <strong>de</strong><br />
soja mais utiliza para sua produção. O processo <strong>de</strong><br />
fixação biológica <strong>de</strong> nitrogênio é a principal forma<br />
<strong>de</strong> fornecer N para a soja, por meio <strong>de</strong> bactérias específicas<br />
que fixam o N atmosférico e repassam para<br />
a soja. Desta forma <strong>de</strong>ve-se inocular estas bactérias<br />
todos os anos na semente <strong>de</strong> soja ou via sulco <strong>de</strong><br />
aplicação para se obter o benefício. Outro aspecto<br />
importante é sobre a coinoculação, on<strong>de</strong> se utilizam<br />
dois gêneros <strong>de</strong> bactéria para melhorar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das plantas.<br />
De acordo com o engenheiro agrônomo,<br />
José Petruise Ferreira Júnior, da <strong>Coamo</strong> em Campo<br />
Mourão, o nitrogênio é consi<strong>de</strong>rado um nutriente<br />
essencial. “O nitrogênio é um nutriente do qual a<br />
cultura da soja exige em maior quantida<strong>de</strong>. De cada<br />
1000 quilos <strong>de</strong> soja, são necessários 78 a 80 quilos<br />
do nutriente. Isso porque ela é responsável pela clorofila<br />
e faz parte do DNA da planta.”<br />
Muitas vezes a soja é valorizada pelo teor <strong>de</strong><br />
proteína, porque é por meio <strong>de</strong>la que o grão é comercializado.<br />
Cerca <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> todo o nitrogênio que<br />
a cultura da soja precisa, uma parte vem <strong>de</strong> fonte mineral,<br />
que é aquele colocado na fórmula utilizada na<br />
hora da implantação da cultura. E a outra parte vem<br />
da matéria orgânica. “Os 80% que a cultura exige vem<br />
<strong>de</strong> um processo conhecido como fixação biológica <strong>de</strong><br />
nitrogênio (FBN), que é o tema principal da estação,<br />
on<strong>de</strong> explanamos a importância <strong>de</strong> fazer a inoculação”<br />
Segundo Petruise, se fosse necessário utili-<br />
Paulo Ne<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Peres (Manoel Ribas), José Petruise Fereira Junior<br />
(Campo Mourão), André Felipe Petry (Luiziana) e Andrew Akihito Ouchita Gomes<br />
(Quarto Centenário)<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 55
56 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
encontro <strong>de</strong> cooperados<br />
zar na cultura da soja o nitrogênio que ela requer,<br />
resultaria em um custo a mais <strong>de</strong> aproximadamente<br />
R$ 1.755 por hectares. Isso ficaria inviável pelo custo<br />
do fertilizante. “Como buscamos rentabilida<strong>de</strong> ao<br />
cooperado, recomendamos uma tecnologia eficiente,<br />
com custo <strong>de</strong> quatro reais, <strong>de</strong> fazer uma dose por<br />
tratamento <strong>de</strong> cada semente para utilização num<br />
hectare. A fixação biológica do nitrogênio representa,<br />
portanto, cerca <strong>de</strong> 0,23% do custo total.”<br />
O pesquisador Ta<strong>de</strong>u Takeyoshi Inoue, da Universida<strong>de</strong><br />
Estadual <strong>de</strong> Maringá (UEM) reafirma que a<br />
cultura da soja tem uma importância mundial pelo teor<br />
<strong>de</strong> proteína presente nos grãos, que é muito utilizado<br />
para ração animal, e <strong>de</strong>ntre os nutrientes, o nitrogênio<br />
é o elemento mais <strong>de</strong>mandado pela cultura. "Nós observamos<br />
que alguns microrganismos têm a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fixar nitrogênio e fornecer para a planta, a um valor<br />
irrisório, como um mecanismo que a gente chama<br />
<strong>de</strong> simbiose. Isso faz com que o custo do nitrogênio<br />
para produtores ou técnicos, seja quase que gratuito,<br />
viabilizando a cultura mundialmente."<br />
Takeyoshi Inoue,<br />
da UEM<br />
Segundo o pesquisador, apesar dos produtores<br />
saberem da importância da fixação biológica<br />
para a cultura da soja, nem todos usam toda<br />
safra, muitas vezes por dificulda<strong>de</strong>s operacionais.<br />
Mas também, pela rapi<strong>de</strong>z que querem semear<br />
e vão <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado esse manejo. Os eventos<br />
técnicos são <strong>de</strong> suma importância para relembrar<br />
o cooperado <strong>de</strong>ssa ferramenta, fazendo com que o<br />
potencial <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> das culturas seja elevado<br />
a cada ano."<br />
Exposição <strong>de</strong> máquinas, peças e produtos veterinários<br />
Durante o encontro, foi realizada uma exposição <strong>de</strong> máquinas, peças e produtos veterinários, proporcionando aos<br />
cooperados a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer as novas tecnologias disponíveis e que po<strong>de</strong>m ser implementadas e<br />
inseridas no dia a dia. A exposição foi realizada com as empresas parceiras da <strong>Coamo</strong>. Esse trabalho é fundamental<br />
para que a cooperativa possa oferecer aos cooperados as melhores soluções e tecnologias disponíveis no mercado,<br />
contribuindo assim para o aprimoramento do trabalho no campo e o aumento da produtivida<strong>de</strong>.<br />
fevereiro/<strong>2024</strong> revista 57
eceita<br />
58 revista<br />
fevereiro/<strong>2024</strong>
EDUCAÇÃO E INCLUSÃO FINANCEIRA