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Dynamite: Outro pergunta dos fãs. Erich, você<br />

pensa em escrever um livro, trabalhar com teatro,<br />

além da música?<br />

Erich: Na verdade eu tenho um livro que estou<br />

escrevendo, que é meio pretencioso dizer ser um<br />

livro, é um projeto, uma série de textos que eu estou<br />

escrevendo sobre uma nova ordem. Eu penso em<br />

escrever em conjunto com um amigo meu que ele<br />

é magista, ele é satanista e a gente pensa em um<br />

complementar a história do outro, mostrar sempre os<br />

dois pontos com vistas totalmente diferentes, o surrealismo<br />

que é essa nova ordem que se trata nesse<br />

livro. É um projeto que está em andamento, mas eu<br />

não posso virar para você e falar uma data de lançamento,<br />

até porque eu tenho outras prioridades e escrever<br />

um livro demora, é difícil. Eu não sou nenhum<br />

Jack Kerouac, nem um Monteiro Lobato que senta na<br />

escrivaninha e toma um negocinho, é um processo<br />

de construção muito lento, demora.<br />

Dynamite: Agora é com o Joey, fique a vontade<br />

com a sua pergunta.<br />

Joey Vice: Quem teve a ideia inicial de misturar o<br />

metal com o funk?<br />

Erich: Foi eu.<br />

Joey Vice: Parabéns cara, ficou foda.<br />

Erich: Que bom que você gostou. Foi uma ideia minha,<br />

eu tenho irmãos mais velhos e eles ouviam o funk.<br />

Quem era do rock na família era eu. Então, bem ou<br />

mal, eu cresci ouvindo sempre isso, sempre esteve<br />

próximo. Então eu não tenho nenhum preconceito<br />

com essa música, pelo contrário. Tive bons momentos<br />

da minha vida ouvindo, tanto o funk, quanto o rock,<br />

como diversos outros gêneros, mas eu achei que seria<br />

extremamente original essa miscigenação musical, eu<br />

imaginei que seria uma coisa quase que inédita, uma<br />

mata virgem, Colombo chegando à América. Uma coisa<br />

assim que de fato se você parar para pensar, na música<br />

tudo já foi feito, inclusive o funk com o rock, tem bandas<br />

aí como Comunidade Nin-jitsu, Defalla, Tihuana,<br />

a galera já tinha feito isso, mas geralmente com um<br />

30<br />

formato que era aquela coisa de pegar a guitarra e dobrar<br />

a batida do funk. No caso do “Montagem” a gente<br />

fez uma coisa que lembra mais um fusion, uma fusão<br />

dos ritmos e não ficou uma coisa de humor, geralmente<br />

quando você faz essa mistura já cai na coisa do humor.<br />

A Maldita não, a gente fez uma coisa mais, eu diria<br />

modesta parte, sofisticada e foi essa ideia cara. Fizemos<br />

porque a arte não tem limite, a gente achou que ia<br />

ficar legal, a gente é muito idiossincrático com o nosso<br />

som, então a gente simplesmente olhou e falou ‘cara, é<br />

bom, vamos fazer’, e decidiu e fez.<br />

Joey Vice: Porque não existe só música certa ou errada,<br />

existe música boa. Se a música é boa, é boa, não<br />

importa o estilo.<br />

Dynamite: Mais alguma pergunta Joey?<br />

Joey Vice: Sim, o que vocês acham das bandas nacionais<br />

hoje em dia? Vocês acham que eles têm proposta<br />

boa para fazer ou são um bando de bundões?<br />

Erich: Bundão é Carla Peres né, você falou de bundão<br />

já veio os anos 90, bundão, Nirvana, já fui lá para<br />

1994, vi o Bebeto fazendo assim (fez o gesto com as<br />

mãos do gol na Copa), eu vi o grupo É o Tchan (risos).<br />

Mas voltando para o presente, já que a sua pergunta<br />

é sobre o presente específico, eu acho que o rock no<br />

Brasil está um pouco confuso no momento, porque<br />

tem uma série de bandas aí, que eu não estou aqui<br />

para julgar, embora eu seja um contra ponto a elas,<br />

que são essas emos e Fresnos, o pessoal diz que isso<br />

é rock, dizem que o Restart é rock, se isso for rock eu<br />

acho que está bem confuso, está meio perdido no momento.<br />

A gente teve coisas muito boas nos anos 90,<br />

teve os Titãs lançando discos da pesada, eu lembro<br />

que ia nos shows pequeno e ficava horrorizado.<br />

Dynamite: Como o “Titanomaquia”.<br />

Erich: Sim, o Titanomaquia, maravilhoso, inclusive<br />

a Maldita fez um cover do disco no “Nero”, Raimundos<br />

que vinha muito bem, o Planet Hemp quando<br />

começou misturando a coisa do rap com o rock, mas<br />

no momento atual eu acho que é um pouco confuso,<br />

eu acho que as bandas que a gente tem aqui de<br />

expoentes que são o Krisiun, o Korzus.<br />

Dynamite: O Claustrofobia também, a gente tem<br />

uma galera da pesada.<br />

Erich: A gente tem, mas não está em evidencia, assim<br />

como a Maldita, acaba ficando um nicho um pouco<br />

mais underground, é para quem busca. Nesse sentido<br />

eu acho que a gente tem o rock, não é um movimento<br />

de muito exponencial, mas nós temos. Se o rock for<br />

o que estão dizendo aí, que é o Restart, a galera que<br />

pinta a unha de preto e faz uma tatuagem, toca três<br />

acordes e fala que é rock, aí eu acho que é como<br />

você falou ‘um bando de bundão’ mesmo, infelizmente<br />

porque isso que as gravadoras estão comprando, é<br />

isso que o público da internet está consumindo, mas<br />

enfim, estamos aí para tentar mudar isso. M<br />

Novembro-Dezembro/2012

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