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algumas faixas, que seja – como este que marca o retorno<br />

do Soundgarden?<br />

O já tiozão grunge agora vai cair na estrada, para promover<br />

o álbum. Eles seriam um dos headliners do festival SWU<br />

deste ano. Desistiram de vir para cuidar do lançamento<br />

de “King Animal” – e sua desistência, pasmem, provocou<br />

o cancelamento do SWU, que já estava com dificuldades<br />

para montar seu line de 2012. Sem problema: fica a torcida<br />

para que o velho Jardim Sonoro passe por aqui em 2013. E<br />

também fica o desejo de que as medíocres bandas de hoje<br />

ouçam o disco e aprendam algo que valha à pena com o<br />

experiente e ainda muito bom Soundgarden.<br />

taMe iMPala<br />

lonerism<br />

(Modular recordings)<br />

Por: humberto Finatti<br />

MMMMM<br />

Grupo ainda relativamente<br />

novo (foi formado em 2007,<br />

na cidade australiana de<br />

Perth) e pouco conhecido no<br />

Brasil (onde andou tocando, em<br />

Sampa) o quarteto Tame Impala mostra com o seu segundo<br />

álbum de estúdio, “Lonerism” (que foi lançado lá fora no<br />

último dia 5 de outubro e não tem previsão de ganhar uma<br />

edição nacional), que o rock’n’roll planetário do novo milênio<br />

ainda tem momentos de brilhantismo e qualidade, em meio<br />

a lixos mainstream.<br />

Zap’n’roll gosta muito do TI. Achou bacana a estreia da<br />

banda em “Innerspeaker” (editado em 2010) e onde o conjunto<br />

formado pelo vocalista e guitarrista Kevin Parker, pelo<br />

também guitarrista Dominic Simper, pelo baixista Nick Allbrook<br />

e pelo baterista Jay Watson centrava sua sonoridade<br />

em um mix de hard rock psicodélico e ambiências garageiras<br />

setentistas. Foi uma estreia promissora e que recebeu<br />

muitos elogios da rock press gringa, embora o CD não tenha<br />

sido nenhum estouro de vendas.<br />

A banda correu o mundo tocando em grandes festivais e<br />

se apresentando até por aqui, como dito acima. E entre um<br />

show e outro foi burilando pacientemente o material que<br />

seria gravado para o seu segundo disco de estúdio. Pois<br />

“Lonerism” amplia o conceito estético e sonoro mostrado<br />

pelo conjunto em sua estreia, e mergulha ainda mais fundo<br />

em direção à psicodelia e a chapação sônica. Longe de ser<br />

um disco “fácil” ou “radiofônico” em suas canções, envolve<br />

o ouvinte e derrete seus miolos com camadas e camadas<br />

de delírios sonoros construídos por guitarras embebidas em<br />

pedais fuzz, teclados com timbragem vintage e paisagens<br />

melódicas que desvelam mundos oníricos.<br />

Em um tempo onde tudo é muito veloz e voraz, “Lonerism”<br />

já foi bem esmiuçado por blogs e sites especializados em<br />

cultura pop na web brasuca. Estas linhas zappers preferiram<br />

esperar passar o oba-oba em torno do lançamento do álbum<br />

(e também em torno da pequena tour que o grupo fez no<br />

Brasil), para se deter melhor na audição do dito cujo. Pois<br />

o álbum roda quase sem parar há dois dias no notebook<br />

onde este blog é escrito semanalmente. E a cada audição<br />

o autor destas linhas online fica maravilhado (e chapado)<br />

com um trabalho que enfeixa momentos de intensa “viagem”<br />

sensorial, seja em uma faixa instrumental e bordada apenas<br />

com efeitos de teclados e percussão (“Nothing That Has<br />

Happened So Far Has Been Anything We Could Control”),<br />

seja em momentos onde a melodia surge menos complexa<br />

e mais acessível ao ouvinte (“Endors Toi” e “Apocalypse<br />

Dreams”, esta belíssima em seus eflúvios de power pop sixtie),<br />

seja no regate novamente de nuances hard/psicodélicas<br />

(“Mind Mischief”), seja na placidez e no bucolismo pastoral<br />

da lindíssima “Feels Like We Only Go Backwards”. Isso<br />

sem contar o escândalo que é a psicodelia melódica com<br />

guitarras mezzo saturadas em “Elephant”, o primeiro e nada<br />

radiofônico single do álbum, mas já com clipe promocional<br />

rodando à toda no YouTube.<br />

Há quem já considere Kevin Parker como um pequeno<br />

gênio loki do rock dos anos 2000. Pode ser. Sua mente algo<br />

difusa e certamente turbinada por chapações de maconha e<br />

ácido conferem às músicas do Tame Impala um delicioso sabor<br />

de psicodelismo à la anos 60’, como quase não se ouve<br />

mais no rock atual, poluído e infestado por lixos como Muse<br />

e que ainda por cima dominam as paradas de discos. Pois<br />

este “Lonerism” reafirma o TI como um dos grandes nomes<br />

do rock’n’roll de agora – e já é mais um título para o blog<br />

incluir em sua lista dos melhores de 2012. É som para ouvir<br />

em São Thomé Das Letras, ao pé da casa da Pirâmide,<br />

tomando um bom vinho, fumando uma ótima marijuana<br />

e contemplando a belíssima paisagem pastoral do lugar,<br />

enquanto se espera a chegada de algum disco voador que<br />

nos leve pra bem longe da idiotia que se instalou na música<br />

pop atual.<br />

Novembro-Dezembro/2012

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