7520-Revista V.7-n.3.indd - CLINICA DE ESTOMATOLOGIA ...
7520-Revista V.7-n.3.indd - CLINICA DE ESTOMATOLOGIA ...
7520-Revista V.7-n.3.indd - CLINICA DE ESTOMATOLOGIA ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Lanza MDS Vieira ACB Seraidarian PI Jansen WC Lanza MD<br />
418<br />
Introdução<br />
O advento dos implantes de titânio promoveu uma<br />
modalidade de tratamento com alto grau de aplicabilidade<br />
a variadas situações clínicas 1 . Embora o protocolo original<br />
fosse inicialmente destinado ao tratamento de pacientes<br />
edêntulos totais, surgiu a necessidade de extrapolar as<br />
alternativas de tratamento com implantes osseointegrados<br />
para pacientes parcialmente edêntulos.<br />
Em uma revisão dos princípios e aplicações clínicas<br />
das várias possibilidades de edentulismo parcial, com<br />
necessidade de reabilitações, que continham união dente/<br />
dente e dente/implante em diversas situações de esplintagem,<br />
observou-se um aumento do estresse peri-implantar<br />
associado à conexão dente/implante 2 .<br />
Porém, as razões para união entre dentes e implantes<br />
estariam fundamentadas diante de áreas anatômicas limitantes<br />
à colocação de implantes, tais como proximidade do<br />
nervo alveolar e altura óssea insufi ciente 3 . Adicionalmente,<br />
a distribuição dos dentes no arco pode induzir a adoção de<br />
próteses implantodentossuportadas 2 . As próteses fi xas dentoimplantossuportadas<br />
ideais são aquelas onde o espaço é<br />
pequeno, incluindo apenas um dente e um implante com<br />
possibilidade de no máximo dois pônticos 4 .<br />
A possibilidade de conectar implantes a dentes em<br />
próteses fi xas, com prognóstico favorável, foi estudada 2,5-8<br />
e concluiu-se que a união dente/implante não infl uencia<br />
negativamente o osso marginal e tecidos moles, não sendo<br />
possível demonstrar qualquer risco maior de defi ciência para<br />
próteses fi xas implantodentossuportadas, comparadas com<br />
próteses implantossuportadas, sendo bem aceito, principalmente,<br />
em situação fi nanceira desfavorável de pacientes<br />
e nos casos em que não é possível a colocação do número<br />
ideal de implantes.<br />
Entretanto, a conexão de dentes naturais e implantes<br />
osseointegrados em prótese rígida gerou preocupação e publicações,<br />
com estudo e diretrizes, para ambos os extremos.<br />
Do ponto de vista biomecânico, existe uma diferença signifi -<br />
cativa na absorção e distribuição de força em dentes naturais<br />
e implantes, porque nas próteses dentossuportadas há um<br />
sistema de amortecimento promovendo um micromovimento<br />
de 0,1 a 0,3 mm, devido a presença do ligamento periodontal,<br />
sendo que esta carga será transmitida para o terço apical da<br />
raiz e ao osso. Nos implantes, devido ao parafuso de ouro<br />
e ao abutment, a tensão resultante é concentrada na crista<br />
óssea e não ao longo do comprimento do implante. Sendo<br />
assim, esta diferente dissipação de força pode causar um<br />
braço de alavanca, que depende do comprimento do pôntico<br />
produzindo torque no implante, com afrouxamento ou<br />
fratura do parafuso de retenção 9 .<br />
Tem sido proposto pela literatura que a junção aparafusada<br />
no sistema Brånemark é submetida no momento<br />
de fl exão, ocorrendo a inclinação do parafuso de ouro em<br />
REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(3):417-23<br />
relação ao abutment e do abutment em relação ao implante.<br />
O movimento das próteses parciais fi xas dentoimplantossuportadas<br />
compensariam estas diferenças na mobilidade<br />
vertical de dente saudável e implante 3,9-10 . Vários estudos têm<br />
relatado a respeito dos percentuais de falhas nas próteses<br />
fi xas que unem dentes e implantes 7-8,11 . Podemos verifi car<br />
que a maioria das publicações desta modalidade de tratamento<br />
se refere a implantes com sistema de retenção do tipo<br />
hexágono externo que, por apresentar altura de 0,7 mm tem<br />
baixa estabilidade mecânica 12 , permitindo movimentação de<br />
toda as estruturas associadas a este implante, produzindo<br />
microgaps na região da plataforma do implante onde se<br />
concentra maior tensão 13 .<br />
Para minimizar este efeito, tem-se sugerido a utilização<br />
das conexões semirrígidas, levando em consideração que<br />
este tipo de conexão pode ser mais efi ciente em termos de<br />
compensar a diferença de mobilidade entre os pilares 14 .<br />
Todavia, outros autores relatam que as conexões semirrígidas<br />
raramente estão indicadas em prótese fi xa unilateral<br />
15 . Este tipo de conexão não melhora a distribuição<br />
de estresse entre os pilares, sendo causadora de migração<br />
de dentes naturais 10,14,16 .<br />
Quando o osso adjacente a um dente não puder ser<br />
enxertado para colocação de implantes, uma das opções<br />
seria inserir um implante mais distal e confeccionar<br />
uma prótese parcial fi xa que conecte um implante a um<br />
dente sem mobilidade; outra alternativa, seria melhorar<br />
a distribuição do estresse pela esplintagem de implantes<br />
ou colocação de pilares naturais adicionais 17-18 , porém,<br />
esta alternativa é questionada por alguns autores 10,19 que<br />
alegam a possibilidade de se formar um efeito cantiléver<br />
na prótese.<br />
Proposição<br />
Este estudo tem por objetivo avaliar, por meio de testes<br />
de Elemento Finito, a geração de tensões em uma prótese<br />
fi xa implantodentossuportada com conexão rígida, variando<br />
o número de dentes e implantes como pilares.<br />
Material e Métodos<br />
Nos últimos anos, o Método dos Elementos Finitos<br />
(MEF), aplicado à Biomecânica, está se tornando uma<br />
ferramenta útil. Extremamente utilizado para avaliar, numericamente,<br />
tensões e deformações associadas ao comportamento<br />
mecânico dos biomateriais e tecidos humanos 20 .<br />
Neste trabalho, o programa Ansys Revisão 5.7 (Ansys Inc)<br />
foi utilizado para desenvolver a modelagem tridimensional<br />
do segmento posterior de uma maxila, composta por dois<br />
implantes e um dente (modelo 1) e dois dentes e um implante<br />
(modelo 2) unidos através de um pôntico com conexão<br />
rígida (Figuras 1 e 2).