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Jornal Paraná Janeiro 2019

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OPINIÃO<br />

Ano de mudanças e desafios<br />

Nosso objetivo, com todo empenho e dedicação possíveis, será na continuidade do RenovaBio<br />

Miguel Rubens Tranin (*)<br />

OBrasil teve um 2018<br />

bastante intenso, sob<br />

todos os aspectos,<br />

com quebras de paradigmas,<br />

que se completou com<br />

uma eleição histórica para presidente.<br />

A população assistiu,<br />

estupefata, aos acontecimentos<br />

ao longo dos últimos anos, que<br />

culminaram com mudanças e<br />

levaram a uma grande reflexão.<br />

No resultado das urnas, observou-se<br />

o quanto a população<br />

participou desse processo, exigindo<br />

uma nova realidade.<br />

Escândalos sem fim, prisões,<br />

delações. Em um país que se<br />

acostumou ao descaso e à impunidade,<br />

com favorecimentos<br />

e benesses aos mais poderosos,<br />

quase ninguém poderia<br />

imaginar que empresários detentores<br />

de impérios fortemente<br />

ligados ao poder, e até mesmo<br />

um ex-presidente da República,<br />

pudessem acabar na cadeia.<br />

O esgotamento com o modelo<br />

político produziu uma previsível<br />

substancial renovação na representação<br />

parlamentar. Nada menos<br />

que 85% do Senado foram<br />

substituídos, enquanto na Câmara<br />

o percentual chegou à metade.<br />

Mas até que isto acontecesse,<br />

travou-se uma verdadeira<br />

batalha nas ruas e nas<br />

redes sociais, marcada por uma<br />

enxurrada de falácias e ideologias<br />

que, infelizmente, dividiram<br />

a sociedade e mostraram quanto<br />

trabalho temos pela frente para<br />

reordenar os caminhos do<br />

país e retomar o desenvolvimento,<br />

gerando oportunidades<br />

para todos que desejam um<br />

Brasil progressista, mais justo,<br />

em paz, com segurança jurídica,<br />

respeito entre os seus cidadãos<br />

e com importante espaço a<br />

ocupar no cenário global. Que<br />

Deus ilumine a todos nós na correção<br />

desse processo.<br />

Graças a alguns setores, como<br />

o agronegócio e a mineração, a<br />

economia se manteve em 2018<br />

com pilares mais sólidos, contribuindo<br />

de maneira decisiva<br />

para a recuperação, que vai exigir<br />

ainda muito esforço e determinação<br />

dos governantes, agora<br />

fiscalizados passo a passo<br />

por uma população mais informada<br />

e interessada em participar,<br />

que exige o fim da corrupção<br />

e da roubalheira.<br />

O agronegócio, embora ainda<br />

de certa forma incompreendido<br />

por parte da sociedade, tem<br />

cumprido seu papel com muita<br />

desenvoltura, gerando riquezas,<br />

investimentos e inúmeros postos<br />

de trabalho nas regiões produtoras,<br />

conquistando novos<br />

mercados e acelerando exportações<br />

que possibilitam o superávit<br />

na balança comercial. Difícil<br />

pensar como seria o país sem a<br />

participação dos empresários<br />

rurais, mas vale ressaltar: a<br />

energia renovável precisa, ainda,<br />

ser alçada entre as prioridades<br />

no novo governo e tem havido,<br />

por parte do setor, uma mobilização<br />

incisiva para demonstrar<br />

o quanto isto é estratégico.<br />

A partir de agora, o nosso objetivo,<br />

com todo o empenho e dedicação<br />

possíveis, será na continuidade<br />

do RenovaBio, programa<br />

único que conseguiu unir<br />

os segmentos relacionados à<br />

energia renovável (etanol, biodiesel,<br />

biomassa e biogás). Este<br />

deve ser, sem dúvida, o primeiro<br />

Não podemos prescindir de uma linha<br />

de crédito como o Prorrenova, mas<br />

permanente e voltada à renovação<br />

e implantação de novas lavouras<br />

item em nossa agenda.<br />

Outra demanda que exige urgência<br />

é quanto à equalização,<br />

via Confaz, das alíquotas de<br />

ICMS entre os Estados, batalha<br />

antiga. É necessário haver uma<br />

diferenciação tributária entre<br />

combustível renovável e o combustível<br />

de origem fóssil, reconhecendo<br />

os benefícios socioeconômicos,<br />

ambientais e à saúde.<br />

Por suas vantagens e benefícios,<br />

é indiscutível que etanol e<br />

biodiesel precisam ter prioridade<br />

frente à gasolina e ao diesel.<br />

Ao mesmo tempo, as sérias dificuldades<br />

pelas quais o setor de<br />

bioenergia vem passando em<br />

função da adoção, nos últimos<br />

anos, de políticas públicas deletérias,<br />

deve merecer a atenção<br />

governamental. Via BNDES, se<br />

faz indispensável estruturar uma<br />

linha de crédito de refinanciamento,<br />

como o PESA (Plano de<br />

Estruturação e Saneamento de<br />

Ativos), repactuando-se o endividamento<br />

das companhias, visto<br />

que o mesmo foi causado por<br />

políticas públicas equivocadas e<br />

seus efeitos nocivos.<br />

Não podemos prescindir, ainda,<br />

de uma linha de crédito a exemplo<br />

do Prorrenova, mas que seja<br />

permanente e voltada à renovação<br />

e implantação de novas lavouras<br />

para fazer frente à demanda<br />

de crescimento por biocombustíveis.<br />

Em relação à indústria automobilística,<br />

é importante a continuidade<br />

de estímulo à pesquisa e<br />

ao desenvolvimento de novas<br />

tecnologias, como o Inovar-<br />

Auto, buscando aprimorar o desempenho<br />

dos motores flex e<br />

dos veículos híbridos flex e à célula<br />

de combustível.<br />

E que não se coloque em segundo<br />

plano os necessários<br />

recursos para adequação industrial,<br />

em especial quanto à<br />

maior eficiência no aproveitamento<br />

da biomassa, bagaço e<br />

palha para cogeração de energia<br />

elétrica renovável, sem a<br />

qual não haverá disponibilidade<br />

rápida de energia para o crescimento<br />

nacional.<br />

Temos que aproveitar a grande<br />

oportunidade que se apresenta<br />

com a produção de etanol de<br />

milho, em modelos adequados<br />

a cada região. No <strong>Paraná</strong>, poderia<br />

acontecer em paralelo à produção<br />

de etanol de cana, assegurando<br />

maior competitividade<br />

de produção e subprodutos de<br />

valor agregado, suprindo a demanda<br />

protéica nas regiões.<br />

(*) Presidente da Alcopar<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


PERSPECTIVAS<br />

Especialistas apostam em mercado<br />

de açúcar mais equilibrado<br />

Houve queda na produção de importantes países produtores - na Ásia e<br />

no Brasil -, e o consumo mundial está crescendo, ainda que em ritmo menor<br />

Produtores brasileiros<br />

de açúcar e etanol,<br />

além de especialistas<br />

de mercado disseram<br />

em evento recente da Datagro<br />

que as perspectivas para o<br />

setor estão gradualmente melhorando,<br />

e apostam em um<br />

mercado de açúcar mais equilibrado<br />

em <strong>2019</strong>, com uma ligeira<br />

tendência de déficit na<br />

produção mundial, devido a<br />

previsões de queda na produção<br />

de importantes países<br />

produtores - especialmente na<br />

Ásia -, além da redução no<br />

Brasil, e o consumo mundial<br />

está crescendo, ainda que em<br />

ritmo menor.<br />

Segundo estimativa da Datagro,<br />

o mundo deverá registrar<br />

um déficit de cerca de 710 mil<br />

toneladas de açúcar na safra<br />

2018/19, após excedente de<br />

8,35 milhões em 2017/18. A<br />

consultoria previa anteriormente<br />

um superávit de 3,68<br />

milhões de toneladas para o<br />

ciclo vigente. Clima e preços<br />

ainda depreciados para o açúcar<br />

devem impactar negativamente<br />

a produção global como<br />

um todo.<br />

“O que motiva essa perspectiva<br />

é fundamentalmente as revisões<br />

da safra 2018/19 e as<br />

perspectivas para <strong>2019</strong>/20<br />

para o Centro-Sul do Brasil e<br />

também as estimativas para<br />

Índia, Tailândia, União Europeia,<br />

Rússia, Estados Unidos<br />

e outras geografias”, afirmou<br />

o presidente da Datagro, Plinio<br />

Nastari.<br />

A consultoria revisou levemente<br />

suas projeções de produção<br />

no Centro-Sul do Brasil,<br />

principal região produtora de<br />

cana do mundo, considerando<br />

agora um mix ainda mais alcooleiro.<br />

As usinas do Centro-<br />

Sul devem fabricar 27,29<br />

milhões de toneladas de açúcar<br />

e 30,50 bilhões de litros de<br />

etanol, ante 27,93 milhões de<br />

toneladas e 30,10 bilhões de<br />

litros, respectivamente, em<br />

projeção de agosto. Também,<br />

recentemente, surgiram indicações<br />

de que a safra da Índia,<br />

que deve superar o Brasil<br />

na produção de açúcar em<br />

2018/19, será menor que o<br />

previsto, devido a uma infestação<br />

por larvas nos canaviais.<br />

No passado, nós éramos<br />

líderes neste setor e<br />

certamente iremos retomar<br />

a posição de liderança.”<br />

Jair Bolsonaro<br />

A produção de açúcar na temporada<br />

<strong>2019</strong>/20 no Brasil depende,<br />

ainda, de muitos fatores,<br />

especialmente em relação<br />

ao preço do petróleo, que<br />

influencia diretamente o do<br />

etanol e, consequentemente, o<br />

mix de produção das usinas.<br />

Os fundamentos do mercado<br />

apontam para tendência de alta<br />

nos preços do petróleo, o<br />

que pode endereçar uma<br />

maior produção de etanol no<br />

mercado doméstico, reduzindo<br />

a de açúcar.<br />

O mercado tem apostado<br />

ainda no RenovaBio e que o<br />

O mundo deverá registrar um déficit de cerca de<br />

710 mil toneladas de açúcar na safra 2018/19<br />

apoio prometido pelo presidente<br />

eleito ao setor possa<br />

eventualmente levar a um<br />

maior consumo de combustível,<br />

sustentando a demanda<br />

de etanol e forçando os consumidores<br />

mundiais de açúcar<br />

a pagar mais pelo adoçante<br />

brasileiro.<br />

Jair Bolsonaro (PSL) disse recentemente<br />

que apoiará a indústria<br />

de etanol brasileira e se<br />

comprometeu a ser um parceiro<br />

do setor de biocombustíveis.<br />

Em vídeo durante o<br />

evento da Datagro, afirmou<br />

que ele gostaria de ver o Brasil<br />

retomar a liderança global na<br />

produção de etanol, que foi<br />

perdida para os Estados Unidos<br />

há anos.<br />

“No passado, nós éramos líderes<br />

neste setor e certamente<br />

iremos retomar a<br />

posição de liderança”, comentou.<br />

Essa indústria “é<br />

muito importante. Ela reduz<br />

as emissões de carbono e,<br />

explorando algo que é nosso,<br />

fornece energia para o<br />

Brasil. Vocês podem contar<br />

conosco, nós somos parceiros<br />

neste assunto”, complementou.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


PERSPECTIVAS<br />

A espera de tempos mais verdes<br />

Por Eduardo Lambiasi, diretor Corporativo do Grupo Maringá,<br />

Holding controladora da Usina Jacarezinho<br />

Aexpectativa de que<br />

2018 seria o ano em<br />

que o mercado sucroenergético<br />

brasileiro<br />

se despediria da crise de preços,<br />

não se cumpriu tão bem<br />

quanto esperado. O ano exigiu<br />

jogo de cintura das usinas.<br />

Contrariando o cenário de continuidade<br />

da priorização de açúcar<br />

no mix de produção, o<br />

Centro-Sul virou a chave para o<br />

etanol, com 30 bilhões de litros<br />

produzidos, em contrapartida à<br />

redução na produção de açúcar<br />

para 26 milhões de toneladas,<br />

10 milhões abaixo de 2017.<br />

A razão para tamanha virada foi<br />

o grande excedente de açúcar<br />

na safra 2017/18 no hemisfério<br />

norte, derrubando o preço a patamares<br />

muito baixos, rondando<br />

10 cents por libra peso<br />

em alguns momentos do ano,<br />

além da alta do petróleo, que repercutiu<br />

no preço da gasolina<br />

no Brasil. Esse cenário estimulou<br />

o consumidor brasileiro a<br />

utilizar o biocombustível, com<br />

nível recorde de demanda.<br />

Fica cada vez mais clara a importância<br />

do etanol na matriz<br />

energética nacional, que é a<br />

melhor solução que o país oferece<br />

para o enfrentamento de<br />

um tema fundamental, que é a<br />

necessidade urgente de lidarmos<br />

de maneira mais responsável<br />

com o meio ambiente.<br />

A propósito, espera-se que o<br />

RenovaBio, cujo ciclo de implementação<br />

deve ir até o final de<br />

<strong>2019</strong>, impulsione os investimentos<br />

no setor, pois trás, em<br />

seu arcabouço, o reconhecimento<br />

das externalidades positivas<br />

que o etanol oferece ao<br />

meio ambiente, ao compararmos,<br />

principalmente, com os<br />

combustíveis fósseis.<br />

Nesse mundo de commodities,<br />

o jogo nunca está ganho.<br />

Só sobrevivem as empresas<br />

que buscam incessantemente<br />

melhorar a produtividade.<br />

Em relação à Usina Jacarezinho,<br />

posso dizer que conseguimos<br />

nos adaptar bem ao<br />

cenário de 2018 e virarmos o<br />

mix para o etanol, que representou<br />

60% da produção. Entendemos<br />

que a flexibilidade é<br />

um fator importante de competitividade<br />

para as empresas do<br />

setor.<br />

Vale também destacar nossa<br />

evolução na produção de açúcar<br />

branco, cuja produção foi<br />

de 40 mil toneladas, com destaque<br />

para uma grande conquista<br />

que tivemos, que foi a<br />

certificação FSSC 22000, de<br />

segurança de alimentos.<br />

Somos a única usina cooperada<br />

da Copersucar no estado<br />

do <strong>Paraná</strong> a produzir o açúcar<br />

branco, o que amplia o nosso<br />

leque em relação aos clientes<br />

da indústria alimentícia do Sul<br />

do país.<br />

O cenário para <strong>2019</strong> ainda encontra-se<br />

indefinido, a princípio<br />

ainda com uma tendência mais<br />

alcooleira, mas ainda dependendo<br />

do comportamento do<br />

petróleo e câmbio. Espera-se<br />

também diminuição significativa<br />

do superávit mundial na<br />

safra 2018/19 do hemisfério<br />

norte, ou, quem sabe, até eliminação<br />

deste superávit, o que<br />

deve repercutir positivamente<br />

no preço do açúcar. A Usina já<br />

Diretor destacou conquista pela usina de certificação<br />

FSSC 22000, de segurança de alimentos<br />

fixou o preço de parte de sua<br />

produção da próxima safra, em<br />

patamares acima da safra atual,<br />

que indica uma melhor rentabilidade.<br />

Nesse mundo de commodities,<br />

o jogo nunca está ganho. Só<br />

sobrevivem as empresas que<br />

buscam incessantemente melhorar<br />

a produtividade. No nosso<br />

caso, com destaque para as<br />

práticas agrícolas, que vêm<br />

melhorando a cada ano, as práticas<br />

industriais, com flexibilidade<br />

e riqueza do mix de produção,<br />

o uso intensivo de tecnologia<br />

e a melhoria contínua<br />

dos processos, mantras empresariais<br />

óbvios, porém muitas<br />

vezes negligenciados pelas organizações.<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


ECONOMIA<br />

Novo governo terá grandes desafios<br />

Tem muito investimento em compasso de espera para ver se reformas<br />

ocorrerão e se haverá governabilidade, afirmou o consultor Juan Jensen<br />

Ainda há muitas incertezas<br />

e os cenários<br />

econômico e político<br />

estão atrelados, dependendo<br />

da definição da equipe<br />

do presidente eleito Jair Bolsonaro<br />

e da postura que este<br />

assumirá, segundo o consultor<br />

Juan Jensen, doutor em teoria<br />

da economia pela USP. “Tem<br />

muito investimento em compasso<br />

de espera para ver se reformas<br />

ocorrerão e se haverá<br />

governabilidade. O agronegócio<br />

é o destaque positivo no<br />

ano que vem com uma safra<br />

maior o que deve ajudar no<br />

processo de recuperação”,<br />

afirmou.<br />

O consultor apontou que as<br />

medidas econômicas ainda<br />

estão em gestação e são ainda<br />

pouco claras, tanto em relação<br />

à reforma da previdência quanto<br />

à reforma tributária. “Mas a<br />

equipe de transição é de qualidade<br />

e deve em breve apresentar<br />

detalhamento das medidas.<br />

O mercado está otimista confiando<br />

porque tem figuras de<br />

respeito e com conhecimento,<br />

o que deve resultar em um<br />

bom programa. Os primeiros<br />

discursos do presidente eleito<br />

foram bons, mais ponderados,<br />

defendendo a constituição e a<br />

democracia. Mas a agenda liberal<br />

é coisa mais recente, não<br />

se sabe até onde vai”, afirmou.<br />

O grande temor é quanto à governabilidade,<br />

destacou Jensen.<br />

O futuro presidente terá que<br />

fazer alianças, formar uma base<br />

ampla, o que não será fácil<br />

diante da escolha de governar<br />

em cima de ideias e não de cargos<br />

“mas provavelmente terá<br />

elevada governabilidade, sobretudo<br />

nos primeiros meses”.<br />

A fragmentação aumentou nas<br />

duas casas do Congresso Nacional,<br />

fazendo com que governar<br />

seja um exercício de negociação<br />

ainda mais difícil,<br />

afirmou o consultor. O PSL,<br />

partido de Bolsonaro, fez 52<br />

deputados e 4 senados sendo<br />

a segunda maior bancada da<br />

Câmara, e com a Cláusula de<br />

Barrera e a migração dos eleitos,<br />

deve se tornar o maior partido.<br />

Mas há 30 partidos representados<br />

na distribuição de<br />

cadeiras na Câmara dos Deputados<br />

e 21 no Senado. A renovação<br />

do Congresso foi elevada,<br />

bem maior do que a expectativa.<br />

A possibilidade de as reformas<br />

previdenciária e tributária serem<br />

votadas ainda no governo<br />

Temer é muito baixa, por conta<br />

da intervenção no Rio de <strong>Janeiro</strong>.<br />

“O novo Congresso é<br />

ainda mais conservador que o<br />

atual, sobretudo nos costumes,<br />

o que não significa necessariamente<br />

uma agenda<br />

mais liberal na economia. E a<br />

tentativa de reduzir o número<br />

de ministérios não combina<br />

com a pulverização no Congresso.<br />

Além disso, ministérios<br />

fundidos geram polêmica e superministros.<br />

Se forem demitidos<br />

podem gerar crises”, alertou<br />

Jensen.<br />

Dentre os possíveis cenários, o<br />

consultor disse que o mais<br />

provável é que as restrições e<br />

articulações políticas ruins não<br />

permitam que Bolsonaro implante<br />

toda agenda reformista.<br />

Com isso, a contingência fiscal<br />

deve demorar 6 anos para obter<br />

equilíbrio fiscal primário, o<br />

ajuste das contas públicas será<br />

gradual e recuperação econômica<br />

seguirá lenta, perto de 2%<br />

ao ano. Se a agenda reformista<br />

ficar mais próxima do proposto<br />

pela equipe econômica, a recuperação<br />

acelera em média<br />

Para economista, agronegócio é destaque e deve ajudar no processo de recuperação<br />

3,6% entre <strong>2019</strong>/22, podendo<br />

chegar a 5%. Caso Bolsonaro<br />

abandone a agenda reformista<br />

e a resolução do desequilíbrio<br />

fiscal, com emissão monetária,<br />

o crescimento cairá 1% entre<br />

<strong>2019</strong>/22 e inflação subirá<br />

15,7% em 2022.<br />

Dentre os muitos desafios deixados<br />

para o próximo presidente,<br />

o consultor destacou<br />

como principal o cumprimento<br />

do teto dos gastos, o que classifica<br />

como muito difícil, dado<br />

que não haverá espaço para<br />

cortes fáceis. “A única saída é<br />

negociar junto ao Congresso<br />

uma flexibilização do teto, porém<br />

para tal mudança terá que<br />

sinalizar austeridade junto ao<br />

mercado, aprovando, inclusive,<br />

uma reforma da previdência<br />

mais dura”, destacou.<br />

O principal problema, acrescentou,<br />

é o déficit público, que<br />

está longe de ser resolvido. A<br />

dívida pública representa 77%<br />

do PIB e o ajuste fiscal gradual<br />

faz com que equilíbrio primário<br />

seja alcançado apenas em<br />

2024 e que a relação dívida/PIB<br />

suba ao longo da próxima década<br />

para perto de 100% do<br />

PIB. “Sem uma reforma ampla<br />

da Previdência, não se resolve<br />

o problema, já que 45% da<br />

renda vão para a Previdência e<br />

o percentual cresce 6% ao ano<br />

com o envelhecimento da população<br />

e atuais regras de aposentadoria.<br />

Principal teste do<br />

governo será aprovar uma reforma<br />

grande”, ressaltou.<br />

A meta de déficit primário para<br />

2018 é de R$ 159 bilhões,<br />

porém, o teto de gastos deve<br />

fazer com que o governo obtenha<br />

resultado sensivelmente<br />

melhor que a meta, próximo de<br />

R$ 120 bilhões, dado que a receita<br />

tem subido consideravelmente,<br />

citou o consultor. “A<br />

economia brasileira reverteu os<br />

dois anos de recessão e este<br />

ano seria melhor se não tivesse<br />

ocorrido a greve dos caminhoneiros,<br />

que tirou 0,45% no PIB<br />

deste ano”.<br />

O consultor destacou ainda que<br />

houve alta modesta na renda<br />

do trabalhador, 0,4%, e que em<br />

<strong>2019</strong> deve voltar a crescer<br />

com mais força. A taxa de desemprego<br />

está em movimento<br />

de baixa, já tendo caído de<br />

13,1% em março para 11,9%<br />

em setembro, movimento que<br />

deve se estender até dezembro,<br />

voltando a aparecer emprego<br />

de melhor qualidade. As<br />

famílias estão em condições<br />

favoráveis para adquirir novas<br />

dívidas no atual ciclo de expansão,<br />

mas a recuperação do<br />

crédito ainda é lenta, devendo<br />

o Banco Central manter a taxa<br />

Selic em 6,5% até meados do<br />

ano que vem.<br />

No ambiente externo, o dólar<br />

tem ganhado valor frente às demais<br />

moedas com o aperto<br />

monetário dos EUA, o bom desempenho<br />

econômico e o risco<br />

de guerra comercial. Na Europa<br />

não há grandes problemas que<br />

tragam riscos ao Brasil. A China<br />

vem desacelerando sua economia,<br />

mas o que mais preocupa<br />

é a guerra fiscal com os EUA. O<br />

mundo deve crescer 3,5% este<br />

ano praticamente repetindo os<br />

números no ano que vem, sustentado<br />

pelo crescimento do<br />

mundo desenvolvido e Jensen<br />

não acredita em um quadro de<br />

recessão como 2008/09 em<br />

consequência de uma guerra<br />

comercial mais grave, no máximo<br />

vai crescer menos.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


CAPACITAÇÃO<br />

Resistência de cigarrinha e broca preocupa<br />

No caso do primeiro inseto, isso já<br />

ocorre, enquanto do segundo, o risco<br />

é grande. Só o Manejo Integrado de<br />

Pragas pode retardar o problema<br />

Mais do que uma<br />

suspeita, a resistência<br />

da cigarrinha<br />

da cana-de-açúcar<br />

a inseticidas já é uma certeza,<br />

afirmou a doutora Leila Luci Dinardo<br />

Miranda na aula de encerramento<br />

do Curso Manejo Integrado<br />

de Pragas (MIP), patrocinada<br />

pela empresa FMC, com<br />

o apoio da Alcopar, que foi realizada<br />

no último dia 7 de dezembro<br />

em Maringá. Além da abertura<br />

e do encerramento, com<br />

aulas presenciais, o curso contou<br />

com 6 módulos on line realizados<br />

via internet, à distância,<br />

sobre o tema e envolveu cerca<br />

de 770 profissionais de todo o<br />

Brasil, em 11 diferentes locais,<br />

sendo 60 só do <strong>Paraná</strong>.<br />

Segundo Leila, já em 2012, produtores<br />

reclamavam da dificuldade<br />

de controle da cigarrinha<br />

da cana, com aumento das<br />

áreas que precisavam de reaplicação.<br />

“A segunda aplicação,<br />

que era esporádica, passou a<br />

ser normal, atualmente”, disse<br />

a doutora. Um teste feito em laboratório<br />

com os insetos comprovou<br />

a resistência.<br />

Ninfas e adultos que foram coletados<br />

em lavouras onde não<br />

era aplicado nenhum inseticida,<br />

o controle foi de 100%. Onde era<br />

usado mais de um determinado<br />

produto do que do outro, o controle<br />

do produto menos utilizado<br />

era mais efetivo e onde foram<br />

usados todos os produtos de<br />

forma intensiva e indiscriminada,<br />

nenhum dos produtos apresentou<br />

um controle eficaz. “Isso<br />

mostra que há populações com<br />

diferentes graus de resistência a<br />

inseticidas e a determinados<br />

produtos”, ressaltou.<br />

O uso de inseticidas contra pragas<br />

como migdolus e sphenophorus<br />

é bem mais antigo do<br />

que contra a cigarrinha, mas,<br />

além da resistência crescente,<br />

as aplicações já são usuais<br />

contra a cigarrinha em 3,6 milhões<br />

de hectares de cana, comentou<br />

a doutora, enquanto se<br />

usa inseticida em 354 mil hectares<br />

para sphenophorus e em<br />

150 mil para migdolus, dados<br />

de 2015.<br />

O diferencial é que a cigarrinha<br />

tem uma capacidade reprodutiva<br />

alta - de 350 a 700 descendentes<br />

por fêmea - e ciclo curto<br />

- com três a quatro gerações<br />

em um ano. Já as duas outras<br />

pragas têm capacidade reprodutiva<br />

baixa e ciclo mais longo.<br />

O migdolus leva de dois a três<br />

anos para completar um ciclo.<br />

Com relação à broca, Leila citou<br />

que até agora não há indícios de<br />

resistência, mas já são aplicados<br />

inseticidas em 4,2 milhões<br />

de hectares. A praga possui as<br />

mesmas características da cigarrinha<br />

que favorecem a resistência.<br />

“É preciso observar os<br />

mesmos cuidados e fazer o<br />

controle com critérios. Cerca de<br />

80% a 90% da broca pode ser<br />

controlada com inimigos naturais.<br />

É importante aliar a aplicação<br />

de Cotesia flavipes com<br />

produtos seletivos”, afirmou.<br />

A preocupação, destacou a<br />

doutora, “é com o desenvolvimento<br />

de resistência pelas<br />

Aplicações são contínuas<br />

Aula de encerramento do curso foi dia 7 de dezembro em Maringá<br />

brocas e cigarrinhas por causa<br />

do modo de aplicação do inseticida<br />

e as características das<br />

pragas, que favorecem a resistência.<br />

No caso das demais<br />

pragas, deve-se demorar um<br />

pouco mais para se perceber<br />

alguma resistência, que evolui<br />

de forma mais lenta. Só com<br />

Manejo Integrado de Pragas<br />

vai retardar o problema, integrando<br />

outras ferramentas para<br />

ajudar no controle. MIP é baseado<br />

na análise do nível de<br />

dano econômico, no controle e<br />

na amostragem, “e sem a<br />

equipe de amostragem que é a<br />

base para a tomada de decisão,<br />

não tem MIP”.<br />

A doutora Leila Luci Dinardo<br />

Miranda disse que as diversas<br />

pragas que afetam a cultura da<br />

cana-de-açúcar muitas vezes<br />

coexistem no campo. Com o<br />

aumento da área com controle<br />

e como há poucas moléculas<br />

disponíveis, são usados os<br />

mesmos produtos para o controle<br />

de diferentes pragas,<br />

com aplicações contínuas.<br />

“Isso mostra que o produtor<br />

tem que se preocupar com a<br />

resistência em cana e pensar<br />

nos produtos e práticas de<br />

controle usados dentro do manejo<br />

integrado, porque o que<br />

for usado contra uma praga<br />

pode afetar outras, aumentando<br />

ou diminuindo o problema.<br />

O que preocupa, ressaltou, é<br />

que produtores não deixam<br />

área de refúgio não tratadas, o<br />

uso de inseticida é indiscriminado,<br />

além do número crescente<br />

de aplicações por ciclo,<br />

da dose usada, e do nível populacional<br />

da praga utilizado<br />

como base para a aplicação<br />

do inseticida, que muitas vezes<br />

é muito baixo, principalmente<br />

nos canaviais de início<br />

da safra. “O modo de aplicação<br />

e o inseticida em si interfere<br />

na maior ou menor resistência<br />

das pragas”, alertou.<br />

Se o produtor quiser minimizar<br />

o problema, tem que adotar<br />

certos cuidados porque precisa<br />

dos inseticidas para manter<br />

a viabilidade do negócio,<br />

acrescentou Leila. “É fundamental<br />

fazer bom uso para<br />

manter a eficiência por mais<br />

tempo. Os grandes prejudicados<br />

não são as empresas,<br />

mas os produtores que ficam<br />

sem opção”.<br />

Além de reduzir o número de<br />

aplicações, só controlando<br />

quando necessário, é preciso<br />

usar dose de bula, preservar<br />

os inimigos naturais com produtos<br />

de baixo impacto, fazer<br />

aplicações bem feitas, rotacionar<br />

produtos e utilizar outros<br />

métodos de controle como<br />

biológico e cultural.<br />

Outra estratégia recomendada é<br />

usar a matriz de manejo de cigarrinha,<br />

que leva em conta a<br />

variedade plantada - se mais resistente<br />

- e a idade da cana -<br />

quanto menor esta for no momento<br />

do ataque, maior a perda<br />

do produtor. Na hora de aplicar<br />

o inseticida, tem que ver qual<br />

área é prioritária. Onde for mais<br />

crítico, aplica de imediato, e<br />

onde o problema for menor, de<br />

acordo com a matriz, é possível<br />

fazer uma boa amostragem e<br />

considerar o nível de dano econômico<br />

para aplicação.<br />

“Não dá para controlar cigarrinha<br />

com o mesmo rigor em<br />

toda a área. Pode até diminuir<br />

a aplicação nas áreas menos<br />

suscetíveis ou até não aplicar,<br />

avaliando o nível de dano econômico.<br />

É preciso parar com<br />

as aplicações sem recomendações<br />

técnicas e econômicas”,<br />

finalizou.<br />

6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


PREMIAÇÃO<br />

Presidente da BSBIOS recebe troféu<br />

Erasmo Battistella é reconhecido como executivo de<br />

finanças do ano com o case do plano de reestruturação<br />

administrativa e financeira da empresa<br />

Fotos: Crisitan Mattos/BSBIOS<br />

No dia 30 de novembro,<br />

em Porto Alegre/<br />

RS o presidente da<br />

BSBIOS Erasmo Carlos<br />

Battistella recebeu o Troféu<br />

O Equilibrista - Executivo de Finanças<br />

do Ano, concedido pelo<br />

Instituto Brasileiro de Executivos<br />

de Finanças do Rio Grande do<br />

Sul. O prêmio é o reconhecimento<br />

dos profissionais de finanças<br />

com performance diferenciada<br />

e carreira sólida.<br />

A escolha dos nomes foi feita a<br />

partir da avaliação dos projetos<br />

inscritos por uma banca composta<br />

por representantes das<br />

auditorias Deloitte, KPMG, PwC<br />

e Ernst&Young, levando em<br />

consideração diversos fatores,<br />

como a capacidade de reação<br />

mesmo em um cenário adverso.<br />

Ao todo, 11 cases se inscreveram<br />

para a premiação.<br />

Battistella apresentou o case do<br />

plano de reestruturação administrativa<br />

e financeira da<br />

BSBIOS, evidenciando as iniciativas<br />

de gestão tomadas para<br />

buscar a reversão de resultados<br />

e tornar a companhia mais saudável<br />

economicamente. Tendo<br />

como norte a sustentabilidade<br />

e acreditando nas premissas<br />

que o fizeram fundar a BSBIOS,<br />

o empresário aplicou medidas<br />

para aumentar a competitividade<br />

da companhia.<br />

“Esse troféu reconhece e simboliza<br />

os esforços de boas práticas<br />

de gestão, que fizemos na<br />

liderança da BSBIOS, com a finalidade<br />

de reestruturar a empresa.<br />

Agora a responsabilidade<br />

aumenta ainda mais em continuarmos<br />

buscando melhores<br />

resultados”, pontuou Battistella<br />

dividindo e agradecendo a contribuição<br />

de todos os colaboradores<br />

da empresa.<br />

Sempre com veia de empreendedor<br />

Battistella fundou em<br />

2005 a BSBIOS, apostando na<br />

ideia e a transformando em<br />

oportunidade. Para tanto, uniuse<br />

a outros três empresários<br />

que deram o suporte necessário<br />

para a concretização da<br />

companhia. O negócio cresceu<br />

e expandiu para o <strong>Paraná</strong>, com<br />

a abertura de mais uma planta<br />

produtora de biodiesel. Com<br />

visão de tornar a companhia<br />

ainda mais sustentável, optouse<br />

pela verticalização da indústria,<br />

com uma unidade de Processamento<br />

de Grãos.<br />

Battistella sempre buscou desenvolver<br />

o setor sendo cofundador<br />

e presidente da Associação<br />

de Produtores de Biodiesel<br />

do Brasil - Aprobio e também<br />

contribuiu para fundar a Associação<br />

Brasileira de Produtores<br />

de Canola - Abrascanola. Atualmente,<br />

o empresário é proprietário<br />

do ECB Group que tem por<br />

foco atuar na área da Agroenergia,<br />

trabalhando para promover<br />

o desenvolvimento da produção<br />

agrícola e uso de energia limpa.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


SOLIDARIEDADE<br />

Santa Terezinha e Senar<br />

promovem Gincana Mecânica AAJ<br />

Alunos de sete unidades produtivas paranaenses da empresa participaram<br />

de atividades e ainda realizaram mostra de projetos “Jovem em Ação”<br />

Diversão e solidariedade<br />

marcaram<br />

mais uma edição<br />

da Gincana Mecânica<br />

AAJ (Aprendizagem de<br />

Jovens e Adolescentes), que<br />

ocorreu na Associação dos<br />

Funcionários da Usina Santa<br />

Terezinha de Tapejara/ PR<br />

(Asfust).<br />

Mais de 100 alunos do AAJ<br />

das unidades Ivaté, Umuarama,<br />

Paranacity, Tapejara,<br />

Moreira Sales, Cidade Gaúcha<br />

e Terra Rica, divididos<br />

em 12 equipes, participaram<br />

simultaneamente de testes<br />

de conhecimento, atividades<br />

práticas e mostra de projetos<br />

do “Jovem em Ação”.<br />

Estiveram presentes no<br />

evento visitantes e instrutores<br />

do Senar e 30 colaboradores<br />

da Usina Santa Terezinha.<br />

O objetivo foi colocar em<br />

prática todo o conteúdo que<br />

os alunos aprenderam durante<br />

o ano no curso de Mecânico<br />

de Manutenção de<br />

Tratores, do Senar (Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem<br />

Rural) - <strong>Paraná</strong>, além de desenvolver<br />

a liderança, o planejamento<br />

e a criatividade<br />

entre os grupos ao longo<br />

das 13 provas.<br />

partir de sucata, pelos próprios<br />

jovens aprendizes.<br />

Os 20 melhores projetos físicos,<br />

os 10 melhores colocados<br />

no teste de conhecimento<br />

específico, a equipe<br />

vencedora no total de pontuação,<br />

os instrutores de<br />

aprendizagem do Senar e os<br />

colaboradores da Usina Santa<br />

Terezinha também levaram<br />

os troféus para casa.<br />

Todos desfrutaram ainda de<br />

café e um delicioso almoço.<br />

A Usina Santa Terezinha é<br />

uma empresa brasileira do<br />

setor sucroenergético, composta<br />

pelo corporativo e o<br />

terminal logístico - em Maringá,<br />

o terminal rodoferroviário<br />

em Paranaguá, e as<br />

onzes unidades produtivas<br />

em Iguatemi, Paranacity, Tapejara,<br />

Ivaté, Terra Rica, São<br />

Tomé, Cidade Gaúcha, Rondon,<br />

Umuarama e Moreira<br />

Sales - no <strong>Paraná</strong>, e Usina<br />

Rio <strong>Paraná</strong> - no Mato Grosso<br />

do Sul. A empresa conta com<br />

mais de 14 mil colaboradores<br />

nos setores agrícola, industrial<br />

e administrativo.<br />

Fez também parte da pontuação<br />

a arrecadação de alimentos<br />

e lacres de alumínio<br />

que foram vendidos e revertidos<br />

na compra de cadeiras<br />

de rodas para doação. As<br />

dez pessoas que mais arrecadaram<br />

os itens ganharam<br />

troféus confeccionados, a<br />

8<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


ATLETISMO<br />

Usina marca presença na 11° Corrida<br />

O evento foi organizado pela empresa<br />

e ainda contou com a Feira de Saúde<br />

do Projeto Tabagismo e área de lazer<br />

para a comunidade do distrito<br />

Na manhã do feriado de<br />

15 de novembro, a<br />

Praça Central do distrito<br />

de Iguatemi, em<br />

Maringá/ PR, estava movimentada<br />

por atletas, familiares e<br />

toda a comunidade local. A tradicional<br />

Corrida Rústica de<br />

Iguatemi - Elenilson Silva - Pare<br />

de Fumar Correndo atraiu mais<br />

de 1.000 mil inscritos – entre<br />

crianças, jovens e adultos – em<br />

sua 11ª edição.<br />

A Usina Santa Terezinha sempre<br />

marca presença no evento com<br />

um grande número de atletas<br />

de sua Equipe de Atletismo,<br />

com alguns se posicionando<br />

entre os primeiros colocados.<br />

Este ano, o colaborador da Unidade<br />

Tapejara, Dorval dos Santos,<br />

foi destaque na prova ficando<br />

em 2° lugar na classificação<br />

geral da categoria Master<br />

40 com o tempo de 17:47. Pâmela<br />

Norraila da Silva, convidada<br />

da Equipe de Atletismo da<br />

empresa também brilhou com<br />

o 1° lugar na categoria Adulto<br />

Feminino, atingindo o tempo de<br />

21:50.<br />

A tradicional Corrida Rústica acontece há 11<br />

anos no distrito de Iguatemi (20 km do centro<br />

de Maringá). O evento leva o nome do exatleta<br />

sul mato-grossense Elenilson Silva, que<br />

sempre comparece para prestigiar o evento.<br />

“Sempre digo que é uma alegria muito grande<br />

para um atleta ser homenageado em vida.<br />

Fico muito feliz de ter o meu nome nesta corrida”,<br />

afirma Silva.<br />

Detentor de tantos méritos - entre eles, a medalha<br />

de ouro nos 10 km dos Jogos Pan-<br />

Americanos de 1999, realizados em Winnipeg<br />

Os atletas participantes disputaram<br />

lugar no pódio em 10 diferentes<br />

categorias. Com inscrição<br />

gratuita e largada às 8h, os<br />

competidores das categorias<br />

Juvenil, Adulto e Master realizaram<br />

o percurso de 5 km pelas<br />

ruas do distrito. Já as categorias<br />

Sub11 (08 a 10 anos) percorreram<br />

700 metros; Sub14<br />

Pré-Mirim (11 a 13 anos), 1<br />

km; Sub16 Mirim (14 e 15<br />

anos), 2 km e Sub18 Menores<br />

(16 e 17 anos), 3 km. Além de<br />

alimentos e água, todos que<br />

concluíram o trajeto receberam<br />

uma medalha de participação,<br />

uma sacochila e uma camiseta.<br />

A comunidade pôde desfrutar<br />

também da Feira de Saúde do<br />

Projeto Tabagismo da UEM<br />

(Universidade Estadual de Maringá)<br />

e a criançada aproveitou<br />

os brinquedos e o cardápio que<br />

foram oferecidos gratuitamente.<br />

Todos os alimentos não perecíveis<br />

arrecadados, por meio da<br />

inscrição solidária, estão sendo<br />

revertidos para instituições socioassistenciais<br />

do distrito de<br />

Iguatemi com o auxílio do Provopar<br />

(Programa do Voluntariado<br />

Paranaense) de Maringá.<br />

Homenagem<br />

A corrida foi realizada pelo Projeto<br />

Tabagismo, Usina Santa Terezinha,<br />

Prefeitura de Maringá,<br />

Sesp (Secretaria Municipal de<br />

Esporte e Lazer), UEM e São<br />

Francisco Saúde, com patrocínio<br />

do Lions Clube Integração<br />

Universitário, RPC TV, CBN Maringá,<br />

Maringá FM e Rádio Mix.<br />

Estiveram presentes no evento<br />

o atleta campeão pan-americano,<br />

Elenilson Silva, o reitor da<br />

UEM, professor doutor Júlio<br />

César Damasceno, o diretor da<br />

Usina Santa Terezinha - Unidade<br />

Iguatemi, Júlio César Meneguetti,<br />

o gerente industrial da<br />

Usina Santa Terezinha - Unidade<br />

Iguatemi, Milton Rogério Pereira,<br />

e o coordenador do Projeto<br />

Tabagismo da UEM,<br />

professor doutor Celso Conegero.<br />

(Canadá), Silva conquistou ainda na década<br />

de 1990 seis títulos brasileiros e um bronze<br />

no mundial de maratona de revezamento,<br />

além de competir em mais de 20 países diferentes.<br />

Hoje, Elenilson está aposentado das provas<br />

profissionais, mas continua envolvido com o<br />

atletismo. O ex-atleta se dedica ao projeto<br />

Correndo em Busca de um Sonho, que mantém<br />

no município de Bela Vista (MS) e estimula<br />

a prática esportiva e cultural para mais<br />

de 50 crianças e jovens.<br />

Também participaram o secretário<br />

de Esportes e Lazer de<br />

Maringá, Valmir Fassina, o vereador<br />

de Maringá, Onivaldo<br />

Barris, a coordenadora do centro<br />

esportivo de Iguatemi, Gislaine<br />

Patricia dos Santos, a<br />

coordenadora do Mudi (Museu<br />

Dinâmico Interdisciplinar) da<br />

UEM, Ana Paula Vidotti, a governadora<br />

do Distrito LD-6<br />

Lions Clube, Jacira Martins e o<br />

chefe de programação, promoção<br />

e eventos da RPC TV, Sidney<br />

Dorta.<br />

A 11ª edição da Corrida Rústica<br />

de Iguatemi - Elenilson Silva -<br />

Pare de Fumar Correndo foi<br />

também a última prova do 4º<br />

Circuito Maringaense de Corridas<br />

de Rua, organizado durante<br />

todo o ano pela Prefeitura de<br />

Maringá.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9


DOIS<br />

PONTOS<br />

Bioeletricidade<br />

O Brasil é o país que apresenta<br />

a matriz energética menos<br />

poluente entre os grandes<br />

consumidores globais de<br />

energia, sendo a nação com<br />

maior participação de fontes<br />

renováveis, mostra o Relatório<br />

sobre Mercado de Energias<br />

Renováveis 2018 da<br />

Agência Internacional de<br />

Segundo o Plano Decenal de<br />

Expansão de Energia divulgado<br />

pela Empresa de Pesquisa<br />

Energética, a oferta de<br />

bioeletricidade (biomassa, hidroelétrica,<br />

eólica e solar) para<br />

a rede, partindo de 25 TWh<br />

produzidos em 2017, chegará<br />

a 38 TWh em 2027. Neste<br />

mesmo período, o setor sucroenergético<br />

deverá gerar 32<br />

TWh, um crescimento de<br />

pouco mais do que 1 TWh ao<br />

ano sobre os 21 TWh entregues<br />

à rede no ano passado.<br />

Neste ritmo, o setor levará<br />

quase 120 anos para aproveitar<br />

o potencial atual da eletricidade<br />

obtida da biomassa<br />

canavieira, sem considerar o<br />

crescimento natural da capacidade<br />

de produção ao longo<br />

do tempo, segundo Zilmar de<br />

Souza, gerente em Bioeletricidade<br />

da Unica. Em 2017, a<br />

biomassa sucroenergética representou<br />

quase 5% do consumo<br />

total de energia elétrica.<br />

Se houvesse o seu pleno<br />

aproveitamento, seria possível<br />

ofertar quase sete vezes<br />

mais, o que corresponderia a<br />

mais de 30% do consumo<br />

nacional.<br />

Menos poluente<br />

Energia (AIE). O país deverá<br />

somar quase 45% de fontes<br />

renováveis no consumo final<br />

de energia em 2023, principalmente<br />

em função da bioenergia<br />

nos transportes e na<br />

indústria e da hidroeletricidade,<br />

no setor elétrico. Atualmente,<br />

esse percentual corresponde<br />

a 43%.<br />

Adoçante de cana<br />

A Camil Alimentos fechou uma<br />

parceria com empresa norteamericana<br />

Amyris para desenvolver<br />

um adoçante zero caloria<br />

à base de cana-de-açúcar.<br />

A parceira visa atender à crescente<br />

demanda de adoçantes<br />

naturais zero caloria, e o Brasil<br />

seria o primeiro mercado a receber<br />

o produto. A Amyris é<br />

uma empresa integrada que<br />

realiza a pesquisa, o desenvolvimento<br />

e a produção de ingredientes<br />

sustentáveis para<br />

diversos mercados, incluindo<br />

os setores químico, de cosméticos<br />

e farmacêutico, entre<br />

outros. A empresa não detalhou<br />

o prazo em que o adoçante<br />

poderá estar disponível.<br />

Das 206 usinas de açúcar e<br />

álcool da região Centro-Sul<br />

do Brasil, 78 vão terminar a<br />

safra 2018/19 sem ter produzido,<br />

sequer, um quilo de açúcar,<br />

25% a mais que na<br />

temporada 2017/18, quando<br />

62 unidades destinaram<br />

100% de sua cana para o etanol,<br />

segundo a Unica. Isso<br />

contribuiu para que a produção<br />

de etanol hidratado batesse<br />

o recorde de produção<br />

dos últimos 11 anos. De 1º<br />

Recorde<br />

Economia<br />

A Empresa de Pesquisa<br />

Energética, vinculada ao Ministério<br />

de Minas e Energia,<br />

estima que a oferta de etanol<br />

no país deverá crescer 50%<br />

até 2027 em relação ao volume<br />

registrado no ano passado,<br />

para 45 bilhões de litros.<br />

O aumento da produção<br />

demandará mais aportes da<br />

indústria - movimento que<br />

de abril, quando a safra começou,<br />

até a primeira quinzena<br />

de novembro, saíram<br />

das usinas do Centro-Sul<br />

18,85 bilhões de litros. O volume<br />

é 20% maior que o<br />

mesmo período da safra anterior<br />

(15,67 bilhões de litros),<br />

e quase 5% superior na<br />

comparação com o ano de<br />

2010, quando se produziu o<br />

segundo maior volume da<br />

série histórica desde 2008<br />

(17,97 bilhões de litros).<br />

Segundo projeções do Fundo<br />

Monetário Internacional, a economia<br />

global deverá atingir uma<br />

taxa de crescimento anual do<br />

PIB de 3,7% entre 2018 e 2020,<br />

antes de cair para 3,6% entre<br />

2021 e 2023 e ultrapassar a<br />

marca de US$ 100 trilhões por<br />

volta de 2022. Apesar da expectativa<br />

de que a taxa de crescimento<br />

da China continuará<br />

desacelerando, e que de fato<br />

deverá crescer a um ritmo menor<br />

que o dos EUA em 2040, a<br />

China ainda dará a maior contribuição<br />

para o crescimento do<br />

PIB global por uma grande<br />

margem a curto prazo, aumentando<br />

de 27,2% para 28,4% em<br />

2023. . A participação dos EUA<br />

no crescimento global deverá<br />

cair de 12,9% para 8,5% em<br />

2023. A fatia da Índia no crescimento<br />

do PIB global aumentará<br />

de 13% para quase 16%.<br />

Deve haver uma democratização<br />

do crescimento do PIB,<br />

com outros países tendo uma<br />

fatia maior do bolo do PIB global.<br />

Etanol<br />

Neutralidade<br />

A União Europeia instou governos,<br />

empresas e cidadãos a<br />

aderirem à ambiciosa meta de<br />

cortarem as emissões de gases<br />

do efeito estufa, deixando<br />

de lado os combustíveis fósseis,<br />

e atingirem a chamada<br />

“neutralidade climática” até<br />

não deverá ocorrer no curto<br />

prazo, segundo analistas. A<br />

estatal avalia que precisarão<br />

ser investidos R$ 25 bilhões<br />

apenas em capacidade industrial<br />

para atingir a produção<br />

de etanol esperada, dos<br />

quais R$ 16 bilhões em novas<br />

usinas e R$ 9 bilhões na<br />

expansão de unidades existentes.<br />

Clima<br />

Um importante relatório do<br />

painel científico da ONU<br />

sobre a mudança do clima<br />

traça um panorama muito<br />

mais severo sobre as consequências<br />

imediatas da<br />

mudança no clima do que<br />

se imaginava. Ele afirma<br />

que evitar danos vai requerer<br />

transformar a economia<br />

mundial em velocidade e<br />

escala para as quais "não<br />

existem precedentes documentados".<br />

O relatório descreve<br />

um mundo no qual a<br />

escassez de comida e os<br />

incêndios nas matas se<br />

agravarão, e recifes de corais<br />

morrerão em escala<br />

maciça já em 2040, dentro<br />

da expectativa de vida de<br />

boa parte da população<br />

mundial. Se as emissões<br />

dos gases causadores do<br />

efeito estufa continuarem<br />

ao ritmo atual, a atmosfera<br />

vai se aquecer em pelo<br />

menos 1,5ºC ante o nível<br />

vigente na era pré-industrial,<br />

até 2040, causando a<br />

inundação de áreas costeiras<br />

e intensificando as<br />

secas e a pobreza.<br />

2050. União Europeia é hoje<br />

responsável por cerca de 10%<br />

das emissões globais de gases<br />

do efeito estufa.<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Enquanto a força de trabalho<br />

no agronegócio como um<br />

todo cai 6,6%, a das mulheres<br />

cresce 8,3% de 2004 para<br />

2015 e a dos homens caiu<br />

11,3%. As mulheres, que participavam<br />

com 24% da força<br />

de trabalho no setor, em<br />

2004, elevaram a participação<br />

para 28% em 2015. E<br />

elas chegam ao mercado<br />

com carteira assinada e com<br />

um grau mais elevado de<br />

educação. No período, a participação<br />

das mulheres com<br />

Mulheres<br />

Drones<br />

ensino superior dobrou, passando<br />

de 7,6% para 15%. Já<br />

a das que têm apenas o ensino<br />

fundamental caiu. Além<br />

disso, a maioria delas se considera<br />

satisfeita com as funções<br />

desempenhadas, com a<br />

remuneração e com o aprendizado<br />

no serviço. Mesmo<br />

com esses bons indicadores,<br />

são necessárias algumas melhorias,<br />

entre as quais a do<br />

nível hierárquico dos cargos<br />

usualmente ocupados por<br />

elas no agronegócio. Essas<br />

Praticamente desconhecidos<br />

até meados de 2010, os drones,<br />

pequenas aeronaves<br />

sem tripulação, comandadas<br />

à distância, vêm aumentando<br />

sua presença em diversas<br />

atividades, com destaque<br />

para o avanço expressivo de<br />

seu uso nas fazendas. O<br />

ritmo de crescimento desse<br />

mercado no país tem surpreendido<br />

até mesmo os fabricantes<br />

dos equipamentos.<br />

Há estimativas de que o Brasil,<br />

que hoje ocupa a décima<br />

colocação, se tornará, em<br />

dois anos, o terceiro maior<br />

mercado mundial de drones<br />

na agricultura. Os primeiros<br />

colocados hoje são Estados<br />

Unidos, Europa, Canadá e<br />

Argentina. Cerca de 40% das<br />

aeronaves não tripuladas estariam<br />

dedicadas a aplicações<br />

no agronegócio. A participação<br />

é superior ao resto<br />

do mundo, que tem um percentual<br />

de 25%.<br />

Meta climática<br />

O relatório do Programa das<br />

Nações Unidas para o Meio<br />

Ambiente (Pnuma) concluiu<br />

que os atuais compromissos<br />

assumidos pelos países no<br />

Acordo de Paris estão aquém<br />

do necessário para manter o<br />

aquecimento global abaixo<br />

de 2°C. O lapso entre a real<br />

situação da proteção climática<br />

e aquela que realmente<br />

precisa-se alcançar é conhecido<br />

como o hiato de emissões.<br />

O Pnuma adverte que,<br />

se não for fechado o hiato de<br />

emissões até 2030, a possibilidade<br />

de limitar o aquecimento<br />

a um máximo de 2°<br />

Celsius será inacessível. O<br />

relatório levanta preocupações<br />

sobre a minguante probabilidade<br />

de alcançar o teto<br />

de aquecimento de 1,5°C,<br />

muito mais desejável. Se as<br />

tendências atuais continuarem<br />

como estão, o aquecimento<br />

provavelmente atingirá<br />

3,2°C até o final do século.<br />

Biocombustíveis<br />

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos<br />

aumentou a sua exigência de mistura de biocombustíveis<br />

avançados em 15% em <strong>2019</strong>, enquanto manteve estável<br />

o requerimento para os biocombustíveis convencionais,<br />

como o etanol à base de milho. O mandato inclui 4,92<br />

bilhões de galões para biocombustíveis avançados, que<br />

podem ser feitos de plantas ou dejetos animais, um volume<br />

maior do que a proposta inicial de 4,88 bilhões e<br />

superando os 4,29 bilhões estabelecidos em 2018. O requerimento<br />

para biocombustíveis convencionais permanece<br />

a 15 bilhões de galões em 2018, alinhado com a<br />

cifra de 2018. Tal mudança pode beneficiar o Brasil, cujo<br />

etanol de cana é considerado avançado.<br />

Referência<br />

O Brasil é referência mundial<br />

na substituição de combustível<br />

fóssil por combustíveis<br />

renováveis, na forma de etanol<br />

e biodiesel. Nos primeiros<br />

nove meses de 2018, o etanol<br />

adicionado à gasolina e<br />

utilizado na frota flex do País<br />

substituiu 44,3% da gasolina.<br />

Em alguns Estados, como<br />

Mato Grosso, esse grau de<br />

substituição chega a 64,2%.<br />

Em São Paulo, que é o maior<br />

consumidor, a substituição<br />

alcançou 57,8% no período.<br />

constatações aparecem em<br />

uma pesquisa sobre a participação<br />

das mulheres no agronegócio,<br />

feita pelo Cepea -<br />

Centro de Estudos Avançados<br />

em Economia Aplicada.<br />

Esses números, citados pelo<br />

presidente da consultoria Datagro,<br />

Plinio Nastari, revelam<br />

não só o potencial de economia<br />

de combustível fóssil no<br />

País como de redução de<br />

emissões de gases do efeito<br />

estufa – nas quais o insumo<br />

proveniente do petróleo é<br />

pródigo. O setor de biocombustíveis<br />

dará uma contribuição<br />

enorme para o Brasil<br />

atingir as metas que se comprometeu<br />

a cumprir dentro<br />

do Acordo de Paris.<br />

Copersucar<br />

O presidente-executivo da<br />

brasileira Copersucar, uma<br />

das maiores empresas de<br />

açúcar e etanol do mundo,<br />

Paulo Roberto de Souza,<br />

deixou o cargo. João Roberto<br />

Teixeira, que liderou o<br />

banco Votorantim por vários<br />

anos, é o novo presidente<br />

executivo. Souza comandou<br />

a Copersucar por nove anos<br />

e foi uma pessoa chave por<br />

trás do acordo com a Cargill<br />

para criar a Alvean. A empresa<br />

registrou receita líquida<br />

de 28,6 bilhões de<br />

reais na safra 2017/18, e<br />

comercializou no período<br />

4,5 milhões de toneladas de<br />

açúcar e 4,3 bilhões de litros<br />

de etanol.<br />

Calor<br />

A tendência de aquecimento<br />

do planeta continua<br />

e 2018 deve entrar para a<br />

história como o quarto ano<br />

mais quente já registrado,<br />

segundo dados da ONU. Os<br />

20 anos com temperaturas<br />

mais elevadas da história<br />

foram registrados nos últimos<br />

22 anos. Os últimos<br />

quatro anos foram também<br />

os quatro com temperaturas<br />

mais altas. De acordo<br />

com a Organização Meteorológica<br />

Mundial, o calor<br />

também tem sido seguido<br />

por sinais como mudanças<br />

climáticas, elevação do nível<br />

do mar, degelo em muitas<br />

das regiões polares e<br />

fenômenos climáticos extremos<br />

deixando um rastro<br />

de devastação em todos os<br />

continentes.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


CONFRATERNIZAÇÃO<br />

Consecana-PR fecha<br />

programação do ano com almoço<br />

Mensalmente, os representantes dos dois segmentos se reúnem para<br />

definir os valores de referência da tonelada de cana básica para o próximo mês<br />

Para fechar a programação<br />

do ano, os representantes<br />

dos<br />

produtores e da indústria<br />

de cana-de-açúcar<br />

dentro do Consecana-PR<br />

(Conselho dos Produtores de<br />

Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool<br />

do Estado do <strong>Paraná</strong>)<br />

participaram do almoço de<br />

confraternização realizado<br />

dia 29 de novembro em Maringá.<br />

Estiveram presentes também<br />

o engenheiro agrônomo e<br />

economista José Roberto<br />

Canziani, e a professora doutora<br />

Vânia Di Addario Guimarães,<br />

ambos do Departamento<br />

de Economia Rural e<br />

Extensão da Universidade Federal<br />

do <strong>Paraná</strong> (UFPR), que<br />

dá todo respaldo técnico ao<br />

trabalho do Consecana-PR.<br />

“Foi mais um ano difícil para<br />

o setor devido à situação econômica<br />

do Brasil e do mercado<br />

de açúcar no mundo.<br />

Mas, temos a esperança de<br />

que <strong>2019</strong> será um ano melhor<br />

dentro do que podemos controlar”,<br />

afirmou Ana Thereza<br />

da Costa Ribeiro, presidente<br />

do Consecana-PR e do Sindicato<br />

Rural de Porecatu.<br />

Mensalmente, os representantes<br />

dos dois segmentos<br />

se reúnem para definir os valores<br />

de referência da tonelada<br />

de cana básica para o<br />

próximo mês com base nos<br />

valores de comercialização<br />

dos derivados, no mix de comercialização,<br />

nos preços<br />

do ATR de cada produto e no<br />

preço médio do ATR do mês.<br />

Isso dá maior tranquilidade e<br />

transparência nas relações<br />

de negócios entre os produtores<br />

e a indústria, com regras<br />

e critérios claros na<br />

definição dos valores usados<br />

nas transações comerciais,<br />

estruturando a cadeia produtiva.<br />

A cana é uma cultura perene,<br />

com alto custo de implantação,<br />

mas que pode ser explorada<br />

por vários anos. Sua<br />

comercialização precisa ser<br />

imediata após a colheita e o<br />

transporte não pode ser feito<br />

a longas distâncias. Por isso<br />

a importância de preços de<br />

referência que possibilitem investimentos,<br />

na indústria e no<br />

campo, com mais tranquilidade.<br />

O conselho é paritário, com<br />

seis representantes dos produtores<br />

indicados pela Faep<br />

(Federação da Agricultura do<br />

<strong>Paraná</strong>), normalmente presidentes<br />

de Sindicatos Rurais, e<br />

seis representantes da indústria,<br />

indicados pela Alcopar,<br />

além de seis suplentes de<br />

cada setor. A dupla que coordena<br />

os trabalhos, também<br />

com um representante de<br />

cada segmento, é eleita por<br />

dois anos sendo que cada um<br />

assume a presidência por um<br />

ano.<br />

Desde que foi criado em<br />

2000, já são 18 anos-safra de<br />

trabalho. Com a saída do governo<br />

na safra 1998/99, após<br />

a extinção do IAA (Instituto do<br />

Álcool e do Açúcar), era necessário<br />

organizar a comercialização<br />

do setor e regular o<br />

mercado, dando um preço referência<br />

para a livre negociação<br />

das partes.<br />

O Consecana-PR seguiu o<br />

modelo adotado pelo Consecana<br />

de São Paulo, mas com<br />

o passar dos anos, fez uma<br />

série de adaptações e aprimoramentos,<br />

adequando à sua<br />

realidade. Atualmente, os parâmetros<br />

definidos pelo Consecana-PR<br />

servem de referência<br />

para comercialização<br />

de mais de 80% da safra, com<br />

exceção das cooperativas,<br />

que adotam um sistema próprio.<br />

Essa metodologia de pagamento<br />

da matéria-prima se<br />

tornou modelo para outros setores.<br />

Reunião foi dia<br />

29 de novembro<br />

em Maringá<br />

12 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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