contexto socioeconômico da bahia - Secretaria do Planejamento do ...
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PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-2011sileira, outros emperram e delimitam o seu bom desempenho.Deste mo<strong>do</strong>, o Governo Federal tende amanter a austeri<strong>da</strong>de na gestão macroeconômica coma manutenção de metas de inflação e superávit primário.Soma-se a isso o fato de que a pesa<strong>da</strong> carga tributáriainibe o desempenho <strong>da</strong>s empresas, enquantoo déficit na previdência, fun<strong>da</strong><strong>do</strong> basicamente na concessãode aposenta<strong>do</strong>ria para pessoas que não recolheramcontribuições ao longo de sua vi<strong>da</strong> produtiva,pesa sobre as finanças públicas, limitan<strong>do</strong> a possibili<strong>da</strong>dede gastos governamentais.O aumento <strong>da</strong> liquidez internacional e a fase favorável<strong>do</strong> comércio mundial vêm propician<strong>do</strong> significativosal<strong>do</strong> comercial, no balanço de pagamentos e aumento<strong>da</strong>s reservas cambiais. Mas, por outro la<strong>do</strong>, influencian<strong>do</strong>a valorização cambial, tem estabeleci<strong>do</strong> problemasde merca<strong>do</strong> para alguns segmentos industriais, o que,<strong>da</strong><strong>da</strong> a dificul<strong>da</strong>de de modificar as políticas que levam aesta situação, torna necessário o investimento em infraestruturae logística, a redução <strong>da</strong> carga tributária, oumelhor, sua concentração, tornan<strong>do</strong>-a menos regressivae amplian<strong>do</strong> sua base de contribuição, além <strong>do</strong> aumento<strong>do</strong>s investimentos em P&D com foco em inovação ea promoção <strong>da</strong> inclusão tecnológica nas MPEs, buscan<strong>do</strong>aumentar a competitivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s produtos nacionais.O conjunto <strong>do</strong>s elementos que compõem este cenárionorteará as ações <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia paraque se possa atingir os objetivos traça<strong>do</strong>s. Ressalte-se,ain<strong>da</strong>, que tais ações deverão buscar consonância coma esfera federal, garantin<strong>do</strong>, deste mo<strong>do</strong>, maior sinergiae efetivi<strong>da</strong>de.Consideran<strong>do</strong>-se o ambiente mundial, marca<strong>do</strong> pelacompetitivi<strong>da</strong>de, a realização de investimentos eminfra-estrutura e logística de transportes é imprescindívelpara se atingir um índice de crescimento econômicosatisfatório e integrar a Bahia nacional e globalmente,reverten<strong>do</strong> o ro<strong>do</strong>viarismo e, em apoio aos novosplanos <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> <strong>Planejamento</strong>, defenden<strong>do</strong> aexpansão <strong>do</strong> sistema ferroviário e marítimo.O Brasil tem sua produção e sua ren<strong>da</strong> concentra<strong>da</strong>sno Sudeste, configuran<strong>do</strong> o que chamamos Rótula deConcentração existente. O perímetro desta concentraçãovem se expandi<strong>do</strong> e incorpora<strong>do</strong> primeirooutras áreas <strong>do</strong> próprio Sudeste e, mais recentemente,avança<strong>do</strong> em direção ao Oeste e ao Sul <strong>do</strong> Brasil. Anova gestão <strong>do</strong> Governo Lula resolveu implementar oPAC e promover novos Eixos e Rótulas de Desenvolvimento.A nova tese de <strong>da</strong>r importância, no desenvolvimentoregional, aos Eixos Leste e Oeste coincide com a propostade estratégia consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> durante a transição <strong>do</strong>Governo Jaques Wagner. Defende-se a implantação deuma ferrovia que vai <strong>do</strong> litoral <strong>da</strong> Bahia (ao norte <strong>do</strong>Porto de Ilhéus) até o município de Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães,no Oeste baiano.Numa segun<strong>da</strong> fase a ferrovia se estenderá a Cuiabá,no Mato Grosso, segun<strong>do</strong> indicação <strong>do</strong> traça<strong>do</strong> <strong>do</strong>professor Vasco Neto, ou a Anápolis, em Goiás, segun<strong>do</strong>sugestão <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> <strong>Planejamento</strong>, ou aceitan<strong>do</strong>traça<strong>do</strong>s sugeri<strong>do</strong>s pelos governos estaduais <strong>do</strong>Centro-Oeste – contatos feitos em Tocantins, Goiás eMato Grosso <strong>do</strong> Sul encontram grande receptivi<strong>da</strong>de.A Bahia será assim um <strong>do</strong>s principais Eixos deIntegração Leste-Oeste <strong>do</strong> país, pois tem fronteira como Nordeste Setentrional, com o Centro-Oeste e o22
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIASudeste, fican<strong>do</strong> também muito próximo <strong>do</strong> Norte. AFerrovia Bahia-Oeste estará articula<strong>da</strong> com a FerroviaNorte-Sul e, no seu devi<strong>do</strong> tempo, a to<strong>do</strong>s os eixos decomunicação de senti<strong>do</strong> Norte-Sul.Somam-se a isso a recuperação e abertura de estra<strong>da</strong>svicinais que ligam pequenas áreas de produção aestra<strong>da</strong>s e entroncamentos ro<strong>do</strong>viários, a regiões paraas quais há indicações <strong>do</strong>s Planos Territoriais de DesenvolvimentoSustentável articula<strong>do</strong>s com o <strong>Planejamento</strong>Estratégico <strong>da</strong> Bahia. Neles se configuram aarticulação pretendi<strong>da</strong> em empreendimentos depequeno, médio e grande porte, em termos de logísticae constituição <strong>da</strong> Cadeia Produtiva.No Semi-Ári<strong>do</strong> foram indica<strong>do</strong>s como ArranjosEstruturantes, os <strong>da</strong> caprinocultura, sisal e biodiesel,com logística articula<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com as possibili<strong>da</strong>des(estra<strong>da</strong>s vicinais, frigoríficos, fábricas, entrepostos,comercialização etc.).Na RMS, acrescentam-se obras de acesso a portos,como a construção <strong>da</strong> via expressa portuária que vaiinterligar a área <strong>do</strong> Porto de Salva<strong>do</strong>r com a BR-324 eo acesso ferroviário aos portos de Aratu e Juazeiro;desenvolvimento <strong>do</strong> projeto <strong>da</strong> Calça<strong>da</strong>; reestruturação<strong>da</strong> Ferrovia até o Porto de Salva<strong>do</strong>r, preservan<strong>do</strong>a Feira de São Joaquim; implantação <strong>do</strong> ParqueTecnológico; implantação <strong>do</strong> SAC Export/Import; tremregional ligan<strong>do</strong> Alagoinhas a Salva<strong>do</strong>r; trem magnéticoe implantação <strong>da</strong> área retro-portuária no CIA.A Baía de To<strong>do</strong>s os Santos possui vocação natural paraabrigar embarcações de grande porte, oferecen<strong>do</strong>condições para implantação de um moderno complexoportuário. As ações no campo <strong>da</strong> infra-estruturaproduzirão efeitos positivos diretos na área industrial,pois reduzirão custos de transporte e facilitarão oescoamento <strong>da</strong> produção, bem como aju<strong>da</strong>rão a promovera complementari<strong>da</strong>de entre cadeias produtivase incentivarão a importação nacional através <strong>do</strong>sequipamentos portuários e aeroportuários.A indústria baiana poderá ser beneficia<strong>da</strong> com a continui<strong>da</strong>de<strong>da</strong> on<strong>da</strong> de crescimento global, sobretu<strong>do</strong>,no que se refere às empresas exporta<strong>do</strong>ras, bem comoa situação <strong>do</strong> câmbio favorecerá o comércio relaciona<strong>do</strong>à importação de produtos para o Brasil se contarmoscom uma logística adequa<strong>da</strong> a esta alternativa.Portanto, tentar antever o comportamento e o movimentode países líderes no comércio mundial é importantepara se <strong>da</strong>r qualquer tipo de passo estratégicona direção <strong>do</strong>s negócios internacionais.Assim, uma rápi<strong>da</strong> análise <strong>da</strong> balança comercial baianarevela que os EUA são nossos principais compra<strong>do</strong>res,segui<strong>do</strong>s pela Argentina e pelo México, sugerin<strong>do</strong> anecessi<strong>da</strong>de de aumentar a relação comercial compaíses em forte crescimento, como os <strong>da</strong> Europa, aChina, Índia e Rússia, e fortalecer ain<strong>da</strong> mais os negócioscom países <strong>do</strong> Mercosul.As oportuni<strong>da</strong>des surgirão no campo de commoditiescomo milho – beneficia<strong>do</strong> pelo aumento na deman<strong>da</strong>norte-americana para a fabricação de etanol. Boasperspectivas também para a produção sucroalcooleirae de veículos automotivos com motor <strong>do</strong> tipo flex,beneficia<strong>do</strong>s pela alta <strong>do</strong> petróleo.No merca<strong>do</strong> interno, surgirão oportuni<strong>da</strong>des deaumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> por oleaginosas, como mamonae dendê, utiliza<strong>do</strong>s na fabricação de biocom-23
PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-2011bustíveis e pela indústria oleoquímica. A necessi<strong>da</strong>dede substituição de gorduras trans nos alimentos tambémpoderá reforçar ain<strong>da</strong> mais a deman<strong>da</strong> por dendêpalm oil – insumo que melhor substitui o uso <strong>da</strong>s gordurastrans nos alimentos.O desenvolvimento <strong>da</strong> Bahia não depende apenas <strong>do</strong>crescimento econômico, mas também <strong>da</strong> melhoria <strong>do</strong>sindica<strong>do</strong>res sociais, sobretu<strong>do</strong>, nos campos <strong>da</strong> educação,saúde e emprego. Este conjunto de ações propiciarámaiores oportuni<strong>da</strong>des de emprego, inclusive para pessoasa margem <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de trabalho, às quais estarãosen<strong>do</strong> ofereci<strong>da</strong>s formas solidárias e convencionais deinserção no merca<strong>do</strong> produtivo. Investimentos sociais(educação, saúde, habitação, saneamento, segurançaetc.) são, desta forma, essenciais para assegurar a sustentabili<strong>da</strong>de<strong>do</strong> desenvolvimento econômico.Assim, a visão de futuro que orienta o Plano Estratégico– construir um "Esta<strong>do</strong> cuja população desfrute dequali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, maior participação nos resulta<strong>do</strong>seconômicos, com equilíbrio social e étnico, integra<strong>do</strong>nacional e internacionalmente" – somente será realiza<strong>da</strong>mediante um esforço conjunto <strong>do</strong>s GovernosFederal, Estadual e Municipais, <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e <strong>do</strong>smeios priva<strong>do</strong>s, caminhan<strong>do</strong> à luz <strong>do</strong> planejamento,aplican<strong>do</strong> os meios disponíveis e aproveitan<strong>do</strong> ascondições favoráveis para alcançar objetivos específicos.Tendências Recentes <strong>da</strong> Economia BaianaAs transformações por que passou a economia baianana metade <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, e cujos momentosemblemáticos foram a implantação <strong>da</strong> RefinariaLandulpho Alves – RLAM e o Pólo Petroquímico deCamaçari, mu<strong>da</strong>ram profun<strong>da</strong>mente a estruturaeconômica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> o antigo modeloprimário-exporta<strong>do</strong>r decadente substituí<strong>do</strong> por umaeconomia de base industrial que não garantiu umdesenvolvimento sustenta<strong>do</strong>.Entre as déca<strong>da</strong>s de 1950 e 1980, consoli<strong>do</strong>u-se umaestrutura industrial basea<strong>da</strong> na produção de commoditiesintermediárias. Em conseqüência, a indústriaelevou sua participação na estrutura <strong>do</strong> PIB que passoude 12% em 1960 para 26% em 1980.Por outro la<strong>do</strong>, o setor primário viu sua participaçãodeclinar de 40% para 20,2%, não apenas devi<strong>do</strong> aocrescimento <strong>do</strong>s segmentos industriais, mas tambémdevi<strong>do</strong> à decadência <strong>da</strong> economia cacaueira e deoutros produtos agrícolas. O processo de industrialização<strong>da</strong> Bahia foi apoia<strong>do</strong> nos investimentos federais ena atração de capitais internacionais. A característicafun<strong>da</strong>mental deste modelo foi a concentração na produçãode matérias-primas e insumos básicos, complementaresà economia <strong>do</strong> Centro-Sul, e pouco relacionamentocom o restante <strong>da</strong> economia local. O graude concentração <strong>da</strong> economia baiana pode ser evidencia<strong>do</strong>pela participação <strong>do</strong> setor químico que nos anos80 respondia por cerca de metade <strong>do</strong> Valor Agrega<strong>do</strong>Bruto <strong>da</strong> produção industrial. A indústria que seimplantou, além de concentra<strong>da</strong> em poucos segmentos,também era concentra<strong>da</strong> na Região Metropolitanade Salva<strong>do</strong>r e, por ser de capital intensivo,pouco gera<strong>do</strong>ra de empregos. Outro segmento queemergiu na economia baiana foi o turismo, aproveitan<strong>do</strong>as vantagens naturais <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e sua ricaherança histórico-cultural.To<strong>da</strong>via, este processo concentra<strong>do</strong>r não logrou criaruma dinâmica interna de investimentos, nem mesmoum empresaria<strong>do</strong> capaz de conduzir um processo de24
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIAdesenvolvimento. À escassez de capitais somava-se afrágil capacitação <strong>do</strong> seu empresaria<strong>do</strong>, posto que, aténo que diz respeito a empresários, houve uma tendênciade deslocamento naquela direção.A partir de 1987, a economia baiana começou adesacelerar devi<strong>do</strong>, entre outros fatores, à maturação<strong>do</strong>s investimentos no Pólo Petroquímico de Camaçari,ao desmonte <strong>da</strong> política de desenvolvimento regional,que culminou com a extinção <strong>da</strong> Sudene, e, também,à crise nos segmentos tradicionais <strong>da</strong> agriculturabaiana, como o cacau, sisal, fumo, mamona, algodãoe café. O primeiro em decorrência <strong>da</strong> vassoura-debruxae os demais pelos fatores climáticos.Contu<strong>do</strong>, a partir de 1997, a Bahia começou a sentiros efeitos de um novo surto de crescimento, resulta<strong>do</strong>em parte <strong>da</strong> política de atração de investimentosindustriais de produtos de consumo final, mas, principalmenteem função <strong>da</strong> maturação de investimentosde grande porte, como a ampliação <strong>da</strong> RefinariaLandulpho Alves de Mataripe, em julho de 2001, ainstalação <strong>do</strong> Complexo Ford com suas sistemistas, em2002, e a duplicação <strong>do</strong> complexo papel e celuloseque entrou em operação em setembro de 2005. Nestanova fase, também foi implanta<strong>do</strong> um grande númerode plantas industriais de pequeno porte, de vários segmentosprodutores de bens finais, que se localizaramnão apenas na Região Metropolitana de Salva<strong>do</strong>r,como também em diversos municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Estapolítica promoveu a instalação em outros municípiosfora <strong>da</strong> RMS de indústrias de diversos setores taiscomo o calçadista e de confecções. A expectativa eraa de atrair investimentos suscetíveis a se interessarpelos incentivos <strong>da</strong> guerra fiscal, na esperança de promovero adensamento <strong>da</strong> matriz econômica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>e maior agregação de valor aos produtos, geran<strong>do</strong>efeitos à montante e à jusante, promoven<strong>do</strong>, assim, aexpansão <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e alguma expansão <strong>do</strong> emprego, oque não aconteceu de forma significativa.Acontece que a instalação de indústrias de grandeporte não acarretou o desenvolvimento em rede deseus arranjos produtivos à montante e à jusante. Osefeitos <strong>da</strong> instalação <strong>da</strong> Ford sobre a estruturaeconômica estadual, internalizan<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> diversossegmentos <strong>da</strong> sua cadeia produtiva, bem como osresulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s florestas de eucalipto ain<strong>da</strong> não aconteceram,assim como não aconteceu a produção debens finais a partir <strong>da</strong>s indústrias intermediárias <strong>do</strong>Complexo Petroquímico de Camaçari. Eis aí uma tarefaa se concluir.Enquanto o foco dinâmico <strong>da</strong> economia se deslocoupara a indústria, o setor agrícola baiano, localiza<strong>do</strong>principalmente no Oeste, em decorrência <strong>da</strong> ocupação<strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> promovi<strong>da</strong> por migrantes sulistas ao longo<strong>da</strong> última déca<strong>da</strong> <strong>do</strong> Século XX, registrou um francoprocesso de transformação produtiva, tecnológica,espacial e sóciocultural acarretan<strong>do</strong> alterações significativasno volume e no valor bruto <strong>da</strong> produção, quesegun<strong>do</strong> o IBGE, no perío<strong>do</strong> de 1990 a 2006, cresceuem termos de valor adiciona<strong>do</strong> 88,6%, apesar <strong>da</strong> crise<strong>da</strong> lavoura cacaueira que se abateu no setor nomesmo perío<strong>do</strong>.Em decorrência <strong>da</strong> evolução <strong>do</strong> setor agrícola, cujosprincipais movimentos se dão nos extremos <strong>da</strong> Bahia –Oeste, Sul e Noroeste –, registrou-se um deslocamentopopulacional para os centros urbanos regionais,decorrente <strong>da</strong> baixa absorção de mão-de-obra e deuma ocupação acentua<strong>da</strong> de recursos naturais. A explicaçãopara essa constatação está relaciona<strong>da</strong> à intensivi<strong>da</strong>dede capital exigi<strong>da</strong> pelas culturas implan-25
PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-2011ta<strong>da</strong>s, grãos no Oeste, eucalipto no Extremo-Sul e fruticulturairriga<strong>da</strong> na região Norte <strong>da</strong> Bahia que, nocaso, é trabalho intensivo.Pode-se observar que nas extremi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Bahia,onde ocorrem as produções mais significativas deValor Bruto <strong>da</strong> Produção (VBP) agrícola, apresentam-seculturas de eleva<strong>do</strong> valor comercial e nível de competitivi<strong>da</strong>de,expressos em sua participação crescente napauta de exportação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Entretanto, <strong>do</strong> pontode vista de inclusão social e econômica, existem robustasevidências de que esse movimento não tem consegui<strong>do</strong>incorporar áreas e pessoas que ficaram àmargem <strong>do</strong> modelo tecnológico intensivo.Por outro la<strong>do</strong>, as demais regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e onde seinsere o semi-ári<strong>do</strong>, que representa cerca de 69,30%<strong>do</strong> território baiano, no que pese não se apresentaremcom o dinamismo registra<strong>do</strong> nas regiões recentementeocupa<strong>da</strong>s, são responsáveis por um volume expressivona produção de alimentos e matéria-prima e onde seencontra uma população também expressiva (49,36%),constituin<strong>do</strong>-se em sua maioria de pequenos produtoresfamiliares.Dentro deste <strong>contexto</strong>, algumas variáveis que caracterizama importância <strong>da</strong> agricultura familiar no panoramabaiano merecem ser destaca<strong>da</strong>s objetivan<strong>do</strong>realçar que, muito embora os obstáculos para o seudesenvolvimento sejam mais difíceis de serem transpostos,isto não inviabiliza que políticas agrícolas bemestrutura<strong>da</strong>s, integra<strong>da</strong>s a planos de desenvolvimentosustentáveis, implanta<strong>da</strong>s progressivamente, possammelhorar a situação desses pequenos produtores.A primeira variável relaciona-se à ocupação de pessoalna ativi<strong>da</strong>de rural. Segun<strong>do</strong> o censo 95/96 <strong>do</strong> IBGE, aagricultura familiar responde por 85% <strong>do</strong> pessoal ocupa<strong>do</strong>no setor agrário, contra 15% <strong>do</strong> setor não familiar.Como na agricultura se encontra 85% <strong>da</strong> populaçãoocupa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Bahia, a agricultura familiarresponde sozinha por 32,6% <strong>do</strong>s ocupa<strong>do</strong>s em nossoEsta<strong>do</strong>. Ain<strong>da</strong> acima <strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> e terceiro coloca<strong>do</strong>sem ocupação: serviços e comércio com, respectivamente,24,9% e 13,9% <strong>da</strong> ocupação.A segun<strong>da</strong> variável está relaciona<strong>da</strong> ao Valor Bruto <strong>da</strong>Produção, quan<strong>do</strong> se evidencia que a pequena produçãoresponde por 40% <strong>do</strong> VBP contra 60% <strong>do</strong> setorintensivo de capital, mesmo consideran<strong>do</strong> que essesetor ocupa 62% <strong>da</strong> área contra 38% <strong>da</strong> agriculturafamiliar.Vale ressaltar, finalmente que, se o crescimento <strong>do</strong>setor agrícola baiano a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90 é umareali<strong>da</strong>de constata<strong>da</strong> por várias instituições depesquisa, inclusive pela Superintendência de Estu<strong>do</strong>sEconômicos e Sociais – SEI/SEPLAN, observa-se tambémque o processo viabilizou uma forte concentraçãoespacial e econômica. A agricultura familiar, apesar deto<strong>do</strong>s os obstáculos cita<strong>do</strong>s, cumpre ain<strong>da</strong> umaposição de destaque na produção de alimentos ematérias-primas, na ocupação de mão-de-obra e nonúmero de estabelecimentos agropecuários, o queinduz a reflexões sobre a necessi<strong>da</strong>de de uma concepçãode políticas agrícolas diferencia<strong>da</strong>s que almejemo desenvolvimento mais amplo no meio rural enão apenas o crescimento econômico. Portanto, faz-senecessário estimular o desenvolvimento <strong>da</strong> pequenaproprie<strong>da</strong>de e a agroindústria que estejam liga<strong>da</strong>s àagricultura familiar e incentivar a cooperação com produçõesartesanais, manufatureiras e industriais locais,de mo<strong>do</strong> a permitir uma integração produtiva benéficapara ambos e favorecer a interiorização <strong>do</strong>s lucros.26
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIAÉ fun<strong>da</strong>mental superar a armadilha de programas queapenas garantam a sobrevivência <strong>da</strong>s famílias. Eles sãomelhores <strong>do</strong> que a inércia, mas não são uma soluçãoestratégica para o desenvolvimento sustenta<strong>do</strong>.modelo que contemple setores até então marginaliza<strong>do</strong>se excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> crescimento. Umnovo modelo onde produzir e crescer repartin<strong>do</strong>, bemcomo o desenvolvimento com inclusão e equi<strong>da</strong>de,constituam eixos de desenvolvimento que garantamNo sertão <strong>do</strong> São Francisco, destaca-se a fruticulturauma nova visão de futuro.irriga<strong>da</strong>, com a produção de manga e uva de mesa,inclusive para atender à deman<strong>da</strong> internacional.PERFIL SOCIODEMOGRÁFICOA dinâmica pretérita, mesmo ampara<strong>da</strong> em políticascapazes de melhorar os indica<strong>do</strong>res de crescimentoeconômico, produziu resulta<strong>do</strong>s pífios sobre ascondições de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população e sobre os trabalha<strong>do</strong>res.Do ponto de vista <strong>socioeconômico</strong>, o desafioé fazer com que, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s grandes empreendimentose com o maior grau de articulação possível,desenvolvam-se os micros e pequenos empreendimentose a agricultura familiar, geran<strong>do</strong> emprego, ocupaçãoe ren<strong>da</strong>.O setor de serviços tem grande potencial de crescimento,sobretu<strong>do</strong> no segmento turístico, que proporcionaefeitos positivos numa economia, a baiana, quese caracteriza pela escassez de capital e deman<strong>da</strong> insuficientepor conta <strong>da</strong> pre<strong>do</strong>minância de uma populaçãopauperiza<strong>da</strong>.O Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia ocupa uma área de 564,7 mil km²,sen<strong>do</strong> o quinto esta<strong>do</strong> em extensão territorial, representa<strong>do</strong>6,6% <strong>da</strong> área total <strong>do</strong> Brasil e 36,6% <strong>da</strong>extensão <strong>da</strong> região Nordeste.Segun<strong>do</strong> a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios– PNAD <strong>do</strong> IBGE, a população estadual totalizava13,8 milhões de habitantes no ano de 2005, manten<strong>do</strong>a Bahia na condição de esta<strong>do</strong> mais populoso<strong>do</strong> Nordeste e o quarto <strong>do</strong> país, abrigan<strong>do</strong> 27,1% <strong>da</strong>população nordestina e 7,5% <strong>da</strong> brasileira. De acor<strong>do</strong>com as informações presta<strong>da</strong>s pelos residentes acerca<strong>da</strong> cor ou raça, cerca de 64,4% <strong>da</strong> população baianaeram compostos por par<strong>do</strong>s, 14,4% de negros, 21%de brancos, 0,3% de amarelos e indígenas, perfazen<strong>do</strong>,portanto, cerca de 79% de negros e par<strong>do</strong>s.É preciso que a riqueza gera<strong>da</strong> pelo dinamismo econômicopossa ser traduzi<strong>da</strong> em melhores serviços para apopulação e melhoria na sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Emsuma, deve ser implanta<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> um efetivoprocesso de desenvolvimento sustentável, através <strong>da</strong>geração de um novo modelo de desenvolvimento. UmA maior parte <strong>do</strong> território baiano está inseri<strong>da</strong> naregião semi-ári<strong>da</strong>. Esta região 1 totaliza 391,6 mil km²,equivalen<strong>do</strong> a 69,3% <strong>do</strong> território baiano. Nela, localizam-se266 municípios e residiam em 2006, segun<strong>do</strong>estimativas <strong>do</strong> IBGE, 6.451.835 pessoas, equivalen<strong>do</strong>a 48,4% <strong>da</strong> população <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.1 A Portaria 89/2005, de 18 de março de 2005, <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> Integração Nacional, toman<strong>do</strong> como base os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> GrupoInterministerial instituí<strong>do</strong> pela Portaria nº 06, de 29 de março de 2004, atualizou a lista <strong>do</strong>s municípios que compõem o Semi-Ári<strong>do</strong> brasileiro.Na Bahia foram incluí<strong>do</strong>s no Semi-Ári<strong>do</strong> mais oito municípios: Amargosa, Cabaceiras <strong>do</strong> Paraguaçu, Elísio Medra<strong>do</strong>, Iguaí, Itagi, Nova Canaã,Potiraguá e São Félix <strong>do</strong> Coribe. O município de Barrocas foi emancipa<strong>do</strong> de Alagoinhas, que integra o Semi-Ári<strong>do</strong>.27
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIAOs estu<strong>do</strong>s demográficos indicam elevação <strong>da</strong> esperançade vi<strong>da</strong>, redução <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> fecundi<strong>da</strong>de,com o declínio no número de filhos por mulher. Aesperança de vi<strong>da</strong> ao nascer experimentou um expressivoacréscimo ao passar de 59,7 anos em 1980 para 71,4anos em 2005. Estes processos resultaram em mu<strong>da</strong>nçassignificativas na pirâmide etária <strong>da</strong> populaçãobaiana, refletin<strong>do</strong> num acelera<strong>do</strong> processo de envelhecimentopopulacional. A partir de uma estrutura, em1980, com uma base alarga<strong>da</strong> e um topo estreito, apirâmide etária baiana tem sofri<strong>do</strong> uma redução na participação<strong>da</strong>s primeiras faixas etárias e um aumento nasfaixas etárias superiores. Assim é que a participação <strong>da</strong>spessoas com até 14 anos na estrutura populacional caiude 43,7%, em 1980, para 39,7%, em 1991, e chegoua 29,1% em 2005. Em termos absolutos, esta populaçãodeclinou de 4,2 milhões para 4 milhões no perío<strong>do</strong>considera<strong>do</strong>. Inversamente, a população de mais de60 anos passou de 6,3% para 9,2% entre 1980 e 2005.Mais significativo é que, em números absolutos, estapopulação sofreu um acréscimo de 677 mil pessoas,passan<strong>do</strong> de 601 mil para 1.278 mil no mesmo perío<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> as informações provenientes <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> deAtualização <strong>do</strong> Portfólio <strong>do</strong>s Eixos Nacionais deIntegração e Desenvolvimento, de 2000-2007 para2004-2011, <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> <strong>Planejamento</strong>, a população<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia deverá alcançar cerca de14,5 milhões de habitantes no ano de 2011. Seguin<strong>do</strong>a tendência de envelhecimento populacional, os contingentespopulacionais de 25 a 59 anos e de 60 anose mais continuarão crescen<strong>do</strong> em termos absolutos eaumentan<strong>do</strong> também a sua participação relativa naestrutura populacional. Em 2011, a perspectiva é quea população i<strong>do</strong>sa seja de aproxima<strong>da</strong>mente 1,38 milhãode pessoas (9,6% <strong>do</strong> total).As mu<strong>da</strong>nças na composição etária <strong>da</strong> população têmimportantes significa<strong>do</strong>s na formulação <strong>da</strong>s políticaspúblicas. Verifica-se um arrefecimento <strong>da</strong> pressão porpolíticas dirigi<strong>da</strong>s à infância, como oferta de educaçãoinfantil e fun<strong>da</strong>mental, além <strong>da</strong> saúde materno-infantil.Embora haja uma grande deman<strong>da</strong> não atendi<strong>da</strong>,especialmente <strong>do</strong> ponto de vista qualitativo, a redução<strong>da</strong> pressão demográfica aumenta a capaci<strong>da</strong>de deatendimento e de efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s políticas públicascom base na estrutura existente que, entretanto, precisaser recupera<strong>da</strong>. Novas deman<strong>da</strong>s são localiza<strong>da</strong>s eperiféricas ao parque infra-estrutural existente.Os contingentes numerosos que ingressam na populaçãoem i<strong>da</strong>de ativa (nasci<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong> declínio maisTabela1: População por faixa etária. Bahia. 1980-2011Em mil habitantes1980 1991 2000 2005 2011Faixa etária Abs % Abs % Abs % Abs % Abs %0 a 14 anos 4.187 43,7 4.710 39,7 4.179 32,0 4.018 29,1 4.239 29,215 a 24 anos 1.930 20,1 2.416 20,4 2.899 22,2 2.914 21,1 2.652 18,325 a 59 anos 2.874 30,0 3.925 33,1 4.914 37,6 5.615 40,6 6.221 42,960 anos e mais 601 6,3 817 6,9 1.078 8,2 1.278 9,2 1.388 9,6Fonte: IBGE: Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000; PNAD 2005 e SEI: Projeção 201129
PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-2011expressivo <strong>do</strong> nível de fecundi<strong>da</strong>de) exercerão pressãonas redes de ensino médio e universitário. De fato, emque pese o crescimento decorrente <strong>da</strong> melhora nofluxo escolar e na redução <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no, o expressivoaumento no número de alunos matricula<strong>do</strong>s no sistemade Ensino Médio <strong>da</strong> Bahia – de 213 mil em 1991para 722 mil em 2006 – reflete a pressão de origemdemográfica. A pressão na rede de ensino superiortambém continuará crescen<strong>do</strong> sistematicamente, principalmenteem função <strong>do</strong>s contingentes numerosos deegressos <strong>do</strong> Ensino Médio. Com efeito, no ano de2005, na Bahia, apenas cerca de 5% <strong>da</strong>s pessoas com25 anos de i<strong>da</strong>de ou mais possuíam 12 anos ou maisde estu<strong>do</strong>.No âmbito <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de trabalho, a pressão deorigem demográfica ain<strong>da</strong> se fará presente duranteanos, constituin<strong>do</strong>-se em efeito de caráter dura<strong>do</strong>uro.Isto ocorre porque este crescimento <strong>da</strong> PopulaçãoEconomicamente Ativa (PEA) atual é resultante <strong>do</strong>stempos de alta fecundi<strong>da</strong>de ocorri<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>.Este processo irá manter-se, embora com uma intensi<strong>da</strong>deca<strong>da</strong> vez menor, até o final <strong>da</strong> presente déca<strong>da</strong>.Ou seja, pelo la<strong>do</strong> <strong>da</strong> oferta, o desafio será o de convivercom uma pressão, de origem demográfica, pormais empregos pelo menos até o ano 2020, emborahaja a expectativa que esse fenômeno já comece a seatenuar na segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> atual déca<strong>da</strong>.Atualmente, cerca de 2,77 milhões de jovens de 16 a29 anos estão pressionan<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> de trabalhobaiano.O crescente aumento <strong>da</strong> população de i<strong>do</strong>sos deman<strong>da</strong>ca<strong>da</strong> vez mais recursos para atender esse segmento,seja com expansão <strong>do</strong> atendimento <strong>do</strong>s programasjá existentes, seja com a criação de novos serviços direciona<strong>do</strong>s,em especial para saúde e lazer. No âmbito<strong>da</strong> saúde, por exemplo, apenas 15% <strong>da</strong> população de1,28 milhão de baianos com 60 anos e mais de i<strong>da</strong>deeram cobertos por um plano de saúde. A existênciadesse expressivo contingente de i<strong>do</strong>sos (cerca de 1,1milhão ou 85% <strong>do</strong> total) sem cobertura de plano desaúde incorre numa forte pressão sobre o serviçopúblico de saúde, tanto em termos quantitativosquanto em termos qualitativos, <strong>da</strong><strong>da</strong> as especifici<strong>da</strong>des<strong>do</strong> padrão de morbi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> população i<strong>do</strong>sa.EMPREGOA População Economicamente Ativa – PEA ascendia a7.122.040 em 2005, de acor<strong>do</strong> com a PNAD, representan<strong>do</strong>63,6% <strong>da</strong> População em I<strong>da</strong>de Ativa. Dessetotal, 6.413.900 (90,1%) estavam ocupa<strong>do</strong>s e708.140 (9,9%) se encontravam desemprega<strong>do</strong>s. Adistribuição espacial <strong>da</strong> População EconomicamenteAtiva revela que 63,6% residiam em áreas urbanas e36,4% em áreas rurais. A Região Metropolitana deSalva<strong>do</strong>r respondia por 25,7% <strong>da</strong> PEA.Quanto às características <strong>da</strong> população ocupa<strong>da</strong>, temseque 59,7% são homens, 55,3% estão na faixaetária de 18 a 39 anos e 35,5% possuem até três anosde escolari<strong>da</strong>de. Fato grave é que 218.244 crianças nafaixa etária de 10 a 14 anos já participavam <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>de trabalho. Desta forma tem-se que 15,6% <strong>da</strong>scrianças numa faixa etária onde obrigatoriamente deveriamestar apenas estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> já ingressaram precocementeno merca<strong>do</strong> de trabalho comprometen<strong>do</strong> oseu bem estar e o seu futuro, e violan<strong>do</strong> a legislação.Os setores liga<strong>do</strong>s às ativi<strong>da</strong>des terciárias (comércio,serviços, administração pública) são os maioresabsorve<strong>do</strong>res <strong>da</strong> força de trabalho, com pre<strong>do</strong>minân-30
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIAcia <strong>do</strong> setor serviço. A agricultura, entretanto, é o setorde ativi<strong>da</strong>de que, isola<strong>da</strong>mente, mais ocupa mão-deobrano Esta<strong>do</strong>. Assim é que 2.463.976 trabalha<strong>do</strong>res(38,4% <strong>da</strong> população ocupa<strong>da</strong>) estão na agricultura,segui<strong>do</strong> por 1.592.539 (24,9%) no setor de serviços e893.906 (13,94%) no setor de comércio. No setorserviços, destacam-se os serviços de educação, saúdee de serviço social, bem como o trabalho <strong>do</strong>méstico.Na administração pública, por sua vez, estão 4,4%<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res ocupa<strong>do</strong>s.Deste diagnóstico resulta a política <strong>do</strong> atual governode buscar incentivar o surgimento de empregos naagricultura familiar, no setor de serviços e no comércio.Alian<strong>do</strong> a isso, a implementação de políticas quegarantam condições dignas de trabalho e revertam asituação de precarização existente, bem como osucateamento <strong>do</strong> setor público, o que significa ofereceremprego público sem ir para o outro extremo deocupar pessoas sem função e sem produtivi<strong>da</strong>de.RENDA E INSEGURANÇA ALIMENTARA ren<strong>da</strong> média na ocupação principal <strong>da</strong>s pessoas de 15anos e mais alcançava, em 2005, R$ 394,00, equivalen<strong>do</strong>a 56% <strong>da</strong> média nacional. No que diz respeito àren<strong>da</strong> <strong>do</strong>miciliar per capita, tem-se que na Bahia, nomesmo ano, ela alcançava R$ 297,00 contra R$ 511,00no Brasil. Em 2005, o percentual de pobres e indigentes,calculan<strong>do</strong> este indica<strong>do</strong>r a partir <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> monetária,embora declinante desde a déca<strong>da</strong> de 90, alcançava,respectivamente, 50% e 20,8%, valores bem maioresque a média nacional, de 29,5%, no caso <strong>da</strong> taxa depobreza, e de 11%, quanto à taxa de indigência.O levantamento sobre segurança alimentar incluí<strong>do</strong> naPNAD 2004 revelou que 55,8% <strong>do</strong>s baianos residiamem <strong>do</strong>micílios onde se verifica algum tipo de insegurançaalimentar, ou seja, alguma forma de restriçãoquantitativa ou qualitativa ao acesso a alimentos. Nos<strong>do</strong>micílios com insegurança alimentar grave, residiam1.895.416 pessoas, ou seja, 13,8% <strong>da</strong> população <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. Já as situações de insegurança alimentar modera<strong>da</strong>e leve envolviam, respectivamente, 22,4% e19,5% <strong>da</strong> população baiana.A comparação com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s nacionais evidencia quea prevalência <strong>da</strong> insegurança alimentar é mais significativanas regiões Nordeste e Norte que no resto <strong>do</strong>país. O Nordeste apresentava o maior percentual depessoas com insegurança alimentar (58,9%), segui<strong>do</strong><strong>da</strong> região Norte com 51,9%. Nas demais regiões <strong>do</strong>país este percentual oscilava em torno de 30%. A distânciaentre as regiões Nordeste e Norte e as demaisregiões <strong>do</strong> país é ain<strong>da</strong> maior quan<strong>do</strong> se considera ainsegurança alimentar grave. A região Nordeste, porexemplo, com 28% <strong>da</strong> população brasileira, concentra52% <strong>da</strong>s pessoas residentes em <strong>do</strong>micílios com situaçãode insegurança alimentar grave, o que representaum contingente de 7,2 milhões de pessoas. A percentagemde pessoas em situação de insegurança alimentargrave no Nordeste era de 14,3%, cerca de 3,5vezes maior que a <strong>da</strong> região Sul, de 3,9%. Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>sevidenciam que, embora haja insegurança alimentarem to<strong>do</strong> o território nacional, este fenômeno, especialmenteem sua vertente mais grave, atinge fun<strong>da</strong>mentalmenteas regiões Nordeste e Norte.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> PNAD revelam, também, que a insegurançaalimentar atinge desigualmente a população,consideran<strong>do</strong> seus atributos sociais. Na Bahia, enquantona área urbana 53,9% <strong>da</strong>s pessoas residiam em<strong>do</strong>micílios com algum grau de insegurança alimentar,nas áreas rurais este percentual se elevava para31
PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-201159,58%. Da mesma forma, os negros e par<strong>do</strong>s sãomais acometi<strong>do</strong>s por insegurança alimentar que osbrancos. Enquanto 41,8% <strong>do</strong>s brancos residiam em<strong>do</strong>micílios que vivenciam insegurança alimentar, estasituação atingia a 60% <strong>do</strong>s negros e par<strong>do</strong>s.Consideran<strong>do</strong>-se apenas a insegurança alimentargrave, observa-se que ela atingia 16% <strong>do</strong>s negros epar<strong>do</strong>s contra 7,4% <strong>do</strong>s brancos.O acesso <strong>da</strong> população baiana aos bens e serviços queexpressam a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>niae a plena fruição <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> modernoain<strong>da</strong> apresentam graves lacunas, colocan<strong>do</strong> aBahia em posição desconfortável em relação à maioria<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Federação, em especial em relação aoSul e Sudeste.Em decorrência deste quadro de absoluta carência fazo maior senti<strong>do</strong> tornar mais eficientes os programasde transferência de ren<strong>da</strong> <strong>do</strong> governo federal como oFome Zero.EDUCAÇÃOCom os investimentos em educação realiza<strong>do</strong>s nasúltimas déca<strong>da</strong>s, sobretu<strong>do</strong> graças ao FUNDEF, o ensinofun<strong>da</strong>mental está praticamente universaliza<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Censo Escolar de 2005,2.879.669 alunos freqüentam o ensino fun<strong>da</strong>mentalformal, sen<strong>do</strong> a rede municipal responsável por 73,8%deste contingente e a rede estadual por 18,7%.A Taxa de Atendimento <strong>da</strong>s pessoas de 7 a 14 anosindica, para 2005, que 97,8% <strong>do</strong>s jovens estavammatricula<strong>do</strong>s na rede de ensino. Entretanto, quan<strong>do</strong> secompara este <strong>da</strong><strong>do</strong> com a Taxa de Escolarização, verifica-seque parte significativa <strong>do</strong>s alunos está em nívelinadequa<strong>do</strong>. Assim é que enquanto a taxa de escolarizaçãobruta <strong>do</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental (a relação entreo total de alunos matricula<strong>do</strong>s nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de deensino e a população de 7 a 14 anos) é de 129,6%, ataxa líqui<strong>da</strong> (a relação matrícula de alunos na faixa de7 a 14 anos e a população na mesma faixa etária) é de94,7%. Isto significa que muitos alunos não logramaprovação, permanecen<strong>do</strong> no ensino fun<strong>da</strong>mentalalém <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de adequa<strong>da</strong>.Deve-se destacar o fato de que a população até 14anos de i<strong>da</strong>de decresceu em termos absolutos entre osanos 2000 e 2005.No ensino médio regular estão matricula<strong>do</strong>s 722.817alunos. Ao contrário <strong>do</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental, a redeestadual é o principal ofertante de vagas nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de,com 633.625 matrículas contra 35.341 <strong>da</strong> redemunicipal e 49.915 <strong>da</strong> rede particular. A Taxa deAtendimento na faixa etária de 15 a 17 anos em 2005era de 88,7%. As taxas de escolarização bruta e líqui<strong>da</strong>,por sua vez, eram respectivamente, 83,4% e27,15%. Isto significa que o acesso ao ensino médio,apesar <strong>da</strong> expansão nos últimos anos, ain<strong>da</strong> é baixo,seja pela permanência <strong>do</strong>s alunos no ensino fun<strong>da</strong>mental,seja pelo aban<strong>do</strong>no escolar.Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s apontam para o grave problema deevasão e repetência. Assim, embora, no que dizrespeito ao acesso, o ensino fun<strong>da</strong>mental esteja próximoà universalização e tenha havi<strong>do</strong> um grandeavanço <strong>do</strong> ensino médio, ain<strong>da</strong> não está garanti<strong>da</strong> apermanência <strong>do</strong> aluno na escola. Assim é que 14,9%<strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental e 20,9% <strong>do</strong> ensinomédio aban<strong>do</strong>nam a escola.32
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIAOutro grave problema é a reprovação, que atinge a19% <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental e 10,2% <strong>do</strong>salunos <strong>do</strong> ensino médio. Estes últimos <strong>da</strong><strong>do</strong>s apontampara o problema <strong>do</strong> desempenho escolar <strong>do</strong>s alunos e<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ensino, corrobora<strong>do</strong>s também pelasavaliações externas e internas que vêm sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>s.Pode-se supor que as eleva<strong>da</strong>s taxas de aban<strong>do</strong>noe reprovação estejam associa<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>ensino, embora fatores extra-classe possam afetar significativamenteo desempenho <strong>do</strong>s alunos.Tabela 3: Número de alunos matricula<strong>do</strong>s noensino superior, segun<strong>do</strong> dependênciaadministrativa. Bahia. 2004DependênciaAlunos Matricula<strong>do</strong>sAdministrativa Número %Federal 18.740 22,8Estadual 40.843 49,8Particular 22.443 27,4Total 82.026 100,0Fonte: MEC/INEP/DAESDe acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> INEP, na Bahia em 2005estavam matricula<strong>do</strong>s 82.026 alunos no ensino superior,em cursos de graduação presencial. Deste total quase ametade, 40.843 alunos, estavam matricula<strong>do</strong>s nas quatroinstituições estaduais de ensino, cujas uni<strong>da</strong>des sedistribuem em 31 municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. A Universi<strong>da</strong>deEstadual <strong>da</strong> Bahia, com 20.293 alunos matricula<strong>do</strong>s emuni<strong>da</strong>des localiza<strong>da</strong>s em 24 municípios é o principal ofertantede vagas entre as instituições estaduais de ensino.A Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia, por sua vez, matriculou,em 2005, 18.740 alunos, enquanto que nas diversasinstituições particulares matricularam-se 22.443 alunos.O acesso <strong>do</strong>s baianos ao ensino superior ain<strong>da</strong> éextremamente baixo. Entre a população na faixa etáriade 18 a 22 anos, apenas 4,9% freqüentam instituiçõesde ensino superior, taxa que representa 42% <strong>da</strong> médianacional e 22,9% <strong>da</strong> <strong>do</strong> Distrito Federal, que possui amelhor situação <strong>do</strong> país. Consideran<strong>do</strong> a totali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>smatricula<strong>do</strong>s, independentemente <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, em relaçãoTabela 2: Número de alunos matricula<strong>do</strong>s no ensino básico, por dependência administrativa, segun<strong>do</strong>mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de ensino. Bahia. 2006Dependência AdministrativaMo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de Ensino Estadual Municipal Federal Particular TotalEnsino Fun<strong>da</strong>mental 539.606 2.125.277 497 214.289 2.879.669Ensino Médio 633.625 35.341 3.936 49.915 722.817Educação de Jovens e Adultos 314.240 229.873 30 2.726 546.869Educação Profissional 4.831 727 3.797 6.517 15.872Educação Especial 2.534 3.978 – 10.496 17.008Educação Infantil 7.853 400.581 – 143.898 552.332Educação Indígena 1.469 4.756 – 25 6.250Fonte: SEC/Censo Escolar33
PLANO PLURIANUAL – PPA 2008-2011à faixa etária de 18 a 22 anos, tem-se uma taxa bruta deescolari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ordem de 15,8% na Bahia, contra27,9% no país e 54% no Distrito Federal.A taxa de analfabetismo <strong>da</strong> população de 10 anos e maisem 2005 alcançava 16,9%, maior que a média nacionale cerca de três vezes as <strong>da</strong>s regiões Sul e Sudeste.Entretanto as maiores taxas se situam nas faixas etáriassuperiores e iniciais. Na população acima de 40 anos, ataxa de analfabetismo se eleva para 34,6%, cain<strong>do</strong> para13,2% na faixa etária de 7 a 14 anos e para 2,5% nafaixa de 15 a 17 anos. Metade <strong>da</strong> população analfabetasitua-se nas faixas etárias de 30 anos e mais. Estes <strong>da</strong><strong>do</strong>sindicam que o analfabetismo é hoje um problema <strong>da</strong>população mais i<strong>do</strong>sa e <strong>da</strong>queles que estão ingressan<strong>do</strong>no ensino fun<strong>da</strong>mental, refletin<strong>do</strong>, no primeiro caso, abaixa oferta educacional <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, e, no segun<strong>do</strong>, obaixo desempenho <strong>do</strong> sistema escolar no presente.habitante em 2005, enquanto que a assistência aopré-natal deixou quase 10% de gestantes sem consultaaté o dia <strong>do</strong> parto, o que resulta também no registro<strong>do</strong> maior número de nasci<strong>do</strong>s vivos com baixopeso: em torno de 8% em 2003. Os últimos levantamentosindicam ain<strong>da</strong> que a população baiana tem amaior taxa de incidência de tuberculose pulmonarpositiva, 32% em 2003. Estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s colocam os indica<strong>do</strong>resde saúde <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> abaixo <strong>da</strong> média nacionale <strong>do</strong> nível de atendimento estabeleci<strong>do</strong> pela OrganizaçãoMundial de Saúde – OMS. Para a reversãodesse cenário preocupante é necessário a<strong>do</strong>tarPolíticas Estratégicas de Saúde, no senti<strong>do</strong> de privilegiaro atendimento básico e preventivo à saúde <strong>da</strong>população, assim como alinhar políticas transversaisde saneamento básico, educação, direitos humanos,como forma de reduzir a proliferação de muitas <strong>do</strong>ençasprovoca<strong>da</strong>s pela ausência dessas políticas públicas.A escolari<strong>da</strong>de média <strong>da</strong>s pessoas com 25 anos e maisde i<strong>da</strong>de era de apenas 5,1 anos de estu<strong>do</strong>s – sem considerara quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ensino –, taxa muito próxima àmédia nacional, mas extremamente baixa quan<strong>do</strong> seconsidera que escolari<strong>da</strong>de, além <strong>da</strong> sua conexão com aquali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e o pleno exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, étambém fator essencial de competitivi<strong>da</strong>de econômica.SAÚDEO atendimento à saúde <strong>da</strong> população baiana ain<strong>da</strong> éprecário no que se refere à atenção básica de saúde.Os indica<strong>do</strong>res nacionais <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong>Saúde/Datasus incluem o esta<strong>do</strong> entre os com piordesempenho, inclusive entre os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste.No Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia, o Programa de Saúde na Família –PSF cobria em 2006 apenas 50% <strong>da</strong> populaçãobaiana. O número de consultas médicas nas especiali<strong>da</strong>desbásicas foi <strong>da</strong> ordem de apenas 1,2 consulta/SANEAMENTO E INFRA-ESTRUTURA URBANAUm serviço que avançou significativamente nos últimosanos foi a oferta de infra-estrutura social básica,representa<strong>da</strong>, por exemplo, por saneamento básico,energia elétrica, coleta de lixo e telefonia. Nestescasos, ao la<strong>do</strong> de significativa expansão desses serviçosnas áreas urbanas, verificam-se ain<strong>da</strong> expressivosdéficits nas áreas rurais. A oferta de água através derede geral de abastecimento alcançou 75,1% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios em 2005. Entretanto, enquanto na áreaurbana o serviço atendia a 94,6% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios, nasáreas rurais a cobertura era de apenas 31,7%. No casode <strong>do</strong>micílios liga<strong>do</strong>s à rede de esgotamento sanitárioou fossa séptica – descarta<strong>da</strong>s outras formas de destinação<strong>do</strong>s dejetos – a cobertura era de 49% noEsta<strong>do</strong>, 66,6% nas áreas urbanas e de apenas 9,2%nas áreas rurais. Já a coleta de lixo, que beneficia a34
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA BAHIA71,4% de to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e a 95,6%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios urbanos, atinge apenas a 17,4% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios rurais.O acesso à energia elétrica, que atende a 91,1% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios, está praticamente universaliza<strong>do</strong> nas áreasurbanas, com 99% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios atendi<strong>do</strong>s. Noentanto, na área rural, ain<strong>da</strong> subsistem 32,1% de<strong>do</strong>micílios que não dispõem desta comodi<strong>da</strong>de.Tabela 4: Domicílios com acesso a infraestuturabásica (%). Bahia. 2005Área ÁreaDomicílios Atendi<strong>do</strong>s Bahia Urbana RuralRede geral de água 75,1 94,6 31,7Rede coletora ou fossa séptica 49,0 66,6 9,2Coleta de lixo 71,4 95,6 17,4Energia elétrica 91,2 99,0 74,0Fonte: IBGE/PNAD 200535