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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA VI

MAT capa.tif - ftc ead

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Está evidenciado na sociedade que a falta de Educação Básica tem sido considerada um fator deexclusão social, mas já se percebe, também, que está havendo um esforço, por parte de organismos nacionaise internacionais, ONGs, setores organizados da sociedade civil, no sentido de programar ações,para tentar minimizar pelo menos essa via, o da escolarização, que inviabiliza até mesmo a possibilidadedas camadas populares concorrerem a uma das poucas vagas existentes no mercado de trabalho, considerando,que pelo excesso de mão-de-obra se exige cada vez mais qualificação do trabalhador. Na verdade,a educação de jovens e adultos pode ser considerada um dos maiores desafios imposto hoje aos governantes,que precisam possibilitar as condições de oferta a essa grande camada da sociedade.Nesse processo, é de fundamental importância o papel do docente, por isso o educador da EJAdeve ser “capaz de identificar o potencial de cada aluno. O perfil do professor da EJA é muito importantepara o sucesso da aprendizagem do aluno adulto que vê seu professor como um modelo a seguir” (LO-PES e SOUZA, 2005), além de ser “preciso que a sociedade compreenda que alunos da EJA vivenciamproblemas como preconceito, vergonha, discriminação, críticas dentre tantos outros. E que tais questõessão vivenciadas tanto no cotidiano familiar como na vida em comunidade”Educação matemática de jovens e adultosOs alunos da EJA possuem a demanda de uma Matemática que deve ser ensinada e, sobretudo,contextualizada, nos quais estes alunos jovens e adultos tenham voz e sejam ouvidos.Nesse sentido, consideramos de fundamental importância o trabalho exploratório investigativo nasaulas de matemática, com vistas a possibilitar a criação e explicitação de estratégias de resolução, principalmente,para esse grupo sócio culturalmente marcado pela exclusão social e educacional.Trazendo para esse estudo a contribuição da minha prática enquanto educadora no inicio de carreira,numa escola do município em Salvador/BA, pude observar que nas salas de aula, em sua grandemaioria os alunos do turno da noite, por impedimentos diversos: desde trabalho e até condições físicas eemocionais deixaram de estudar por muitos anos. Desse modo, são sujeitos que necessitam de métodosde ensino “não infantilizados” (FONSECA, 2002), que privilegiem seus modos de pensar.Não se trata somente de propiciar a aprendizagem de ferramentas conceituais que operem nointerior da matemática acadêmica ou de gerar interfaces com as demais metodologias, ciências, ou tecnologias,mas de garantir o processo de democratização da educação, principalmente, para a EJA.Essa metodologia de explorar e investigar tarefas matemáticas tem gênese no conhecimento quepassa pelo viés do construir e do criar, onde aluno e professor interagem numa troca de experiências naconstrução do saber. Um saber que está em constante processo de significação, mudança e ressignificação;não mais estático, mas totalmente dinâmico, propiciando a formação de um espaço de aprendizagemprazeroso, alegre, estimulante e desafiador, onde o aluno e o professor participem desse movimento,como agentes construtores e transformadores.Fantinato, em 2004, analisa a contribuição de autores brasileiros e internacionais na educação dejovens e adultos, em particular, daqueles que focam na aprendizagem e no ensino da matemática, classificandoa produção na área de acordo com as metas prioritárias dos estudos/pesquisas/propostas emquestão. São elas: um instrumento de conscientização política, a instrumentação para o mercado de trabalhoe a EJA para estilos próprios de raciocínio matemático do educando.A. A EJA como instrumento de conscientização políticaTendo sido o educando adulto um excluído da escola regular, e tendo o ensino da matemática formalcontribuído parcialmente nesse processo de exclusão, uma das metas da educação de jovens e adultospassaria a ser precisamente a reversão dessa situação. Nas palavras de Paulo Freire:Pesquisa e Prática Pedagógica <strong>VI</strong> 33

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