ESTUDO DA FORMAÇÃO DE MINERAIS
Formação dos minerais 2006.pdf - geomuseu
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Deve ter-se em atenção que um mineral de alta temperatura pode aparecer<br />
associado a minerais de baixa temperatura devido a condições anormais de<br />
formação e vice-versa. Assim, por exemplo, a pirrotite, mineral característico<br />
de alta temperatura, pode formar-se em certas circunstâncias a baixa<br />
temperatura.<br />
É, portanto, indispensável o maior cuidado com a atribuição de uma dada<br />
gama de temperaturas a uma certa associação mineral e a validade de uma<br />
tal atribuição depende mais da convergência de toda uma série de<br />
observações que simplesmente da presença de tais ou tais minerais. É<br />
necessário ter em conta os possíveis termómetros geológicos, os dados<br />
experimentais e o ambiente geológico do jazigo para que as considerações<br />
térmicas se reconheçam de interesse.<br />
No Quadro 1 apresentam-se os minerais tipomórficos mais comuns,<br />
ordenados tentativamente segundo temperaturas decrescentes de formação<br />
(Bateman, 1950, p.40).<br />
2.10 Isótopos Estáveis<br />
A composição (ou a distribuição da composição) isotópica de determinados<br />
minérios, em particular do S na pirite, é utilizada frequentemente para estimar<br />
ambientes de formação, sob o ponto de vista do processo ou da termometria,<br />
de determinados jazigos; é o caso dos jazigos da Faixa Piritosa Ibérica (FPI),<br />
onde já existem centenas de medições isotópicas (δ 34 S - % o ) efectuadas na<br />
pirite, calcopirite, blenda e barita. Na FPI, os resultados permitem distinguir<br />
jazigos autóctones, para-autóctones e alóctones, permitem diferenciar a<br />
contribuição magmática da contribuição biogénica dos isótopos de S e<br />
permitem, ainda, definir zonas distintas, isotopicamente, dentro de um<br />
mesmo jazigo (stockwork, minérios bandados, tecto, muro, zona intermédia)<br />
Nota: o S tem 4 isótopos estáveis sendo de particular interesse a relação<br />
S 34 /S 32 , donde resulta T ≈ 200 ºC fraccionação pirite/galena ≈ 4.6 % e<br />
blenda/galena ≈ 3 %<br />
A composição isotópica das águas apresenta-se, também, como uma<br />
ferramenta hidrogeológica extremamente importante na resolução de<br />
problemas específicos relacionados com a avaliação de recursos hídricos<br />
(ex. recursos geotérmicos) de determinada região. Neste caso os isótopos<br />
mais usados são o oxigénio-18, o deutério e o trítio. As determinações<br />
isotópicas, quando utilizadas em paralelo com análises geoquímicas<br />
convencionais, fornecem informação essencial no que respeita à origem e<br />
“idade” dos fluidos geotérmicos, áreas de recarga, sistemas de fluxo<br />
subterrâneo e misturas de águas com diferentes temperaturas.<br />
Nas figuras anexas apresentam-se alguns resultados isotópicos dos jazigos<br />
de sulfuretos polimetálicos da FPI.<br />
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