Editorial
Ogolfe - New Golf
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New Golf Internacional<br />
Tiger, parte 2: o<br />
mito e seus limites<br />
Por Francisco “Paco” Aleman*<br />
Em algum momento<br />
Tiger teria que voltar<br />
a um campo de golfe<br />
depois de quase quatro<br />
meses de ausência.<br />
Sua última volta havia sido no<br />
domingo, no Masters de Augusta<br />
porque, para mim, os nove buracos<br />
que ele jogou no The Players<br />
não contam. Seu joelho e seu<br />
tendão de Aquiles o tiraram do<br />
torneio e, segundo suas próprias<br />
palavras, “não voltaria a jogar<br />
até estar 100% fisicamente”. Tiger<br />
anunciou ao mundo duas coisas;<br />
a primeira foi que a lesão era séria<br />
e a segunda - e talvez a mais<br />
importante - que não faria tudo à<br />
sua maneira como fizera durante<br />
toda a sua vida. Isso pode significar<br />
uma mudança no Tiger que<br />
veremos daqui em diante.<br />
Perto de completar seus 36<br />
anos, esta volta de Tiger me parece<br />
diferente das anteriores. Dá a<br />
impressão que aqui começa a segunda<br />
parte de sua carreira. Desde<br />
o momento em que Y.E. Yang o<br />
derrotara no PGA Championship,<br />
há dois anos, o norte-americano<br />
não foi o mesmo em campo. Se<br />
somarmos a isso seus problemas<br />
pessoais e sua última lesão, concluímos<br />
que Tiger Woods precisa<br />
de fato de um novo planejamento<br />
para encarar os próximos 10 anos<br />
de sua vida esportiva.<br />
No mês de maio, ele anunciou<br />
sua ruptura com a IMG e decidiu<br />
seguir ao lado de Mark Steinberg.<br />
Logo despediu seu caddie Steve<br />
Williams sem dar mais explicações<br />
do que as de necessitar uma<br />
mudança nesta sua nova etapa.<br />
Com relação ao seu swing, sabemos<br />
pouco, mas Sean Foley, seu<br />
professor no último ano, declarou<br />
que não vê Tiger desde o The<br />
Players Championship, o que<br />
creio que é o melhor que pode<br />
acontecer a Woods.<br />
Se considerarmos que Nicklaus<br />
ganhou seu último major aos 46<br />
anos, é razoável pensar que Tiger<br />
tem pelo menos dez temporadas<br />
para alcançar o sonho de superar<br />
o recorde de 18 majors conquistados.<br />
Para isso, ele precisaria ganhar<br />
cinco entre os próximos 40,<br />
algo que não soa nada improvável,<br />
mas tão pouco será simples.<br />
Só pensemos uma coisa: Phil<br />
Mickleson esteve sempre em sua<br />
perfeita saúde durante toda a<br />
sua carreira e em 20 temporadas<br />
no Tour, ganhou quatro majors.<br />
Estes últimos anos do canhoto<br />
têm sido supostamente os melhores<br />
na vida de um golfista e<br />
agora Tiger deveria igualar o feito<br />
de Phil com um físico sofrido<br />
e na parte final de sua carreira.<br />
Se ele dedicar-se a jogar golfe<br />
ao invés de estar com seu<br />
Ilustração: Marco Antonio Rodrigues<br />
professor vendo vídeos minutos<br />
antes de sair para um major, se<br />
ordenar tudo em sua vida fora<br />
do campo, se seu físico não lhe<br />
deixar na mão, se por acaso ainda<br />
tiver o desejo de fazer história<br />
e o mais importante, se seu<br />
putter o ajudar um pouco, a<br />
missão parece possível, mas<br />
são muitas as coisas que têm<br />
que acontecer para que isto<br />
ocorra.<br />
O melhor de Tiger já vimos.<br />
Agora chega a segunda versão. O<br />
problema é que nunca as segundas<br />
partes de um filme foram<br />
melhores que as primeiras. Isso<br />
só aconteceu com “O Poderoso<br />
Chefão”. Veremos se Tiger é capaz<br />
de nos fazer uma oferta que<br />
não nos permita recusa.<br />
* Francisco “Paco” Aleman é comentarista de golfe da ESPN Internacional desde 1994<br />
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