DAMHA

O posicionamento da bandeira no green pode ser constantemente
modificado de um dia para o outro, até mesmo durante um torneio, o que
se torna uma variável que altera radicalmente a dificuldade do buraco e
tem o poder de definir até o resultado de um campeonato
Por Claudio Golombek *
Recentemente a USGA
enviou aos seus associados
um material
sobre um tema que
me interessa bastante:
a localização dos buracos em
um green.
Quando se desenha um buraco,
o arquiteto pensa em todas
as tacadas que ocorrerão (em
média) naquele local. Entre elas,
o approach para o green é uma
das mais importantes. O formato,
tamanho, posição e declividades
criadas na superfície do
green são coerentes com o que o
arquiteto deseja incluir naquele
ponto do jogo.
Sua intenção deve ser clara e
a superfície do green, construída
de acordo. Por conta disso,
em seu memorial, o arquiteto
deve explicitar suas intenções,
ajudando a tarefa que virá posteriormente
e que é de fundamental
importância no jogo:
justamente a localização dos
buracos no green e o nível de
manutenção planejado.
O local em que o buraco é colocado
é o fator que mais afeta
o golfista, mais do que qualquer
outra variável de “course setup”.
Afeta o desgaste imposto
à grama, velocidade de jogo,
dificuldade da volta e, de forma
global, o nível de dificuldade do
campo. O setup do campo pode
estabelecer um nível maior ou
menor, conforme as posições de
buraco que são adotadas pela
manhã, antes do jogo se iniciar,
e que devem ser mantidas para
todos os jogadores daquela rodada.
Selecionar o local do buraco
exige um íntimo conhecimento
do jogo de golfe e do campo em
que se está trabalhando. Esse
tipo de tarefa deve ser delegada
ao pessoal de mais conhecimento
e experiência na equipe
de manutenção, com eventual
apoio do profissional de golfe, o
“head-pro”.
Não existe local ilegal no green
para se colocar um buraco,
mas o bom senso e a busca de
resultados justos deve ser o primeiro
fator a se levar em conta.
É importante estudar o desenho
do buraco na forma como
o arquiteto planejou que fosse
ser jogado. O termo “defender
a bandeira” pode ser aplicado à
colocação do buraco no green
também. Aliás, além da posição
dos tees, esse é o único fator que
pode ser mexido todos os dias,
alterando - mais do que os tees
- radicalmente, a dificuldade de
um buraco.
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