8 <strong>Folha</strong>Jacaranda_ed17.indd 8 28/09/15 12:33
A MÃE DO MENINO E A MÃE DA MENINA NOSSA GENTE As duas têm um papo <strong>de</strong>licioso. Daria um jornal inteiro, uma tar<strong>de</strong> toda. Trabalham juntas. Têm histórias <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong> parecidas. E concordam com quase tudo quando o assunto é educação infantil, questões <strong>de</strong> gênero, participação na formação das crianças. Bastam poucos minutos para se perceber que as duas são apaixonadas pelos caminhos da educação e da pedagogia. O sorriso fácil vira olhar sério. Falam sobre o que estudam, pesquisam, questionam, acreditam. São comprometidas com suas crenças em uma educação humanizada, acolhedora, respeitadora, com olhar individualizado. Uma educação que promova escolhas, caminhos particulares, que honre as diferenças, a beleza <strong>de</strong> cada criança ser como é. Em resumo: Natália e Fernanda são a cara da <strong>Jacarandá</strong>. Natália é paulistana da Vila Gumercindo, ali perto do Ipiranga. É <strong>de</strong> família italiana e espanhola, mas o lado italiano fala mais alto. Sempre que po<strong>de</strong>, vai passear em parques, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> manter o contato com a natureza. Trabalha com educação infantil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre. Cuida dos Grupos 3 e 4 da manhã e do Grupo 3 da tar<strong>de</strong>. Tem 3 anos <strong>de</strong> escola. Fernanda é filha <strong>de</strong> pai espanhol e mãe brasileira. Nasceu em São Paulo também, mas quando pequena morou na Espanha. Agora está apaixonada pela yoga, que pratica à noite, em casa. Como Natália, sempre trabalhou com crianças, muito pela influência da mãe, professora. Está na escola há 10 anos e cuida também do G3 e do G4 da manhã, além do G5 da tar<strong>de</strong>. Natália é mãe da Sophia. Fernanda é mãe do Kaíque. Os olhos brilham quando falam dos filhos. Quando surge a pergunta “como é ser mãe <strong>de</strong> um menino ? como é ser mãe <strong>de</strong> uma menina?”, silêncio. Pensam. As duas preferem refletir sobre saudáveis individualida<strong>de</strong>s que vão se formando na infância, sem rótulos. Na hora em que as professoras saem <strong>de</strong> cena e entram as mães, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cada um traçar seus caminhos continua. E pelo olhar amoroso da maternida<strong>de</strong>, tudo se torna ainda mais poético. Claro que existem as “coisas <strong>de</strong> menino”, as “coisas <strong>de</strong> menina”. Mas porque não enten<strong>de</strong>r com leveza que é a infância o lindo mundo das experimentações, das <strong>de</strong>scobertas, dos olhares lúdicos com relação à vida e suas diferenças? Natália e Fernanda são daquelas pessoas que estão ajudando a construir uma nova socieda<strong>de</strong>. E se é fato que antes <strong>de</strong> um mundo melhor para as pessoas precisamos <strong>de</strong> pessoas melhores para o mundo, já temos aqui bons exemplos. O exemplo <strong>de</strong> 3 meninas e 1 menino. 9 <strong>Folha</strong>Jacaranda_ed17.indd 9 28/09/15 12:33