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4|||| 16 | setembrO | 2015 |<br />
WRC FÓRMULA 1 | WARM UP | RED LINE | Pistas | motos | tt | OFF ROAD | kARtINg<br />
Filme do rali<br />
Dia 1<br />
O primeiro dia no Rali da Austrália ficou marcado pela mudança de líder e<br />
teve vários vencedores de especiais. Com troços novos para toda a gente, Dani<br />
Sordo aproveitou para marcar posição. O piloto espanhol da Hyundai entrou<br />
com tudo e venceu as três primeiras classificativas. Assumiu o comando<br />
da prova mas nunca conseguiu distanciar-se muito porque dois dos troços<br />
tinham uma extensão inferior a dez quilómetros e não permitiam grandes<br />
diferenças.<br />
A jornada ficou marcada pelo equilíbrio e mudança de líderes. Houve quatro<br />
vencedores diferentes nas oito especiais disputadas e três equipas na primeira<br />
posição. Depois da entrada avassaladora de Dani Sordo, Kris Meeke impôs-se.<br />
Curiosamente, foi quando o espanhol sentiu dificuldades nas reduções de caixa,<br />
problema esse que fez com que o carro se<br />
desligasse numa ocasião. O britânico foi<br />
o mais rápido em Newry Long 1 e assumiu<br />
o comando da classificação. Entretanto,<br />
Jari-Matti Latvala estabeleceu o melhor<br />
registo em três troços mas só na<br />
derradeira classificativa do dia é que<br />
subiu ao primeiro lugar. Curiosamente,<br />
na mesmo em que o mais rápido foi<br />
Sébastien Ogier. O francês estabeleceu<br />
o melhor tempo num momento em que teve o que descreveu como “ligeiro<br />
problema de transmissão”.<br />
Dia 2<br />
O dia começou de uma forma completamente diferente da véspera. A<br />
única semelhança foi a marca do carro a ganhar especiais. Hayden Paddon<br />
aproveitou o facto de ser décimo na estrada para estabelecer o melhor tempo<br />
nos dois primeiros confrontos. Numa situação semelhante, Kris Meeke não<br />
ganhou mas reassumiu o primeiro lugar logo a abrir. Ainda assim, não estava<br />
satisfeito porque escolheu mal os pneus (ver texto em separado) e não<br />
ganhou o tempo que almejava.<br />
Ao longo do dia, Ogier mostrou que tinha condições para lutar pela vitória e os<br />
adversários sentiram essa pressão. Certo é que a partir do 11º troço, o campeão do<br />
mundo foi o mais rápido em todas as classificativas. No final da etapa, o campeão<br />
do mundo saltou para o primeiro lugar com uma diferença de apenas 0,2s. Foi o<br />
suficiente para não mais largar essa posição e vencer.<br />
Nas semanas anteriores choveu, mas o Rali da Austrália foi disputado em piso<br />
seco. Foram vários os pilotos que sentiram dificuldades com o pó, mesmo<br />
depois de a organização ter decidido<br />
alargar os intervalos de partidas de<br />
dois para três minutos. Mesmo assim,<br />
não foi suficiente e Thierry Neuville não<br />
escondeu a fúria após o último troço<br />
que se disputou à noite. E Kris Meeke<br />
também não estava nada satisfeito. De<br />
tal forma que protestou incisivamente<br />
junto dos responsáveis da FIA que<br />
estavam junto ao controlo.<br />
No WRC2, Protasov teve de levantar o pé quando encontrou vacas na primeira<br />
especial mas não perdeu tempo porque Al-Attiyah sentiu problemas de motor no<br />
Fiesta rrC. Yazeed Al-Rajhi foi uma das poucas baixas na prova quando saiu de<br />
estrada e capotou o carro.<br />
(Continuação da pag. anterior) rápido do que é normal.<br />
Quando faltam três provas para o fim, o título já<br />
está decidido a seu favor.<br />
Volkswagen campeã de construtores<br />
Numa só prova, a Volkswagen decidiu tudo a seu<br />
favor. Também no campeonato de construtores,<br />
já garantiu o título. Nunca outra marca tinha<br />
vencido tudo tão cedo na temporada. E para isso<br />
contou com as nove vitórias dos seus pilotos em<br />
dez possíveis e mais dez lugares no pódio.<br />
Actualmente tem 343 pontos, quase o dobro<br />
da Hyundai, que surge na segunda posição.<br />
Esta é uma verdadeira história de sucesso.<br />
Desde que voltou ao campeonato do Mundo de<br />
ralis, a Volkswagen ganhou tudo. Antes do feito<br />
agora alcançado, apenas quatro fabricantes<br />
foram campeões três vezes consecutivas: a<br />
Lancia, a Subaru, a Peugeot e a Citroën.<br />
Para o responsável máximo do departamento<br />
de competição do fabricante germânico, Jost<br />
Capito, não havia melhor forma de sair da Australia.<br />
“Que rali fantástico. Que resultado de sonho.<br />
Conseguimos um grande feito ao conquistar os três<br />
títulos (pilotos, co-pilotos e construtores) tão cedo.<br />
A equipa Volkswagen superou-se. Os nossos pilotos<br />
e co-pilotos também fizeram um trabalho sem<br />
falhas. Não podia estar mais orgulhoso do que estou<br />
hoje. É mais difícil defender um título do que vencêlo<br />
pela primeira vez. Defendê-lo pela segunda vez é<br />
um desafio ainda maior”, afirmou Capito.<br />
Apesar das palavras do responsável da equipa,<br />
a supremacia da marca desde 2013 é tremenda.<br />
Desde o Rali de Monte Carlo dessa temporada, o Polo<br />
WRC conseguiu 31 vitórias em 36 possívels. Dá uma<br />
percentagem de 86 por cento de vitórias. Caso sério<br />
no panorama da modalidade, o carro construído pela<br />
equipa pode tornar-se no modelo mais bem sucedido da<br />
história. Para já, está à frente de clássicos como os Lancia<br />
Stratos e Delta, o Audi quattro, o Ford Focus, o Peugeot<br />
206, o Subaru Impreza ou os modelos Citroën com que<br />
Loeb conquistou nove títulos de campeão do Mundo.<br />
Adversários rendidos<br />
Para celebrarem a conquista dos títulos, a<br />
Volkswagen mandou fazer três tarjas. Mas estas<br />
eram tão grandes que a equipa não conseguiu<br />
colocá-las na parte frontal da zona de assistência<br />
da equipa. Felizmente o fair-play reina na<br />
modalidade e quando se apercebeu da limitação,<br />
Malcolm Wilson cedeu o seu espaço para que a<br />
equipa pudesse celebrar condignamente.<br />
Kris Meeke ainda sonhou com a vitória na<br />
Austrália. Se o conseguisse, voltaria a contrariar<br />
o domínio de Ogier e companhia como<br />
aconteceu na Argentina. “Eles são muito fortes.<br />
Temos de lhes tirar o chapéu. Fizeram um grande<br />
trabalho”, afirmou o piloto britânico.<br />
Danos minimizados para vencer<br />
A estratégia de Sébastien Ogier para o Rali da<br />
Austrália era dar o máximo nos dois primeiros<br />
dias, não para se distanciar da concorrência mas<br />
para minimizar os danos. Com o terreno seco, o<br />
campeão do mundo sabia que ia perder tempo<br />
ao abrir a estrada e se não arriscasse, perderia as<br />
possibilidades de ganhar. E não era assim que o<br />
francês queria celebrar mais uma conquista.<br />
“Foi perfeito ser campeão com uma vitória. No<br />
papel, era praticamente impossível vencer este<br />
rali. E é por isso que ter conseguido tem tanto<br />
significado para mim. É sempre difícil avaliar as<br />
vitórias mas esta é, sem dúvida, muito muito<br />
bonita”, sublinhou Sébastien Ogier.<br />
Mas nem tudo foram adversidades. No primeiro<br />
dia de competição, o campeão do Mundo teve de<br />
sofrer para se manter na luta. Por diversas vezes<br />
assumiu que estava a andar a fundo mas era<br />
muito penalizado por limpar a estrada.<br />
No dia seguinte, o panorama era ligeiramente<br />
diferente. Com o abandono de Stéphane Lefebvre<br />
na véspera, o jovem francês partia à sua frente e<br />
Ogier já não tinha de fazer o trabalho de limpeza<br />
sozinho. “As trajectórias do Lefebvre ajudaramme<br />
um pouco. Mas não podia segui-las sempre<br />
porque é a primeira vez dele aqui. Foi melhor do<br />
que nada”, afirmou o piloto da Volkswagen.<br />
E quando deixou de ser tão penalizado por<br />
ser o primeiro na estrada, em particular nas<br />
segundas passagens de sábado, Ogier começou<br />
a ser o mais rápido nos troços, recuperando<br />
terreno e acabando o dia na liderança. A<br />
derradeira jornada apenas serviu para confirmar<br />
a vitória. João Picado e Martin Holmes<br />
Dia 3<br />
No último dia de prova, alinharam 23 carros. A prova tinha poucos<br />
desistentes. Apenas três. Kris Meeke partia em segundo, a apenas 0,2s de<br />
Sébastien Ogier. Mas se alguém pensava que podia discutir o primeiro lugar<br />
com o campeão do mundo, rapidamente se percebeu que não. Com os WRC<br />
a partirem por ordem inversa, o britânico já não tinha a vantagem dos dias<br />
anteriores. Logo no início, perdeu o segundo posto para Jari-Matti Latvala e<br />
começou a ser pressionado por Andreas Mikkelsen. Antes da assistência, já<br />
só tinha 4,2s de vantagem para o norueguês, mas este chegou um minuto<br />
atrasado a um controlo e penalizou dez segundos. Foi a botija de oxigénio que<br />
Meeke precisava para chegar ao fim no pódio.<br />
Com o piloto da Citroën fora da luta pela<br />
vitória, só Latvala podia travar Ogier. “Eu<br />
nunca desisto”, afirmava o finlandês. Mas<br />
já não conseguiu e apanhou um susto<br />
quando a correia do alternador se partiu.<br />
Felizmente para si, conseguiu trocá-la<br />
durante a ligação e chegar ao fim com o<br />
segundo lugar. Hayden Paddon confirmou<br />
o estatuto de melhor Hyundai e deu razão<br />
aos responsáveis da marca que decidiram<br />
promovê-lo à dupla que pontuava para o campeonato de construtores. Já Elfyn<br />
Evans teve imensas dificuldades e afirmou no final: “Temos de garantir que não<br />
temos outro fim-de-semana assim durante muito tempo.”<br />
Xeque mate<br />
Principais adversários do tricampeão do<br />
Mundo estão rendidos às qualidades do<br />
francês, piloto da Volkswagen<br />
Numa primeira análise, a primeira passagem pelo troço mais longo do Rali da Austrália,<br />
Nambucca com mais de 50 quilómetros, não foi decisiva. Mas foi. Com vantagem por partir<br />
mais atrás e ter a estrada mais limpa, era aí que Kris Meeke tinha de fazer a diferença. E<br />
tentou. Mas o britânico errou na escolha de pneus e não conseguiu ganhar o tempo de que<br />
precisava. O britânico foi o único que escolheu pneus macios e a degradação dos mesmos<br />
ao longo da especial impediu-o de ganhar o tempo que precisava. “Arriscámos aqui mas<br />
fizemos a escolha errada. Para ser sincero, devia ter ganho mais tempo”, lamentou o piloto<br />
da Citroën. Hayden Paddon explicou que a mistura mais dura demorava mais a aquecer mas<br />
depois mantinha os níveis de rendimento elevados durante mais tempo, algo que Meeke não<br />
aproveitou e viria a pagar caro mais tarde.