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Info September 2018

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Sínodo dos Bispos - Outubro <strong>2018</strong><br />

Os jovens, a fé e …<br />

(Continuaçao da página 12)<br />

amental da pastoral. Não é incomum<br />

ver grupos de jovens, e também<br />

membros de movimentos e associações,<br />

pouco inseridos na vida das<br />

comunidades: superar essa dinâmi-ca<br />

de separação é, para algumas Conferências<br />

Episcopais, um objetivo sinodal.<br />

32. Embora muitos jovens denunciem<br />

o risco de ser relegados para um canto,<br />

há numerosas atividades eclesiais que<br />

os veem ativamente engajados e até<br />

mesmo protagonistas. Surgem as várias<br />

formas de voluntariado, marca distintiva<br />

das gerações mais jovens. A<br />

animação da catequese e da liturgia,<br />

bem como o cuidado dos mais pequenos,<br />

são outros âmbitos de ação que no<br />

oratório e em outras estruturas pastorais<br />

semelhantes encontram particular<br />

fecundidade. Até mesmo movimentos,<br />

associações e congregações religiosas<br />

oferecem aos jovens oportunidades de<br />

engajamento e corresponsabilidade. Em<br />

muitos contextos, a piedade popular<br />

continua a ser um importante acesso à<br />

fé para as jovens gerações, que encontram<br />

no corpo, na afetividade, na<br />

música e no canto importantes canais<br />

de expressão. Juntamente com outros<br />

encontros nacionais, internacionais e<br />

continentais, a JMJ desempenha um<br />

papel fundamental na vida de muitos<br />

jovens porque, como afirma uma<br />

Conferência Episcopal, é «uma experiência<br />

vívida de fé e comunhão, que os<br />

ajuda a enfrentar os grandes desafios<br />

da vida e a assumir de forma responsável<br />

o seu lugar na sociedade e na<br />

comunidade eclesial».<br />

33. Percebe-se entre os jovens um desejo<br />

e a capacidade de trabalhar em equipa,<br />

o que constitui um ponto de força em<br />

várias situações. Por vezes, esta disponibilidade<br />

entra em conflito com o<br />

autoritarismo excessivo dos adultos e<br />

ministros: «Muitas vezes os jovens têm<br />

dificuldade de encontrar um espaço na<br />

Igreja no qual possam participar ativamente<br />

e ter responsabilidades. Os<br />

jovens, a partir de suas experiências,<br />

percebem uma Igreja que os considera<br />

demasiado jovens e pouco experientes<br />

para tomar decisões, e que deles se<br />

espera somente erros» (RP 7). É igualmente<br />

claro que, onde os jovens estão<br />

presentes e são valorizados, o estilo da<br />

Igreja e o seu dinamismo adquirem<br />

uma forte vitalidade capaz de atrair a<br />

atenção.<br />

45. Entre os migrantes, uma alta percentagem<br />

é composta de jovens. As razões<br />

que provocam a emigração são várias,<br />

como indicado pela Reunião présinodal:<br />

«Os jovens sonham com uma<br />

vida melhor, mas muitos são obrigados<br />

a migrar para encontrar uma melhor<br />

situação econômica e ambiental. Desejam<br />

a paz e são, em particular modo,<br />

atraídos pelo “mito do Oci-dente”, assim<br />

como é representado pela mídia» (RP 3);<br />

mas também têm «medo porque em<br />

muitos dos nossos países encontramos<br />

instabilidade social, polí-tica e económica»<br />

(RP 1), e «identificar um lugar de<br />

pertença é um sonho comum que ultrapassa<br />

Continentes e oceanos» (RP 3).<br />

46. As situações de particular delicadeza<br />

são representadas pelos menores<br />

não acompanhados por um familiar<br />

adulto e por aqueles que chegam a um<br />

país estrangeiro em idade escolar<br />

avançada (cf. Francisco, Mensagem para<br />

o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado<br />

2017. Migrantes de menor idade,<br />

vulneráveis e sem voz, 8 de setembro de<br />

2016). Muitos correm o risco de acabar<br />

como vítimas do trá-fico humano e<br />

alguns literalmente desaparecem. A<br />

estes devem ser acres-centados os<br />

jovens das segundas gerações, que<br />

experimentam dificul-dades em termos<br />

de identidade e mediação entre as<br />

culturas a que pertencem, particularmente<br />

quando há um grande fosso<br />

social e cultural entre o país de partida<br />

e o de chegada.<br />

47. Como muitas Conferências Episcopais<br />

apontam, a migração de jovens<br />

representa um empobrecimento do<br />

capital humano, proativo e corajoso,<br />

nos países de origem e uma ameaça ao<br />

seu desenvolvimento sustentável. Para<br />

as sociedades – e as Igrejas – que os<br />

recebem, trata-se, todavia, de um<br />

imenso potencial de transformação,<br />

cuja expressão exige ser acompanhada<br />

por programas adequados e clarividentes.<br />

A este respeito, no entanto, os<br />

jovens da Reunião pré-sinodal<br />

expressam uma cautela que nos<br />

permite interrogarmo-nos: «Ainda<br />

não existe um consenso unânime em<br />

relação à questão dos imigrantes e dos<br />

refugiados e muito menos sobre as<br />

problemáticas que causam este<br />

fenómeno - tudo isso somado ao<br />

reconhecimento do dever universal de<br />

tutelar a dignidade de cada pessoa<br />

humana» (RP 2). Juntamente com<br />

aqueles que emigram, não se pode<br />

esquecer dos muitos jovens que<br />

continuam a viver em condições de<br />

guerra ou de instabilidade política. Os<br />

jovens da Reunião pré-sinodal, no<br />

entanto, fizeram questão de afirmar<br />

que «mesmo com tantos conflitos e<br />

ondas de violência, os jovens permanecem<br />

cheios de esperança» (RP 3).<br />

71. Em várias partes do mundo afligidas<br />

por muita pobreza, os jovens pedem<br />

ajuda material ou acom-panhamento na<br />

cura das formas de sofrimento que os<br />

afligem. Por outro lado, onde a Igreja é<br />

considerada uma instituição ativamente<br />

comprometida com a promoção civil e<br />

social, os jovens pedem que esta sua<br />

presença profética possa continuar com<br />

coragem e firmeza, apesar do clima de<br />

violência, opressão e perseguição que<br />

envolve a vida de muitas comuni-dades<br />

cristãs. Muitos jovens pedem à Igreja<br />

uma concretude operacional, que diz<br />

respeito a vários pontos: ser realmente<br />

a favor dos pobres, ter em mente a<br />

questão ecológica, fazer escolhas<br />

visíveis de sobriedade e transparência,<br />

ser autêntica, clara e até ousada ao<br />

denunciar o mal com radicalidade não<br />

só na sociedade civil e no mundo, mas<br />

dentro da própria Igreja. «A Igreja deve<br />

reforçar as iniciativas que combatem o<br />

tráfico humano e migrações forçadas,<br />

assim como o narcotráfico, que é um<br />

tema especialmente urgente na América<br />

Latina» (RP 14).<br />

Caritas Africa <strong>Info</strong>: page/página 14

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