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Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL

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Agroenergia na América Latina<br />

Esta curta crise foi sufi ciente para abalar a confi ança no Pró-Álcool. A produção <strong>de</strong> carros<br />

movidos a álcool sofreu uma queda drástica. Em 1986, ainda eram produzidos quase<br />

700 mil carros a álcool, mas em 1997, este número era <strong>de</strong> 1.120 unida<strong>de</strong>s, praticamente<br />

sem signifi cado. 11 A partir da meta<strong>de</strong> dos anos 90, o governo brasileiro começou<br />

a gradualmente reduzir a intervenção governamental e <strong>de</strong>sregulamentou o mercado sucroalcooleiro.<br />

O governo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar cotas <strong>de</strong> produção e renunciou ao controle<br />

direto dos preços. 12<br />

Entre 1975 e 1989, o governo gastou estimados 12,3 bilhões <strong>de</strong> dólares no Pró-Álcool. 13<br />

Porém, muitos dos usineiros nunca pagaram os empréstimos do governo. Diferentes<br />

comissões <strong>de</strong> inquérito ofi ciais chegaram a estimativas divergentes das dívidas do setor<br />

açucareiro. Desta forma, em 1991, a dívida total foi indicada como sendo <strong>de</strong> 2,8 bilhões<br />

<strong>de</strong> dólares. 14 A Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Pernambuco estima que os<br />

gran<strong>de</strong>s usineiros têm até hoje uma dívida <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3,5 bilhões <strong>de</strong> dólares com o governo.<br />

15<br />

O novo Pró-Álcool<br />

Após a fase <strong>de</strong> estagnação ao fi nal dos anos 90, a introdução dos carros bí-combustíveis<br />

(fl ex fuel), junto com os respectivos incentivos fi scais em 2003, levou a uma revitalização<br />

do mercado <strong>de</strong> álcool brasileiro. Com os carros bí-combustíveis, o motorista po<strong>de</strong> escolher<br />

livremente entre álcool ou gasolina, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> qual é o combustível mais barato<br />

no momento. Devido ao menor alcance <strong>de</strong> um tanque <strong>de</strong> álcool, o combustível alcoólico<br />

é consi<strong>de</strong>rado competitivo a um preço <strong>de</strong> no máximo 65%-70% da gasolina fóssil.<br />

Em 2006, 78% <strong>de</strong> todos os carros <strong>de</strong> passageiros novos matriculados no <strong>Brasil</strong> possuíam<br />

motores bí-combustíveis. As montadoras no <strong>Brasil</strong> fabricam mais <strong>de</strong> 100 mo<strong>de</strong>los<br />

bí-combustíveis diferentes. Des<strong>de</strong> então, também a produção brasileira <strong>de</strong> etanol está<br />

crescendo <strong>de</strong> modo acelerado, atingindo quase 18 bilhões <strong>de</strong> litros em 2006. Em 2006,<br />

o etanol foi responsável por mais <strong>de</strong> 36% dos combustíveis utilizados em motores <strong>de</strong><br />

ciclo <strong>de</strong> Otto. 16 Em fevereiro <strong>de</strong> 2008, o consumo <strong>de</strong> etanol superou o consumo <strong>de</strong> gasolina<br />

fóssil. 17<br />

8<br />

Risiken – Nebenwirkungen. Heinrich Böll Stiftung, Global Issue Papers, No. 20, agosto <strong>de</strong><br />

2005, pp. 43-63.<br />

11 FBDS, 2005: Liquid Biofuels for Transportation in Brazil. Fundação <strong>Brasil</strong>eira para o Desenvolvimento<br />

Sustentável, commissioned by German Technical Cooperation (GTZ),<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 2005.<br />

12 IICA/SAGPyA 2006, nota <strong>de</strong> rodapé 7, pp. 101-102.<br />

13 Xavier, 2007, nota <strong>de</strong> rodapé 8.<br />

14 ESMAP, 2005: Potential for Biofuels for Transport in Developing Countries. World Bank,<br />

Energy Sector Management Assistance Programme, outubro <strong>de</strong> 2005, p. 28.<br />

15 Re<strong>de</strong> Social <strong>de</strong> Justiça e Direitos Humanos/Commissão Pastoral da Terra, 2006: A OMC e os<br />

efeitos <strong>de</strong>strutivos da indústria da cana no <strong>Brasil</strong>. São Paulo/Recife, 2006, p. 8.<br />

16<br />

Dilma Roussef, 2007: The Brazilian Experience with Biofuels. Apresentação, International<br />

Conference on Biofuels, Bruxelas, 5 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2007.<br />

17 Consumo <strong>de</strong> álcool supera o <strong>de</strong> gasolina. Folha <strong>de</strong> São Paulo, 11 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008

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