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Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL

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Agroenergia na América Latina<br />

A política agroenergética brasileira<br />

O Estado brasileiro assumiu um compromisso <strong>de</strong>stacado com o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

agroenergia. Sobretudo em relação aos agrocombustíveis, o governo persegue metas<br />

<strong>de</strong> exportação ambiciosos. O setor sucroalcooleiro benefi cia-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> apoio fi nanceiro,<br />

mas a importância do fomento ao biodiesel e a combustíveis da segunda geração<br />

também está crescendo. Porém, a política governamental difere na sua forma em parte<br />

do programa Pró-Álcool. Com o Programa Nacional <strong>de</strong> Produção e Uso <strong>de</strong> Biodiesel do<br />

governo, esta política ganhou também um componente social.<br />

O Plano Nacional <strong>de</strong> Agroenergia 2006-2011 constitui o fundamento <strong>de</strong>sta política brasileira.<br />

O plano compreen<strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong>senvolvimento e inovação que<br />

abrange a gama completa da agroenergia: bioetanol, biodiesel, biomassa fl orestal, biogás,<br />

o aproveitamento <strong>de</strong> resíduos da produção agropecuária e fl orestal e <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos,<br />

assim como a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> biomassa. Além disso, o plano explora<br />

o Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo <strong>de</strong> Quioto como fonte<br />

<strong>de</strong> fi nanciamento para a agroenergia. No âmbito do MDL, estados ou empresas têm<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter créditos <strong>de</strong> carbono através da implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

mitigação do efeito estufa em <strong>países</strong> em <strong>de</strong>senvolvimento ou emergentes. Estes créditos<br />

são consi<strong>de</strong>rados em relação aos compromissos <strong>de</strong> redução dos gases <strong>de</strong> efeito estufa<br />

nos <strong>países</strong> industrializados. 4<br />

O objetivo <strong>de</strong>clarado do governo brasileiro é a “conquista e a manutenção da li<strong>de</strong>rança”<br />

no mercado internacional <strong>de</strong> agroenergia. Entre as medidas do plano do governo estão<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento biotecnológico <strong>de</strong> novas espécies <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar e oleaginosas,<br />

assim como o aproveitamento energético do bagaço da cana e <strong>de</strong> diferentes ma<strong>de</strong>iras<br />

(entre outras, eucalipto, pínus e bambu). Adicionalmente, os planos incluem o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias para a conversão lignocelulósica a etanol, assim como<br />

a implantação <strong>de</strong> fl orestas energéticas em áreas “marginais” para a agricultura ou “<strong>de</strong>gradadas”<br />

por mau uso agrícola. 5<br />

O Plano Nacional <strong>de</strong> Agroenergia mostra-se muito otimista no que diz respeito às terras<br />

disponíveis. Incorporando os cerrados, as pastagens, as áreas <strong>de</strong> refl orestamento<br />

e as áreas <strong>de</strong>gradadas e marginais, a área disponível para culturas energéticas po<strong>de</strong>ria<br />

chegar a até 200 milhões <strong>de</strong> hectares em 2030 - quase um quarto do território<br />

brasileiro <strong>de</strong> 850 milhões <strong>de</strong> hectares. Conforme o plano, mesmo a um prazo mais<br />

curto, a incorporação da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste quantitativo, ou seja, 100 milhões <strong>de</strong> hectares,<br />

seria possível. Esta expansão seria possível sem ameaçar a produção <strong>de</strong> alimentos<br />

e apenas com impactos ambientais restritos. Atualmente, as terras brasileiras utilizadas<br />

para a agricultura ocupam 62 milhões <strong>de</strong> hectares, as pastagens 200 milhões<br />

<strong>de</strong> hectares.<br />

4 MAPA, 2005: Plano Nacional <strong>de</strong> Agroenergia. República Fe<strong>de</strong>rativa do <strong>Brasil</strong>/Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasília, 2005, p. 96 e seg.<br />

5 Ibid.<br />

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