Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL
Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL
Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Argentina</strong>: A política agroenergética argentina<br />
Nacional para Biocombustíveis próprio. Em 2006, fi nalmente, o governo criou com a Lei<br />
sobre Biocombustíveis (Ley <strong>de</strong> Biocombustibles) um quadro legal para este novo segmento<br />
do mercado que abrange o bioetanol, o biodiesel e o biogás.<br />
A Lei sobre Biocombustíveis prevê uma percentagem <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> biodiesel e bioetanol<br />
<strong>de</strong> 5% até o ano 2010. Não estão previstos futuros aumentos graduais. Além disso,<br />
a lei garante incentivos fi scais aos produtores <strong>de</strong> agrocombustíveis e exime-os durante<br />
15 anos <strong>de</strong> diferentes impostos (entre outros, o imposto sobre combustíveis líquidos).<br />
Além disso, o Ministério da Agricultura fomenta o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> matérias-primas<br />
vegetais, o Ministério da Economia apoia investimentos <strong>de</strong> pequenas e médias empresas<br />
e o Ministério da Ciência apoia a transferência <strong>de</strong> tecnologias. A lei argentina não<br />
contém nenhum componente social específi co que se possa comparar àquele do programa<br />
do biodiesel no <strong>Brasil</strong>. 143<br />
Conforme estimativas do Ministério da Agricultura, a percentagem <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> 5% exigirá,<br />
no ano 2010, uma produção <strong>de</strong> 685 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> biodiesel e 200 milhões <strong>de</strong><br />
litros <strong>de</strong> bioetanol. No <strong>caso</strong> da produção <strong>de</strong> biodiesel a base <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja, seriam necessárias<br />
3,5 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> soja. Isto correspon<strong>de</strong> a aproximadamente 9% da<br />
produção nacional e a 8% da terra cultivada com soja (1,3 milhões <strong>de</strong> hectares). No <strong>caso</strong><br />
<strong>de</strong> uma produção <strong>de</strong> bioetanol a base <strong>de</strong> milho, seriam necessárias 555 mil toneladas <strong>de</strong><br />
milho o que correspon<strong>de</strong> a 2,5% da produção nacional e a 3,2% das terras (106 mil hectares).<br />
144 No <strong>caso</strong> <strong>de</strong> exportações, para além da mistura nacional planejada – isto já é o<br />
<strong>caso</strong> hoje no biodiesel - seriam necessárias as correspon<strong>de</strong>ntes regiões adicionais.<br />
A produção <strong>de</strong> biodiesel<br />
A princípio, há diversas oleaginosas na <strong>Argentina</strong> que po<strong>de</strong>riam ser utilizadas para a<br />
produção <strong>de</strong> biodiesel. Mesmo assim, o interesse concentra-se nas duas culturas mais<br />
importantes: a soja e o girassol. 78% do óleo vegetal produzido na <strong>Argentina</strong> é produzido<br />
a base <strong>de</strong> feijão-soja, 21% a base <strong>de</strong> girassol. Assim como no <strong>Brasil</strong> e no <strong>Paraguai</strong>,<br />
a sojicultura na <strong>Argentina</strong> está em uma fase <strong>de</strong> expansão contínua que se intensifi cou<br />
ainda nos últimos anos. Em 1970, o feijão-soja era cultivado em menos <strong>de</strong> um milhão<br />
<strong>de</strong> hectares; na colheita <strong>de</strong> 2006/07, esta cultura já ocupava mais <strong>de</strong> 16 milhões <strong>de</strong><br />
hectares. 145<br />
Quase toda a produção argentina <strong>de</strong> feijão-soja <strong>de</strong>stina-se à exportação. Um quarto<br />
da colheita é exportado sem ser processado, três quartos vão para as esmagadoras <strong>de</strong><br />
soja e são exportados como óleo e farelo <strong>de</strong> soja. Após os Estados Unidos e o <strong>Brasil</strong>, a<br />
<strong>Argentina</strong> é o terceiro maior produtor e exportador mundial <strong>de</strong> feijão-soja. A <strong>Argentina</strong><br />
é o maior exportador mundial <strong>de</strong> óleo e farelo <strong>de</strong> soja.<br />
143 Ley 26093. Biocombustibles. 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006.<br />
144<br />
Veja IICA/SAGPyA, 2006, nota <strong>de</strong> rodapé 7. Assim como: Greenpeace <strong>Argentina</strong>, 2007a:<br />
Bioenergía: opportunida<strong>de</strong>s y riesgos. pp. 68-69.<br />
145 INTA, 2007: Biocombustibles. Cálculo <strong>de</strong> la superfi cie mínima necesaria para cubrir la cuota<br />
<strong>de</strong>l 5 % <strong>de</strong> corte para el 2010. Instituto Nacional <strong>de</strong> Tecnología Agropecuaria. 2007.<br />
39