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Estudo de caso de cuatro países: Brasil, Argentina, Paraguai ... - FDCL

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<strong>Paraguai</strong><br />

Resumo<br />

No <strong>Paraguai</strong>, o interesse do governo concentra-se também nos agrocombustíveis, porém,<br />

este setor ainda não está muito <strong>de</strong>senvolvido. Enquanto a produção <strong>de</strong> etanol já começou,<br />

a indústria do biodiesel ainda é incipiente. Em ambas as áreas, porém, o governo e<br />

a indústria expressam um interesse claro na exportação. Para as exportações <strong>de</strong> etanol,<br />

o governo aposta, entre outros, na cooperação com o <strong>Brasil</strong>. O maior obstáculo é a oferta<br />

insufi ciente <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar o que estimula uma expansão futura dos canaviais. A soja<br />

é consi<strong>de</strong>radas a matéria-prima preferida para o biodiesel, sendo ela o produto agrícola<br />

mais importante do país. As terras plantadas com soja também estão em expansão. Em<br />

70% a 80% das terras, os agricultores cultivam o feijão-soja transgênico da Monsanto.<br />

Os movimentos sociais recusam a política agroenergética dos governos em quase todos<br />

os aspectos. A sua recusa fundamenta-se principalmente na expulsão da população<br />

rural em gran<strong>de</strong> dimensão que teve ce<strong>de</strong>r principalmente ao avanço da fronteira da<br />

soja. Os movimentos temem que este processo seja exacerbado pela procura por culturas<br />

energéticas. 90 mil famílias já <strong>de</strong>ixaram o meio rural, 150 mil a 200 mil são consi<strong>de</strong>radas<br />

sem-terra.<br />

Os investimentos anunciados para a construção <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> biodiesel e etanol incentivam<br />

a especulação fundiária. Em parte, as empresas do agronegócio oferecem somas<br />

tentadoras aos pequenos agricultores para que estes vendam suas terras, em parte,<br />

eles tentam ilegalmente adquirir títulos <strong>de</strong> terra distribuídos no âmbito da reforma agrária<br />

através <strong>de</strong> laranjas. Também aproveitam o fato que muitos pequenos agricultores<br />

somente possuem títulos <strong>de</strong> terra inseguros (assim chamadas “<strong>de</strong>recheras”). Os grupos<br />

mais discriminados no acesso à terra são as mulheres e os indígenas. Somente a meta<strong>de</strong><br />

dos indígenas que possuem terras também <strong>de</strong>têm os respectivos títulos.<br />

No contexto da expansão agrícola, estes direitos à terra não assegurados geram numerosos<br />

confl itos <strong>de</strong> terra e expulsões violentas. As famílias <strong>de</strong> campesinos, por sua vez,<br />

reagem com ocupações. Nestes confl itos, os latifundiários fazem sempre novamente<br />

uso <strong>de</strong> auto-justiça e, por vezes, até comandam assassinatos. As autorida<strong>de</strong>s também<br />

reagem com repressão aos protestos dos sem-terra e pren<strong>de</strong>ram numerosos ativistas.<br />

<strong>Argentina</strong><br />

Diferente do <strong>Brasil</strong> e do <strong>Paraguai</strong>, o interesse principal dos investidores e do governo na<br />

<strong>Argentina</strong> concentra-se na produção <strong>de</strong> biodiesel. Enquanto uma série <strong>de</strong> fábricas <strong>de</strong><br />

biodiesel já iniciaram a produção, a produção <strong>de</strong> etanol ainda é incipiente. As usinas <strong>de</strong><br />

cana-<strong>de</strong>-açúcar já estão produzindo álcool, porém, este é utilizado predominantemente<br />

na indústria das bebidas. O aproveitamento como combustível ainda está no início.<br />

Com a indústria do biodiesel, abre-se uma mercado adicional atraente aos produtores<br />

<strong>de</strong> soja argentinos. Neste contexto, eles apostam nas exportações, também para o biodiesel.<br />

As capacida<strong>de</strong>s produtivas planejadas das fábricas vão muito além da procura argentina.<br />

Nos campos <strong>de</strong> soja na <strong>Argentina</strong>, planta-se quase exclusivamente a soja transgênica<br />

no “plantio direto” o que exige quantida<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> herbicida. Gran<strong>de</strong><br />

superfícies, que antes serviam ao cultivo <strong>de</strong> legumes e grãos, são agora utilizadas para a<br />

soja. A maior parte da expansão agrícola, porém, ocorreu a custos das fl orestas naturais<br />

e das savanas, sobretudo no Norte da <strong>Argentina</strong> e na região semi-árida do Chaco.<br />

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