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avaliação em tomografia computadorizada por feixe cônico ... - Unicid

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AVALIAÇÃO EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA<br />

POR FEIXE CÔNICO DA QUANTIDADE DE TECIDO<br />

ÓSSEO DE SUPORTE, VESTIBULAR E LINGUAL, DOS<br />

INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES E A RELAÇÃO<br />

COM SUAS INCLINAÇÕES<br />

RENATA BARA MARINHO<br />

São Paulo<br />

2010<br />

ODONTOLOGIA<br />

MESTRADO EM ORTODONTIA


AVALIAÇÃO EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA<br />

POR FEIXE CÔNICO DA QUANTIDADE DE TECIDO<br />

ÓSSEO DE SUPORTE, VESTIBULAR E LINGUAL, DOS<br />

INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES E A RELAÇÃO<br />

COM SUAS INCLINAÇÕES<br />

RENATA BARA MARINHO<br />

São Paulo<br />

2010<br />

Dissertação apresentada à<br />

Universidade Cidade de São Paulo –<br />

UNICID, como parte dos requisitos<br />

para a obtenção do título de Mestre<br />

<strong>em</strong> Ortodontia.<br />

ODONTOLOGIA<br />

MESTRADO EM ORTODONTIA<br />

Orientadora: Profa. Dra. Ana Carla<br />

Raphaelli Nahás Scocate


Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID<br />

M338a<br />

Marinho, Renata Bara.<br />

Avaliação <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> <strong>por</strong> <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> da<br />

quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, dos<br />

incisivos centrais inferiores e a relação com suas inclinações /<br />

Renata Bara Marinho --- São Paulo, 2010.<br />

105 p.; anexos<br />

Bibliografia<br />

Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo.<br />

Orientadora Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate.<br />

1. Ortodontia. 2. Tomografia. 3. Periodontia. I. Scocate, Ana<br />

Carla Raphaelli Nahás. II. Titulo.<br />

Black 4<br />

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE<br />

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,<br />

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E<br />

COMUNICADA À AUTORA A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.<br />

São Paulo, ____/_____/_____<br />

Assinatura: ____________________________________<br />

E-mail: renatabara@bol.com.br


FOLHA DE APROVAÇÃO<br />

Marinho, R.B. Avaliação <strong>em</strong> Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico da<br />

Quantidade de Tecido Ósseo de Su<strong>por</strong>te, Vestibular e Lingual, dos Incisivos<br />

Centrais Inferiores e a Relação com suas Inclinações. [Dissertação de<br />

Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.<br />

São Paulo, ____/____/_______<br />

Banca Examinadora<br />

1) ...........................................................................<br />

Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................<br />

2) ...........................................................................<br />

Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................<br />

3) ...........................................................................<br />

Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................<br />

Resultado: .............................................................................................................


Dedicatória<br />

Dedicatória<br />

Dedico esta conquista aos responsáveis pela minha vida, meu alicerce,<br />

representantes do mais puro amor.<br />

Palavras não exist<strong>em</strong> para expressar o meu grande sentimento <strong>por</strong> vocês.<br />

Ex<strong>em</strong>plos de caráter, dignidade e respeito.<br />

Vocês me passaram o que de mais nobre um ser humano pode ter:<br />

Sinceridade, bondade e amor ao próximo.<br />

Virtudes que não se compram, mas se adquir<strong>em</strong> no berço da vida.<br />

Dedico mais esta vitória a vocês, meus pais: Ma Marly Ma rly e Roberto Roberto, Roberto<br />

A qu<strong>em</strong> vou agradecer pelo resto de minha vida, pela minha formação, pela minha<br />

educação, pelas o<strong>por</strong>tunidades que me deram, pela pessoa que sou, pela<br />

profissional que sou, <strong>por</strong> me amar<strong>em</strong> incondicionalmente, <strong>por</strong> me mostrar<strong>em</strong> que<br />

s<strong>em</strong>pre sou capaz, <strong>por</strong> estar<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ao meu lado, com<strong>em</strong>orando comigo nos<br />

momentos de felicidade e me reerguendo nos momentos difíceis.<br />

Pai e Mãe, vocês são meu TUDO! Agradecerei eternamente, principalmente,<br />

pelos irmãos que me deram.


AGRADECIMENTOS<br />

GRADECIMENTOS<br />

Aos meus irmãos, Roberto Roberto e e Rogério Rogério, Rogério pelo grande amor que nos une, pelo<br />

companheirismo, amizade e respeito.<br />

Às minhas cunhadas, Karina Karina e e Carol Carol, Carol que s<strong>em</strong>pre me acolheram com grande carinho.<br />

Aos meus sobrinhos, Luan, Luan, Bernardo Bernardo e e Rebeca Rebeca <strong>por</strong> encher<strong>em</strong> a casa de alegria.<br />

Aos meus tios: Pedrinho, Pedrinho, Pedrinho, Suely, Suely, Suely, Fua Fua e e Zé Zé, Zé pela constante presença e apoio<br />

s<strong>em</strong>pre. Em especial à Tia Tia Tia Soninha Soninha, Soninha que apesar da distância, me mostrou que está<br />

ao meu lado <strong>em</strong> todos os momentos.<br />

Aos meus afilhados, Gu Gustavo Gu stavo e e e Rebeca Rebeca, Rebeca que a cada sorriso e grito de “Dinda e Tia<br />

Natinha” me mostram que a vida vale à pena.<br />

Agradeço a toda minha minha família família pela união e pela torcida.<br />

À minha orientadora e amiga, Profa. Profa. Dra. Dra. Ana Ana Carla Carla Raphaelli Raphaelli Nahás Scocatte Scocatte,<br />

Scocatte<br />

meu ex<strong>em</strong>plo de Mestre, dedicação e amor à Ortodontia. Pessoa doce, sorriso<br />

acolhedor e olhar cativante. Obrigada <strong>por</strong> tudo! Senão fosse sua compreensão,<br />

talvez eu não teria conseguido realizar este sonho. Agradeço <strong>por</strong> ter me<br />

compreendido , pela destreza de me exigir na hora <strong>em</strong> que eu podia dar algum retorno<br />

e pelas palavras de carinho.<br />

Ao Prof rof rof. rof Vellini Vellini, Vellini <strong>por</strong> tudo que representa para a Ortodontia e pelo ex<strong>em</strong>plo de<br />

profissionalismo.<br />

Ao Prof. Prof. Flávio Flávio Flávio Cotrim Cotrim Cotrim pela receptibilidade e amizade que tornaram o curso mais<br />

leve.<br />

Aos jovens professores do curso de mestrado <strong>em</strong> Ortodontia da UNICID:<br />

Daniela Daniela Garib, Garib, Danilo Danilo Furquim Furquim , Hélio Hélio Scavone Scavone Jr, Jr, Karyna Karyna do Vale Vale- Vale<br />

Corotti,<br />

Corotti,


Rívea Rívea Inês Inês Ferreira Ferreira e e Paulo Paulo Eduardo Eduardo Eduardo Carvalho Carvalho pela competência, capacidade e<br />

dedicação;<br />

Á toda equipe do INDOR INDOR (Instituto de Documentação Ortodôntica e<br />

Radiodiagnóstico Ltda), pela atenção e gentileza <strong>em</strong> permitir que eu realizasse esta<br />

pesquisa. Em particular, ao Dr. Dr. Michel Michel Eli Eli Lipiec Lipiec Lipiec Ximenez Ximenez, Ximenez pela paciência e<br />

disponibilidade para me ensinar todos os passos para execução da fase<br />

experimental.<br />

Agradeço a cada colega da X turma de mestrado <strong>em</strong> Ortodontia da UNICID:<br />

Alex, Alex, Caio, Caio, Eduardo, Eduardo, Gleison, Gleison, Manuel, Manuel, Marcos Marcos e e Patrícia Patrícia pela companhia e pelos<br />

gestos de carinho e amizade. Em especial, a minha grande amiga, Maria Maria Helena Helena, Helena <strong>por</strong><br />

tudo que sua amizade significa para mim, pelo apoio incondicional, <strong>por</strong> cada palavra<br />

de incentivo, <strong>por</strong> cada gesto de bondade, <strong>por</strong> s<strong>em</strong>pre me escutar s<strong>em</strong> nunca me<br />

julgar, <strong>por</strong> tudo que aprendi com seu enorme coração.<br />

À Dona Dona Arlinda Arlinda pelo ajuda e pelo sorriso aberto <strong>em</strong> todos os dias de clínica.<br />

Á minha amiga e eficiente auxiliar, Claudete Claudete, Claudete pelos 10 anos de dedicação a mim e ao<br />

consultório, pela capacidade de administrar tudo com muita competência e boa<br />

vontade, o que torna o nosso dia a dia muito agradável.<br />

Aos meus pacientes pacientes, pacientes pelo convívio e pelo carinho.<br />

À Inês Inês, Inês , que cuida de mim e da minha casa há anos, pela sua disponibilidade e<br />

amizade.<br />

Às minhas amigas amigas de de s<strong>em</strong>pre s<strong>em</strong>pre, s<strong>em</strong>pre que não são muitas, mas que são verdadeiras, e que<br />

são meu refúgio para rir e para chorar. Obrigada <strong>por</strong> existir<strong>em</strong>!<br />

Enfim, não posso deixar de agradecer a DEUS DEUS que me deu tudo isto e que está<br />

caminhando s<strong>em</strong>pre ao meu lado.


‘ ‘ Viva Viva como como como se se fosse fosse morrer morrer morrer amanhã,<br />

amanhã,<br />

Estude Estude Estude como como como de de de fosse fosse fosse viver viver para para para s<strong>em</strong>pre”<br />

s<strong>em</strong>pre”


Marinho, R.B. Avaliação <strong>em</strong> Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico da<br />

Quantidade de Tecido Ósseo de Su<strong>por</strong>te, Vestibular e Lingual, dos Incisivos<br />

Centrais Inferiores e a Relação com suas Inclinações. [Dissertação de<br />

Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.<br />

RESUMO<br />

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar, <strong>por</strong> meio de Tomografia<br />

Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), a quantidade de tecido ósseo de<br />

su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, <strong>em</strong> região de incisivos centrais inferiores (dentes<br />

31 e 41) e a relação com suas respectivas inclinações dentárias. Para tanto,<br />

foram avaliadas 45 imagens, <strong>por</strong> TCFC, pertencentes a pacientes adultos,<br />

entre 35 a 50 anos de idade, de ambos os gêneros, que não foram submetidos<br />

ao tratamento ortodôntico previamente. Avaliou-se a inclinação dos incisivos<br />

centrais inferiores (IMPA) e a quantidade de tecido ósseo, <strong>por</strong> vestibular e<br />

lingual, destes el<strong>em</strong>entos dentários, nos terços cervical (Espessura Vestibular<br />

Cervical/EVC e Espessura Lingual Cervical/ELC), médio (Espessura Vestibular<br />

Média/EVM e Espessura Lingual Média/ELM) e apical (Espessura Vestibular<br />

Apical/EVA e Espessura Lingual Apical/ELA). Utilizou-se o programa de<br />

visualização de imagens <strong>por</strong> TCFC N<strong>em</strong>otec ® . Para avaliar a associação da<br />

quantidade de tecido ósseo nos três terços de análise com o IMPA, foram<br />

utilizados os testes estatísticos de Correlação de Pearson e Regressão linear e<br />

para comparar a quantidade de osso na vestibular e na lingual utilizou-se a<br />

análise de variância (p


dente 31 e ELM (0,375; p= 0,011) para o dente 41 aumentam significant<strong>em</strong>ente<br />

conforme aumenta o IMPA, contudo s<strong>em</strong> apresentar uma correlação linear<br />

forte. Adicionalmente, <strong>em</strong>bora não estatisticamente significante, os valores<br />

mostraram que EVC aumenta conforme diminui o IMPA e que ELC aumenta<br />

conforme aumenta o IMPA. Na vestibular, a quantidade de osso média foi<br />

significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />

regiões. Na lingual, a quantidade de osso média foi significativamente maior<br />

para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões e a região média<br />

significativamente maior que a cervical.<br />

Palavras-chave: Tomografia; Ortodontia; Periodontia.


Marinho, R.B. Cone Beam Computed Tomography evaluation of the amount of<br />

buccal and lingual sup<strong>por</strong>ting bone tissue of mandibular central incisors and<br />

relationship with tipping. [Master’s Thesis].São Paulo: Universidade Cidade de<br />

São Paulo; 2010.<br />

ABSTRACT<br />

This study evaluated, using Cone Beam Computed Tomography (CBCT),<br />

the amount of buccal and lingual sup<strong>por</strong>ting bone tissue at the region of<br />

mandibular right and left central incisors and the relationship with their<br />

respective tipping. The study was conducted on CBCT images of adult patients<br />

aged 35 to 50 years, of both genders, not previously submitted to orthodontic<br />

treatment. The tipping of mandibular central incisors was evaluated (IMPA), as<br />

well as the quantity of buccal and lingual bone tissue at the region of these<br />

teeth, on the cervical (cervical buccal thickness/CBT and cervical lingual<br />

thickness/CLT), medium (medium buccal thickness /MBT and medium lingual<br />

thickness/MLT) and apical (apical buccal thickness/ABT and apical lingual<br />

thickness/ALT). The CBCT images were analyzed using the software<br />

N<strong>em</strong>otec ® . The association between the amount of bone tissue on the three<br />

thirds and the IMPA was statistically analyzed by the Pearson correlation and<br />

linear regression tests and the quantity of bone in the buccal and lingual<br />

aspects was compared by analysis of variance (p


the values d<strong>em</strong>onstrated that the CBT is increased with the decrease in the<br />

IMPA, and the CLT is increased with the increase in the IMPA. On the buccal<br />

aspect, the mean quantity of bone was significantly greater on the apical region<br />

compared to the other two regions. On the lingual aspect, the mean quantity of<br />

bone was significantly greater on the apical region compared to the other two<br />

regions and the medium region was significantly greater compared to the<br />

cervical region.<br />

Key words: Tomography; Orthodontics; Periodontics.


Tabela 1<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Métodos utilizados para avaliar a repetibilidade do<br />

método: coeficiente de variação, o método R&R e a<br />

<strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média.<br />

Tabela 2 Estatísticas descritivas para o dente 31. 65<br />

Tabela 3 Estatísticas descritivas para o dente 41. 66<br />

Tabela 4<br />

Tabela 5<br />

Tabela 6<br />

Tabela 7<br />

Tabela 8<br />

Tabela 9<br />

Tabela 10<br />

Tabela 11<br />

Tabela 12<br />

Tabela 13<br />

Tabela 14<br />

Tabela 15<br />

Correlação de Pearson entre o IMPA e as variáveis<br />

de quantidade de osso.<br />

Regressão linear simples da variável EVC para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável EVM para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável EVA para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável ELC para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável ELM para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável ELA para o<br />

dente 31.<br />

Regressão linear simples da variável EVC para o<br />

dente 41.<br />

Regressão linear simples da variável EVM para o<br />

dente 41.<br />

Regressão linear simples da variável EVA para o<br />

dente 41.<br />

Regressão linear simples da variável ELC para o<br />

dente 41.<br />

Regressão linear simples da variável ELM para o<br />

dente 41.<br />

65<br />

66<br />

68<br />

68<br />

68<br />

68<br />

69<br />

69<br />

69<br />

69<br />

69<br />

69<br />

69


Tabela 16<br />

Tabela 17<br />

Tabela 18<br />

Tabela 19<br />

Tabela 20<br />

Tabela 21<br />

Tabela 22<br />

Regressão linear simples da variável ELA para o<br />

dente 41.<br />

Regressão linear múltipla para o dente 31: IMPA com<br />

as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA.<br />

Regressão linear múltipla para o dente 41: IMPA com<br />

as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA.<br />

Média, desvio padrão e resultado da comparação<br />

entre os gêneros para o dente 31.<br />

Média, desvio padrão e resultado da comparação<br />

entre os gêneros para o dente 41.<br />

Média e desvio padrão da quantidade de osso na<br />

vestibular e na lingual <strong>por</strong> região, considerando os<br />

dois dentes conjuntamente.<br />

Teste de Tukey para a região vestibular.<br />

Tabela 23 Teste de Tukey para a região lingual 74<br />

70<br />

70<br />

70<br />

72<br />

72<br />

73<br />

74


Figura 1<br />

Figura 2<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de<br />

Medicina, 1979, pelo desenvolvimento da TC, ao lado<br />

de um tomógrafo de primeira geração (www.ciencia<br />

hoje.uol.com.br/118238).<br />

Mesa e Gantry.<br />

Figura 3 Interior de um Gantry. 9<br />

Figura 4 Tubo de RX da TC – múltiplos cortes. 10<br />

Figura 5 Imagens sendo transferidas para o PC. 10<br />

Figura 6<br />

Figura 7<br />

Figura 8<br />

Matriz de imag<strong>em</strong> da TC; ex<strong>em</strong>plo de voxel (amarelo)<br />

e pixel (verde).<br />

Princípio de formação da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s<br />

convencionais.<br />

Disposição dos sensores; formato do <strong>feixe</strong>; movimento<br />

da fonte de raios X; e deslocamento do paciente<br />

durante a exposição.<br />

Figura 9 Princípio de formação de imag<strong>em</strong> na TCFC. 19<br />

Figura 10 Tomógrafo i-Cat TM , utilizado para a obtenção<br />

das imagens tomográficas.<br />

Figura 11 Workstation – ambiente de trabalho. 55<br />

Figura 12 Im<strong>por</strong>tação dos arquivos DICOM. 56<br />

Figura 13 Colocação das bases da mandíbula paralelas entre si. 57<br />

Figura 14 Reformatação de superfície. 57<br />

Figura 15<br />

Reformatação do volume e posicionamento do incisivo<br />

central inferior - lado direito.<br />

7<br />

9<br />

11<br />

14<br />

16<br />

53<br />

58


Figura 16<br />

Figura 17<br />

Figura 18<br />

Figura 19<br />

Figura 20<br />

Figura 21<br />

Figura 22<br />

Traçado de orientação na telerradiografia lateral.<br />

Mensuração do IMPA.<br />

Medidas da espessura da tábua óssea vestibular e<br />

lingual do incisivo central inferior.<br />

Vista axial, sagital e 3D da mandíbula e do el<strong>em</strong>ento<br />

41.<br />

Gráficos de dispersão, com linha de regressão<br />

ajustada, de cada uma das variáveis estudadas com o<br />

IMPA do dente 31.<br />

Gráficos de dispersão, com linha de regressão<br />

ajustada, de cada uma das variáveis estudadas com o<br />

IMPA do dente 41.<br />

Gráficos da quantidade de osso (média e desvio<br />

padrão) na vestibular e lingual <strong>por</strong> região.<br />

59<br />

60<br />

61<br />

62<br />

67<br />

67<br />

73


LISTA DE TRADUÇÕES E ABREVIATURAS<br />

TERMO UTILIZADO/ TRADUÇÕES<br />

Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico<br />

Tomografia Computadorizada<br />

Tomografia Computadorizada Cone Beam<br />

ABREVIATURAS<br />

TCFC<br />

Cone Beam Computed Tomography<br />

Duas dimensões 2D<br />

TC<br />

TCCB<br />

Três Dimensões 3D<br />

Escala ou Unidade de Hounsfield<br />

Análise de Variância<br />

Analysis of Variance<br />

Articulação T<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular<br />

Instituto de Documentação Ortodôntica e Radiodiagnóstico<br />

Ltda<br />

Espessura Vestibular Cervical<br />

Espessura Vestibular Média<br />

Espessura Vestibular Apical<br />

Espessura Lingual Cervical<br />

Espessura Lingual Média<br />

Espessura Lingual Apical<br />

HU<br />

ANOVA<br />

ATM<br />

INDOR<br />

EVC<br />

EVM<br />

EVA<br />

ELC<br />

ELM<br />

ELA


1. INTRODUÇÃO<br />

2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

SUMÁRIO<br />

2.1. Histórico sobre a utilização da TC <strong>em</strong> Odontologia e<br />

aquisição de imagens <strong>por</strong> TCFC<br />

2.2. Considerações sobre as estruturas periodontais<br />

2.3. O <strong>em</strong>prego da TC na <strong>avaliação</strong> quantitativa e qualitativa<br />

do osso alveolar<br />

3. PROPOSIÇÃO<br />

4. MATERIAL E MÉTODOS<br />

4.1. MATERIAL<br />

4.2. MÉTODOS<br />

4.2.1. Obtenção das imagens<br />

4.2.2. Calibração intra-examinador<br />

4.2.3. Tratamento Estatístico<br />

5. RESULTADOS<br />

5.1. Repetibilidade do método<br />

5.2. Relação entre a inclinação dos incisivos inferiores e<br />

a quantidade de osso<br />

5.3. Comparação entre os gêneros<br />

5.4. Comparação entre as quantidades de osso<br />

6. DISCUSSÃO<br />

1<br />

6<br />

6<br />

23<br />

32<br />

50<br />

51<br />

51<br />

52<br />

54<br />

62<br />

63<br />

64<br />

64<br />

65<br />

71<br />

72<br />

75


7. CONCLUSÕES<br />

REFERÊNCIAS<br />

ANEXO<br />

APÊNDICES<br />

92<br />

94<br />

99<br />

100


1. INTRODUÇÃO<br />

As inclinações e angulações dentárias são objetos de estudo da<br />

Ortodontia desde a época <strong>em</strong> que Angle, <strong>em</strong> 1928, sist<strong>em</strong>atizou o tratamento<br />

ortodôntico, desenvolvendo um aparelho cujas inclinações e angulações<br />

dentárias eram modificadas pelos arcos, conforme inseridos nas canaletas dos<br />

braquetes (GRABER; VANARSDALL JR, 1996). Desde então, as inclinações<br />

dentárias foram estudadas <strong>por</strong> diferentes autores, que, posteriormente,<br />

publicaram análises cefalométricas apoiadas <strong>em</strong> um posicionamento dentário<br />

ideal, com o objetivo de pro<strong>por</strong> diferentes condutas ortodônticas.<br />

Andrews, <strong>em</strong> 1972, inovou a Ortodontia ao avaliar oclusões ótimas<br />

naturais e mensurar as inclinações e angulações de todos os dentes superiores<br />

e inferiores, trazendo o conhecimento do posicionamento dentário individual,<br />

<strong>em</strong> todos os planos do espaço, que culminou na preconização dos braquetes<br />

pré-ajustados. Esta inovação propiciou prever e programar o posicionamento<br />

final dos dentes antes mesmo da instalação do aparelho ortodôntico. Em<br />

sequência, vários autores indicaram alterações e adaptações de algumas<br />

inclinações e angulações. No entanto, a metodologia da maioria dos trabalhos<br />

se baseou <strong>em</strong> terradiografias, <strong>em</strong> norma lateral e/ou frontal, e <strong>em</strong> radiografias<br />

panorâmicas.


Durante muito t<strong>em</strong>po, a Ortodontia utilizou a telerradiografia <strong>em</strong> norma<br />

lateral como exame principal no diagnóstico ortodôntico, baseada <strong>em</strong> valores<br />

normativos obtidos nas análises cefalométricas existentes. Com os avanços na<br />

área de diagnóstico, desenvolveu-se consciência das limitações da<br />

cefalometria (CAPELLOZZA FILHO; FATTORI; MALTAGLIATI, 2005).<br />

No diagnóstico ortodôntico, segundo Nauert e Berg (1999), os incisivos<br />

inferiores são de grande im<strong>por</strong>tância e, frequent<strong>em</strong>ente, formam um fator<br />

limitante no planejamento do tratamento. As decisões de planejamento<br />

frequent<strong>em</strong>ente depend<strong>em</strong> da quantidade de possíveis protrusões e retrusões<br />

dos incisivos inferiores, pois a pequena dimensão vestíbulo-lingual do processo<br />

alveolar nesta área implica <strong>em</strong> uma fina camada de su<strong>por</strong>te ósseo. Assim,<br />

quando se movimenta ortodonticamente os incisivos inferiores, as vantagens<br />

têm de ser ponderadas com muito cuidado contra possíveis danos iatrogênicos.<br />

Os autores indicaram a variação anatômica como uma causa de diminuição de<br />

volume ósseo no processo alveolar e esta t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração<br />

ao realizar o tratamento ortodôntico. Portanto, sugere-se que, antes de se<br />

iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição óssea" é<br />

extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a ser<br />

utilizada, principalmente <strong>em</strong> pacientes adultos, com possíveis perdas ósseas<br />

induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores, cujo volume ósseo,<br />

nesta região, deve ser avaliado.<br />

Já foi d<strong>em</strong>onstrado <strong>em</strong> alguns estudos que, se o ápice radicular do<br />

incisivo movimenta-se contra a cortical do alvéolo, pod<strong>em</strong> ocorrer reabsorções


adiculares, e/ou mesmo, deiscências ósseas. É im<strong>por</strong>tante, <strong>por</strong>tanto, avaliar<br />

com precisão a posição radicular do incisivo inferior dentro do osso alveolar,<br />

anteriormente ao tratamento ortodôntico (YAMADA et al., 2007). No entanto,<br />

vários estudos têm mostrado que a <strong>avaliação</strong> radiográfica da perda óssea<br />

subestima a verdadeira perda óssea (LANG, 1977; NAUERT; BERG, 1999).<br />

Os exames radiográficos de perfil possu<strong>em</strong> limitações, pois <strong>em</strong> uma<br />

imag<strong>em</strong> bidimensional de uma estrutura tridimensional, a superposição de<br />

determinadas estruturas ósseas e dentárias é uma constante. Isto acontece<br />

claramente na <strong>avaliação</strong> do posicionamento dos incisivos inferiores, que estão<br />

localizados na região anterior da mandíbula, área de difícil visualização, pois,<br />

nesta região, ocorre uma sobreposição das coroas e raízes dentárias de<br />

incisivos e caninos, dificultando a correta leitura de sua inclinação e da sua real<br />

quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te. Isto provavelmente seja ainda mais<br />

intenso na presença de más oclusões, onde é frequente o apinhamento dos<br />

dentes anteriores inferiores (CAPELLOZA FILHO et al., 2008).<br />

Um recente avanço tecnológico <strong>em</strong> diagnóstico <strong>por</strong> imag<strong>em</strong> é a<br />

representação digital da anatomia do paciente, exatamente como ela se<br />

apresenta. A <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> (TC) é o exame atual de escolha<br />

para a análise de componentes ósseos e estruturas dentárias (CAPELLOZZA<br />

FILHO; FATTORI; MALTAGLIATI, 2005). Com a evolução da Imaginologia na<br />

Odontologia, os meios de diagnósticos ficaram muito precisos, com grande<br />

confiabilidade e detalhamento de estruturas <strong>em</strong> três dimensões (3D). A TC


permite a reconstrução de áreas anatômicas e a visualização <strong>em</strong> 3D, revelando<br />

informações sobre tamanho, forma e textura.<br />

Segundo Gündüz et al. (2004); Hatcher e Aboudara (2004); Cevidanes;<br />

Styner e Proffit (2006), a nova geração de tomógrafos computadorizados foi<br />

desenvolvida especialmente para a região maxilofacial, especificamente para a<br />

Odontologia, pro<strong>por</strong>cionando imag<strong>em</strong> volumétrica, com uma significativa<br />

redução da radiação a que o paciente é exposto, com vantagens de uma<br />

excelente imag<strong>em</strong>, de baixo custo e risco, fácil manuseio e t<strong>em</strong>po de exame<br />

reduzido. As técnicas de imag<strong>em</strong> 3D pod<strong>em</strong> pro<strong>por</strong>cionar valiosa informação<br />

para clínicos e pesquisadores, pois as imagens provenientes de Tomografia<br />

Computadorizada Cone Beam (TCCB) pod<strong>em</strong> ser formuladas para simular<br />

radiografias cefalométrica, panorâmica, lateral e anteroposterior, possibilitando<br />

a comparação com o banco de dados cefalométricos (imag<strong>em</strong> bidimensional -<br />

2D) pré-existentes. A TC volumétrica fornece detalhada identificação das<br />

estruturas anatômicas e inúmeras mensurações <strong>em</strong> diversos planos, sendo já<br />

muito utilizada para diversos fins na Odontologia, como <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, a<br />

identificação topográfica de cistos, processos inflamatórios e tumorais, assim<br />

como a investigação das estruturas ósseas da articulação t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular,<br />

mostrando o tamanho, a forma e a posição da cabeça da mandíbula. A TC<br />

também registra a morfologia, inclinação, deslocamento ou desvio das<br />

superfícies lateral e medial do corpo e do ramo da mandíbula, além de auxiliar<br />

o planejamento na Implantodontia, identificando morfologia dos sítios para<br />

implantes ou osteotomias e auxiliando no acompanhamento pré e pós-<br />

cirúrgico. Na Ortodontia, a utilização dos exames tomográficos é de grande


valia no diagnóstico inicial e sobreposições para <strong>avaliação</strong> de crescimento,<br />

mudanças de tratamento e estabilidade; <strong>em</strong> casos complexos nos quais a<br />

ancorag<strong>em</strong> deve ser incr<strong>em</strong>entada com el<strong>em</strong>entos adicionais, como os<br />

implantes palatinos, ou parafusos bicorticais, avaliando o nível ósseo e<br />

checando a direção de inserção, ou ainda para registrar os efeitos no osso<br />

alveolar, nas fases pré e pós-tratamento. Adicionalmente, as imagens<br />

tomográficas fornec<strong>em</strong> com precisão informações sobre: posição das raízes<br />

dentárias, localização de dentes impactados ou supranumerários e forma do<br />

palato. Enfatiza-se também o valor do diagnóstico das imagens tridimensionais<br />

na identificação das vias aéreas e do perfil facial tegumentar, permitindo a<br />

<strong>avaliação</strong> da relação entre os tecidos duros e moles.<br />

Com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada de Feixe<br />

Cônico (TCFC) - Cone Beam, onde uma menor dose de radiação é utilizada e<br />

um software específico que permite a realização de mensurações nos cortes<br />

tomográficos realizados, surge uma nova possibilidade de metodologia de<br />

<strong>avaliação</strong> das inclinações dentárias e de seu tecido de su<strong>por</strong>te com uma<br />

representação fiel das estruturas. Por meio deste inovado meio de diagnóstico<br />

odontológico, avaliou-se a quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e<br />

lingual, <strong>em</strong> região dos incisivos centrais inferiores, e sua relação com as<br />

inclinações dos mesmos, <strong>em</strong> pacientes não submetidos ao tratamento<br />

ortodôntico, a fim de se evitar e/ou mesmo, minimizar defeitos ósseos, com<br />

consequentes probl<strong>em</strong>as periodontais advindos do tratamento ortodôntico.


2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.4. Histórico sobre a utilização da TC <strong>em</strong> Odontologia e aquisição<br />

de imagens <strong>por</strong> TCFC<br />

Tomografia é uma palavra formada pela junção de dois termos gregos:<br />

tomos e graphos que significam, respectivamente, camadas e escrita. Portanto,<br />

a <strong>tomografia</strong> consiste na obtenção de imagens do corpo <strong>em</strong> fatias ou cortes. É<br />

uma técnica especializada que registra de maneira clara objetos localizados<br />

dentro de um determinado plano e permite a observação da região selecionada<br />

s<strong>em</strong> sobreposição de estruturas (SOARES et al., 2007).<br />

A TC trata-se de um método de diagnóstico <strong>por</strong> imag<strong>em</strong> que permite<br />

obter a reprodução de uma secção do corpo humano <strong>em</strong> quaisquer dos três<br />

planos do espaço. Diferent<strong>em</strong>ente das radiografias convencionais, que<br />

projetam <strong>em</strong> um só plano todas as estruturas atravessadas pelos raios X, a TC<br />

evidencia as relações estruturais <strong>em</strong> profundidade. Este método permite<br />

enxergar todas as camadas que compõ<strong>em</strong> o corpo humano, principalmente os<br />

tecidos mineralizados, com uma definição admirável, permitindo a delimitação<br />

de irregularidades tridimensionalmente. A natureza digital da TC permitiu<br />

introduzir melhoras na qualidade da imag<strong>em</strong>, possibilitando a acurada<br />

diferenciação estrutural (BROOKS, 1993; PARKS, 2000; GARIB et al., 2007).


A TC foi desenvolvida pelo engenheiro inglês Sir Godfrey Hounsfield<br />

(Figura 1), <strong>em</strong> 1967, juntamente com o físico norte-americano Comark,<br />

valendo-lhes o prêmio Nobel de Medicina, <strong>em</strong> 1979 (BROOKS, 1993; PARKS,<br />

2000).<br />

Figura 1- Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de Medicina,<br />

1979, pelo desenvolvimento da TC, ao lado de um tomógrafo de primeira<br />

geração (www.ciencia hoje.uol.com.br/118238).<br />

O primeiro tomógrafo acomodava somente a cabeça do paciente, e<br />

gastava 4,5 minutos para escanear uma fatia e mais 1,5 minuto para<br />

reconstruir a imag<strong>em</strong> no computador. Os aparelhos atuais, denominados de<br />

nova geração, acomodam o corpo todo, e a reprodução de uma secção dura<br />

um segundo (BROOKS, 1993; PARKS, 2000).


Para a tomada de uma TC, o paciente deita <strong>em</strong> uma mesa que desliza<br />

<strong>por</strong> uma abertura chamada gantry (Figura 2). O gantry contém o tubo de raios<br />

X e os sensores (cristais de cintilação), unidos <strong>por</strong> um su<strong>por</strong>te <strong>em</strong> forma de<br />

anel (Figura 3). A <strong>tomografia</strong> médica tradicional utiliza um <strong>feixe</strong> colimado de<br />

radiação, <strong>em</strong> forma de leque, que é captado pelos sensores. A cada giro de<br />

360º ao redor do paciente (Figura 4), fatias são capturadas e transferidas para<br />

o computador (Figura 5), que identifica as variações de atenuação dos tecidos<br />

e utiliza complexos cálculos mat<strong>em</strong>áticos para a formação da imag<strong>em</strong>. A<br />

imag<strong>em</strong> compõe-se unitariamente pelo pixel, cada um dos quais apresentam<br />

um número que traduz a densidade tecidual, ou o seu poder de atenuação da<br />

radiação. Tais números, conhecidos como escala Hounsfield, variam de – 1000<br />

(densidade do ar) a + 1000 (densidade da cortical óssea), passando pelo zero<br />

(densidade da água). Deste modo, os tecidos de maior densidade são<br />

decodificados com um número positivo pelo tomógrafo e chamados<br />

hiperdensos, enquanto que os tecidos com densidade inferior à água receb<strong>em</strong><br />

um número negativo e são denominados hipodensos (FREDERIKSEN, 1994).<br />

Denomina-se voxel, a menor unidade da imag<strong>em</strong> na espessura do corte e esta<br />

última pode variar de 0,5 a 20 mm, a depender da região do corpo a ser<br />

escaneada e da qualidade da imag<strong>em</strong> desejada (Figura 6). Deste modo,<br />

quando se deseja imagens muito precisas de pequenas regiões como a face,<br />

ajusta-se o aparelho para adquirir cortes de 1mm de espessura, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, e<br />

assim o voxel das imagens resultantes corresponderá a 1mm. Diferent<strong>em</strong>ente,<br />

quando se escaneia regiões maiores do corpo como o abdômen, as fatias e,<br />

<strong>por</strong>tanto, o voxel dev<strong>em</strong> ser mais espessos, com inevitável perda da qualidade<br />

da imag<strong>em</strong> (GARIB et al., 2007). A TC apresenta inúmeras vantagens como


eliminação de sobreposições de imagens, a magnífica resolução atribuída ao<br />

grande contraste da imag<strong>em</strong> e a possibilidade de reconstruí-la nos planos axial,<br />

coronal e sagital, assim como a obtenção de uma visão tridimensional da<br />

estrutura de interesse.<br />

Figura 2- Mesa e Gantry. Figura 3- Interior de um Gantry.


Figura 4- Tubo de RX da TC – múltiplos cortes.<br />

Figura 5- Imagens sendo transferidas para o PC.


Figura 6- Matriz de imag<strong>em</strong> da TC; ex<strong>em</strong>plo de voxel (amarelo) e pixel<br />

(verde).<br />

Após o escaneamento da área selecionada, existe a necessidade de se<br />

trabalhar esta imag<strong>em</strong>. Cavalcanti (2008) descreveu que, <strong>em</strong> 1993, iniciou-se<br />

um padrão tecnológico global (DICOM – Digital Imaging and Communication in<br />

Medicine) que foi designado para permitir a interoperabilidade dos sist<strong>em</strong>as<br />

usados para produção, armanezamento, visualização, processamento, envio e<br />

impressão de imagens médicas e documentos correlatos, b<strong>em</strong> como a<br />

otimização do fluxo de trabalho inerente às imagens médicas. Pelo padrão<br />

DICOM, as informações presentes nos arquivos (nome do paciente, aparelho<br />

que produziu o exame, data e local do exame, fatores de trabalho, entre outros)<br />

são codificadas e pod<strong>em</strong> ser lidas <strong>por</strong> qualquer programa que tenha


capacidade de conversão DICOM. Desta maneira, é garantida a integridade<br />

dos dados presentes no exame, requisito crucial para companhias de seguro<br />

médico e afins (valor legal), assim como a ampla <strong>por</strong>tabilidade do exame,<br />

podendo este ser lido tanto <strong>em</strong> estações de trabalho especializadas, como <strong>em</strong><br />

computadores pessoais. Muitos probl<strong>em</strong>as como produção de artefatos<br />

decorrentes de restaurações, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, motivaram novos avanços que<br />

resultaram, <strong>em</strong> 1998, na introdução comercial de uma nova geração de<br />

tomógrafos, chamados de multislice <strong>por</strong> usar<strong>em</strong> múltiplos anéis detectores que<br />

escaneiam mais de dois cortes <strong>por</strong> cada rotação da ampola (tomógrafos sub-<br />

second), sendo este sist<strong>em</strong>a capaz de permitir que as reconstruções sejam<br />

obtidas <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real. Hoje já exist<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as que captam 04, 08, 16, 32 ou<br />

até 64 cortes e, mais recent<strong>em</strong>ente, foi desenvolvido um novo sist<strong>em</strong>a que<br />

adquire 256 cortes <strong>em</strong> uma única aquisição, o que significa que uma imag<strong>em</strong><br />

da face pode ser obtida <strong>em</strong>, aproximadamente, 4 segundos. Por último, t<strong>em</strong>os<br />

a nova geração de fonte dual (dual-source TC-DSTC), que antes de obter alta<br />

velocidade de aquisição apenas pela audição de detectores, os aparelhos<br />

duais (DSTC), alternativamente, <strong>em</strong>pregam duas ampolas de raios X e dois<br />

arranjos de detectores <strong>em</strong> um único gantry.<br />

De acordo com Scarfe; Farman e Sukovic (2006), as <strong>tomografia</strong>s pod<strong>em</strong><br />

ser classificadas, de uma maneira geral, <strong>em</strong> 2 tipos: <strong>tomografia</strong> convencional e<br />

<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>. Esta última pode ser classificada, de acordo com<br />

o formato do <strong>feixe</strong> de raios X utilizado, <strong>em</strong>: <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> de<br />

<strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque ou helicoidal ou espiral (Fan Beam Computed Tomography) e


<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> de <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> (Cone Beam Computed<br />

Tomography).<br />

Na <strong>tomografia</strong> convencional, a imag<strong>em</strong> é obtida <strong>por</strong> meio do princípio<br />

físico de borramento de imagens, <strong>por</strong> movimento da fonte de raios X e do<br />

receptor de imag<strong>em</strong>. Nesta técnica, o tubo de raios X e o receptor de imag<strong>em</strong><br />

realizam um movimento de mesma amplitude, mas <strong>em</strong> direções opostas, ao<br />

redor de um plano de fulcro. Desse modo, estruturas localizadas no plano de<br />

fulcro aparec<strong>em</strong> nítidas, enquanto que as estruturas localizadas entre aquém e<br />

além do plano de fulcro aparec<strong>em</strong> borradas na imag<strong>em</strong>, visto que, são<br />

registradas <strong>em</strong> posições diferentes do receptor de imag<strong>em</strong> durante a<br />

movimentação do conjunto (Figura 7). Assim, a imag<strong>em</strong> focada destaca-se das<br />

d<strong>em</strong>ais, realçando os detalhes anatômicos no plano pré-selecionado (WHITE;<br />

PHAROAH, 2007).


Figura 7- Princípio de formação da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s convencionais.<br />

Em Odontologia, as <strong>tomografia</strong>s convencionais são indicadas para<br />

estudos parciais da maxila e mandíbula, <strong>por</strong> ser<strong>em</strong> mais seletivas quanto às<br />

áreas dos arcos dentários, permitindo a <strong>avaliação</strong> de sítios passíveis de<br />

receber<strong>em</strong> implantes, <strong>avaliação</strong> pós-operatória do posicionamento de<br />

implantes, verificação da relação de terceiros molares com estruturas<br />

anatômicas adjacentes, localização e delimitação vestíbulo-lingual de lesões e<br />

corpos estranhos e <strong>avaliação</strong> da articulação t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular (ATM)<br />

(MANSON; BOURNE, 1998). No entanto, as <strong>tomografia</strong>s convencionais são<br />

contra-indicadas quando se necessita de visualização detalhada, <strong>em</strong> casos de<br />

lesões fora da área de abrangência e quando várias áreas necessitam de<br />

visualização transversal.


A TC convencional composta <strong>por</strong> quatro gerações de aparelhos, <strong>em</strong> que<br />

somente o gantry movimentava-se, está sendo substituída pela <strong>tomografia</strong> de<br />

<strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque ou espiral ou helicoidal (nova geração), caracterizada pelo<br />

movimento simultâneo de translação do paciente e de rotação do aparelho de<br />

raios X (GARIB et al., 2007). Esta técnica utiliza-se de vários giros de 360º da<br />

fonte de raios X <strong>em</strong> torno da cabeça do paciente, sendo possível a observação<br />

das estruturas <strong>em</strong> 3D após a aplicação de software para reformatação,<br />

acarretando uma dose de radiação cerca de 350 vezes maior do que na<br />

<strong>tomografia</strong>. Na TC de <strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque, utiliza-se um <strong>feixe</strong> de raios X colimado<br />

<strong>em</strong> forma de um fino leque que gira ao redor do paciente, associado a uma<br />

rede de sensores dispostos ao redor do paciente. O paciente é colocado<br />

deitado <strong>em</strong> uma mesa, que avança <strong>em</strong> intervalos (pitch), <strong>em</strong> direção ao gantry<br />

(Figura 8). Durante a aquisição da imag<strong>em</strong>, o tubo de raios X gira ao redor do<br />

paciente, possibilitando a aquisição de informações de uma determinada fatia<br />

<strong>em</strong> vários ângulos diferentes. Durante a exposição, os raios X interag<strong>em</strong> com o<br />

corpo e sofr<strong>em</strong> atenuações. A intensidade de raios X que sa<strong>em</strong> do corpo, a<br />

cada ângulo <strong>em</strong> uma determinada fatia, é lida pelos sensores e transformados<br />

<strong>em</strong> sinais elétricos que são enviados ao computador. Em sequência, os<br />

Softwares faz<strong>em</strong> a leitura desses dados (SOARES et al., 2007 ; COTRIM-<br />

FERREIRA et al., 2008).


Figura 8- Disposição dos sensores; formato do <strong>feixe</strong>; movimento da fonte de<br />

raios X e deslocamento do paciente durante a exposição.<br />

Em 1999, Cavalcanti et al. relataram que a principal vantag<strong>em</strong> desses<br />

tomógrafos helicoidais revela-se na rapidez da aquisição da imag<strong>em</strong>. Em um<br />

fugaz momento de interrupção da respiração, pode-se obter os cortes da<br />

estrutura desejada. Deste modo, evitam-se os artefatos criados pelo<br />

movimento do paciente e até mesmo pequenas lesões são evidenciadas. Os<br />

novos aparelhos permit<strong>em</strong> também a reconstrução multiplanar das imagens<br />

axiais geradas, evitando a exposição do paciente a doses excessivas de<br />

radiação.


Segundo Parks (2000), a TC helicoidal ou espiral não foi amplamente<br />

difundida na área Odontológica, apesar dos avanços tecnológicos, devido a<br />

uma série de limitações, tais como: alta dose de radiação, baixa resolução para<br />

Odontologia, tamanho amplo do equipamento e necessidade de uma sala<br />

especial para a realização do exame, alto custo do equipamento e,<br />

consequent<strong>em</strong>ente, do exame e limitação dos protocolos específicos para a<br />

Odontologia.<br />

Whaites, <strong>em</strong> 2003, destacou, dentre as vantagens da TC helicoidal, a<br />

excelente diferenciação entre diferentes tipos de tecidos duros e moles, tanto<br />

sadios quanto doentes, possibilidade de reconstrução de imagens nos três<br />

planos do espaço a partir de cortes axiais, reconstrução de imagens <strong>em</strong> 3D,<br />

intensificação de imagens pelo uso de meios de contraste intravenoso e a<br />

possibilidade de manipulação das imagens. Segundo o mesmo autor, as<br />

desvantagens são o alto custo dos equipamentos, alta dose de radiação<br />

(dependendo do tipo de corte a ser feito), possibilidade de ocorrer artefato de<br />

imag<strong>em</strong> (devido a objetos metálicos, como restaurações) e risco associado ao<br />

uso de contraste intravenoso.<br />

Em Odontologia, a TC helicoidal ou espiral pode ser <strong>em</strong>pregada na<br />

<strong>avaliação</strong> e acompanhamento <strong>em</strong> Implantodontia, pois fornece com precisão e<br />

s<strong>em</strong> nenhum grau de ampliação medidas nos três planos do espaço, além de<br />

ser possível avaliar a qualidade do tecido ósseo. É indicada também na<br />

<strong>avaliação</strong>, localização e delimitação das áreas patológicas, diagnósticos das<br />

fraturas de cabeça e pescoço, como técnica de localização de dentes inclusos


ou corpos estranhos e no diagnóstico de fraturas radiculares (BARROS, 2000;<br />

WHAITES, 2003). Adicionalmente, a TC helicoidal também pode ser<br />

<strong>em</strong>pregada no diagnóstico cefalométrico tridimensional <strong>em</strong> Ortodontia e<br />

Ortopedia Facial dos Maxilares (SOARES et al., 2007).<br />

A Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico (TCFC), Cone Beam,<br />

foi desenvolvida nos anos 90 como um processo evolutivo, resultado da<br />

d<strong>em</strong>anda de informações tridimensionais. A construção de imagens realizadas<br />

com <strong>tomografia</strong>s de <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> começou a aparecer no mercado na última<br />

década e uma variedade de aplicações no âmbito facial e dentário t<strong>em</strong> sido<br />

estabelecida. Nos últimos anos, um grande número de estudos relatou suas<br />

utilidades, <strong>por</strong>ém especialistas acreditam que esta tecnologia está apenas<br />

despontando (KAU et al., 2005).<br />

A Tomografia <strong>por</strong> Feixe Cônico (TCFC), como o próprio nome sugere,<br />

utiliza um <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> de radiação (Cone Beam), associado a um receptor de<br />

imagens bidimensional. Nesta técnica, o conjunto, fonte de raios X e receptor<br />

de imagens, gira 360º uma única vez <strong>em</strong> torno da região de interesse (Figura<br />

9). Durante este giro, múltiplas projeções bidimensionais <strong>em</strong> ângulos diferentes<br />

são obtidas e enviadas para o computador. Essas projeções contêm toda a<br />

informação necessária para com<strong>por</strong> a matriz da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> 3D, e toda a<br />

informação necessária para gerar as imagens de interesse está contida na<br />

imag<strong>em</strong> matriz. Cortes nos três planos do espaço pod<strong>em</strong> ser obtidos a partir<br />

desta imag<strong>em</strong> tridimensional. É possível também obter reconstruções


panorâmicas e cefalométricas a partir da imag<strong>em</strong> tridimensional inicial<br />

(SCARFE; FARMAN; SUKOVIC, 2006).<br />

Figura 9- Princípio de formação de imag<strong>em</strong> na TCFC.<br />

Ao contrário da TC tradicional, que necessita de tantas voltas quanto<br />

for<strong>em</strong> as espessuras de corte e tamanho da estrutura, resultando <strong>em</strong> maior<br />

exposição do paciente à radiação, devido ao seu <strong>feixe</strong> de raios X (RITTER,<br />

2007), a TCFC necessita de apenas um giro ao redor da área de interesse para<br />

obter as informações necessárias para a reconstrução das imagens (FARMAN;<br />

SCARFE, 2006). Ainda ao contrário da TC convencional, onde o tamanho do<br />

voxel é determinado pela colimação do <strong>feixe</strong> de raios X antes e depois do<br />

paciente e pelo avanço da mesa no gantry, resultando <strong>em</strong> voxels anisotrópicos


(altura = largura < profundidade), na TCFC o tamanho do voxel é determinado<br />

pelo tamanho de cada pixel no receptor de imagens, gerando voxels isotrópicos<br />

(altura = largura = profundidade), que resultam <strong>em</strong> imagens com nitidez<br />

superior (SCARFE; FARMAN; SUKOVIC, 2006).<br />

Nakajima et al., <strong>em</strong> 2005, enfatizaram o progresso considerável que t<strong>em</strong><br />

sido observado no diagnóstico médico, principalmente <strong>em</strong> função da TC, <strong>por</strong>ém<br />

não sendo utilizada rotineiramente na área de Odontologia <strong>por</strong> ter alto custo,<br />

exigir muito espaço e liberar altas doses de radiação. Com o advento da TCFC,<br />

estes probl<strong>em</strong>as foram solucionados, permitindo realizar imagens tomográficas<br />

úteis para o planejamento ortodôntico. Neste artigo, os autores relataram três<br />

casos clínicos <strong>em</strong> que a TCFC foi de grande im<strong>por</strong>tância no diagnóstico e<br />

planejamento do tratamento, um <strong>por</strong> erupção tardia, um <strong>por</strong> dente impactado e<br />

o outro <strong>por</strong> distúrbio t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular. Concluíram que as imagens<br />

tomográficas melhoraram muito o diagnóstico e planejamento de tratamentos<br />

com dentes impactados, pois permit<strong>em</strong> sua localização nos três planos.<br />

Em estudo publicado no ano de 2005, Holberg et al. avaliaram a<br />

qualidade e a exatidão das imagens das estruturas dentárias adquiridas com a<br />

TCFC e compararam com a qualidade da imag<strong>em</strong> obtida com a TC tradicional.<br />

Para isto foram utilizados 417 dentes e estruturas adjacentes, sendo que, 208<br />

foram avaliados com TCFC e 209 com TC tradicional. Imagens axiais foram<br />

obtidas para a <strong>avaliação</strong> de artefatos metálicos e de movimento, além de<br />

descrever a imprecisão da interface esmalte-dentina-câmara pulpar. A<br />

qualidade de reprodução e definição de todos os dentes foi avaliada quanto ao


espaço do ligamento periodontal nos terços cervical, médio e apical. Os<br />

resultados d<strong>em</strong>onstraram que partes metálicas não causaram perda de<br />

qualidade quando a TCFC é utilizada, sendo que com a TC tradicional, o<br />

exame tornou-se impossível. Duplos contornos promovidos <strong>por</strong> movimento<br />

ocorreram somente com a TCFC, enquanto que na TC tradicional, foi<br />

observada uma nitidez muito maior das interfaces esmalte-dentina e dentina-<br />

câmara pulpar. Foi impossível avaliar o ligamento periodontal com a TCFC na<br />

quase totalidade dos casos. A conclusão deste estudo foi que as TCs<br />

representaram o padrão ouro para inspecionar as raízes e tecidos ósseos<br />

adjacentes.<br />

Cevidanes, Styner e Proffit, <strong>em</strong> 2006, citaram que as técnicas de imag<strong>em</strong><br />

3D pod<strong>em</strong> pro<strong>por</strong>cionar valiosa informação para clínicos e pesquisadores, pois a<br />

TCFC fornece ferramentas de simulação que pod<strong>em</strong> ajudar na aquisição de<br />

informações que antes não se obtinha. Ressaltou-se que as imagens provenientes<br />

de TCFC pod<strong>em</strong> ser formuladas para simular radiografias cefalométrica,<br />

panorâmica, lateral e anteroposterior, possibilitando a comparação com o banco<br />

de dados cefalométricos (2D) pré-existente. Segundo os autores, as aplicações de<br />

imagens 3D <strong>em</strong> Ortodontia inclu<strong>em</strong> diagnóstico inicial e sobreposições para<br />

<strong>avaliação</strong> de crescimento, mudanças de tratamento e estabilidade.<br />

Adicionalmente, as imagens tomográficas fornec<strong>em</strong> com precisão informações<br />

sobre: 1- tamanho, forma e posição da cabeça da mandíbula; 2- morfologia,<br />

inclinação, deslocamento ou desvio das superfícies lateral e medial do corpo e do<br />

ramo da mandíbula; 3- posição das raízes dentárias; 4- localização de dentes<br />

impactados ou supra-numerários; 5- forma do palato e 6- morfologia dos sítios


para implantes ou osteotomias. Enfatizou-se também o valor do diagnóstico das<br />

imagens tridimensionais na identificação das vias aéreas e do perfil facial<br />

tegumentar, permitindo a <strong>avaliação</strong> da relação entre os tecidos duros e moles.<br />

De acordo com Ritter (2007), com a <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> Cone<br />

Beam (TCCB) foi possível reduzir a dose de exposição do paciente à radiação<br />

(<strong>em</strong> até 98%, <strong>em</strong> relação à <strong>tomografia</strong> médica - helicoidal) e a presença de<br />

artefatos na imag<strong>em</strong> obtida, permitindo assim a melhora da imag<strong>em</strong><br />

tridimensional.<br />

Segundo Soares et al. (2007), a TCFC pode ser <strong>em</strong>pregada <strong>em</strong> várias<br />

especialidades odontológicas como: Implantodontia, para verificar morfologia,<br />

quantidade e qualidade óssea; Ortodontia, para traçado cefalométrico <strong>em</strong> duas<br />

e três dimensões; Periodontia, para verificar fenestração óssea, altura de crista<br />

alveolar e lesão de furca; Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, para<br />

avaliar fraturas, dentes inclusos, tumores; e Endodontia, para verificar canais<br />

acessórios e fraturas radiculares. Os autores afirmaram que a TCFC é de<br />

relevante im<strong>por</strong>tância para o diagnóstico, localização e reconstrução de<br />

imagens tomográficas com excelente precisão, auxiliando os profissionais da<br />

área da saúde no planejamento e tratamento de pacientes. Para Ritter, (2007),<br />

esta nova tecnologia, comandada pelo Cirurgião-dentista, traz avanços para a<br />

Radiologia Odontológica, <strong>por</strong> permitir a visualização de estruturas de<br />

dimensões reduzidas com um mínimo de exposição à radiação para o paciente.


Garib et al., <strong>em</strong> 2007, reafirmaram as principais aplicações da TCFC <strong>em</strong><br />

Ortodontia: 1) <strong>avaliação</strong> do posicionamento tridimensional de dentes retidos e<br />

sua relação com os dentes e estruturas vizinhas; 2) <strong>avaliação</strong> do grau de<br />

reabsorção radicular de dentes adjacentes a caninos retidos; 3) visualização<br />

das tábuas ósseas, vestibular e lingual, e sua r<strong>em</strong>odelação após<br />

movimentação dentária, 4) <strong>avaliação</strong> das dimensões transversais das bases<br />

apicais e das dimensões das vias aéreas superiores; 5) <strong>avaliação</strong> da<br />

movimentação dentária para a região de osso atrésico (rebordo alveolar pouco<br />

espesso na direção vestibulolingual ou com invaginação do seio maxilar); 6)<br />

<strong>avaliação</strong> de defeitos e enxerto ósseo na região de fissuras lábio-palatais; 7)<br />

análise quantitativa e qualitativa do osso alveolar para colocação de<br />

miniimplantes de ancorag<strong>em</strong> ortodôntica; 8) medições do exato diâmetro<br />

mesiodistal de dentes permanentes não irrompidos para <strong>avaliação</strong> da<br />

discrepância dente-osso na dentadura mista e 9) avaliações cefalométricas.<br />

2.5. Considerações sobre as estruturas periodontais<br />

Artun e Urbye (1988) propuseram determinar os efeitos do tratamento<br />

ortodôntico <strong>em</strong> pacientes <strong>por</strong>tadores de perda de su<strong>por</strong>te periodontal <strong>em</strong> estágio<br />

avançado. A metodologia <strong>em</strong>pregada utilizou radiografias periapicais antes,<br />

durante e após o tratamento ortodôntico, realizado <strong>em</strong> 24 pacientes com<br />

probl<strong>em</strong>as periodontais. Os pacientes receberam tratamento periodontal<br />

específico e somente iniciaram o tratamento ortodôntico após o total controle do<br />

probl<strong>em</strong>a periodontal. A diferença média entre a perda óssea dos dentes<br />

anteriores tratados e não tratados foi de 2,24%. A maioria dos locais avaliados


mostrou uma pequena ou nenhuma perda óssea. Nenhuma associação foi<br />

encontrada entre a perda óssea inicial e a perda óssea durante o tratamento<br />

ortodôntico.<br />

Boyd et al., <strong>em</strong> 1989, <strong>em</strong> um estudo utilizando pacientes adultos com<br />

periodonto reduzido, afirmaram que o movimento dentário não promove<br />

significativa perda de inserção. Os autores sugeriram que o tratamento ortodôntico<br />

pode acelerar a perda de inserção quando há doença periodontal ativa. O<br />

movimento dentário pode ser realizado <strong>em</strong> conjunto com os procedimentos<br />

periodontais para aumentar a quantidade de nova inserção do ligamento<br />

periodontal que ocorre após o tratamento da doença ativa.<br />

A existência de um custo biológico nos tratamentos ortodônticos t<strong>em</strong> sido<br />

objeto de constantes estudos. Esta preocupação já estava presente nos relatos de<br />

Turpin, 1994, quando o autor relatou que a doença periodontal é a principal causa<br />

de perda dentária <strong>em</strong> adultos. Embora tratamentos ortodônticos <strong>em</strong> adultos<br />

possam ser benéficos, o autor sugere que dev<strong>em</strong> ser incluídas radiografias<br />

periapicais no diagnóstico e planejamento do tratamento.<br />

A posição ótima dos incisivos é considerada essencial <strong>por</strong> vários autores,<br />

<strong>em</strong> razão da função e estabilidade, <strong>por</strong>ém algumas vezes isto requer uma extensa<br />

movimentação dos incisivos. Wehrbein, Fuhrmann e Diedrich, <strong>em</strong> 1994,<br />

realizaram um estudo utilizando-se da maxila r<strong>em</strong>ovida durante a autópsia de uma<br />

jov<strong>em</strong> de 19 anos que estava sendo tratada com aparelho fixo. Os dentes da<br />

<strong>por</strong>ção anterior da maxila, incisivos centrais e laterais, foram avaliados


macroscópica, radiográfica e histologicamente. Os movimentos dentários<br />

executados foram divididos <strong>em</strong> dois tipos, inclinação descontrolada, com<br />

movimento vestibular de coroa e torque lingual de raízes. As alterações<br />

histológicas, induzidas pelo torque palatino das raízes foram a reabsorção<br />

radicular, com declive de apical para coronal e pronunciada aposição óssea<br />

subperiostal (palatina), com protrusão parcial da cortical, afilando para coronal.<br />

Nenhuma perfuração óssea pôde ser visualizada. A extensão e a localização de<br />

reabsorções radiculares não foram verificadas nos exames radiográficos da<br />

amostra.<br />

Djeu, Hayes, Zawaideh, <strong>em</strong> 2002, realizaram um estudo com a<br />

finalidade de determinar se a protrusão dos incisivos centrais inferiores,<br />

durante a terapia com aparelho fixo, resultava <strong>em</strong> recessão gengival.<br />

Registros completos de 67 pacientes (39 do gênero f<strong>em</strong>inino e 28 do<br />

gênero masculino, com média de idade de 16,4 anos / 10 aos 45 anos)<br />

foram utilizados neste estudo retrospectivo. Utilizaram-se radiografias<br />

laterais das fases pré e pós-tratamento. A alteração na protrusão do<br />

incisivo central inferior foi medida para dividir os pacientes <strong>em</strong> um grupo<br />

experimental (com protrusão) e <strong>em</strong> um grupo controle (s<strong>em</strong> protrusão).<br />

Alterações no comprimento da coroa clínica foram avaliadas nos<br />

modelos de estudo pré e pós-tratamento e alterações na recessão<br />

gengival foram determinadas nas fotos intra-orais. Oito dos 67 pacientes<br />

apresentaram um aumento mensurável na recessão gengival de pelo<br />

menos 0,5 mm, e 27 pacientes tiveram um aumento no comprimento da


coroa clínica de pelo menos 0,5 mm. As análises estatísticas não<br />

mostraram correlação entre protrusão do incisivo central inferior e<br />

recessão gengival ou comprimento da coroa clínica. O teste t não<br />

mostrou diferença estatisticamente significativa para a recessão gengival<br />

ou mudança no comprimento da coroa clínica entre pacientes cujos<br />

incisivos centrais inferiores foram protruídos e aqueles cujos incisivos<br />

não foram protruídos. A análise de regressão múltipla d<strong>em</strong>onstrou que<br />

idade, gênero, raça, duração do tratamento, extração, tipo de tratamento,<br />

classificação de Angle e protrusão não estavam relacionados à recessão<br />

gengival ou à mudança no comprimento da coroa clínica dos incisivos<br />

centrais inferiores. Concluiu-se que o grau de protrusão dos incisivos<br />

centrais inferiores, durante o tratamento com aparelho fixo, não foi<br />

correlacionado à recessão gengival nesta amostra.<br />

Garcia et al., <strong>em</strong> 2005, avaliaram a espessura do processo alveolar da<br />

região anterior da maxila e da mandíbula <strong>em</strong> pacientes <strong>por</strong>tadores de<br />

discrepâncias ântero-posteriores <strong>por</strong> meio de telerradiografias laterais de 56<br />

pacientes, com idades entre 7 e 13 anos. Todos os pacientes possuíam inclinação<br />

dos incisivos entre 20 e 30º. Os resultados d<strong>em</strong>onstraram que não houve relação<br />

entre a espessura do processo alveolar da maxila e mandíbula e a idade do<br />

paciente. Porém, houve uma relação entre o tipo de má oclusão e a espessura de<br />

osso vestibular na região anterior da maxila. Os pacientes <strong>por</strong>tadores de má<br />

oclusão de Classe III apresentaram maior <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de redução de osso<br />

vestibular na região anterior da maxila quando comparados aos pacientes de


Classe II. Os pacientes com tendência ao crescimento vertical apresentaram uma<br />

dimensão reduzida de osso lingual na maxila e osso vestibular na mandíbula.<br />

Observaram, ainda, que não houve associação com o gênero, além da relação de<br />

independência entre a espessura do processo alveolar da região anterior da<br />

maxila e mandíbula com a idade dos pacientes.<br />

Também <strong>em</strong> 2005, Melsen e Allais, realizaram um estudo com o objetivo<br />

de avaliar as mudanças na prevalência e gravidade da recessão gengival<br />

dos incisivos inferiores durante o tratamento ortodôntico <strong>em</strong> adultos, nos<br />

quais os incisivos foram movimentados para vestibular e identificar<br />

parâmetros que pudess<strong>em</strong> prever a recessão. A amostra consistiu de 150<br />

pacientes adultos (idade 33,7 + 9,5anos) tratados com aparelhos fixos<br />

s<strong>em</strong> extrações dentárias. O trespasse horizontal interincisivos pré-<br />

tratamento, o trespasse vertical interincisivos, o apinhamento, a presença<br />

de rotação dentária, a relação de caninos, a altura vertical da face e a<br />

posição do incisivo inferior <strong>em</strong> relação à linha A-pogônio e à linha<br />

mandibular foram registrados nos modelos de estudo e <strong>em</strong> radiografias<br />

laterais. A recessão gengival na fase pré-tratamento, a espessura de<br />

gengiva ceratinizada, o biotipo gengival, a inflamação gengival e o<br />

acúmulo visível de placa foram registrados, como também a recessão<br />

gengival na fase pós-tratamento. O movimento vestibular foi determinado<br />

<strong>por</strong> medições nos modelos pré e pós-tratamento. Utilizaram-se estatísticas<br />

descritivas para descrever a recessão gengival e d<strong>em</strong>ais características.<br />

Os resultados mostraram que não houve aumento significativo na média


de recessão gengival durante o tratamento. A prevalência de recessão<br />

gengival maior que 0,1 mm aumentou de 21% antes do tratamento para<br />

35% após o tratamento (P


sínfise foram registradas a partir de radiografias cefalométricas laterais<br />

pré-tratamento. O apinhamento foi determinado com base no índice de<br />

irregularidade do modelo inicial. Os seguintes parâmetros clínicos<br />

periodontais foram avaliados: índices de placa e sangramento gengival,<br />

profundidade da bolsa à sondag<strong>em</strong>, níveis de inserção clínica e de<br />

recessão dos incisivos centrais inferiores. A quantidade <strong>em</strong> altura de<br />

tecido ceratinizado e a espessura da marg<strong>em</strong> gengival destes incisivos<br />

também foram avaliados. Foram aplicados as análises de correlação de<br />

Pearson e Spearman, o teste exato de Fisher e o teste de Kruskal-Wallis.<br />

As análises estatísticas não mostraram correlações entre a recessão e<br />

os índices de placa e sangramento gengival, profundidade da bolsa à<br />

sondag<strong>em</strong> e quantidade de movimento vestibular (P> 0,05). A recessão<br />

foi negativamente correlacionada com a altura de gengiva ceratinizada e<br />

espessura da marg<strong>em</strong> gengival dos incisivos centrais inferiores. A<br />

inclinação final (> 95 graus) e a espessura da gengiva marginal livre (><br />

0,5 mm) mostraram associação com recessões maiores e mais severas<br />

nos incisivos centrais inferiores. No entanto, quando comparadas a<br />

espessura com a inclinação final, a espessura apresentou maior<br />

relevância para a presença de recessão gengival.<br />

Em 2007, Katranji, Misch e Wang afirmaram que a quantidade de osso<br />

disponível é um componente crítico do planejamento de tratamento na<br />

Implantodontia, e que as corticais ósseas espessas foram a maneira de conseguir<br />

estabilidade preliminar do implante. Entretanto, alertaram que informações sobre


esta espessura óssea, <strong>em</strong> várias regiões da maxila e da mandíbula ainda são<br />

escassas. Neste contexto, realizaram um estudo que teve <strong>por</strong> finalidade<br />

determinar a espessura cortical média do osso <strong>em</strong> diferentes partes do dente. A<br />

metodologia <strong>em</strong>pregada para determinar a espessura média das tábuas ósseas,<br />

vestibular e lingual, utilizou-se de 28 crânios (68% homens e 32% mulheres), com<br />

uma idade média de 73,1 anos, onde foram medidas as regiões que<br />

correspondiam aos molares (M), pr<strong>em</strong>olares (PM) e região anterior (A), tanto nas<br />

regiões dentadas como nas edêntulas. Os autores concluíram que a espessura<br />

cortical média das placas vestibulares variou de 1,0 a 2,1 mm na maxila e na<br />

mandíbula desdentada, com área mais delgada na região anterior da maxila e<br />

área mais espessa na <strong>por</strong>ção posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das<br />

maxilas e mandíbulas dentadas variou de 1,6 a 2,2 mm de espessura, com a área<br />

mais delgada na região anterior da mandíbula e a área mais espessa na região<br />

posterior da maxila.<br />

Hu et al., <strong>em</strong> 2009, elucidaram as relações existentes entre as raízes e<br />

as estruturas adjacentes, a fim de identificar os melhores lugares para a<br />

instalação de mini-implantes. Utilizaram para isto blocos de resina preparados<br />

com 20 maxilas e 20 mandíbulas <strong>em</strong> que foram realizados 10 cortes<br />

transversais, com 1,0 mm de espessura cada, à partir de 1,0 mm da linha<br />

cervical. Nos 200 cortes avaliados, investigou-se a distância inter-radicular<br />

(vestibular e lingual), a largura óssea vestíbulolingual e a espessura da cortical<br />

óssea vestibular e lingual. Os resultados d<strong>em</strong>onstraram que a maior distância<br />

inter-radicular, na maxila, se encontrava entre o segundo pr<strong>em</strong>olar e o primeiro<br />

molar. Já na mandíbula, esta distância foi maior entre o primeiro e o segundo


molar. A espessura óssea, tanto na maxila como na mandíbula, no sentido<br />

vestíbulolingual, aumentou da região anterior para a posterior e de cervical<br />

para apical. Em relação à espessura da cortical óssea alveolar na maxila, os<br />

resultados apontaram para uma situação s<strong>em</strong>elhante tanto na região vestibular<br />

como na lingual, com uma menor espessura na região posterior que na<br />

anterior, <strong>por</strong>ém, quando caminharam para cervical, encontrou-se, na região<br />

lingual, um aumento na espessura, o que não ocorreu na região vestibular. Na<br />

mandíbula, foi encontrado um aumento da cortical óssea da região anterior<br />

para posterior e da cervical para apical.<br />

Closs, Grehs, Raveli e Rösing, também <strong>em</strong> 2009, investigaram se a<br />

alteração da posição vestibulolingual dos incisivos inferiores, <strong>em</strong> adolescentes,<br />

pode predis<strong>por</strong> ao desenvolvimento de recessões gengivais. Selecionou-se<br />

fotos intrabucais, modelos de estudo e cefalogramas de 189 adolescentes<br />

leucodermas, 107 do gênero f<strong>em</strong>inino e 81 do masculino, pré e pós-tratamento<br />

ortodôntico, tratados com aparelhos fixos tipo “Edgewise standard” e “Straight<br />

wire”. A média de idade inicial era 11,2 + 1,9 anos e a média final era 14,7 +<br />

1,8 anos. Foram excluídos pacientes: com ausência de incisivos ou com<br />

incisivos não-irrompidos, com más oclusões de Classe III de Angle, que<br />

relataram doenças sistêmicas ou uso de medicações associadas a alterações<br />

gengivais. A presença de recessão gengival foi avaliada <strong>em</strong> modelos de estudo<br />

e <strong>em</strong> fotografias, com paquímetro digital, e foram considerados dentes com<br />

recessão quando havia exposição da junção ameloc<strong>em</strong>entária. A inclinação<br />

dos incisivos inferiores, <strong>em</strong> relação ao plano mandibular (IMPA), foi medida nos<br />

cefalogramas laterais e os dentes foram classificados como: vestibularizados,


lingualizados e inalterados. Não se observou associação significativa entre a<br />

relação da inclinação dentária e a presença de recessões gengivais. Em 107<br />

pacientes (56,6%), os incisivos se mostraram vestibularizados; <strong>em</strong> 64<br />

pacientes (33,9%), lingualizados e <strong>em</strong> 18 pacientes (9,5%), inalterados. Nos<br />

casos <strong>em</strong> que novas recessões gengivais ocorreram, 64,9% dos incisivos<br />

foram vestibularizados, 26,3% lingualizados e 8,8% não foram alterados. No<br />

grupo de pacientes que apresentou migração coronal da marg<strong>em</strong> gengival,<br />

60% foram movimentados para a lingual, 30% foram vestibularizados e 10%<br />

não foram alterados. Nos casos onde a marg<strong>em</strong> gengival não foi alterada,<br />

54,9% foram movimentados para vestibular, 35,2%, para lingual e 9,8% não<br />

sofreram alterações <strong>em</strong> suas inclinações. Os autores concluíram que não<br />

houve associação significativa entre a alteração da inclinação dentária e a<br />

presença de novas recessões gengivais, como também não houve diferença<br />

significativa entre os gêneros.<br />

2.6. O <strong>em</strong>prego da TC na <strong>avaliação</strong> quantitativa e qualitativa do osso<br />

alveolar<br />

Para a <strong>avaliação</strong> da qualidade de imagens provenientes de<br />

cefalogramas e de <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s, na região de incisivos<br />

inferiores, Fuhrmann, <strong>em</strong> 1996, comparou os achados macroscópicos e<br />

histológicos da amostra com os achados radiológicos correspondentes. Após a<br />

r<strong>em</strong>oção do tecido mole de 11 segmentos mandibulares dentados, 15 defeitos<br />

ósseos artificiais, de diferentes dimensões, foram produzidos na região de<br />

incisivos inferiores. Em comparação com as medidas microscópicas da


mandíbula, o diâmetro médio vestibulolingual do processo alveolar de um<br />

incisivo foi superestimado nos cefalogramas de 0,3 a 1,2 mm. A maioria das<br />

correlações anatomorradiológicas das medidas cefalométricas foi insignificante.<br />

A <strong>avaliação</strong> das medidas da largura óssea vestibulolingual ou da cortical óssea<br />

vestibulolingual ou a identificação dos defeitos artificiais dos incisivos inferiores,<br />

nos cefalogramas, geralmente não foram possíveis. Nas imagens de<br />

<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a média do diâmetro vestibulolingual do processo<br />

alveolar dos incisivos foi superestimada <strong>em</strong> 0,1 a 0,5 mm, mas a correlação foi<br />

altamente significativa. A cortical óssea vestibulolingual dos incisivos inferiores<br />

foi avaliada e medida <strong>em</strong> TC. Treze dos 15 defeitos ósseos artificiais (80%)<br />

foram identificados nas TCs. O autor concluiu que o exame tomográfico é a<br />

única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite a <strong>avaliação</strong><br />

quantitativa da largura vestibulolingual do osso alveolar e das corticais ósseas.<br />

Tsunori, Mashita e Kasai, <strong>em</strong> 1998, realizaram um estudo <strong>em</strong> que<br />

objetivaram, através da utilização de imagens tomográficas, avaliar as relações<br />

existentes entre os tipos faciais e suas características ósseas e dentárias. Para<br />

isso, selecionaram 39 crânios secos de pacientes do gênero masculino, todos<br />

<strong>por</strong>tadores de relação de Classe I ou pequena Classe II com discreto<br />

apinhamento. Em todos foram realizadas radiografias laterais e quatro áreas<br />

(incisivos, pr<strong>em</strong>olares, primeiros molares e segundos molares) foram avaliadas<br />

através de <strong>tomografia</strong>s no regime de 1,0 mm de espessura, 120 kVp e t<strong>em</strong>po<br />

de exposição de 3,0 segundos. As mensurações foram realizadas a partir de<br />

cortes parassagitais onde avaliou-se a altura, largura, espessura das corticais<br />

vestibular e lingual, espessura do osso basal e inclinação dentária. O padrão


facial foi avaliado levando <strong>em</strong> consideração a inclinação do plano mandibular<br />

com o plano de Frankfurt, a inclinação do plano mandibular <strong>em</strong> relação ao<br />

plano palatino, ângulo goníaco, relação entre altura facial posterior e anterior e<br />

foram divididos <strong>em</strong> três grupos: face curta, média e longa. Os resultados<br />

obtidos d<strong>em</strong>onstraram que existe uma significativa e complexa relação entre os<br />

fatores avaliados e as características mandibulares dentro dos padrões faciais<br />

analisados. Sugeriram também que o osso vestibular dos pacientes face curta<br />

é menos espesso do que os de face longa e que isso ocorre <strong>em</strong> função da<br />

maior inclinação para lingual dos dentes posteriores, criando uma<br />

vestibularização da raiz.<br />

Nauert e Berg, <strong>em</strong> 1999, avaliaram o volume ósseo e a densidade<br />

óssea na região de incisivos inferiores, <strong>em</strong> adultos não tratados<br />

ortodonticamente, utilizando o método de análise <strong>por</strong> TC. A amostra constituiu<br />

de 20 homens, entre 25 e 29 anos de idade, com a oclusão “próxima ao<br />

normal” (quantidade máxima de overjet foi < que 6 mm) e saúde periodontal.<br />

Realizou-se o exame tomográfico da mandíbula e os dados da imag<strong>em</strong> foram<br />

transferidos para o PC, utilizando-se o programa Image Master ® . Com base no<br />

mapeamento do plano axial seccional, estabeleceu-se o plano da imag<strong>em</strong><br />

panorâmica frontal pelo centro do canal da raiz. Obtiveram-se, com o<br />

programa, as imagens seccionadas transversais, perpendicular ao plano da<br />

imag<strong>em</strong> frontal, determinando-se a imag<strong>em</strong> individual dos incisivos inferiores e<br />

seus processos alveolares. Realizou-se a <strong>avaliação</strong> dos dados com o<br />

programa SIM/Plant ® . Avaliou-se o mapeamento axial, frontal e sagital<br />

simultaneamente e, <strong>por</strong>tanto, tridimensionalmente. Definiu-se o comprimento


da raiz de cada dente como a distância da junção c<strong>em</strong>entoesmalte ao ápice e<br />

foi dividido <strong>em</strong> 10 intervalos de igual comprimento, sendo nível de raiz 0%,<br />

representado pela junção c<strong>em</strong>entoesmalte e 100%, nível do ápice. Mediu-se,<br />

linearmente, <strong>em</strong> cada nível da raiz do dente e perpendicular ao eixo do dente, o<br />

su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e lingual, como expressão do volume ósseo. Os<br />

ângulos entre os incisivos inferiores e o plano Mandibular e a linha A-Pog foram<br />

avaliados. Mediu-se a densidade óssea <strong>em</strong> unidades Hounsfield (HU). O<br />

registro dos diversos tipos de tecido foi baseado nas diferenças de absorção da<br />

radiação. Mediu-se a densidade óssea vestibularmente e lingualmente <strong>em</strong><br />

20%, 50% e 80% ao nível da raiz e obtiveram-se os registros<br />

bidimensionalmente dentro de uma área de 2 mm 2 . No terço apical das raízes,<br />

analisou-se se a raiz estava <strong>em</strong> contato com o osso esponjoso ou compacto.<br />

Repetiram-se todas as medidas após três meses, pelo mesmo operador.<br />

Calculou-se a medição combinada do erro segundo a fórmula de Dahlberg e os<br />

testes t e Wilcoxon pareados, para verificar a existência de erros sist<strong>em</strong>áticos,<br />

com os seguintes níveis de significância: p


30% ao nível radicular. Em direção apical, houve um aumento contínuo com<br />

uma média de 1,6 mm <strong>em</strong> 70% ao nível da raiz, e 3,5 mm, do ápice.<br />

Encontraram-se diferenças significantes entre os su<strong>por</strong>tes ósseos, vestibular e<br />

lingual, no que diz respeito à incidência de deiscências ou fenestrações<br />

ósseas. Na vestibular, fenestrações ósseas e deiscências foram observadas<br />

com frequência, e na lingual, principalmente deiscências. A correlação entre a<br />

quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e a inclinação dos incisivos <strong>em</strong> relação<br />

à linha A-Pog não foi significativa. Em relação ao plano Mandibular, no entanto,<br />

alguma associação foi encontrada: no nível superior da raiz houve uma<br />

correlação negativa entre o grau de inclinação vestibular e a quantidade de<br />

su<strong>por</strong>te ósseo. Não houve significância estatística <strong>em</strong> todos os quatro dentes e<br />

n<strong>em</strong> <strong>em</strong> todos os níveis radiculares. Vestibularmente, observou-se um aumento<br />

na densidade óssea a partir do terço gengival ao apical da raiz. No terço<br />

gengival, o osso compacto e esponjoso estavam presentes; no terço médio, o<br />

osso denso, compacto e esponjoso foram encontrados; e no terço apical, o<br />

osso esponjoso se apresentava mais denso. De um modo geral, a densidade<br />

óssea na lingual era geralmente menor que na vestibular. No terço gengival,<br />

registrou-se um valor de 14 HU, correspondendo ao valor para o tecido<br />

conjuntivo. No terço médio, osso compacto denso e normal esponjoso foram<br />

encontrados e no terço apical, osso compacto denso e esponjoso. No terço<br />

gengival, encontrou-se, de 47 a 78% dos casos, alguma associação entre o<br />

volume ósseo e a densidade óssea. No terço médio, observou-se moderado<br />

volume ósseo e baixa densidade óssea e na apical não se encontrou<br />

correlação significante. Os resultados deste estudo sustentam a suposição que<br />

a variação anatômica, como uma causa de diminuição de volume ósseo no


processo alveolar, t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração ao avaliar possíveis<br />

efeitos iatrogênicos do tratamento ortodôntico. Os autores sugeriram que, antes<br />

de se iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição<br />

óssea" é extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a<br />

ser utilizada. Enfatizou-se que, especialmente <strong>em</strong> adultos, com possíveis<br />

perdas ósseas induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores,<br />

cuidadoso planejamento do tratamento é essencial, sendo que o volume ósseo,<br />

nesta região, deve ser avaliado com <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s. No<br />

entanto, os autores alertaram que esta t<strong>em</strong> de ser ponderada contra um<br />

aumento dos riscos de radiação, sendo recomendado que se faça inicialmente<br />

uma <strong>avaliação</strong> da forma da sínfise <strong>por</strong> meio de cefalometria convencional, com<br />

posterior análise adicional <strong>por</strong> TC de cada um dos dentes.<br />

Em 2002, Fuhrmann, com o objetivo de investigar as deiscências ou<br />

fenestrações ósseas, reabsorção radicular e r<strong>em</strong>odelação óssea, durante e após o<br />

tratamento ortodôntico, descreveu um estudo realizado <strong>em</strong> 21 pacientes com<br />

tecido ósseo periodontal reduzido, quer <strong>por</strong> condições anatômicas ou <strong>por</strong><br />

probl<strong>em</strong>as periodontais. Estes foram submetidos à <strong>tomografia</strong> ao início ou na<br />

primeira fase do tratamento e tratados ortodonticamente com aparelho fixo (slot<br />

0,022”) e arcos contínuos. Uma segunda <strong>tomografia</strong> foi realizada entre 12 a 36<br />

meses após a primeira, de acordo com a finalização do tratamento, sendo que, <strong>em</strong><br />

6 deles, foi realizada uma terceira <strong>tomografia</strong> entre 6 e 36 meses após a r<strong>em</strong>oção<br />

do aparelho. Os resultados mostraram ausência de evidências clínicas de<br />

periodontites marginais ou de recessões periodontais nos dentes movimentados<br />

ortodonticamente, antes, durante ou após a finalização do tratamento, o que não


correspondeu aos achados tomográficos. Nestes, foram observadas reabsorções<br />

da tábua óssea vestibular <strong>em</strong> procedimentos utilizando o Quadrihélice,<br />

principalmente nos dentes de apoio, <strong>por</strong>ém s<strong>em</strong> evidência clínica correspondente.<br />

Em movimento de retrusão dos incisivos, evidenciou-se início de reabsorção<br />

radicular. Riscos terapêuticos foram observados <strong>em</strong> movimentos de inclinação<br />

descontrolada, utilizando fios resilientes e com movimentos de verticalização. As<br />

áreas com menor nível de r<strong>em</strong>odelação foram observadas nos incisivos e caninos<br />

inferiores, faces vestibular e lingual. Este estudo concluiu que, vários fatores de<br />

risco como anatômicos, morfológicos e terapêuticos são intensificados<br />

reciprocamente <strong>por</strong> causa dos efeitos colaterais da terapia ortodôntica com<br />

redução do nível de inserção dentária. A utilização de fios contínuos para o<br />

nivelamento inicial é responsável, <strong>em</strong> parte, pela vestibularização dos incisivos.<br />

Tratamento com sist<strong>em</strong>a de forças descontroladas que corresponde ao difundido<br />

conceito de arco ideal da mecânica de straight-wire fica sujeito a críticas devido ao<br />

risco de iatrogenias com diminuição da inserção óssea. O <strong>em</strong>pírico conceito de<br />

ancorag<strong>em</strong> cortical oferece um risco inerente, tanto para os incisivos como para<br />

os molares. Deiscências induzidas <strong>por</strong> tratamento ortodôntico são parcialmente<br />

reparadas no período de contenção, quer <strong>por</strong> ação osteoblástica, quer pela<br />

espontânea reorientação do dente.<br />

Sarikaya et al., também <strong>em</strong> 2002, afirmaram que <strong>em</strong> casos ortodônticos<br />

com biprotrusão maxilar, as exodontias de 4 pr<strong>em</strong>olares são frequent<strong>em</strong>ente<br />

utilizadas, sendo que quando a área para a movimentação é limitada, forças<br />

excessivas pod<strong>em</strong> causar o contato do dente com a cortical óssea, levando a<br />

reabsorção da mesma e exposição radicular. Dentro deste contexto, publicaram


um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças que ocorriam no osso alveolar<br />

como resultado da retração dos incisivos superiores e inferiores <strong>em</strong> pacientes com<br />

protrusão bimaxilar. Investigaram-se 19 pacientes com biprotrusão, apinhamento<br />

suave e perfil convexo, <strong>em</strong> que as extrações foram indicadas. Imagens<br />

cefalométricas laterais foram adquiridas antes e após a retração (T1 e T2), de<br />

cada paciente e, além disto, a TC da região dos incisivos superiores e inferiores,<br />

com espessura de 1,5 mm, também foi obtida. Os cortes obedeceram aos longos<br />

eixos dos incisivos e as medidas foram realizadas no sentido vestibulolingual, ao<br />

lado do ponto mais distante da raiz, <strong>em</strong> 3 locais, sendo separados entre si <strong>em</strong> 3,0<br />

mm, totalizando 6 medidas (3 vestibulares e 3 linguais). Foram utilizados<br />

aparelhos fixos e máxima ancorag<strong>em</strong> para a realização dos tratamentos.<br />

Baseados nos resultados obtidos, <strong>em</strong> que se comparou a média dos valores<br />

(espessura das tábuas ósseas) da fase anterior com a posterior à retração,<br />

concluiu-se que, quando os incisivos superiores e inferiores foram retraídos, os<br />

riscos de efeitos adversos estavam presentes. Estas alterações não foram visíveis<br />

<strong>em</strong> cefalometrias ou <strong>em</strong> exames clínicos, <strong>por</strong>ém foram facilmente diagnosticadas<br />

<strong>em</strong> TCs. As consequências a longo prazo desta perda óssea alveolar pode ser<br />

esperada depois de alguns meses, mas os riscos dev<strong>em</strong> ser discutidos com os<br />

pacientes e deve-se tomar muito cuidado durante a retração dos incisivos. Forças<br />

suaves e aumento de t<strong>em</strong>po entre as ativações são considerados vantajosos para<br />

permitir a adaptação do osso alveolar.<br />

Em um outro trabalho, Capelozza Filho; Fattori e Maltagliati, <strong>em</strong> 2005,<br />

verificaram se a TC volumétrica pro<strong>por</strong>cionava a obtenção de mensurações de<br />

inclinação e angulação dentária de forma confiável. Para a aquisição das<br />

imagens tomográficas, <strong>em</strong>pregou-se o tomógrafo computadorizado volumétrico


New Tom DVT-9000 e o software QR DVT-9000 para a reformatação e<br />

visualização das imagens. A partir da obtenção lateral, fez-se a reconstrução<br />

primária das imagens para a obtenção dos cortes. Utilizou-se como referência<br />

o plano oclusal para a reconstrução primária da maxila e da mandíbula, de<br />

modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong><br />

paralelos a ele, viabilizando as mensurações. Selecionou-se o corte que melhor<br />

representasse o centro da coroa clínica dentária e, a partir dele, obteve-se uma<br />

imag<strong>em</strong> axial da região. Em seguida, definiu-se a imag<strong>em</strong> transaxial de cada<br />

dente, desenhando uma reta que tangenciasse a <strong>por</strong>ção mais vestibular da<br />

face vestibular de cada dente anterior, equidistante das faces mesial e distal.<br />

Uma reta perpendicular à tangente vestibular representou o eixo vestibular da<br />

coroa clínica (EVCC). Para a localização do ponto do eixo vestibular (EV),<br />

localizado no centro da coroa clínica, sobre EVCC, utilizou-se uma ferramenta<br />

para a localização exata, a partir da média da distância obtida, entre as<br />

extr<strong>em</strong>idades incisal e cervical. A inclinação exata do dente se deu pelo ângulo<br />

formado entre a perpendicular ao plano oclusal e uma tangente paralela ao<br />

ponto EV. Para valores positivos, a extr<strong>em</strong>idade do ângulo, perpendicular ao<br />

plano oclusal, devia se encontrar à frente da extr<strong>em</strong>idade, passando <strong>por</strong> EV, e<br />

para valores negativos, atrás da extr<strong>em</strong>idade, passando <strong>por</strong> EV. Os autores<br />

recomendaram a TC volumétrica para a <strong>avaliação</strong> das inclinações e<br />

angulações dentárias <strong>por</strong> ser um exame superior aos d<strong>em</strong>ais métodos<br />

existentes, e <strong>por</strong> não possuir magnificação das imagens adquiridas <strong>em</strong> relação<br />

às estruturas examinadas.


Deguchi et al., <strong>em</strong> 2006, realizaram um estudo para avaliar a espessura de<br />

osso cortical <strong>em</strong> vários locais da maxila e da mandíbula utilizando TC, com o<br />

objetivo de se determinar a melhor localização e angulação dos mini-implantes<br />

como ancorag<strong>em</strong> ortodôntica. Além da distância da superfície óssea intercortical à<br />

superfície radicular, as distâncias entre as raízes dos pr<strong>em</strong>olares e molares<br />

também foram medidas para determinar o comprimento e o diâmetro adequados<br />

do mini-implante. A amostra consistiu de 10 pacientes, 5 homens e 5 mulheres,<br />

com média de idade de 22,3 anos, Classe I esquelética, sendo 4 com Classe I de<br />

Angle, 4 com Classe II e 2, Classe III. A média do ângulo do plano Mandibular era<br />

de 35,6º + 5,6º e a discrepância posterior menor que 3 mm. Quatro pacientes<br />

apresentavam caninos impactados, quatro apresentavam oclusão assimétrica e<br />

dois com planejamento de plastia na sínfise mandibular. Reconstruíram-se<br />

imagens das TCs dos 10 pacientes, com a espessura do corte de 0,5 mm,<br />

utilizando-se o programa V-works (versão 3.0, CyberMed, Seoul, South Korea).<br />

Para medir a espessura do osso cortical, a maxila e a mandíbula foram divididas<br />

pelo plano oclusal. Mediu-se a espessura de osso cortical nas seguintes regiões:<br />

vestibular, lingual, mesial e distal ao 1º molar, distal ao 2º molar e na região da<br />

pr<strong>em</strong>axila <strong>em</strong> dois níveis diferentes, no ponto A e próximo à ENA, pois mini-<br />

implantes nesta região são utilizados para a intrusão de incisivos superiores.<br />

Adicionalmente, avaliaram-se diferenças na espessura do osso cortical <strong>em</strong> três<br />

ângulos (30º, 45º e 90º), a partir do longo eixo do dente, para se determinar a<br />

melhor angulação dos mini-implantes. Mediram-se as distâncias da superfície do<br />

osso cortical à superfície radicular e a proximidade radicular <strong>por</strong> meio de cortes<br />

transversais ao nível do plano oclusal. Imagens horizontais foram construídas, as<br />

quais foram seccionadas <strong>por</strong> uma linha que passava pelo sulco central mesio-


distal de cada dente. A distância entre a raiz do 2º pr<strong>em</strong>olar à raiz mesial do 1º<br />

molar e a raiz distal do 1º molar à raiz mesial do 2º molar foram medidas ao nível<br />

oclusal e apical e a espessura do osso cortical foi medida onde os mini-implantes<br />

foram colocados. Mediante os resultados obtidos, observou-se menos espessura<br />

óssea cortical na região vestibular distal ao 2º molar, comparado com as outras<br />

áreas na maxila. Detectou-se mais osso cortical na lingual do 2º molar comparado<br />

com o lado vestibular. Já na mandíbula, na mesial e distal do 2º molar, observou-<br />

se mais osso cortical comparado com a maxila e mais osso cortical na ENA que<br />

no Ponto A. A espessura de osso cortical resultou <strong>em</strong>, aproximadamente, 1,5<br />

vezes mais na angulação de 30º, comparado com a de 90º. Na mesial ao 1º<br />

molar, observou-se maior distância da superfície óssea intercortical à superfície<br />

radicular na região lingual, que na vestibular. Na distal ao 1º molar inferior,<br />

observou-se, significant<strong>em</strong>ente, maior distância comparada com a mesial e<br />

comparada também com ambos, mesial e distal aos 1 os molares superiores. Foi<br />

evidenciada, de modo significante, maior distância na proximidade da raiz na área<br />

mesial que na distal do 1º molar e maior distância <strong>em</strong> nível oclusal que apical. Os<br />

autores concluíram que o local mais seguro para a colocação de mini-implantes é<br />

a mesial ou a distal do 1º molar e o tamanho mais aceitável é, aproximadamente,<br />

1,5 mm de diâmetro e, 6 a 8 mm de comprimento.<br />

Ono, Motoyoshi e Shimizu, <strong>em</strong> 2008, investigaram a espessura do osso<br />

cortical vestibular nas regiões mesial e distal dos primeiros molares, de ambos os<br />

arcos dentários, para se determinar eventuais diferenças na localização, idade e<br />

gênero quanto à colocação de mini-implantes. Avaliaram-se 43 pacientes, sendo<br />

32 mulheres e 11 homens, que apresentavam mini-implantes instalados no osso<br />

alveolar posterior vestibular, como ancorag<strong>em</strong> para o tratamento ortodôntico.


Empregou-se a TC para a obtenção de imagens das áreas ao redor dos mini-<br />

implantes, <strong>em</strong> 39 maxilas e 41 mandíbulas, tendo os cortes tomográficos na<br />

mesial e distal dos primeiros molares. Mediu-se a espessura cortical óssea a partir<br />

de uma linha fixa que passava pelo ponto de contato e entre as superfícies<br />

radiculares de dentes adjacentes, de 1 a 15 mm abaixo da crista alveolar, <strong>em</strong><br />

intervalo de 1 mm. Mediu-se a menor espessura cortical óssea e fixou-se o plano<br />

de referência nas pontas das cúspides mesiovestibular e mesiolingual. Não se<br />

encontrou diferença significativa entre os lados direito e esquerdo para ambos os<br />

arcos. Dividiram-se os pacientes <strong>em</strong> dois grupos: adolescentes (10 mulheres e 4<br />

homens; 12 maxilas e 13 mandíbulas; e média de idade de 16,1 + 1,7 anos) e<br />

adultos (23 mulheres e 6 homens; 27 maxilas e 26 mandíbulas; e média de idade<br />

de 27,8 + 7,2 anos). Avaliou-se a distribuição de osso cortical <strong>em</strong> espessura de 1<br />

mm ou mais. Utilizou-se o teste t não pareado para determinar diferenças<br />

significativas <strong>em</strong> termos de localização, idade e gênero e o teste do Qui-quadrado<br />

ou Fisher para comparar a distribuição de osso cortical superior a 1 mm de<br />

espessura, na maxila e mandíbula (p


osso mandibular se sobrepõe ao maxilar quanto à colocação de mini-implantes e<br />

deve-se considerar, independente da idade, a estabilidade inicial dos mini-<br />

implantes <strong>em</strong> áreas de gengiva inserida na maxila <strong>em</strong> mulheres.<br />

Em 2008, Capelozza Filho et al. Propuseram-se a comparar o ângulo<br />

formado entre o longo eixo do incisivo inferior e o plano mandibular (IMPA), entre<br />

a telerradiografia convencional e a TCFC, <strong>em</strong> 19 pacientes, sendo 12 do gênero<br />

f<strong>em</strong>inino e 7 do masculino, na faixa etária dos 16 aos 28 anos de idade,<br />

selecionados para tratamento ortodôntico na clínica do Departamento de Pós-<br />

graduação <strong>em</strong> Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo. Todos os<br />

componentes da amostra deveriam apresentar dentadura permanente completa,<br />

s<strong>em</strong> ausências dentárias na região anterior. Telerradiografias laterais e exames de<br />

TC volumétrica foram obtidos para a realização das mensurações propostas. Os<br />

exames tomográficos volumétricos foram realizados utilizando o tomógrafo<br />

computadorizado volumétrico NewTom, modelo DVT-9000 (NIM – Verona - Itália).<br />

Para a reformatação das imagens e mensuração dos valores de IMPA foi<br />

<strong>em</strong>pregado o software QR-DVT 9000 (NIM – Verona - Itália). Dois Ortodontistas<br />

foram previamente calibrados para a mensuração cefalométrica. Na TC, após a<br />

aquisição das imagens, ambos examinadores fizeram a mensuração do valor do<br />

IMPA, com auxílio do software QR DVT-9000. Como designou-se o plano<br />

Mandibular como plano de referência para a obtenção do valor do IMPA, utilizou-<br />

se este plano como referência para a reconstrução primária da mandíbula, de<br />

modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong><br />

paralelos a ele, viabilizando a mensuração do valor de inclinação do incisivo mais<br />

vestibularizado. Com a imag<strong>em</strong> volumétrica reformatada segundo o plano


mandibular, escolheu-se o corte (imag<strong>em</strong> axial de 0,3 mm de espessura) mais<br />

próximo ao centro da coroa clínica dos dentes anteriores, de modo a visualizar o<br />

incisivo central inferior mais vestibularizado. Todos os dentes foram visualizados<br />

axialmente, como uma radiografia oclusal. Com a utilização de ferramentas do<br />

software, para definir a imag<strong>em</strong> transaxial do dente selecionado, construiu-se uma<br />

linha tangenciando a <strong>por</strong>ção mais vestibular da face vestibular do dente, sendo<br />

equidistante das faces mesial e distal. Sobre esta linha, com a ferramenta de<br />

angulação do software, colocou-se o vértice do ângulo sobre o centro da face<br />

vestibular, angulando <strong>em</strong> 90° a fim de se obter a perpendicular a esta tangente<br />

vestibular, representando o longo eixo do dente. Sobre esta linha perpendicular,<br />

fez-se a reconstrução secundária da imag<strong>em</strong> para a obtenção da imag<strong>em</strong><br />

transaxial do dente. Na imag<strong>em</strong> transaxial obtida, com a representação do dente<br />

completo, inserido entre as corticais ósseas dentoalveolares e toda a anatomia<br />

mandibular da região, realizaram-se os procedimentos com o auxílio das<br />

ferramentas do software para se determinar o valor exato do IMPA, s<strong>em</strong> a<br />

sobreposição de qualquer estrutura adjacente, dentária ou óssea. Ajustou-se o<br />

vértice do ângulo sobre o limite da imag<strong>em</strong> transaxial com um de seus braços<br />

paralelo ao plano mandibular, representado pelo limite da imag<strong>em</strong> e o outro,<br />

ajustado ao longo eixo do dente, obtendo-se automaticamente o valor da<br />

inclinação do incisivo com o plano Mandibular. Para o erro sist<strong>em</strong>ático utilizou-se<br />

o teste “t” pareado, com nível de significância de 5%, e para o erro casual, a<br />

fórmula de Dahlberg. Para o erro interexaminador, aplicou-se o Teste t de Student<br />

(p


examinador, os resultados não apresentaram significância estatística. Para o erro<br />

casual, também não foi encontrado valor representativo de erro significativo para<br />

as medidas angulares. Na comparação dos resultados obtidos <strong>em</strong> cada uma das<br />

metodologias deste estudo, observou-se que as médias do valor do IMPA<br />

apresentadas nas TCs foram maiores, de modo significante, que aquelas<br />

apresentadas nas Telerradiografias. Sugeriu-se que a TC, <strong>por</strong> estar livre de<br />

sobreposições, permite uma leitura exata da inclinação do incisivo central inferior<br />

mais vestibularizado. Apesar do resultado significante, os autores concluíram que<br />

a obtenção do valor do IMPA pela telerradiografia é um método confiável para a<br />

utilização clínica, pois <strong>em</strong>bora apresente valores menores que os obtidos <strong>em</strong><br />

<strong>tomografia</strong>s, as diferenças não são significativas clinicamente.<br />

Park et al., <strong>em</strong> 2008, avaliaram quantitativamente a densidade do osso<br />

alveolar e basal, na maxila e na mandíbula, para fornecer orientações sobre os<br />

métodos e locais de colocação de mini-implantes. A amostra foi composta de<br />

63 imagens de TC de pacientes que haviam visitado o Hospital Universitário<br />

Kyungpook National <strong>em</strong> Daegu, Coréia, para ser<strong>em</strong> submetidos à cirurgia<br />

ortognática e redução de osso mandibular fraturado. Pacientes com doenças<br />

gerais ou lesões patológicas nos maxilares ou que estavam sob medicação que<br />

afetavam a densidade óssea foram excluídos. A amostra foi constituída de 23<br />

homens (29 + 10,4 anos) e 40 mulheres (25,4 + 7,8 anos). Utilizou-se o<br />

programa V-Works (versão 3.5, Cybermed, Seul, Coreia) para medir a<br />

densidade óssea. As imagens de TC, com espessura de 3 mm, foram<br />

armazenadas <strong>em</strong> computador, sendo que uma seção TC de 5 a 7 mm da crista<br />

alveolar foi escolhida para medir a densidade do osso alveolar. Outro ponto, de


3 a 5 mm acima do ápice radicular, foi selecionado para medir a densidade do<br />

osso basal. Mediu-se a densidade desses ossos <strong>em</strong> Unidades Hounsfield (HU)<br />

na área de incisivos, caninos, pr<strong>em</strong>olares e molares, na tuberosidade maxilar e<br />

na área retromolar da mandíbula. Em cada área, mediu-se a densidade do<br />

osso cortical vestibular, osso esponjoso, osso cortical palatino ou lingual do<br />

osso alveolar e cortical vestibular e osso esponjoso do osso basal. Avaliou-se<br />

na área retromolar da mandíbula, a densidade óssea nos lados vestibular e<br />

lingual da crista do rebordo. Escolheu-se um ponto central ao medir a<br />

densidade da cortical óssea. A densidade do osso esponjoso foi avaliada nas<br />

trabéculas, entre a cortical vestibular e lingual. Mediu-se a densidade óssea na<br />

área mediana da sutura palatina, onde implantes médio-palatinos são<br />

frequent<strong>em</strong>ente colocados. Quando era impossível medir <strong>em</strong> um lado,<br />

realizaram-se medições do lado oposto. Utilizou-se o Software SAS (versão<br />

8.01, SAS, Cary, NC) para a análise estatística. Não houve diferenças entre<br />

homens e mulheres. Para analisar as diferenças de densidade óssea entre as<br />

regiões de dentes, retromolar e tuberosidade da maxila, <strong>em</strong>pregou-se a análise<br />

de variância (ANOVA). O teste múltiplo de Tukey foi utilizado para<br />

comparações múltiplas. O teste t de Student foi <strong>em</strong>pregado para avaliar<br />

diferenças entre os ossos: alveolar e basal e entre a maxila e da mandíbula.<br />

Calculou-se o erro do método medindo-se, um mês mais tarde, 69 áreas<br />

selecionadas aleatoriamente. O erro do método foi calculado baseando-se na<br />

diferença entre duas medições, utilizando-se o teste t pareado, não havendo<br />

diferença significativa entre as mesmas. O erro do método, de acordo com a<br />

fórmula de Dahlberg foi 88,2. Na maxila, a densidade do osso cortical vestibular<br />

do osso alveolar, na área de pr<strong>em</strong>olares, foi a maior de todas as medições do


osso alveolar. A densidade óssea na tuberosidade maxilar foi a menor. Em<br />

relação à cortical óssea lingual, a tuberosidade apresentou a menor densidade<br />

óssea. No osso cortical basal, a maior densidade óssea foi <strong>em</strong> caninos e<br />

pr<strong>em</strong>olares, enquanto que a tuberosidade teve a menor densidade. Para o<br />

osso esponjoso basal, a densidade na tuberosidade foi menor do que nos<br />

outros locais. Na mandíbula, o osso cortical vestibular na área de incisivos foi o<br />

mais fraco e houve um progressivo aumento na densidade óssea de incisivos à<br />

área retromolar. A densidade na área retromolar foi a mais alta. O osso cortical<br />

lingual mostrou s<strong>em</strong>elhança ao osso cortical vestibular. Para o osso esponjoso<br />

basal, as áreas de incisivos e caninos apresentaram maior densidade óssea do<br />

que a área retromolar. Para a maxila, o osso cortical vestibular do osso basal<br />

nas regiões de canino, pr<strong>em</strong>olar e tuberosidade foi mais denso do que o osso<br />

alveolar. A densidade do osso alveolar na região de molar e incisivo foi<br />

s<strong>em</strong>elhante ao do osso basal. A densidade do osso esponjoso alveolar, <strong>em</strong><br />

áreas de incisivos e caninos, foi maior que o osso basal. Para a mandíbula,<br />

todas as medições de densidade do osso cortical basal foram estatisticamente<br />

superiores às do osso alveolar, com exceção da área retromolar. Para o osso<br />

esponjoso, todas as medições de densidade do osso alveolar foram superiores<br />

às do osso basal. Todas as densidades ósseas da cortical alveolar da<br />

mandíbula foram estatisticamente superiores às da maxila, exceto para a<br />

região de incisivos. Todas as medições da cortical óssea na mandíbula foram<br />

maiores que as da maxila (p < 0,05). A maxila apresentou uma maior<br />

densidade na área de molares (p < 0,05). Na região de caninos, a mais alta<br />

densidade óssea foi no osso basal. O osso alveolar apresentou a segunda<br />

maior densidade e o osso paramediano apresentou a menor densidade óssea.


Os autores concluíram que o osso cortical da mandíbula apresentou-se mais<br />

denso que o da maxila; o osso esponjoso apresentou densidades s<strong>em</strong>elhantes<br />

entre a mandíbula e maxila, com algumas exceções; e o osso basal mostrou-<br />

se, geralmente, mais denso que o alveolar.<br />

Jorge, <strong>em</strong> 2009, relatou que a sínfise mandibular é uma estrutura<br />

anatômica limitada pelas tábuas ósseas, vestibular e lingual, que aloja os<br />

incisivos inferiores. A determinação da espessura óssea da região dos incisivos<br />

inferiores oferece parâmetros para movimentação ideal dos incisivos. Para<br />

isso, elaborou um estudo com o objetivo de comparar as espessuras ósseas na<br />

região alveolar de incisivos inferiores <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e<br />

<strong>em</strong> TCCB. Realizaram-se os traçados de 24 pacientes e as espessuras da<br />

sínfise <strong>em</strong> três regiões correspondentes às <strong>por</strong>ções cervical, média e apical da<br />

raiz do incisivo central inferior foram comparadas. O teste t de Student mostrou<br />

que não houve diferenças significativas nas três regiões entre os métodos<br />

avaliados. O autor concluiu que a espessura óssea na região alveolar de<br />

incisivos inferiores <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>em</strong> TCCB mostrou-<br />

se s<strong>em</strong>elhante.


3. PROPOSIÇÃO<br />

Com base na revisão de literatura, evidencia-se a im<strong>por</strong>tância da<br />

Tomografia Computadorizada para o diagnóstico ortodôntico e análise dos<br />

componentes ósseos, sendo um exame que permite quantificar a estrutura<br />

óssea. O objetivo neste estudo foi, <strong>por</strong> meio de TCFC, avaliar e comparar a<br />

quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, dos incisivos<br />

centrais inferiores, s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> sido submetidos ao tratamento ortodôntico, e a<br />

sua relação com as inclinações dos mesmos, b<strong>em</strong> como, a comparação entre<br />

os gêneros.


4. MATERIAL E MÉTODOS<br />

4.1. Material<br />

Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética <strong>em</strong> Pesquisa<br />

da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, sob o protocolo n o 13434013,<br />

CAAE 0057.0.186.000-09.<br />

A amostra compreendeu documentações tomográficas cedidas pelo<br />

Instituto de Documentação Ortodôntica e Radiodiagnóstico Ltda (INDOR),<br />

localizado na Rua Cardoso de Almeida, 2121, na cidade de São Paulo, SP. As<br />

documentações foram selecionadas, envolvendo pacientes dos gêneros<br />

masculino e f<strong>em</strong>inino, de 35 a 50 anos de idade (média de 43,1 anos), s<strong>em</strong><br />

ter<strong>em</strong> sido submetidos ao tratamento ortodôntico previamente. Quarenta e<br />

cinco pacientes foram selecionados, sendo que 33 (73,3%) eram do gênero<br />

f<strong>em</strong>inino e 12, do masculino (26,7%).<br />

Foram excluídos da amostra pacientes que apresentavam:<br />

• Patologias ósseas (ex.: cistos e tumores),<br />

• Ausência dentária dos incisivos inferiores,


• Pacientes com anomalias craniofaciais,<br />

• Pacientes que já foram submetidos ao tratamento ortodôntico,<br />

relatado <strong>por</strong> breve anamnese, e<br />

• Pacientes menores de 35 anos de idade e maiores de 50 anos<br />

4.2. Métodos<br />

de idade.<br />

As imagens de Tomografia Computadorizada Cone Beam que foram<br />

utilizadas para este estudo são pertencentes à Clínica Radiológica INDOR e<br />

foram adquiridas pelo tomógrafo i-CAT TM (Imaging Sciences, Hatfield, PA, EUA)<br />

(Figura 10), funcionando no seguinte regime de trabalho: 120 kVp, 8 mA, t<strong>em</strong>po<br />

de exposição de 40 segundos, com voxel de 0,25 mm e 6 cm de FOV.


Figura 10 - Tomógrafo i-Cat TM , utilizado para a<br />

obtenção das imagens tomográficas.<br />

Realizou-se, posteriormente, após a seleção criteriosa da amostra,<br />

reconstruções volumétricas da mandíbula pelo software N<strong>em</strong>oScanNxPro<br />

(Software N<strong>em</strong>otec SL, Madrid, ES). A partir dessas reconstruções, foram<br />

obtidas imagens de radiografias laterais da mandíbula e imagens sagitais dos<br />

el<strong>em</strong>entos dentários 31 e 41 (incisivo central inferior esquerdo e incisivo central


inferior direito). As mensurações e avaliações nas imagens <strong>por</strong> <strong>tomografia</strong><br />

<strong>computadorizada</strong> foram realizadas <strong>por</strong> um examinador treinado.<br />

4.2.1. Obtenção das Imagens<br />

As imagens da TCCB foram adquiridas <strong>em</strong> formato DICOM (Digital<br />

Imaging and Communication in Medicine). Utilizando-se este tipo de arquivo, as<br />

imagens pod<strong>em</strong> ser posteriormente processadas e reconstruídas <strong>por</strong> meio de<br />

softwares específicos (N<strong>em</strong>otec ®). Uma das características deste formato de<br />

arquivo é a capacidade de ser utilizado <strong>em</strong> softwares que processam imagens<br />

volumétricas, adquiridas <strong>em</strong> quaisquer tomógrafos, independent<strong>em</strong>ente do<br />

processo de aquisição. Este tipo de formato de arquivo apresenta uma chave<br />

de segurança que impossibilita a sua modificação, mantendo a fidelidade das<br />

imagens. A figura 11 ilustra o ambiente de trabalho do examinador.


Figura 11 - Workstation - ambiente de trabalho.<br />

Utilizando-se o software N<strong>em</strong>oscan, realizou-se a im<strong>por</strong>tação dos<br />

arquivos DICOM para um computador convencional (Figura 12).


Figura 12 - Im<strong>por</strong>tação dos arquivos DICOM.<br />

Para uma correta segmentação das imagens, primeiramente, acertou-se<br />

a posição do volume <strong>em</strong> 3D do paciente, colocando-se as bases da mandíbula<br />

paralelas entre si, para a padronização da imag<strong>em</strong> (Figura 13).


Figura 13 - Colocação das bases da mandíbula paralelas entre si.<br />

(Figura14).<br />

Em seguida, reformatou-se o volume da superfície da mandíbula<br />

Figura 14 - Reformatação de superfície.


Para uma melhor visualização dos incisivos centrais inferiores, direito e<br />

esquerdo, <strong>por</strong> meio do programa, rotacionou-se a imag<strong>em</strong> e posicionou-se o<br />

el<strong>em</strong>ento dentário o mais paralelo possível à linha de referência (Figura 15).<br />

Figura 15 - Reformatação do volume e posicionamento do incisivo central<br />

inferior - lado direito.<br />

Após a imag<strong>em</strong> de corte sagital dos incisivos centrais inferiores ser<br />

salva, extraiu-se do volume uma telerradiografia lateral e realizou-se o traçado<br />

de orientação (Figura 16). Primeiramente, d<strong>em</strong>arcou-se os pontos<br />

cefalométricos de referência:


• Me – Mentoniano – ponto mais inferior da sínfise mentoniana.<br />

• Go – Gônio – ponto médio entre os pontos mais inferior e posterior do<br />

ângulo goníaco.<br />

• AII – Ápice do Incisivo Inferior – ponto mais inferior do ápice radicular do<br />

incisivo central inferior.<br />

• III – Incisal do Incisivo Inferior – ponto mais superior da coroa do incisivo<br />

central inferior.<br />

Em seguida, o plano e linha de referência foram d<strong>em</strong>arcados:<br />

• Plano Mandibular (Go-Me) – plano que passa pelos pontos Go e Me.<br />

• Linha do longo eixo do incisivo central inferior (1) – linha que passa<br />

pelos pontos III e AII.<br />

Figura 16 - Traçado de orientação na telerradiografia lateral.<br />

Após a realização do traçado de orientação, mensurou-se o IMPA<br />

(Incisor Mandibular Plane Angle) (Figura 17).


♦ 1-GoMe – IMPA – ângulo formado pela linha do longo eixo do incisivo<br />

central inferior com o plano mandibular.<br />

Figura 17 - Mensuração do IMPA.<br />

Com relação às medições da quantidade de tecido ósseo, vestibular e<br />

lingual, dos incisivos centrais inferiores, foram realizadas na imag<strong>em</strong><br />

tomográfica dos mesmos, <strong>em</strong> corte sagital. A mensuração da espessura da<br />

tábua óssea vestibular e lingual dos dentes 31e 41 foi efetuada a nível cervical,<br />

médio e apical. Para determinar “o nível médio”, uma ferramenta de medida do<br />

programa (régua) foi posicionada paralela ao longo eixo do incisivo e


perpendicular à linha de referência (linha perpendicular ao longo eixo do<br />

incisivo), d<strong>em</strong>arcando a metade da distância da crista óssea marginal até o<br />

ápice do incisivo. As mensurações foram realizadas <strong>por</strong> meio da régua, sendo<br />

esta posicionada paralela à linha de referência e perpendicular ao longo eixo<br />

do dente (Figuras 18 e 19). Foram consideradas as seguintes siglas:<br />

EVC: espessura vestibular cervical.<br />

EVM: espessura vestibular média.<br />

EVA: espessura vestibular apical.<br />

ELC: espessura lingual cervical.<br />

ELM: espessura lingual média.<br />

ELA: espessura lingual apical.<br />

Figura 18 - Medidas da espessura da tábua óssea vestibular e lingual<br />

do incisivo central inferior.


Figura 19 - Vista axial, sagital e 3D da mandíbula e do el<strong>em</strong>ento 41.<br />

Para o registro dos dados foram utilizadas tabelas, para cada um dos<br />

incisivos centrais inferiores (Apêndice).<br />

4.2.2. Calibração intra-examinador<br />

A calibração intra-examinador das avaliações das TCCB foi efetuada <strong>por</strong><br />

meio de 15 <strong>tomografia</strong>s (1/3 da própria amostra), <strong>em</strong> duas sessões, <strong>em</strong><br />

intervalo de 30 dias, sendo as documentações selecionadas aleatoriamente,<br />

s<strong>em</strong> identificação. Esta medida visou dar confiabilidade à metodologia<br />

escolhida. Calculou-se a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação, o coeficiente de variação e<br />

o método R&R Anova.


4.2.3. Tratamento Estatístico<br />

Foi realizada a análise exploratória de dados <strong>por</strong> meio de estatísticas<br />

descritivas e construção de gráficos. Para avaliar a associação linear das<br />

variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM e ELA com o IMPA, utilizaram-se o<br />

coeficiente de correlação de Pearson, modelos de regressão linear simples e<br />

modelos de regressão linear múltipla. O teste t de Student, para duas amostras<br />

independentes, foi aplicado para a comparação entre os gêneros. Para a<br />

comparação entre as quantidades de osso, utilizou-se uma análise de variância<br />

(ANOVA), seguida do teste de comparações múltiplas de Tukey, com paciente,<br />

dente e região como fontes de variação e as interações duplas entre as fontes<br />

de variação. Ajustou-se o modelo para vestibular e outro para lingual. O nível<br />

de confiança utilizado nas análises foi de 95%.


5. RESULTADOS<br />

5.1. Repetibilidade do método<br />

Para a <strong>avaliação</strong> da repetibilidade do método foram selecionados 15<br />

pacientes aleatoriamente, sendo que todas as variáveis foram medidas uma<br />

segunda vez. A Tabela 1 mostra o coeficiente de variação, a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de<br />

variação considerando o método R&R e a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média. O<br />

método R &R consiste <strong>em</strong> verificar se um sist<strong>em</strong>a de medição é repetível e<br />

reprodutível. Aprova-se um sist<strong>em</strong>a de medição quando a percentag<strong>em</strong> de<br />

variação do estudo for menor que 30%. De acordo com os resultados obtidos,<br />

para todas as variáveis, o sist<strong>em</strong>a de medição é aceito no quesito de<br />

repetibilidade, ou seja, essas três análises <strong>em</strong> conjunto indicam que o método<br />

é repetitivo.


Tabela 1 - Métodos utilizados para avaliar a repetibilidade do método: coeficiente de variação,<br />

o método R&R e a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média.<br />

Amostra Coeficiente de variação R&R Porcentag<strong>em</strong> de variação média<br />

IMPA 31 0,049 2,99 -0,05<br />

EVC 0,464 7,26 -0,20<br />

EVM 0,378 10,74 1,44<br />

EVA 0,438 1,44 -0,38<br />

ELC 0,740 5,52 1,64<br />

ELM 0,606 3,11 0,08<br />

ELA 0,377 1,50 -0,41<br />

IMPA 41 0,053 2,36 0,00<br />

EVC 0,409 6,96 -1,23<br />

EVM 0,327 11,56 2,38<br />

EVA 0,392 2,14 -0,29<br />

ELC 0,407 10,11 0,58<br />

ELM 0,536 2,30 0,21<br />

ELA 0,338 3,19 0,26<br />

5.2. Relação entre a inclinação dos incisivos inferiores e a quantidade<br />

de osso<br />

As Tabelas 2 e 3 mostram as estatísticas descritivas das sete variáveis<br />

para os dentes 31 e 41 respectivamente.<br />

Tabela 2 - Estatísticas descritivas para o dente 31.<br />

Variável<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Mínimo Mediana Máximo<br />

IMPA (º) 91,43 6,03 78,70 91,50 105,10<br />

EVC (mm) 0,51 0,40 0,00 0,51 1,61<br />

EVM (mm) 0,53 0,38 0,00 0,46 1,82<br />

EVA (mm) 2,43 1,00 0,27 2,37 5,06<br />

ELC (mm) 0,37 0,26 0,00 0,39 0,91<br />

ELM (mm) 0,85 0,51 0,00 0,80 2,24<br />

ELA (mm) 2,70 1,00 0,68 2,56 5,71


Tabela 3 - Estatísticas descritivas para o dente 41.<br />

Variável<br />

Média Desvio<br />

Padrão<br />

Mínimo Mediana Máximo<br />

IMPA (º) 91,84 5,75 81,20 91,30 105,60<br />

EVC (mm) 0,59 0,34 0,00 0,61 1,23<br />

EVM (mm) 0,54 0,45 0,00 0,46 1,91<br />

EVA (mm) 2,45 1,06 0,52 2,22 4,92<br />

ELC (mm) 0,43 0,27 0,00 0,39 1,21<br />

ELM (mm) 0,92 0,55 0,00 0,92 2,21<br />

ELA (mm) 2,55 0,91 0,95 2,47 5,15<br />

A correlação de Pearson entre cada uma das variáveis EVC, EVM, EVA,<br />

ELC, ELM e ELA e IMPA para ambos os dentes estudados, 31 e 41, está<br />

ex<strong>em</strong>plificada na Tabela 4. Foi encontrada uma correlação linear positiva<br />

significativa entre ELM e IMPA e entre ELA e IMPA para o dente 31 e entre<br />

ELM e IMPA para o dente 41. Ou seja, os valores de IMPA aumentam<br />

conforme aumentam os valores de ELM e ELA para o dente 31 e ELM para o<br />

dente 41. Contudo, o valor do coeficiente é baixo, indicando que apesar de<br />

existir correlação linear significativa, essa correlação não é forte. Os valores da<br />

Tabela 4 também suger<strong>em</strong> que os valores de IMPA diminu<strong>em</strong> conforme<br />

aumentam os valores de EVC e EVM. As Figuras 20 e 21 evidenciam que não<br />

existiu correlação linear forte entre as variáveis.<br />

Tabela 4 - Correlação de Pearson entre o IMPA e as variáveis de quantidade de osso.<br />

Dente EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />

31<br />

-0,203<br />

(p=0,181)<br />

-0,011<br />

(p=0,944)<br />

0,129<br />

(p=0,397)<br />

0,249<br />

(p=0,099)<br />

0,348<br />

(p=0,019)<br />

0,336<br />

(p=0,024)<br />

41<br />

-0,125<br />

(p=0,411)<br />

-0,047<br />

(p=0,760)<br />

0,107<br />

(p=0,483)<br />

0,159<br />

(p=0,298)<br />

0,375<br />

(p=0,011)<br />

0,056<br />

(p=0,715)


IMPA 31<br />

IMPA 31<br />

IMPA 31<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

1,2<br />

0,5<br />

0,4<br />

IMPA 31 = 92,99 - 3,041 EVC IMPA 31 = 91,52 - 0,174 EVM<br />

0,8<br />

EVC<br />

2,4<br />

EVA<br />

1,0<br />

ELM<br />

1,5<br />

3,6<br />

1,2<br />

2,0<br />

4,8<br />

1,6<br />

S 5,97581<br />

R-Sq 4,1%<br />

R-Sq( adj) 1,9%<br />

S 6,05172<br />

R-Sq 1,7%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

S 5,72113<br />

R-Sq 12,1%<br />

R-Sq( adj) 10,1%<br />

IMPA 31<br />

IMPA 31<br />

IMPA 31<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,2<br />

0,5<br />

1,0<br />

EVM<br />

IMPA 31 = 89,53 + 0,7807 EVA IMPA 31 = 89,29 + 5,845 ELC<br />

0,4<br />

ELC<br />

IMPA 31 = 87,90 + 4,155 ELM IMPA 31 = 85,95 + 2,031 ELA<br />

100<br />

90<br />

80<br />

0,0<br />

1,5<br />

3,0<br />

ELA<br />

0,6<br />

1,5<br />

4,5<br />

0,8<br />

2,0<br />

6,0<br />

S 6,10262<br />

R-Sq 0,0%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

S 5,91083<br />

R-Sq 6,2%<br />

R-Sq( adj) 4,0%<br />

S 5,74920<br />

R-Sq 11,3%<br />

R-Sq( adj) 9,2%<br />

Figura 20 - Gráficos de dispersão, com linha de regressão ajustada, de cada uma das<br />

variáveis estudadas com o IMPA do dente 31.<br />

IMPA 41<br />

IMPA 41<br />

IMPA 41<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

1,2<br />

0,3<br />

0,5<br />

IMPA 41 = 93,09 - 2,132 EVC IMPA 41 = 92,16 - 0,600 EVM<br />

0,6<br />

EVC<br />

2,4<br />

EVA<br />

1,0<br />

ELM<br />

1,5<br />

0,9<br />

3,6<br />

2,0<br />

1,2<br />

4,8<br />

S 5,76839<br />

R-Sq 1,6%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

S 5,78079<br />

R-Sq 1,2%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

IMPA 41<br />

IMPA 41<br />

100<br />

90<br />

80<br />

100<br />

90<br />

80<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,5<br />

0,3<br />

1,0<br />

EVM<br />

IMPA 41 = 90,41 + 0,5848 EVA IMPA 41 = 90,39 + 3,371 ELC<br />

IMPA 41 = 88,20 + 3,947 ELM IMPA 41 = 90,94 + 0,3533 ELA<br />

S 5,39034<br />

R-Sq 14,1%<br />

R-Sq( adj) 12,1%<br />

IMPA 41<br />

100<br />

90<br />

80<br />

1<br />

2<br />

0,6<br />

ELC<br />

3<br />

ELA<br />

0,9<br />

4<br />

1,5<br />

5<br />

1,2<br />

2,0<br />

S 5,80797<br />

R-Sq 0,2%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

S 5,74077<br />

R-Sq 2,5%<br />

R-Sq( adj) 0,2%<br />

S 5,80521<br />

R-Sq 0,3%<br />

R-Sq( adj) 0,0%<br />

Figura 21 - Gráficos de dispersão, com linha de regressão ajustada, de cada uma das<br />

variáveis estudadas com o IMPA do dente 41.


Para cada uma das seis variáveis (Tabelas 5 a 16), foi realizado um<br />

modelo de regressão linear simples com o IMPA sendo a variável dependente<br />

e as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM e ELA como explicativas. Os<br />

modelos ajustados foram do tipo IMPA = b0 + b1*X, onde X são as variáveis<br />

explicativas. Com esse tipo de análise, foi também evidenciado que as<br />

variáveis ELM (p=0,019) e ELA (p=0,024) para o dente 31 e ELM (p=0,011)<br />

para o dente 41 são significativas com coeficiente positivo, <strong>por</strong>ém com valores<br />

do coeficiente de determinação baixos (12,1% e 11,3% para ELM e ELA para o<br />

dente 31, respectivamente e 14,1% para ELM para o dente 41), indicando que<br />

essas variáveis não são suficientes para explicar a variabilidade do IMPA.<br />

Tabela 5 – Regressão linear simples da variável EVC para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 92,991 1,454 0,000<br />

EVC -3,041 2,236 0,181<br />

Tabela 6 – Regressão linear simples da variável EVM para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 91,521 1,576 0,000<br />

EVM -0,174 2,446 0,944<br />

Tabela 7 – Regressão linear simples da variável EVA para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 89,530 2,397 0,000<br />

EVA 0,781 0,913 0,397<br />

Tabela 8 – Regressão linear simples da variável ELC para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 89,295 1,542 0,000<br />

ELC 5,845 3,468 0,099


Tabela 9 – Regressão linear simples da variável ELM para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 87,897 1,682 0,000<br />

ELM 4,155 1,706 0,019<br />

Tabela 10 – Regressão linear simples da variável ELA para o dente 31.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 85,953 2,496 0,000<br />

ELA 2,031 0,870 0,024<br />

Tabela 11 – Regressão linear simples da variável EVC para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 93,090 1,735 0,000<br />

EVC -2,132 2,571 0,411<br />

Tabela 12 – Regressão linear simples da variável EVM para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 92,164 1,365 0,000<br />

EVM -0,600 1,953 0,760<br />

Tabela 13 – Regressão linear simples da variável EVA para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 90,407 2,201 0,000<br />

EVA 0,585 0,826 0,483<br />

Tabela 14 – Regressão linear simples da variável ELC para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 90,388 1,623 0,000<br />

ELC 3,371 3,200 0,298<br />

Tabela 15 – Regressão linear simples da variável ELM para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 88,199 1,591 0,000<br />

ELM 3,947 1,489 0,011


Tabela 16 – Regressão linear simples da variável ELA para o dente 41.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 90,938 2,598 0,000<br />

ELA 0,353 0,960 0,715<br />

Um modelo de regressão linear múltipla foi realizado para cada um dos<br />

dentes, 31 e 41, com o IMPA sendo a variável dependente e todas variáveis de<br />

quantidade de osso como explicativas <strong>em</strong> um único modelo do tipo IMPA = b0 +<br />

b1*EVC + b2*EVM + b3*EVA+ b4*ELC+ b5*ELM+ b6*ELA. Considerando esse<br />

tipo de modelo, nenhuma variável explicativa foi significativa para o dente 31<br />

(p-valores > 0,070). Para o dente 41, as variáveis ELM (p=0,001) e ELA<br />

(p=0,025) foram significativas na presença das d<strong>em</strong>ais (Tabelas 17 e 18).<br />

Tabela 17 - Regressão linear múltipla para o dente 31: IMPA com as variáveis EVC, EVM,<br />

EVA, ELC, ELM, ELA.<br />

IMPA 31<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 85,178 3,721 0,000<br />

EVC -4,329 2,324 0,070<br />

EVM 1,705 2,874 0,556<br />

EVA 0,667 1,015 0,515<br />

ELC 3,558 4,017 0,381<br />

ELM 1,352 3,387 0,692<br />

ELA 1,301 1,677 0,443<br />

Tabela 18 - Regressão linear múltipla para o dente 41: IMPA com as variáveis EVC, EVM,<br />

EVA, ELC, ELM, ELA.<br />

IMPA 41<br />

Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />

Constante 93,909 3,317 0,000<br />

EVC -4,031 3,107 0,202<br />

EVM -2,644 2,409 0,279<br />

EVA 0,794 0,934 0,400<br />

ELC 0,162 4,129 0,969<br />

ELM 8,486 2,460 0,001<br />

ELA -3,181 1,365 0,025


Note que nos modelos de regressão linear simples, as variáveis ELM<br />

(p=0,019) e ELA (p=0,024) para o dente 31 e ELM (p=0,011) para o 41 são<br />

significativas com coeficiente positivo, ou seja, o aumento das variáveis ELM e<br />

ELA implicam <strong>em</strong> aumento do IMPA, referente ao dente 31, e o aumento da<br />

variável ELM implica <strong>em</strong> aumento do IMPA, referente ao dente 41. Porém, nos<br />

modelos de regressão linear múltipla as conclusões não foram as mesmas,<br />

pois a correlação linear entre as variáveis não foi suficient<strong>em</strong>ente alta, o que<br />

gera grande variabilidade na estimação dos coeficientes. Adicionalmente, como<br />

foram incluídas mais variáveis no modelo de regressão linear múltipla,<br />

comparado com o modelo de regressão linear simples, a variabilidade de todas<br />

essas variáveis foi considerada na estimação dos parâmetros e no cálculo dos<br />

respectivos erros padrão, o que fornece p-valores diferentes. Um outro modo<br />

de se interpretar esses resultados é que se avaliar, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, o IMPA<br />

referente ao dente 31, considerando as variáveis ELM e ELA isoladamente,<br />

elas fornec<strong>em</strong> influência significativa. Porém, quando todas as 6 variáveis são<br />

consideradas conjuntamente, a pouca influência que cada uma oferece é<br />

anulada pelas d<strong>em</strong>ais, fazendo com que nenhuma seja significativa, uma vez<br />

que se conhece todas.<br />

5.3. Comparação entre os gêneros<br />

As Tabelas 19 e 20 evidenciam as estatísticas descritivas das sete<br />

variáveis para os dentes 31 e 41, respectivamente, estratificadas <strong>por</strong> gênero,<br />

com o p-valor da comparação entre os dois grupos. Foram observadas<br />

diferenças significativas entre os gêneros para EVA referente ao dente 31


(p=0,022) e 41 (p=0,007). Os valores do grupo masculino foram superiores, <strong>em</strong><br />

média, <strong>em</strong> relação ao f<strong>em</strong>inino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis, não foram<br />

observadas diferenças significativas entre os gêneros.<br />

Tabela 19- Média, desvio padrão e resultado da comparação entre os gêneros para o dente 31.<br />

F<strong>em</strong>inino Masculino<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

P-valor<br />

IMPA 91,50 6,65 91,24 4,11 0,879<br />

EVC 0,48 0,39 0,61 0,43 0,371<br />

EVM 0,51 0,42 0,58 0,20 0,447<br />

EVA 2,22 0,93 3,03 0,98 0,022<br />

ELC 0,35 0,24 0,41 0,30 0,539<br />

ELM 0,77 0,49 1,06 0,50 0,102<br />

ELA 2,53 0,95 3,16 1,01 0,077<br />

Tabela 20- Média, desvio padrão e resultado da comparação entre os gêneros para o dente 41.<br />

F<strong>em</strong>inino Masculino<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

P-valor<br />

IMPA 91,78 6,25 91,99 4,29 0,901<br />

EVC 0,57 0,35 0,64 0,30 0,507<br />

EVM 0,49 0,43 0,67 0,49 0,299<br />

EVA 2,17 0,92 3,22 1,06 0,007<br />

ELC 0,46 0,28 0,35 0,24 0,203<br />

ELM 0,91 0,59 0,96 0,43 0,730<br />

ELA 2,45 0,88 2,84 0,97 0,236<br />

5.4. Comparação entre as quantidades de osso<br />

Os dados foram modelados através de uma análise de variância<br />

(ANOVA), seguida do teste de comparações múltiplas de Tukey, com paciente,<br />

dente e região como fontes de variação e as interações duplas entre as fontes<br />

de variação. Foi ajustado um modelo para vestibular e outro para lingual. Em<br />

ambos os modelos não foram encontradas diferenças significativas entre os<br />

dentes (pvestibular = 0,328; plingual = 0,960) e foram encontradas diferenças


significativas entre as regiões (pvestibular < 0,001; plingual < 0,001), (Tabelas 22 e<br />

23).<br />

Considerando a vestibular, a quantidade de osso média foi<br />

significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />

regiões. Não foram encontradas diferenças significativas entre as regiões<br />

média e cervical. Considerando a lingual, a quantidade de osso média foi<br />

significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />

regiões. A região média foi significativamente maior que a região cervical<br />

(Tabela 21 e Figura 22).<br />

Tabela 21- Média e desvio padrão da quantidade de osso na vestibular e na lingual <strong>por</strong> região,<br />

considerando os dois dentes conjuntamente.<br />

Vestibular<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Região<br />

Vestibular<br />

Média Desvio Padrão Média<br />

Lingual<br />

Desvio Padrão<br />

Apical 2,4 1,0 2,6 1,0<br />

Média 0,5 0,4 0,9 0,5<br />

Cervical 0,5 0,4 0,4 0,3<br />

Apical<br />

Média<br />

Cervical<br />

Figura 22 – Gráficos da quantidade de osso (média e desvio padrão) na vestibular e lingual <strong>por</strong><br />

região.<br />

Lingual<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Apical<br />

Média<br />

Cervical


Tabela 22- Teste de Tukey para a região vestibular.<br />

Comparação P-valor<br />

A vs M < 0,0001<br />

A vs C < 0,0001<br />

C vs M 0,923<br />

Tabela 23- Teste de Tukey para a região lingual.<br />

Comparação P-valor<br />

A vs C < 0,0001<br />

A vs M < 0,0001<br />

M vs C < 0,0001


6. DISCUSSÃO<br />

A existência de um custo biológico oriundo de tratamentos ortodônticos t<strong>em</strong><br />

sido objeto de constantes estudos (TURPIN, 1994), sendo que vários aspectos<br />

pod<strong>em</strong> ser questionados quando este assunto é abordado. Dentre eles, estão as<br />

forças utilizadas durante a movimentação ortodôntica e a sua capacidade de<br />

comprometer o tecido de su<strong>por</strong>te dos dentes, as implicações sobre os vários tipos<br />

de movimentação e o que são capazes de provocar no periodonto e as limitações<br />

do movimento ortodôntico <strong>em</strong> função da quantidade de osso alveolar de cada<br />

paciente (BOYD et al., 1989; ONG; WANG; SMITH, 2005). Devido à grande<br />

preocupação, <strong>por</strong> parte dos ortodontistas, dos probl<strong>em</strong>as periodontais advindos do<br />

tratamento ortodôntico, esta pesquisa avaliou a quantidade de tecido ósseo de<br />

su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual dos incisivos centrais inferiores e sua relação com as<br />

inclinações dos mesmos.<br />

As inclinações e angulações dentárias são alvo de pesquisas desde a<br />

época <strong>em</strong> que Angle, <strong>em</strong> 1928, sist<strong>em</strong>atizou o tratamento ortodôntico,<br />

desenvolvendo um aparelho cujas inclinações e angulações dentárias eram<br />

modificadas pelos arcos, conforme inseridos nas canaletas dos braquetes<br />

(GRABER; VANARSDALL JR, 1996). Vários estudos têm d<strong>em</strong>onstrado a<br />

preocupação na posição do incisivo inferior e a ocorrência de efeitos iatrogênicos<br />

sobre as estruturas de su<strong>por</strong>te periodontal. Neste contexto, Djeu, Hayes,<br />

Zawaideh, <strong>em</strong> 2002, realizaram um estudo com a finalidade de determinar se<br />

a protrusão dos incisivos centrais inferiores, durante a terapia com aparelho


fixo, resultava <strong>em</strong> recessões gengivais. Utilizaram-se telerradiografias <strong>em</strong><br />

norma lateral, das fases pré e pós-tratamento de 67 pacientes. As análises<br />

estatísticas não mostraram correlação entre a protrusão do incisivo central<br />

inferior e o desenvolvimento de recessão gengival e/ou aumento no<br />

comprimento da coroa clínica. Concluiu-se que o grau de protrusão dos<br />

incisivos centrais inferiores, durante o tratamento com aparelho fixo, não foi<br />

correlacionado à recessão gengival nesta amostra, mediante a metodologia<br />

aplicada. Outro trabalho que investigou se a alteração da posição<br />

vestibulolingual dos incisivos inferiores pode predis<strong>por</strong> ao desenvolvimento de<br />

recessões gengivais, foi o de Closs, Grehs, Raveli e Rösing, <strong>em</strong> 2009. Os autores<br />

analisaram fotografias intrabucais, modelos de estudo e cefalogramas de 189<br />

adolescentes leucodermas, no pré e pós-tratamento ortodôntico. Não se observou<br />

associação significativa entre a relação da inclinação dentária e a presença de<br />

recessões gengivais, como também não houve diferença significativa entre os<br />

gêneros.<br />

Vale ressaltar que estes dois trabalhos utilizaram imagens radiográficas<br />

para a mensuração da inclinação do incisivo inferior. Já Fuhrmann, <strong>em</strong> 1996,<br />

realizou uma comparação quantitativa e qualitativa entre imagens provenientes de<br />

cefalogramas e de <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s, na região de incisivos<br />

inferiores, considerando os achados macroscópicos e histológicos da amostra.<br />

Após a r<strong>em</strong>oção do tecido mole de 11 segmentos mandibulares dentados, 15<br />

defeitos ósseos artificiais, de diferentes dimensões, foram produzidos na região de<br />

incisivos inferiores. Em comparação com as medidas microscópicas da<br />

mandíbula, o diâmetro médio vestibulolingual do processo alveolar de um incisivo


foi superestimado nos cefalogramas de 0,3 a 1,2 mm. A maioria das correlações<br />

anátomorradiológicas das medidas cefalométricas foi insignificante. A <strong>avaliação</strong><br />

das medidas da largura óssea ou da cortical óssea vestibulolingual ou a<br />

identificação dos defeitos artificiais dos incisivos inferiores, nos cefalogramas,<br />

geralmente não foram possíveis. Nas imagens de <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a<br />

média do diâmetro vestibulolingual do processo alveolar dos incisivos foi<br />

superestimada <strong>em</strong> 0,1 a 0,5 mm, sendo a correlação altamente significativa. Treze<br />

dos 15 defeitos ósseos artificiais (80%) foram identificados nas TCs. O exame<br />

tomográfico é a única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite<br />

a <strong>avaliação</strong> quantitativa da largura vestibulolingual do osso alveolar e das corticais<br />

ósseas. O mesmo, autor <strong>em</strong> 2002, com o objetivo de investigar as deiscências ou<br />

fenestrações ósseas, reabsorção radicular e r<strong>em</strong>odelação óssea, durante e após o<br />

tratamento ortodôntico, descreveu um estudo realizado <strong>em</strong> 21 pacientes com<br />

tecido ósseo periodontal reduzido, quer <strong>por</strong> condições anatômicas ou <strong>por</strong><br />

probl<strong>em</strong>as periodontais. Estes foram submetidos à <strong>tomografia</strong> ao início ou na<br />

primeira fase do tratamento e tratados ortodonticamente com aparelho fixo. Uma<br />

segunda <strong>tomografia</strong> foi realizada entre 12 a 36 meses após a primeira, de acordo<br />

com a finalização do tratamento, sendo que, <strong>em</strong> 6 deles, foi realizada uma terceira<br />

<strong>tomografia</strong> entre 6 e 36 meses após a r<strong>em</strong>oção do aparelho. Os resultados<br />

mostraram ausência de evidências clínicas de periodontites marginais ou de<br />

recessões periodontais nos dentes movimentados ortodonticamente antes,<br />

durante ou após a finalização do tratamento, o que não correspondeu aos<br />

resultados tomográficos. Nestes, foram observados reabsorções da tábua óssea<br />

vestibular <strong>em</strong> procedimentos utilizando o Quadrihélice, principalmente nos dentes<br />

de apoio, <strong>por</strong>ém s<strong>em</strong> evidência clínica correspondente. Em movimento de


etrusão dos incisivos, evidenciou-se início de reabsorção radicular. Riscos<br />

terapêuticos foram observados <strong>em</strong> movimentos de inclinação descontrolada,<br />

utilizando fios resilientes e com movimentos de verticalização. As áreas com<br />

menor nível de r<strong>em</strong>odelação foram observadas nos incisivos e caninos inferiores,<br />

faces vestibular e lingual. Este estudo concluiu que vários fatores de risco como<br />

anatômicos, morfológicos e terapêuticos são intensificados reciprocamente <strong>por</strong><br />

causa dos efeitos colaterais provenientes da terapia ortodôntica, com redução do<br />

nível de inserção dentária. Estes dois trabalhos de Fuhrmann são b<strong>em</strong><br />

interessantes, pois compararam resultados macroscópicos com radiológicos e<br />

tomográficos e evidenciaram que a condição clínica e os resultados radiográficos<br />

subestimam a real condição óssea quando comparados aos resultados<br />

tomográficos.<br />

Logo, estudos prévios à introdução da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> eram<br />

estudos que se limitavam à utilização de radiografias (exames bidimensionais de<br />

uma estrutura tridimensional), com frequente superposição de estruturas ósseas e<br />

dentárias. Consequent<strong>em</strong>ente, as avaliações do efeito do tratamento ortodôntico<br />

sobre os tecidos de su<strong>por</strong>te e espessura do processo alveolar não eram tão<br />

precisas com este método visual de imag<strong>em</strong> (ARTUN; URBYE, 1988;<br />

WEHRBEIN; FUHRMANN; DIEDRICH, 1994; GARCIA et al., 2005).<br />

Nos últimos t<strong>em</strong>pos, os trabalhos têm se voltado para a ótica da <strong>tomografia</strong><br />

<strong>computadorizada</strong>, pois este exame auxiliar de diagnóstico é a representação<br />

digital fiel da anatomia do paciente, sendo o exame de escolha para a análise de<br />

componentes ósseos e estruturas dentárias (CAPELLOZA FILHO; FATORI;


MALTAGLIATI, 2005). A TC permite a reconstrução de áreas anatômicas e a<br />

visualização <strong>em</strong> 3D, revelando informações precisas sobre tamanho, forma e<br />

textura.<br />

Capelozza Filho, Fattori e Maltagliati, <strong>em</strong> 2005, verificaram se a TC<br />

volumétrica pro<strong>por</strong>cionava a obtenção de mensurações de inclinação e angulação<br />

dentária de forma confiável. Utilizou-se como referência o plano oclusal para a<br />

reconstrução primária da maxila e da mandíbula, de modo que todos os cortes<br />

apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong> paralelos a ele, viabilizando<br />

as mensurações. Os autores recomendaram a TC volumétrica para a <strong>avaliação</strong><br />

das inclinações e angulações dentárias <strong>por</strong> ser um exame superior aos d<strong>em</strong>ais<br />

métodos existentes e <strong>por</strong> não possuir magnificação das imagens adquiridas <strong>em</strong><br />

relação às estruturas examinadas.<br />

No presente trabalho, utilizou-se o plano mandibular e o longo eixo dos<br />

incisivos para avaliar a inclinação dos mesmos (IMPA), <strong>por</strong> meio de imagens<br />

tomográficas. Em concordância com Capelozza Filho et al., 2008, este é um<br />

método fidedigno para <strong>avaliação</strong> do IMPA. Estes autores propuseram comparar o<br />

ângulo formado entre o longo eixo do incisivo inferior e o plano mandibular (IMPA),<br />

entre a telerradiografia convencional e a TCFC, <strong>em</strong> 19 pacientes, selecionados<br />

para tratamento ortodôntico. Telerradiografias laterais e exames de TCFC foram<br />

obtidos para a realização das mensurações propostas. Designou-se o plano<br />

Mandibular como plano de referência para a obtenção do IMPA, utilizado na<br />

reconstrução primária da mandíbula, de modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong><br />

este plano como referência e foss<strong>em</strong> paralelos a ele, viabilizando a mensuração


do valor de inclinação do incisivo mais vestibularizado. Na comparação dos<br />

resultados obtidos <strong>em</strong> cada uma das metodologias, observou-se que as médias<br />

do valor do IMPA apresentadas na TCFC foram significativamente maiores que<br />

aquelas apresentadas na Telerradiografia. Sugeriu-se que a TCFC, <strong>por</strong> estar livre<br />

de sobreposições, permite uma leitura exata da inclinação do incisivo central<br />

inferior mais vestibularizado. Apesar do resultado significante, os autores<br />

concluíram que a obtenção do valor do IMPA pela telerradiografia é um método<br />

confiável para a utilização clínica, pois <strong>em</strong>bora apresente valores menores que os<br />

obtidos <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s, as diferenças não são significativas clinicamente.<br />

Jorge, <strong>em</strong> 2009, relatou que a sínfise mandibular é uma estrutura<br />

anatômica limitada pelas tábuas ósseas, vestibular e lingual, que aloja os incisivos<br />

inferiores. A determinação da espessura óssea da região dos incisivos inferiores<br />

oferece parâmetros para movimentação ideal dos incisivos. Para isso, elaborou<br />

um estudo com o objetivo de comparar as espessuras ósseas na região alveolar<br />

<strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>em</strong> TCCB referentes a 24 pacientes.<br />

Realizaram-se os traçados e as espessuras da sínfise <strong>em</strong> três regiões<br />

correspondentes às <strong>por</strong>ções cervical, média e apical da raiz do incisivo central<br />

inferior foram comparadas. O teste t de Student mostrou que não houve<br />

diferenças significativas nas três regiões entre os métodos avaliados. O autor<br />

concluiu que a espessura óssea da região de incisivos inferiores, na região<br />

alveolar, <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s<br />

“cone beam” mostrou-se s<strong>em</strong>elhante. Em contrapartida, Fuuhrmann, <strong>em</strong> 1996, <strong>em</strong><br />

seu estudo para <strong>avaliação</strong> quantitativa da qualidade de imag<strong>em</strong> de cefalogramas<br />

e TC, na região de incisivos inferiores, citou que, a <strong>avaliação</strong> das medidas da


largura óssea, b<strong>em</strong> como da cortical óssea vestibulolingual, ou a identificação dos<br />

defeitos artificiais dos incisivos inferiores, nos cefalogramas, geralmente não<br />

foram possíveis. Nas imagens de <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a média do<br />

diâmetro vestibulolingual do processo alveolar dos incisivos foi superestimada <strong>em</strong><br />

0,1 a 0,5 mm, mas a correlação foi altamente significativa e concluiu que o exame<br />

tomográfico é a única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite<br />

a <strong>avaliação</strong> quantitativa da largura do osso alveolar e das corticais ósseas no<br />

sentido vestibulolingual.<br />

Mediante as comprovações anteriores científicas, no âmbito tomográfico, o<br />

presente estudo avaliou a quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e<br />

lingual, a nível cervical, médio e apical (EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA) dos<br />

incisivos centrais inferiores e a sua relação com as inclinações (IMPA) dos<br />

mesmos, <strong>em</strong> uma amostra composta <strong>por</strong> <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s de 45<br />

pacientes, de ambos os gêneros, de 35 a 50 anos de idade, s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> sido<br />

submetidos a tratamento ortodôntico. O objetivo principal foi obter informações<br />

que auxiliass<strong>em</strong> na minimização de defeitos ósseos advindos do tratamento<br />

ortodôntico, com consequentes probl<strong>em</strong>as periodontais. Os resultados obtidos<br />

para as medidas avaliadas mostraram que os valores de IMPA aumentam<br />

conforme aumentam os valores de ELM (0,348, p=0,019) e ELA (0,336, p=0,024)<br />

para o dente 31 e ELM (0,375, p= 0,011) para o dente 41, evidenciando que a<br />

variável IMPA é positivamente correlacionada com ELM e ELA. Adicionalmente,<br />

<strong>em</strong>bora não estatiscamente significante, os resultados sugeriram que há um<br />

aumento da EVC quando diminui o IMPA (dente 31= -0,203, p=0,181; dente<br />

41= -0,125, p=0,411), e aumento da ELC quando aumenta o IMPA (dente 31=


0,249, p= 0,099; dente 41= 0,159, p= 0,298), mostrando que a inclinação<br />

vestibular dos incisivos inferiores contribui para a diminuição de osso na região<br />

cervical vestibular, o que pode acarretar <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as periodontais.<br />

Embora, não existam muitos trabalhos na literatura s<strong>em</strong>elhantes a este,<br />

para que se possa discutir, realmente, se a inclinação dentária do incisivo inferior<br />

contribui significativamente para a diminuição de osso na vestibular dos mesmos<br />

e, consequent<strong>em</strong>ente, o surgimento de recessões gengivais, perda da estrutura<br />

óssea de su<strong>por</strong>te e probl<strong>em</strong>as periodontais, conclui-se que, nesta amostra de 45<br />

pacientes, existe sim uma relação entre a inclinação dentária dos incisivos<br />

inferiores e a quantidade de osso de su<strong>por</strong>te dos mesmos. Esta relação permite<br />

alertar aos ortodontistas sobre a movimentação para vestibular destes dentes, a<br />

fim de evitar e/ou minimizar repercussões periodontais negativas na tábua óssea<br />

vestibular, com redução <strong>em</strong> espessura, desenvolvimento de deiscências ósseas,<br />

perdas de inserção e recessões gengivais decorrentes do tratamento ortodôntico,<br />

<strong>em</strong> regiões de incisivos inferiores. Quanto aos gêneros, foram encontradas<br />

diferenças significativas para EVA do dente 31 (p=0,022) e 41 (p=0,007), sendo o<br />

grupo masculino superior, <strong>em</strong> média, ao grupo f<strong>em</strong>inino. Atribui-se este resultado<br />

à sínfise mais pro<strong>em</strong>inente no gênero masculino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis não<br />

foram encontradas diferenças significativas.<br />

Em um estudo com metodologia s<strong>em</strong>elhante, Nauert e Berg, <strong>em</strong> 1999,<br />

avaliaram o volume ósseo e a densidade óssea na região de incisivos inferiores,<br />

<strong>em</strong> adultos não tratados ortodonticamente, utilizando o método de análise <strong>por</strong> TC.<br />

A amostra consistiu de 20 homens, entre 25 e 29 anos de idade, com a oclusão


“próxima ao normal” e saúde periodontal. Realizou-se o exame tomográfico da<br />

mandíbula e obtiveram-se as imagens seccionadas transversais, perpendicular ao<br />

plano da imag<strong>em</strong> frontal, determinando-se a imag<strong>em</strong> individual dos incisivos<br />

inferiores e seus processos alveolares. Mediu-se, linearmente, <strong>em</strong> cada nível da<br />

raiz do dente e perpendicular ao eixo do dente, o su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e<br />

lingual, como expressão do volume ósseo. Os ângulos entre os incisivos inferiores<br />

e o plano Mandibular e a linha A-Pog também foram avaliados. Mediante os<br />

resultados obtidos, no terço gengival das raízes, o su<strong>por</strong>te ósseo aumentou a<br />

partir da junção c<strong>em</strong>entoesmalte, <strong>em</strong> direção apical, <strong>em</strong> um valor de 0,5 mm. Este<br />

valor geralmente permaneceu constante no terço médio da raiz, seguido <strong>por</strong> um<br />

aumento contínuo no terço apical. Em 20% ao nível radicular, nenhum osso pôde<br />

ser visto <strong>em</strong> 35% dos casos. No limite entre o terço médio e apical, o su<strong>por</strong>te<br />

ósseo foi perdido <strong>em</strong> 25% de todos os dentes. Na lingual do incisivo central<br />

inferior direito, foram encontrados valores baixos de su<strong>por</strong>te ósseo, com uma<br />

média de 0,1 mm, <strong>em</strong> 30% ao nível radicular. Em direção apical, houve um<br />

aumento contínuo com uma média de 1,6 mm <strong>em</strong> 70% ao nível da raiz, e 3,5 mm,<br />

do ápice. Na vestibular, fenestrações ósseas e deiscências foram observadas com<br />

frequência, e na lingual, principalmente deiscências. A correlação entre a<br />

quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e a inclinação dos incisivos <strong>em</strong> relação à<br />

linha A-Pog não foi significativa. Em concordância com o atual estudo, os autores<br />

encontraram alguma associação com o plano mandibular. No nível superior da<br />

raiz, houve uma correlação negativa entre o grau de inclinação vestibular e a<br />

quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo. Os resultados deste estudo sustentam a suposição<br />

que a variação anatômica, como uma causa de diminuição de volume ósseo no<br />

processo alveolar, t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração ao avaliar possíveis efeitos


iatrogênicos do tratamento ortodôntico. Os autores sugeriram que, antes de se<br />

iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição óssea" é<br />

extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a ser utilizada.<br />

Enfatizou-se que, especialmente <strong>em</strong> adultos, com possíveis perdas ósseas<br />

induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores, cuidadoso<br />

planejamento do tratamento é essencial, sendo que o volume ósseo, nesta região,<br />

deve ser avaliado com <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s. No entanto, os autores<br />

alertaram que esta t<strong>em</strong> de ser ponderada contra um aumento dos riscos de<br />

radiação, sendo recomendado que se faça inicialmente uma <strong>avaliação</strong> da forma<br />

da sínfise <strong>por</strong> meio de cefalometria convencional, com posterior análise adicional<br />

<strong>por</strong> TC de cada um dos el<strong>em</strong>entos dentários.<br />

O atual estudo também mostrou que, na vestibular, a quantidade de osso<br />

média foi significativamente maior para a região apical (média= 2,4, desvio<br />

padrão= 1,0) <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões. Não foram encontradas<br />

diferenças significativas entre as regiões média e cervical (região média: média=<br />

0,5, desvio padrão 0,4; região cervical: média 0,5, desvio padrão 0,4) .<br />

Considerando a lingual, a quantidade de osso média foi significativamente maior<br />

para a região apical (média= 2,6, desvio padrão=1,0) <strong>em</strong> comparação às outras<br />

duas regiões. A região média (média=0,9, desvio padrão= 0,5) foi<br />

significativamente maior que a região cervical (média= 0,4, desvio padrão= 0,3).<br />

O movimento vestibular dos incisivos inferiores t<strong>em</strong> sido<br />

tradicionalmente considerado como um fator de risco, <strong>em</strong> virtude da fina<br />

espessura do osso alveolar nesta região. Sendo assim, a inclinação para


vestibular destes dentes é considerada um fator desencadeante para o<br />

surgimento de recessão gengival nesta área. Em 2005, Melsen e Allais,<br />

realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças na prevalência e<br />

gravidade da recessão gengival dos incisivos inferiores durante o<br />

tratamento ortodôntico de adultos, nos quais os incisivos foram<br />

movimentados para vestibular e identificar parâmetros que pudess<strong>em</strong><br />

prever o desenvolvimento de recessões. A amostra consistiu de 150<br />

pacientes adultos, com média de idade de 33,7 anos, tratados com<br />

aparelhos fixos s<strong>em</strong> extrações dentárias. O trespasse horizontal e vertical<br />

interincisivos pré-tratamento, o apinhamento, a presença de rotação<br />

dentária, a relação de caninos, a altura vertical da face e a posição do<br />

incisivo inferior <strong>em</strong> relação às linhas A-pogônio e mandibular foram<br />

registrados nos modelos de estudo e <strong>em</strong> radiografias laterais. A recessão<br />

gengival na fase pré-tratamento, a espessura de gengiva ceratinizada, o<br />

biotipo gengival, a inflamação gengival e o acúmulo visível de placa foram<br />

registrados, como também a recessão gengival na fase pós-tratamento. O<br />

movimento vestibular foi determinado <strong>por</strong> medições nos modelos pré e pós-<br />

tratamento. Os resultados mostraram que não houve aumento médio<br />

significativo na prevalência de recessões gengivais durante o tratamento<br />

ortodôntico. A prevalência de recessão gengival maior que 0,1 mm<br />

aumentou de 21% antes do tratamento para 35% após o tratamento.<br />

Apenas 2,8% dos indivíduos desenvolveram uma recessão maior do que 2<br />

mm e 5% das recessões gengivais pré-existentes melhoraram. A presença


de recessão, o biotipo gengival fino e a inflamação gengival placa-induzida<br />

foram identificados como possíveis fatores predisponentes à recessão<br />

gengival, sendo que nenhuma das variáveis ortodônticas foi<br />

significativamente associada a esta anormalidade periodontal. Estes<br />

resultados contradiz<strong>em</strong>, <strong>em</strong> parte, com os resultados do estudo de Yared,<br />

Zenobio e Pacheco, 2006, que relacionaram a recessão gengival com a<br />

inclinação dentária e a espessura da gengiva. Os autores avaliaram a<br />

condição periodontal dos incisivos centrais inferiores que foram<br />

vestibularizados durante o tratamento ortodôntico. A amostra consistiu de<br />

34 pacientes adultos que tinham sido submetidos à mecânica ortodôndica.<br />

A vestibularização e o movimento vertical dos dentes selecionados foram<br />

analisados <strong>por</strong> seis medidas obtidas de radiografias cefalométricas laterais<br />

obtidas antes e após o tratamento. A espessura e a altura da sínfise foram<br />

registradas a partir de radiografias cefalométricas laterais obtidas na fase<br />

pré-tratamento. Os seguintes parâmetros clínicos periodontais foram<br />

avaliados: índices de placa e sangramento gengival, profundidade da bolsa<br />

à sondag<strong>em</strong>, níveis de inserção clínica e de recessão dos incisivos centrais<br />

inferiores. A quantidade <strong>em</strong> altura de tecido ceratinizado e a espessura da<br />

marg<strong>em</strong> gengival destes incisivos também foram avaliados. As análises<br />

estatísticas não mostraram correlações entre a recessão e os índices de<br />

placa e sangramento gengival, profundidade de bolsa à sondag<strong>em</strong> e<br />

quantidade de movimento vestibular. A recessão foi negativamente<br />

correlacionada com a quantidade <strong>em</strong> altura de gengiva ceratinizada. A


inclinação final (> que 95 graus) e a espessura da gengiva marginal livre (><br />

que 0,5 mm) mostraram associação com recessões maiores e mais severas<br />

nos incisivos centrais inferiores. No entanto, quando comparadas a<br />

espessura gengival e a inclinação final dos el<strong>em</strong>entos dentários, a<br />

espessura apresentou maior relevância para a presença de recessões<br />

gengivais. Este último trabalho corrobora com o atual estudo, no que<br />

concerne a relação existente entre quantidade de inclinação dos incisivos<br />

inferiores e quantidade de tecido ósseo adjacente <strong>por</strong> vestibular e lingual.<br />

Mesmo que não se tenha avaliado a espessura de tecido gengival <strong>por</strong><br />

vestibular aos dentes analisados, o presente estudo sugere que a<br />

quantidade de tecido ósseo diminuído quando da inclinação aumentada dos<br />

incisivos inferiores não deixa de ser um fator predisponente ao<br />

desenvolvimento de recessão gengival, b<strong>em</strong> como, um fator desencadeante<br />

quando de movimentações ortodônticas fora dos limites ósseos.<br />

Sarikaya et al., <strong>em</strong> 2002, também afirmaram que há danos no su<strong>por</strong>te<br />

ósseo dos incisivos <strong>em</strong> casos tratados com exodontias de quatro pr<strong>em</strong>olares. Os<br />

autores citaram que a área para a movimentação é limitada e que forças<br />

excessivas pod<strong>em</strong> causar o contato do dente com a cortical óssea, levando à<br />

reabsorção da mesma e exposição radicular. Dentro deste contexto, publicaram<br />

um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças que ocorriam no osso alveolar<br />

como resultado da retração dos incisivos superiores e inferiores <strong>em</strong> pacientes com<br />

protrusão bimaxilar. Investigaram-se 19 pacientes com biprotrusão, apinhamento<br />

suave e perfil convexo, para os quais as extrações foram indicadas. Imagens


cefalométricas laterais foram adquiridas antes e após a retração, de cada paciente<br />

e, além disto, a TC da região dos incisivos superiores e inferiores, com espessura<br />

de 1,5 mm, também foi obtida. Os cortes obedeceram aos longos eixos dos<br />

incisivos e as medidas foram realizadas no sentido vestibulolingual, <strong>em</strong> três locais,<br />

totalizando seis medidas (3 vestibulares e 3 linguais). Baseados nos resultados<br />

obtidos, <strong>em</strong> que se comparou a média dos valores (espessura das tábuas ósseas)<br />

da fase anterior com a posterior à retração, concluiu-se que, quando os incisivos<br />

superiores e inferiores foram retraídos, os riscos de efeitos adversos estavam<br />

presentes. Estas alterações não foram visíveis <strong>em</strong> cefalometrias ou <strong>em</strong> exames<br />

clínicos, <strong>por</strong>ém foram facilmente diagnosticadas <strong>em</strong> TCs. Ressaltaram a<br />

im<strong>por</strong>tância de forças suaves e aumento de t<strong>em</strong>po entre as ativações como<br />

vantajosos na adaptação do osso alveolar. Esse estudo, mais uma vez, evidencia<br />

a superioridade da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> <strong>em</strong> relação às radiografias<br />

convencionais, pois estas últimas negligenciam um correto diagnóstico da<br />

condição real do su<strong>por</strong>te ósseo.<br />

Deguchi et al, <strong>em</strong> 2006, realizaram um estudo para avaliar a espessura de<br />

osso cortical <strong>em</strong> vários locais da maxila e da mandíbula utilizando TC, com o<br />

objetivo de se determinar a melhor localização e angulação dos mini-implantes<br />

como ancorag<strong>em</strong> ortodôntica. Além da distância da superfície óssea intercortical à<br />

superfície radicular, as distâncias entre as raízes dos pr<strong>em</strong>olares e molares<br />

também foram medidas para determinar o comprimento e o diâmetro adequados<br />

dos mini-implantes. Os autores concluíram que o local mais seguro para a<br />

colocação de mini-implantes é a mesial ou a distal do 1º molar e o tamanho mais<br />

aceitável é, aproximadamente, 1,5 mm de diâmetro e, 6 a 8 mm de comprimento.<br />

Ono, Motoyoshi e Shimizu, <strong>em</strong> 2008, também investigaram a espessura do osso


cortical vestibular nas regiões mesial e distal dos primeiros molares, de ambos os<br />

arcos dentários, para se determinar eventuais diferenças na localização, idade e<br />

gênero quanto à colocação de mini-implantes. Avaliaram-se 43 pacientes, sendo<br />

32 mulheres e 11 homens, que apresentavam mini-implantes instalados no osso<br />

alveolar posterior vestibular, como ancorag<strong>em</strong> para o tratamento ortodôntico.<br />

Empregou-se a TC para a obtenção de imagens das áreas ao redor dos<br />

implantes. Concluiu-se que o osso cortical mandibular é significant<strong>em</strong>ente mais<br />

espesso que o maxilar, <strong>em</strong> qualquer localização na região posterior vestibular, e<br />

que a cortical óssea na mesial dos primeiros molares superiores é mais fina <strong>em</strong><br />

mulheres que homens, <strong>em</strong> áreas de gengiva inserida. Estes dois trabalhos<br />

ressaltam a eficácia da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> na <strong>avaliação</strong> da espessura<br />

óssea, devendo este ser o exame de escolha para este fim, pois além de<br />

quantificar a TC permite qualificar o osso alveolar.<br />

A quantidade de osso disponível é um componente crítico no<br />

planejamento do tratamento ortodôntico, variando de região para região<br />

na maxila, b<strong>em</strong> como, na mandíbula. Neste contexto, Katranji, Misch e<br />

Wang, <strong>em</strong> 2007, realizaram um estudo que teve <strong>por</strong> finalidade determinar a<br />

espessura cortical média do osso <strong>em</strong> diferentes partes do dente. Para<br />

determinar a espessura média das tábuas ósseas, vestibular e lingual,<br />

utilizaram-se 28 crânios onde foram medidas as regiões que correspondiam aos<br />

molares (M), pr<strong>em</strong>olares (PM) e região anterior (A), tanto nas regiões dentadas<br />

como nas edêntulas. Os autores concluíram que a espessura cortical média das<br />

placas vestibulares variou de 1,0 a 2,1 mm na maxila e na mandíbula<br />

desdentada, com área mais delgada na região anterior da maxila e área mais


espessa na <strong>por</strong>ção posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das maxilas<br />

e mandíbulas dentadas variou de 1,6 a 2,2 mm de espessura, com a área mais<br />

delgada na região anterior da mandíbula e a área mais espessa na região<br />

posterior da maxila. Outro trabalho que também avaliou quantitativamente a<br />

densidade do osso alveolar e basal para fornecer orientações sobre os métodos<br />

e locais de colocação de mini-implantes foi o estudo de Park et al., <strong>em</strong> 2008. A<br />

amostra foi composta de 63 imagens de TC. Em cada área, mediu-se a<br />

densidade dos ossos alveolares e basais, na vestibular e lingual. Não houve<br />

diferenças entre homens e mulheres. Os autores concluíram que o osso cortical<br />

da mandíbula apresentou-se mais denso que o da maxila; o osso esponjoso<br />

apresentou densidades s<strong>em</strong>elhantes entre a mandíbula e maxila, com algumas<br />

exceções; e o osso basal mostrou-se, geralmente, mais denso que o alveolar. Já<br />

Tsunori; Mashita e Kasai, <strong>em</strong> 1998, realizaram um estudo onde objetivaram, <strong>por</strong><br />

meio da utilização de imagens tomográficas, avaliar as relações existentes entre<br />

os tipos faciais e suas características ósseas e dentárias. O padrão facial foi<br />

avaliado levando <strong>em</strong> consideração: a inclinação do plano mandibular com o<br />

plano de Frankfurt, a inclinação do plano mandibular <strong>em</strong> relação ao plano<br />

palatino, o ângulo goníaco e a relação entre altura facial posterior e anterior. Os<br />

pacientes foram divididos <strong>em</strong> três grupos: face curta, média e longa. Os<br />

resultados obtidos d<strong>em</strong>onstraram que existe uma significativa e complexa<br />

relação entre os fatores avaliados e as características mandibulares dentro dos<br />

padrões faciais analisados. Sugeriram também que o osso vestibular dos<br />

pacientes face curta é menos espesso do que os de face longa e que isso ocorre<br />

<strong>em</strong> função da maior inclinação para lingual dos dentes posteriores, criando uma<br />

vestibularização da raiz. Por meio da análise crítica destes estudos, pode-se


notar que, a quantidade de osso é muito variável de região para região e está<br />

relacionada a uma série de características individuais.


7. Conclusões<br />

• Os valores de IMPA aumentam significativamente conforme aumentam os<br />

valores de ELM e ELA para o dente 31 e ELM para o dente 41, contudo<br />

sendo o valor de coeficiente baixo.<br />

• A quantidade de osso na vestibular foi significativamente maior para a<br />

região apical <strong>em</strong> comparação com as regiões cervical e média. Não foram<br />

encontradas diferenças significativas entre as regiões média e cervical. A<br />

quantidade de osso na lingual foi significativamente maior para a região<br />

apical <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões. A região média foi<br />

significativamente maior que a região cervical.<br />

• Foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros para EVA dos<br />

dentes 31 (p=0,022) e 41 (p=0,007). O grupo masculino foi superior, <strong>em</strong><br />

média, ao grupo f<strong>em</strong>inino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis não foram encontradas<br />

diferenças significativas entre os gêneros.<br />

• Os resultados suger<strong>em</strong> que, conforme diminui o IMPA, aumenta a EVC e<br />

conforme aumenta o IMPA, aumenta a ELC, <strong>em</strong>bora não sejam<br />

estatisticamente significativos. Há indícios de que a inclinação vestibular


dos incisivos inferiores contribui para a diminuição de osso na região<br />

cervical vestibular, o que pode acarretar <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as periodontais.


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APÊNDICE A<br />

Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />

Tomografias para o dente 31<br />

Doc. Gênero Idade<br />

IMPA<br />

31 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />

1 M 50 83,2 0,82 0,73 2,8 0,91 1,45 3,5<br />

3 M 39 94,7 0,75 0,66 2,62 0,62 1,43 3,05<br />

4 F 50 98,1 0,78 1,19 2,99 0,52 0,97 3,36<br />

5 F 39 86 0,91 0,43 2,92 0 0,48 2,44<br />

6 F 49 96,3 0,51 0,56 2,46 0,59 1,4 3,58<br />

7 F 46 85,5 0,41 0 1,89 0,2 0,55 2,29<br />

8 F 46 97,3 0,08 0,61 4,62 0 1,37 2,92<br />

9 F 47 87,4 0,44 0 0,77 0,61 0,67 2,45<br />

10 F 39 89,9 0 0,41 2,29 0,17 0,41 1,85<br />

12 M 48 95,1 0,81 0,46 1,78 0,46 2,24 5,71<br />

13 F 47 97,7 0,79 0,43 2,49 0,62 0,56 3,2<br />

16 F 38 99,4 0,66 0,77 2,7 0,37 0,41 2,01<br />

18 F 46 85 0,84 0,36 2,37 0,55 1,83 4,19<br />

19 F 36 92,2 0,6 0,94 4,27 0 1,11 3,04<br />

20 F 39 83,6 0,74 0,38 1,21 0 0,33 1,76<br />

23 F 48 90,2 0,77 0,4 1,41 0,32 0,57 2,33<br />

26 F 43 85,9 0,38 0,49 2,64 0 0,48 0,98<br />

27 F 35 94,8 0,14 0 2,12 0,2 1,31 4,77<br />

29 F 38 88,5 0,62 0,4 2 0 0 1,98<br />

31 F 46 100,4 0 0,58 3,48 0,56 0,66 2,22<br />

32 M 43 93,1 0,58 0,78 5,06 0,55 0,86 2,39<br />

34 F 42 99 1,21 0,45 2,13 0,61 1,41 3,41<br />

35 F 40 103,2 0,26 0,29 0,27 0,31 0,98 2,52<br />

36 F 43 85,8 0,19 0,38 1,13 0,47 0,29 1,87<br />

37 F 46 105,1 0 0,27 2,24 0,71 1,21 2,73<br />

38 M 41 93,1 1,37 0,54 2,84 0,49 0,8 3,04<br />

40 M 49 93,3 0,32 0,52 4,16 0 0,52 2<br />

42 M 47 96,9 0 0,3 2,58 0,76 1,32 4,09<br />

44 F 40 78,7 0,39 0,48 1,77 0,53 0,52 0,68<br />

45 F 49 89,5 0,84 0,38 1,68 0,69 1,36 3,73<br />

46 F 49 79,4 1,61 1,82 2,36 0 0 0,71<br />

47 M 46 92,3 0,3 0,89 2,96 0 0,86 2,49<br />

48 F 40 99,2 0,38 1,53 2,34 0,49 1,45 2,67<br />

49 M 37 86,3 0,68 0,5 2,94 0,45 0,82 2,98<br />

51 F 43 87,4 0,55 0,58 3,52 0,12 0,5 2,57<br />

54 F 44 85,6 0 0,06 1,2 0,55 0,55 1,86<br />

57 F 43 88,2 0,26 0,32 2,39 0,39 0,99 3,32<br />

58 M 45 91,5 1,24 0,86 4,2 0,26 0,71 2,5


60 F 42 96,8 0 0 1,01 0,38 0 1,37<br />

61 F 38 88,6 0 1,19 2,74 0,38 0,5 2,88<br />

62 F 43 91,9 0,91 0 1,68 0,73 1,36 3,69<br />

66 M 36 88,1 0 0,32 2,57 0,41 1,26 3,7<br />

69 M 44 87,3 0,44 0,39 1,82 0 0,47 2,44<br />

71 F 42 93,4 0,54 0,48 2,29 0,24 1,14 2,56<br />

72 F 40 89,4 0 0,55 1,75 0,21 0,14 1,5


APÊNDICE B<br />

Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />

Tomografias para o dente 41<br />

Doc. Gênero Idade<br />

IMPA<br />

41 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />

1 M 50 84,8 0,84 0,68 4,18 0,74 1,04 2,35<br />

3 M 39 97 0,67 0,87 2,87 0,64 1,39 3,03<br />

4 F 50 96,5 0,82 1,66 3,94 0,38 1,87 3,43<br />

5 F 39 84,5 1,14 0,58 2,83 0,84 1,42 3,34<br />

6 F 49 96,6 0,64 0,43 2,51 0,48 0,73 2,47<br />

7 F 46 89,8 0,43 0 1,49 0,25 0,41 2,18<br />

8 F 46 98 0,15 0,68 4,59 0,48 1,59 3,73<br />

9 F 47 85,9 0,74 0 0,52 0,63 0,92 2,55<br />

10 F 39 89,9 0,7 0,24 1,5 0,72 0,29 1,45<br />

12 M 48 95,2 0,61 0,61 2,16 0 1,77 5,15<br />

13 F 47 99,6 0,24 0,72 3,16 0,42 0,81 2,03<br />

16 F 38 96,9 0,87 0,51 2,84 0,5 0,61 1,68<br />

18 F 46 87,1 0,56 0,57 2,44 0,35 1,96 4,12<br />

19 F 36 89,3 0,38 0,87 3,62 0,43 1,07 2,93<br />

20 F 39 85,6 0,51 0,32 1,44 0,3 0 1,78<br />

23 F 48 94,6 0,74 0,33 1,12 0,17 1,23 2,44<br />

26 F 43 84,3 0,47 0,59 2,78 0,47 0,46 1,38<br />

27 F 35 92 0,51 0,35 2,22 0,32 0,9 3,19<br />

29 F 38 88,4 0 0,33 1,56 0,23 0,43 1,58<br />

31 F 46 103,2 0 0,45 3,05 0,61 0,93 1,73<br />

32 M 43 97,5 0,93 0,73 4,46 0,63 0,97 2,85<br />

34 F 42 97,8 1,23 0,74 2,19 0,93 1,75 2,78<br />

35 F 40 101,3 0,55 0 0,95 0,74 0,74 1,73<br />

36 F 43 84,8 0,86 0,4 1,71 0,43 0,64 2,21<br />

37 F 46 105,6 0,46 0 1,84 0,64 1,22 2,19<br />

38 M 41 95,7 0,76 0,68 2,88 0,38 0,85 2,75<br />

40 M 49 91,7 0,41 0,41 3,88 0 0,93 1,61<br />

42 M 47 94,7 0,45 0 1,69 0,29 1,14 3,25<br />

44 F 40 83,7 1,03 0,22 1,31 0,98 0,44 1,85<br />

45 F 49 88,1 0,93 0,29 2,23 0,58 1,24 3,13<br />

46 F 49 81,2 0,78 1,81 2,05 0,21 0 1,18<br />

47 M 46 92,4 0,41 1,91 4,92 0,2 0,55 1,47<br />

48 F 40 97,1 1,15 1,25 1,56 1,21 2,21 2,31<br />

49 M 37 89,6 0,71 0,75 3,72 0,53 1,46 3,25<br />

51 F 43 86,2 0,9 0,99 3,27 0,38 0,59 2,88<br />

54 F 44 86,2 0,1 0,23 1,86 0 0,31 1,27<br />

57 F 43 91,3 0,3 0,49 2,15 0,31 1,56 4,29<br />

58 M 45 91,1 1,17 0,85 3,6 0,27 0,41 2,25


60 F 42 96,5 0 0,18 1,81 0 0,2 0,95<br />

61 F 38 87,5 0,45 0,46 2,87 0,28 0,96 3,48<br />

62 F 43 93,5 0,78 0,34 1,15 0,54 1,15 3,5<br />

66 M 36 84,9 0 0 2,45 0,29 0,55 3,54<br />

69 M 44 89,3 0,7 0,5 1,88 0,22 0,5 2,57<br />

71 F 42 95,9 0,29 0 1,82 0,39 1,31 3,13<br />

72 F 40 90 0 0,3 1,21 0 0 1,93


APÊNDICE C<br />

Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />

Tomografias para o dente 31- ERRO DO MÈTODO<br />

Doc. Gênero Idade IMPA 31 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />

3 M 39 94,8 0,78 0,69 2,63 0,62 1,38 3,1<br />

6 F 49 96 0,55 0,57 2,45 0,57 1,42 3,56<br />

8 F 46 97,4 0,08 0,65 4,61 0 1,34 2,92<br />

12 M 48 95,1 0,87 0,49 1,82 0,42 2,21 5,7<br />

18 F 46 84,8 0,8 0,35 2,4 0,53 1,86 4,17<br />

20 F 39 83,4 0,78 0,38 1,22 0 0,36 1,79<br />

26 F 43 86,1 0,39 0,45 2,67 0 0,45 0,99<br />

29 F 38 88,5 0,61 0,38 1,99 0 0 1,98<br />

32 M 43 93,2 0,6 0,78 5,06 0,55 0,89 2,4<br />

36 F 43 85,9 0,16 0,4 1,1 0,43 0,31 1,87<br />

38 M 41 93,3 1,34 0,5 2,88 0,5 0,77 3,04<br />

45 F 49 89,8 0,8 0,39 1,68 0,67 1,37 3,77<br />

49 M 37 86,2 0,66 0,47 2,93 0,47 0,82 2,96<br />

62 F 43 91,9 0,94 0 1,7 0,78 1,32 3,73<br />

69 M 44 87,7 0,47 0,34 1,85 0 0,46 2,47


APÊNDICE D<br />

Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />

Tomografias para o dente 41 – ERRO DO MÉTODO<br />

Doc. Gênero Idade IMPA 41 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />

3 M 39 97,2 0,65 0,86 2,88 0,61 1,42 3,06<br />

6 F 49 96,7 0,62 0,4 2,5 0,46 0,74 2,4<br />

8 F 46 98,2 0,16 0,61 4,58 0,49 1,58 3,77<br />

12 M 48 95 0,57 0,57 2,09 0 1,76 5,27<br />

18 F 46 87 0,59 0,58 2,48 0,39 1,96 4,18<br />

20 F 39 85,3 0,53 0,36 1,49 0,29 0 1,79<br />

26 F 43 84,1 0,46 0,6 2,82 0,49 0,44 1,35<br />

29 F 38 88,4 0 0,36 1,54 0,23 0,41 1,54<br />

32 M 43 97,4 0,97 0,72 4,5 0,66 0,97 2,88<br />

36 F 43 84,9 0,86 0,37 1,7 0,4 0,66 2,18<br />

38 M 41 95,5 0,79 0,69 2,88 0,41 0,88 2,74<br />

45 F 49 88,3 0,91 0,26 2,27 0,56 1,26 3,14<br />

49 M 37 89,6 0,76 0,74 3,73 0,57 1,43 3,23<br />

62 F 43 93,6 0,8 0,32 1,15 0,52 1,13 3,49<br />

69 M 44 89,5 0,72 0,48 1,89 0,19 0,5 2,54

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