avaliação em tomografia computadorizada por feixe cônico ... - Unicid
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AVALIAÇÃO EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA<br />
POR FEIXE CÔNICO DA QUANTIDADE DE TECIDO<br />
ÓSSEO DE SUPORTE, VESTIBULAR E LINGUAL, DOS<br />
INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES E A RELAÇÃO<br />
COM SUAS INCLINAÇÕES<br />
RENATA BARA MARINHO<br />
São Paulo<br />
2010<br />
ODONTOLOGIA<br />
MESTRADO EM ORTODONTIA
AVALIAÇÃO EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA<br />
POR FEIXE CÔNICO DA QUANTIDADE DE TECIDO<br />
ÓSSEO DE SUPORTE, VESTIBULAR E LINGUAL, DOS<br />
INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES E A RELAÇÃO<br />
COM SUAS INCLINAÇÕES<br />
RENATA BARA MARINHO<br />
São Paulo<br />
2010<br />
Dissertação apresentada à<br />
Universidade Cidade de São Paulo –<br />
UNICID, como parte dos requisitos<br />
para a obtenção do título de Mestre<br />
<strong>em</strong> Ortodontia.<br />
ODONTOLOGIA<br />
MESTRADO EM ORTODONTIA<br />
Orientadora: Profa. Dra. Ana Carla<br />
Raphaelli Nahás Scocate
Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID<br />
M338a<br />
Marinho, Renata Bara.<br />
Avaliação <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> <strong>por</strong> <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> da<br />
quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, dos<br />
incisivos centrais inferiores e a relação com suas inclinações /<br />
Renata Bara Marinho --- São Paulo, 2010.<br />
105 p.; anexos<br />
Bibliografia<br />
Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo.<br />
Orientadora Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate.<br />
1. Ortodontia. 2. Tomografia. 3. Periodontia. I. Scocate, Ana<br />
Carla Raphaelli Nahás. II. Titulo.<br />
Black 4<br />
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE<br />
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,<br />
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E<br />
COMUNICADA À AUTORA A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.<br />
São Paulo, ____/_____/_____<br />
Assinatura: ____________________________________<br />
E-mail: renatabara@bol.com.br
FOLHA DE APROVAÇÃO<br />
Marinho, R.B. Avaliação <strong>em</strong> Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico da<br />
Quantidade de Tecido Ósseo de Su<strong>por</strong>te, Vestibular e Lingual, dos Incisivos<br />
Centrais Inferiores e a Relação com suas Inclinações. [Dissertação de<br />
Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.<br />
São Paulo, ____/____/_______<br />
Banca Examinadora<br />
1) ...........................................................................<br />
Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................<br />
2) ...........................................................................<br />
Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................<br />
3) ...........................................................................<br />
Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................<br />
Resultado: .............................................................................................................
Dedicatória<br />
Dedicatória<br />
Dedico esta conquista aos responsáveis pela minha vida, meu alicerce,<br />
representantes do mais puro amor.<br />
Palavras não exist<strong>em</strong> para expressar o meu grande sentimento <strong>por</strong> vocês.<br />
Ex<strong>em</strong>plos de caráter, dignidade e respeito.<br />
Vocês me passaram o que de mais nobre um ser humano pode ter:<br />
Sinceridade, bondade e amor ao próximo.<br />
Virtudes que não se compram, mas se adquir<strong>em</strong> no berço da vida.<br />
Dedico mais esta vitória a vocês, meus pais: Ma Marly Ma rly e Roberto Roberto, Roberto<br />
A qu<strong>em</strong> vou agradecer pelo resto de minha vida, pela minha formação, pela minha<br />
educação, pelas o<strong>por</strong>tunidades que me deram, pela pessoa que sou, pela<br />
profissional que sou, <strong>por</strong> me amar<strong>em</strong> incondicionalmente, <strong>por</strong> me mostrar<strong>em</strong> que<br />
s<strong>em</strong>pre sou capaz, <strong>por</strong> estar<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ao meu lado, com<strong>em</strong>orando comigo nos<br />
momentos de felicidade e me reerguendo nos momentos difíceis.<br />
Pai e Mãe, vocês são meu TUDO! Agradecerei eternamente, principalmente,<br />
pelos irmãos que me deram.
AGRADECIMENTOS<br />
GRADECIMENTOS<br />
Aos meus irmãos, Roberto Roberto e e Rogério Rogério, Rogério pelo grande amor que nos une, pelo<br />
companheirismo, amizade e respeito.<br />
Às minhas cunhadas, Karina Karina e e Carol Carol, Carol que s<strong>em</strong>pre me acolheram com grande carinho.<br />
Aos meus sobrinhos, Luan, Luan, Bernardo Bernardo e e Rebeca Rebeca <strong>por</strong> encher<strong>em</strong> a casa de alegria.<br />
Aos meus tios: Pedrinho, Pedrinho, Pedrinho, Suely, Suely, Suely, Fua Fua e e Zé Zé, Zé pela constante presença e apoio<br />
s<strong>em</strong>pre. Em especial à Tia Tia Tia Soninha Soninha, Soninha que apesar da distância, me mostrou que está<br />
ao meu lado <strong>em</strong> todos os momentos.<br />
Aos meus afilhados, Gu Gustavo Gu stavo e e e Rebeca Rebeca, Rebeca que a cada sorriso e grito de “Dinda e Tia<br />
Natinha” me mostram que a vida vale à pena.<br />
Agradeço a toda minha minha família família pela união e pela torcida.<br />
À minha orientadora e amiga, Profa. Profa. Dra. Dra. Ana Ana Carla Carla Raphaelli Raphaelli Nahás Scocatte Scocatte,<br />
Scocatte<br />
meu ex<strong>em</strong>plo de Mestre, dedicação e amor à Ortodontia. Pessoa doce, sorriso<br />
acolhedor e olhar cativante. Obrigada <strong>por</strong> tudo! Senão fosse sua compreensão,<br />
talvez eu não teria conseguido realizar este sonho. Agradeço <strong>por</strong> ter me<br />
compreendido , pela destreza de me exigir na hora <strong>em</strong> que eu podia dar algum retorno<br />
e pelas palavras de carinho.<br />
Ao Prof rof rof. rof Vellini Vellini, Vellini <strong>por</strong> tudo que representa para a Ortodontia e pelo ex<strong>em</strong>plo de<br />
profissionalismo.<br />
Ao Prof. Prof. Flávio Flávio Flávio Cotrim Cotrim Cotrim pela receptibilidade e amizade que tornaram o curso mais<br />
leve.<br />
Aos jovens professores do curso de mestrado <strong>em</strong> Ortodontia da UNICID:<br />
Daniela Daniela Garib, Garib, Danilo Danilo Furquim Furquim , Hélio Hélio Scavone Scavone Jr, Jr, Karyna Karyna do Vale Vale- Vale<br />
Corotti,<br />
Corotti,
Rívea Rívea Inês Inês Ferreira Ferreira e e Paulo Paulo Eduardo Eduardo Eduardo Carvalho Carvalho pela competência, capacidade e<br />
dedicação;<br />
Á toda equipe do INDOR INDOR (Instituto de Documentação Ortodôntica e<br />
Radiodiagnóstico Ltda), pela atenção e gentileza <strong>em</strong> permitir que eu realizasse esta<br />
pesquisa. Em particular, ao Dr. Dr. Michel Michel Eli Eli Lipiec Lipiec Lipiec Ximenez Ximenez, Ximenez pela paciência e<br />
disponibilidade para me ensinar todos os passos para execução da fase<br />
experimental.<br />
Agradeço a cada colega da X turma de mestrado <strong>em</strong> Ortodontia da UNICID:<br />
Alex, Alex, Caio, Caio, Eduardo, Eduardo, Gleison, Gleison, Manuel, Manuel, Marcos Marcos e e Patrícia Patrícia pela companhia e pelos<br />
gestos de carinho e amizade. Em especial, a minha grande amiga, Maria Maria Helena Helena, Helena <strong>por</strong><br />
tudo que sua amizade significa para mim, pelo apoio incondicional, <strong>por</strong> cada palavra<br />
de incentivo, <strong>por</strong> cada gesto de bondade, <strong>por</strong> s<strong>em</strong>pre me escutar s<strong>em</strong> nunca me<br />
julgar, <strong>por</strong> tudo que aprendi com seu enorme coração.<br />
À Dona Dona Arlinda Arlinda pelo ajuda e pelo sorriso aberto <strong>em</strong> todos os dias de clínica.<br />
Á minha amiga e eficiente auxiliar, Claudete Claudete, Claudete pelos 10 anos de dedicação a mim e ao<br />
consultório, pela capacidade de administrar tudo com muita competência e boa<br />
vontade, o que torna o nosso dia a dia muito agradável.<br />
Aos meus pacientes pacientes, pacientes pelo convívio e pelo carinho.<br />
À Inês Inês, Inês , que cuida de mim e da minha casa há anos, pela sua disponibilidade e<br />
amizade.<br />
Às minhas amigas amigas de de s<strong>em</strong>pre s<strong>em</strong>pre, s<strong>em</strong>pre que não são muitas, mas que são verdadeiras, e que<br />
são meu refúgio para rir e para chorar. Obrigada <strong>por</strong> existir<strong>em</strong>!<br />
Enfim, não posso deixar de agradecer a DEUS DEUS que me deu tudo isto e que está<br />
caminhando s<strong>em</strong>pre ao meu lado.
‘ ‘ Viva Viva como como como se se fosse fosse morrer morrer morrer amanhã,<br />
amanhã,<br />
Estude Estude Estude como como como de de de fosse fosse fosse viver viver para para para s<strong>em</strong>pre”<br />
s<strong>em</strong>pre”
Marinho, R.B. Avaliação <strong>em</strong> Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico da<br />
Quantidade de Tecido Ósseo de Su<strong>por</strong>te, Vestibular e Lingual, dos Incisivos<br />
Centrais Inferiores e a Relação com suas Inclinações. [Dissertação de<br />
Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.<br />
RESUMO<br />
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar, <strong>por</strong> meio de Tomografia<br />
Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), a quantidade de tecido ósseo de<br />
su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, <strong>em</strong> região de incisivos centrais inferiores (dentes<br />
31 e 41) e a relação com suas respectivas inclinações dentárias. Para tanto,<br />
foram avaliadas 45 imagens, <strong>por</strong> TCFC, pertencentes a pacientes adultos,<br />
entre 35 a 50 anos de idade, de ambos os gêneros, que não foram submetidos<br />
ao tratamento ortodôntico previamente. Avaliou-se a inclinação dos incisivos<br />
centrais inferiores (IMPA) e a quantidade de tecido ósseo, <strong>por</strong> vestibular e<br />
lingual, destes el<strong>em</strong>entos dentários, nos terços cervical (Espessura Vestibular<br />
Cervical/EVC e Espessura Lingual Cervical/ELC), médio (Espessura Vestibular<br />
Média/EVM e Espessura Lingual Média/ELM) e apical (Espessura Vestibular<br />
Apical/EVA e Espessura Lingual Apical/ELA). Utilizou-se o programa de<br />
visualização de imagens <strong>por</strong> TCFC N<strong>em</strong>otec ® . Para avaliar a associação da<br />
quantidade de tecido ósseo nos três terços de análise com o IMPA, foram<br />
utilizados os testes estatísticos de Correlação de Pearson e Regressão linear e<br />
para comparar a quantidade de osso na vestibular e na lingual utilizou-se a<br />
análise de variância (p
dente 31 e ELM (0,375; p= 0,011) para o dente 41 aumentam significant<strong>em</strong>ente<br />
conforme aumenta o IMPA, contudo s<strong>em</strong> apresentar uma correlação linear<br />
forte. Adicionalmente, <strong>em</strong>bora não estatisticamente significante, os valores<br />
mostraram que EVC aumenta conforme diminui o IMPA e que ELC aumenta<br />
conforme aumenta o IMPA. Na vestibular, a quantidade de osso média foi<br />
significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />
regiões. Na lingual, a quantidade de osso média foi significativamente maior<br />
para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões e a região média<br />
significativamente maior que a cervical.<br />
Palavras-chave: Tomografia; Ortodontia; Periodontia.
Marinho, R.B. Cone Beam Computed Tomography evaluation of the amount of<br />
buccal and lingual sup<strong>por</strong>ting bone tissue of mandibular central incisors and<br />
relationship with tipping. [Master’s Thesis].São Paulo: Universidade Cidade de<br />
São Paulo; 2010.<br />
ABSTRACT<br />
This study evaluated, using Cone Beam Computed Tomography (CBCT),<br />
the amount of buccal and lingual sup<strong>por</strong>ting bone tissue at the region of<br />
mandibular right and left central incisors and the relationship with their<br />
respective tipping. The study was conducted on CBCT images of adult patients<br />
aged 35 to 50 years, of both genders, not previously submitted to orthodontic<br />
treatment. The tipping of mandibular central incisors was evaluated (IMPA), as<br />
well as the quantity of buccal and lingual bone tissue at the region of these<br />
teeth, on the cervical (cervical buccal thickness/CBT and cervical lingual<br />
thickness/CLT), medium (medium buccal thickness /MBT and medium lingual<br />
thickness/MLT) and apical (apical buccal thickness/ABT and apical lingual<br />
thickness/ALT). The CBCT images were analyzed using the software<br />
N<strong>em</strong>otec ® . The association between the amount of bone tissue on the three<br />
thirds and the IMPA was statistically analyzed by the Pearson correlation and<br />
linear regression tests and the quantity of bone in the buccal and lingual<br />
aspects was compared by analysis of variance (p
the values d<strong>em</strong>onstrated that the CBT is increased with the decrease in the<br />
IMPA, and the CLT is increased with the increase in the IMPA. On the buccal<br />
aspect, the mean quantity of bone was significantly greater on the apical region<br />
compared to the other two regions. On the lingual aspect, the mean quantity of<br />
bone was significantly greater on the apical region compared to the other two<br />
regions and the medium region was significantly greater compared to the<br />
cervical region.<br />
Key words: Tomography; Orthodontics; Periodontics.
Tabela 1<br />
LISTA DE TABELAS<br />
Métodos utilizados para avaliar a repetibilidade do<br />
método: coeficiente de variação, o método R&R e a<br />
<strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média.<br />
Tabela 2 Estatísticas descritivas para o dente 31. 65<br />
Tabela 3 Estatísticas descritivas para o dente 41. 66<br />
Tabela 4<br />
Tabela 5<br />
Tabela 6<br />
Tabela 7<br />
Tabela 8<br />
Tabela 9<br />
Tabela 10<br />
Tabela 11<br />
Tabela 12<br />
Tabela 13<br />
Tabela 14<br />
Tabela 15<br />
Correlação de Pearson entre o IMPA e as variáveis<br />
de quantidade de osso.<br />
Regressão linear simples da variável EVC para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável EVM para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável EVA para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável ELC para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável ELM para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável ELA para o<br />
dente 31.<br />
Regressão linear simples da variável EVC para o<br />
dente 41.<br />
Regressão linear simples da variável EVM para o<br />
dente 41.<br />
Regressão linear simples da variável EVA para o<br />
dente 41.<br />
Regressão linear simples da variável ELC para o<br />
dente 41.<br />
Regressão linear simples da variável ELM para o<br />
dente 41.<br />
65<br />
66<br />
68<br />
68<br />
68<br />
68<br />
69<br />
69<br />
69<br />
69<br />
69<br />
69<br />
69
Tabela 16<br />
Tabela 17<br />
Tabela 18<br />
Tabela 19<br />
Tabela 20<br />
Tabela 21<br />
Tabela 22<br />
Regressão linear simples da variável ELA para o<br />
dente 41.<br />
Regressão linear múltipla para o dente 31: IMPA com<br />
as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA.<br />
Regressão linear múltipla para o dente 41: IMPA com<br />
as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA.<br />
Média, desvio padrão e resultado da comparação<br />
entre os gêneros para o dente 31.<br />
Média, desvio padrão e resultado da comparação<br />
entre os gêneros para o dente 41.<br />
Média e desvio padrão da quantidade de osso na<br />
vestibular e na lingual <strong>por</strong> região, considerando os<br />
dois dentes conjuntamente.<br />
Teste de Tukey para a região vestibular.<br />
Tabela 23 Teste de Tukey para a região lingual 74<br />
70<br />
70<br />
70<br />
72<br />
72<br />
73<br />
74
Figura 1<br />
Figura 2<br />
LISTA DE FIGURAS<br />
Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de<br />
Medicina, 1979, pelo desenvolvimento da TC, ao lado<br />
de um tomógrafo de primeira geração (www.ciencia<br />
hoje.uol.com.br/118238).<br />
Mesa e Gantry.<br />
Figura 3 Interior de um Gantry. 9<br />
Figura 4 Tubo de RX da TC – múltiplos cortes. 10<br />
Figura 5 Imagens sendo transferidas para o PC. 10<br />
Figura 6<br />
Figura 7<br />
Figura 8<br />
Matriz de imag<strong>em</strong> da TC; ex<strong>em</strong>plo de voxel (amarelo)<br />
e pixel (verde).<br />
Princípio de formação da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s<br />
convencionais.<br />
Disposição dos sensores; formato do <strong>feixe</strong>; movimento<br />
da fonte de raios X; e deslocamento do paciente<br />
durante a exposição.<br />
Figura 9 Princípio de formação de imag<strong>em</strong> na TCFC. 19<br />
Figura 10 Tomógrafo i-Cat TM , utilizado para a obtenção<br />
das imagens tomográficas.<br />
Figura 11 Workstation – ambiente de trabalho. 55<br />
Figura 12 Im<strong>por</strong>tação dos arquivos DICOM. 56<br />
Figura 13 Colocação das bases da mandíbula paralelas entre si. 57<br />
Figura 14 Reformatação de superfície. 57<br />
Figura 15<br />
Reformatação do volume e posicionamento do incisivo<br />
central inferior - lado direito.<br />
7<br />
9<br />
11<br />
14<br />
16<br />
53<br />
58
Figura 16<br />
Figura 17<br />
Figura 18<br />
Figura 19<br />
Figura 20<br />
Figura 21<br />
Figura 22<br />
Traçado de orientação na telerradiografia lateral.<br />
Mensuração do IMPA.<br />
Medidas da espessura da tábua óssea vestibular e<br />
lingual do incisivo central inferior.<br />
Vista axial, sagital e 3D da mandíbula e do el<strong>em</strong>ento<br />
41.<br />
Gráficos de dispersão, com linha de regressão<br />
ajustada, de cada uma das variáveis estudadas com o<br />
IMPA do dente 31.<br />
Gráficos de dispersão, com linha de regressão<br />
ajustada, de cada uma das variáveis estudadas com o<br />
IMPA do dente 41.<br />
Gráficos da quantidade de osso (média e desvio<br />
padrão) na vestibular e lingual <strong>por</strong> região.<br />
59<br />
60<br />
61<br />
62<br />
67<br />
67<br />
73
LISTA DE TRADUÇÕES E ABREVIATURAS<br />
TERMO UTILIZADO/ TRADUÇÕES<br />
Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico<br />
Tomografia Computadorizada<br />
Tomografia Computadorizada Cone Beam<br />
ABREVIATURAS<br />
TCFC<br />
Cone Beam Computed Tomography<br />
Duas dimensões 2D<br />
TC<br />
TCCB<br />
Três Dimensões 3D<br />
Escala ou Unidade de Hounsfield<br />
Análise de Variância<br />
Analysis of Variance<br />
Articulação T<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular<br />
Instituto de Documentação Ortodôntica e Radiodiagnóstico<br />
Ltda<br />
Espessura Vestibular Cervical<br />
Espessura Vestibular Média<br />
Espessura Vestibular Apical<br />
Espessura Lingual Cervical<br />
Espessura Lingual Média<br />
Espessura Lingual Apical<br />
HU<br />
ANOVA<br />
ATM<br />
INDOR<br />
EVC<br />
EVM<br />
EVA<br />
ELC<br />
ELM<br />
ELA
1. INTRODUÇÃO<br />
2. REVISÃO DE LITERATURA<br />
SUMÁRIO<br />
2.1. Histórico sobre a utilização da TC <strong>em</strong> Odontologia e<br />
aquisição de imagens <strong>por</strong> TCFC<br />
2.2. Considerações sobre as estruturas periodontais<br />
2.3. O <strong>em</strong>prego da TC na <strong>avaliação</strong> quantitativa e qualitativa<br />
do osso alveolar<br />
3. PROPOSIÇÃO<br />
4. MATERIAL E MÉTODOS<br />
4.1. MATERIAL<br />
4.2. MÉTODOS<br />
4.2.1. Obtenção das imagens<br />
4.2.2. Calibração intra-examinador<br />
4.2.3. Tratamento Estatístico<br />
5. RESULTADOS<br />
5.1. Repetibilidade do método<br />
5.2. Relação entre a inclinação dos incisivos inferiores e<br />
a quantidade de osso<br />
5.3. Comparação entre os gêneros<br />
5.4. Comparação entre as quantidades de osso<br />
6. DISCUSSÃO<br />
1<br />
6<br />
6<br />
23<br />
32<br />
50<br />
51<br />
51<br />
52<br />
54<br />
62<br />
63<br />
64<br />
64<br />
65<br />
71<br />
72<br />
75
7. CONCLUSÕES<br />
REFERÊNCIAS<br />
ANEXO<br />
APÊNDICES<br />
92<br />
94<br />
99<br />
100
1. INTRODUÇÃO<br />
As inclinações e angulações dentárias são objetos de estudo da<br />
Ortodontia desde a época <strong>em</strong> que Angle, <strong>em</strong> 1928, sist<strong>em</strong>atizou o tratamento<br />
ortodôntico, desenvolvendo um aparelho cujas inclinações e angulações<br />
dentárias eram modificadas pelos arcos, conforme inseridos nas canaletas dos<br />
braquetes (GRABER; VANARSDALL JR, 1996). Desde então, as inclinações<br />
dentárias foram estudadas <strong>por</strong> diferentes autores, que, posteriormente,<br />
publicaram análises cefalométricas apoiadas <strong>em</strong> um posicionamento dentário<br />
ideal, com o objetivo de pro<strong>por</strong> diferentes condutas ortodônticas.<br />
Andrews, <strong>em</strong> 1972, inovou a Ortodontia ao avaliar oclusões ótimas<br />
naturais e mensurar as inclinações e angulações de todos os dentes superiores<br />
e inferiores, trazendo o conhecimento do posicionamento dentário individual,<br />
<strong>em</strong> todos os planos do espaço, que culminou na preconização dos braquetes<br />
pré-ajustados. Esta inovação propiciou prever e programar o posicionamento<br />
final dos dentes antes mesmo da instalação do aparelho ortodôntico. Em<br />
sequência, vários autores indicaram alterações e adaptações de algumas<br />
inclinações e angulações. No entanto, a metodologia da maioria dos trabalhos<br />
se baseou <strong>em</strong> terradiografias, <strong>em</strong> norma lateral e/ou frontal, e <strong>em</strong> radiografias<br />
panorâmicas.
Durante muito t<strong>em</strong>po, a Ortodontia utilizou a telerradiografia <strong>em</strong> norma<br />
lateral como exame principal no diagnóstico ortodôntico, baseada <strong>em</strong> valores<br />
normativos obtidos nas análises cefalométricas existentes. Com os avanços na<br />
área de diagnóstico, desenvolveu-se consciência das limitações da<br />
cefalometria (CAPELLOZZA FILHO; FATTORI; MALTAGLIATI, 2005).<br />
No diagnóstico ortodôntico, segundo Nauert e Berg (1999), os incisivos<br />
inferiores são de grande im<strong>por</strong>tância e, frequent<strong>em</strong>ente, formam um fator<br />
limitante no planejamento do tratamento. As decisões de planejamento<br />
frequent<strong>em</strong>ente depend<strong>em</strong> da quantidade de possíveis protrusões e retrusões<br />
dos incisivos inferiores, pois a pequena dimensão vestíbulo-lingual do processo<br />
alveolar nesta área implica <strong>em</strong> uma fina camada de su<strong>por</strong>te ósseo. Assim,<br />
quando se movimenta ortodonticamente os incisivos inferiores, as vantagens<br />
têm de ser ponderadas com muito cuidado contra possíveis danos iatrogênicos.<br />
Os autores indicaram a variação anatômica como uma causa de diminuição de<br />
volume ósseo no processo alveolar e esta t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração<br />
ao realizar o tratamento ortodôntico. Portanto, sugere-se que, antes de se<br />
iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição óssea" é<br />
extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a ser<br />
utilizada, principalmente <strong>em</strong> pacientes adultos, com possíveis perdas ósseas<br />
induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores, cujo volume ósseo,<br />
nesta região, deve ser avaliado.<br />
Já foi d<strong>em</strong>onstrado <strong>em</strong> alguns estudos que, se o ápice radicular do<br />
incisivo movimenta-se contra a cortical do alvéolo, pod<strong>em</strong> ocorrer reabsorções
adiculares, e/ou mesmo, deiscências ósseas. É im<strong>por</strong>tante, <strong>por</strong>tanto, avaliar<br />
com precisão a posição radicular do incisivo inferior dentro do osso alveolar,<br />
anteriormente ao tratamento ortodôntico (YAMADA et al., 2007). No entanto,<br />
vários estudos têm mostrado que a <strong>avaliação</strong> radiográfica da perda óssea<br />
subestima a verdadeira perda óssea (LANG, 1977; NAUERT; BERG, 1999).<br />
Os exames radiográficos de perfil possu<strong>em</strong> limitações, pois <strong>em</strong> uma<br />
imag<strong>em</strong> bidimensional de uma estrutura tridimensional, a superposição de<br />
determinadas estruturas ósseas e dentárias é uma constante. Isto acontece<br />
claramente na <strong>avaliação</strong> do posicionamento dos incisivos inferiores, que estão<br />
localizados na região anterior da mandíbula, área de difícil visualização, pois,<br />
nesta região, ocorre uma sobreposição das coroas e raízes dentárias de<br />
incisivos e caninos, dificultando a correta leitura de sua inclinação e da sua real<br />
quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te. Isto provavelmente seja ainda mais<br />
intenso na presença de más oclusões, onde é frequente o apinhamento dos<br />
dentes anteriores inferiores (CAPELLOZA FILHO et al., 2008).<br />
Um recente avanço tecnológico <strong>em</strong> diagnóstico <strong>por</strong> imag<strong>em</strong> é a<br />
representação digital da anatomia do paciente, exatamente como ela se<br />
apresenta. A <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> (TC) é o exame atual de escolha<br />
para a análise de componentes ósseos e estruturas dentárias (CAPELLOZZA<br />
FILHO; FATTORI; MALTAGLIATI, 2005). Com a evolução da Imaginologia na<br />
Odontologia, os meios de diagnósticos ficaram muito precisos, com grande<br />
confiabilidade e detalhamento de estruturas <strong>em</strong> três dimensões (3D). A TC
permite a reconstrução de áreas anatômicas e a visualização <strong>em</strong> 3D, revelando<br />
informações sobre tamanho, forma e textura.<br />
Segundo Gündüz et al. (2004); Hatcher e Aboudara (2004); Cevidanes;<br />
Styner e Proffit (2006), a nova geração de tomógrafos computadorizados foi<br />
desenvolvida especialmente para a região maxilofacial, especificamente para a<br />
Odontologia, pro<strong>por</strong>cionando imag<strong>em</strong> volumétrica, com uma significativa<br />
redução da radiação a que o paciente é exposto, com vantagens de uma<br />
excelente imag<strong>em</strong>, de baixo custo e risco, fácil manuseio e t<strong>em</strong>po de exame<br />
reduzido. As técnicas de imag<strong>em</strong> 3D pod<strong>em</strong> pro<strong>por</strong>cionar valiosa informação<br />
para clínicos e pesquisadores, pois as imagens provenientes de Tomografia<br />
Computadorizada Cone Beam (TCCB) pod<strong>em</strong> ser formuladas para simular<br />
radiografias cefalométrica, panorâmica, lateral e anteroposterior, possibilitando<br />
a comparação com o banco de dados cefalométricos (imag<strong>em</strong> bidimensional -<br />
2D) pré-existentes. A TC volumétrica fornece detalhada identificação das<br />
estruturas anatômicas e inúmeras mensurações <strong>em</strong> diversos planos, sendo já<br />
muito utilizada para diversos fins na Odontologia, como <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, a<br />
identificação topográfica de cistos, processos inflamatórios e tumorais, assim<br />
como a investigação das estruturas ósseas da articulação t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular,<br />
mostrando o tamanho, a forma e a posição da cabeça da mandíbula. A TC<br />
também registra a morfologia, inclinação, deslocamento ou desvio das<br />
superfícies lateral e medial do corpo e do ramo da mandíbula, além de auxiliar<br />
o planejamento na Implantodontia, identificando morfologia dos sítios para<br />
implantes ou osteotomias e auxiliando no acompanhamento pré e pós-<br />
cirúrgico. Na Ortodontia, a utilização dos exames tomográficos é de grande
valia no diagnóstico inicial e sobreposições para <strong>avaliação</strong> de crescimento,<br />
mudanças de tratamento e estabilidade; <strong>em</strong> casos complexos nos quais a<br />
ancorag<strong>em</strong> deve ser incr<strong>em</strong>entada com el<strong>em</strong>entos adicionais, como os<br />
implantes palatinos, ou parafusos bicorticais, avaliando o nível ósseo e<br />
checando a direção de inserção, ou ainda para registrar os efeitos no osso<br />
alveolar, nas fases pré e pós-tratamento. Adicionalmente, as imagens<br />
tomográficas fornec<strong>em</strong> com precisão informações sobre: posição das raízes<br />
dentárias, localização de dentes impactados ou supranumerários e forma do<br />
palato. Enfatiza-se também o valor do diagnóstico das imagens tridimensionais<br />
na identificação das vias aéreas e do perfil facial tegumentar, permitindo a<br />
<strong>avaliação</strong> da relação entre os tecidos duros e moles.<br />
Com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada de Feixe<br />
Cônico (TCFC) - Cone Beam, onde uma menor dose de radiação é utilizada e<br />
um software específico que permite a realização de mensurações nos cortes<br />
tomográficos realizados, surge uma nova possibilidade de metodologia de<br />
<strong>avaliação</strong> das inclinações dentárias e de seu tecido de su<strong>por</strong>te com uma<br />
representação fiel das estruturas. Por meio deste inovado meio de diagnóstico<br />
odontológico, avaliou-se a quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e<br />
lingual, <strong>em</strong> região dos incisivos centrais inferiores, e sua relação com as<br />
inclinações dos mesmos, <strong>em</strong> pacientes não submetidos ao tratamento<br />
ortodôntico, a fim de se evitar e/ou mesmo, minimizar defeitos ósseos, com<br />
consequentes probl<strong>em</strong>as periodontais advindos do tratamento ortodôntico.
2. REVISÃO DE LITERATURA<br />
2.4. Histórico sobre a utilização da TC <strong>em</strong> Odontologia e aquisição<br />
de imagens <strong>por</strong> TCFC<br />
Tomografia é uma palavra formada pela junção de dois termos gregos:<br />
tomos e graphos que significam, respectivamente, camadas e escrita. Portanto,<br />
a <strong>tomografia</strong> consiste na obtenção de imagens do corpo <strong>em</strong> fatias ou cortes. É<br />
uma técnica especializada que registra de maneira clara objetos localizados<br />
dentro de um determinado plano e permite a observação da região selecionada<br />
s<strong>em</strong> sobreposição de estruturas (SOARES et al., 2007).<br />
A TC trata-se de um método de diagnóstico <strong>por</strong> imag<strong>em</strong> que permite<br />
obter a reprodução de uma secção do corpo humano <strong>em</strong> quaisquer dos três<br />
planos do espaço. Diferent<strong>em</strong>ente das radiografias convencionais, que<br />
projetam <strong>em</strong> um só plano todas as estruturas atravessadas pelos raios X, a TC<br />
evidencia as relações estruturais <strong>em</strong> profundidade. Este método permite<br />
enxergar todas as camadas que compõ<strong>em</strong> o corpo humano, principalmente os<br />
tecidos mineralizados, com uma definição admirável, permitindo a delimitação<br />
de irregularidades tridimensionalmente. A natureza digital da TC permitiu<br />
introduzir melhoras na qualidade da imag<strong>em</strong>, possibilitando a acurada<br />
diferenciação estrutural (BROOKS, 1993; PARKS, 2000; GARIB et al., 2007).
A TC foi desenvolvida pelo engenheiro inglês Sir Godfrey Hounsfield<br />
(Figura 1), <strong>em</strong> 1967, juntamente com o físico norte-americano Comark,<br />
valendo-lhes o prêmio Nobel de Medicina, <strong>em</strong> 1979 (BROOKS, 1993; PARKS,<br />
2000).<br />
Figura 1- Godfrey Hounsfield (1919-2004), prêmio Nobel de Medicina,<br />
1979, pelo desenvolvimento da TC, ao lado de um tomógrafo de primeira<br />
geração (www.ciencia hoje.uol.com.br/118238).<br />
O primeiro tomógrafo acomodava somente a cabeça do paciente, e<br />
gastava 4,5 minutos para escanear uma fatia e mais 1,5 minuto para<br />
reconstruir a imag<strong>em</strong> no computador. Os aparelhos atuais, denominados de<br />
nova geração, acomodam o corpo todo, e a reprodução de uma secção dura<br />
um segundo (BROOKS, 1993; PARKS, 2000).
Para a tomada de uma TC, o paciente deita <strong>em</strong> uma mesa que desliza<br />
<strong>por</strong> uma abertura chamada gantry (Figura 2). O gantry contém o tubo de raios<br />
X e os sensores (cristais de cintilação), unidos <strong>por</strong> um su<strong>por</strong>te <strong>em</strong> forma de<br />
anel (Figura 3). A <strong>tomografia</strong> médica tradicional utiliza um <strong>feixe</strong> colimado de<br />
radiação, <strong>em</strong> forma de leque, que é captado pelos sensores. A cada giro de<br />
360º ao redor do paciente (Figura 4), fatias são capturadas e transferidas para<br />
o computador (Figura 5), que identifica as variações de atenuação dos tecidos<br />
e utiliza complexos cálculos mat<strong>em</strong>áticos para a formação da imag<strong>em</strong>. A<br />
imag<strong>em</strong> compõe-se unitariamente pelo pixel, cada um dos quais apresentam<br />
um número que traduz a densidade tecidual, ou o seu poder de atenuação da<br />
radiação. Tais números, conhecidos como escala Hounsfield, variam de – 1000<br />
(densidade do ar) a + 1000 (densidade da cortical óssea), passando pelo zero<br />
(densidade da água). Deste modo, os tecidos de maior densidade são<br />
decodificados com um número positivo pelo tomógrafo e chamados<br />
hiperdensos, enquanto que os tecidos com densidade inferior à água receb<strong>em</strong><br />
um número negativo e são denominados hipodensos (FREDERIKSEN, 1994).<br />
Denomina-se voxel, a menor unidade da imag<strong>em</strong> na espessura do corte e esta<br />
última pode variar de 0,5 a 20 mm, a depender da região do corpo a ser<br />
escaneada e da qualidade da imag<strong>em</strong> desejada (Figura 6). Deste modo,<br />
quando se deseja imagens muito precisas de pequenas regiões como a face,<br />
ajusta-se o aparelho para adquirir cortes de 1mm de espessura, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, e<br />
assim o voxel das imagens resultantes corresponderá a 1mm. Diferent<strong>em</strong>ente,<br />
quando se escaneia regiões maiores do corpo como o abdômen, as fatias e,<br />
<strong>por</strong>tanto, o voxel dev<strong>em</strong> ser mais espessos, com inevitável perda da qualidade<br />
da imag<strong>em</strong> (GARIB et al., 2007). A TC apresenta inúmeras vantagens como
eliminação de sobreposições de imagens, a magnífica resolução atribuída ao<br />
grande contraste da imag<strong>em</strong> e a possibilidade de reconstruí-la nos planos axial,<br />
coronal e sagital, assim como a obtenção de uma visão tridimensional da<br />
estrutura de interesse.<br />
Figura 2- Mesa e Gantry. Figura 3- Interior de um Gantry.
Figura 4- Tubo de RX da TC – múltiplos cortes.<br />
Figura 5- Imagens sendo transferidas para o PC.
Figura 6- Matriz de imag<strong>em</strong> da TC; ex<strong>em</strong>plo de voxel (amarelo) e pixel<br />
(verde).<br />
Após o escaneamento da área selecionada, existe a necessidade de se<br />
trabalhar esta imag<strong>em</strong>. Cavalcanti (2008) descreveu que, <strong>em</strong> 1993, iniciou-se<br />
um padrão tecnológico global (DICOM – Digital Imaging and Communication in<br />
Medicine) que foi designado para permitir a interoperabilidade dos sist<strong>em</strong>as<br />
usados para produção, armanezamento, visualização, processamento, envio e<br />
impressão de imagens médicas e documentos correlatos, b<strong>em</strong> como a<br />
otimização do fluxo de trabalho inerente às imagens médicas. Pelo padrão<br />
DICOM, as informações presentes nos arquivos (nome do paciente, aparelho<br />
que produziu o exame, data e local do exame, fatores de trabalho, entre outros)<br />
são codificadas e pod<strong>em</strong> ser lidas <strong>por</strong> qualquer programa que tenha
capacidade de conversão DICOM. Desta maneira, é garantida a integridade<br />
dos dados presentes no exame, requisito crucial para companhias de seguro<br />
médico e afins (valor legal), assim como a ampla <strong>por</strong>tabilidade do exame,<br />
podendo este ser lido tanto <strong>em</strong> estações de trabalho especializadas, como <strong>em</strong><br />
computadores pessoais. Muitos probl<strong>em</strong>as como produção de artefatos<br />
decorrentes de restaurações, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, motivaram novos avanços que<br />
resultaram, <strong>em</strong> 1998, na introdução comercial de uma nova geração de<br />
tomógrafos, chamados de multislice <strong>por</strong> usar<strong>em</strong> múltiplos anéis detectores que<br />
escaneiam mais de dois cortes <strong>por</strong> cada rotação da ampola (tomógrafos sub-<br />
second), sendo este sist<strong>em</strong>a capaz de permitir que as reconstruções sejam<br />
obtidas <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real. Hoje já exist<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as que captam 04, 08, 16, 32 ou<br />
até 64 cortes e, mais recent<strong>em</strong>ente, foi desenvolvido um novo sist<strong>em</strong>a que<br />
adquire 256 cortes <strong>em</strong> uma única aquisição, o que significa que uma imag<strong>em</strong><br />
da face pode ser obtida <strong>em</strong>, aproximadamente, 4 segundos. Por último, t<strong>em</strong>os<br />
a nova geração de fonte dual (dual-source TC-DSTC), que antes de obter alta<br />
velocidade de aquisição apenas pela audição de detectores, os aparelhos<br />
duais (DSTC), alternativamente, <strong>em</strong>pregam duas ampolas de raios X e dois<br />
arranjos de detectores <strong>em</strong> um único gantry.<br />
De acordo com Scarfe; Farman e Sukovic (2006), as <strong>tomografia</strong>s pod<strong>em</strong><br />
ser classificadas, de uma maneira geral, <strong>em</strong> 2 tipos: <strong>tomografia</strong> convencional e<br />
<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>. Esta última pode ser classificada, de acordo com<br />
o formato do <strong>feixe</strong> de raios X utilizado, <strong>em</strong>: <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> de<br />
<strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque ou helicoidal ou espiral (Fan Beam Computed Tomography) e
<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> de <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> (Cone Beam Computed<br />
Tomography).<br />
Na <strong>tomografia</strong> convencional, a imag<strong>em</strong> é obtida <strong>por</strong> meio do princípio<br />
físico de borramento de imagens, <strong>por</strong> movimento da fonte de raios X e do<br />
receptor de imag<strong>em</strong>. Nesta técnica, o tubo de raios X e o receptor de imag<strong>em</strong><br />
realizam um movimento de mesma amplitude, mas <strong>em</strong> direções opostas, ao<br />
redor de um plano de fulcro. Desse modo, estruturas localizadas no plano de<br />
fulcro aparec<strong>em</strong> nítidas, enquanto que as estruturas localizadas entre aquém e<br />
além do plano de fulcro aparec<strong>em</strong> borradas na imag<strong>em</strong>, visto que, são<br />
registradas <strong>em</strong> posições diferentes do receptor de imag<strong>em</strong> durante a<br />
movimentação do conjunto (Figura 7). Assim, a imag<strong>em</strong> focada destaca-se das<br />
d<strong>em</strong>ais, realçando os detalhes anatômicos no plano pré-selecionado (WHITE;<br />
PHAROAH, 2007).
Figura 7- Princípio de formação da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s convencionais.<br />
Em Odontologia, as <strong>tomografia</strong>s convencionais são indicadas para<br />
estudos parciais da maxila e mandíbula, <strong>por</strong> ser<strong>em</strong> mais seletivas quanto às<br />
áreas dos arcos dentários, permitindo a <strong>avaliação</strong> de sítios passíveis de<br />
receber<strong>em</strong> implantes, <strong>avaliação</strong> pós-operatória do posicionamento de<br />
implantes, verificação da relação de terceiros molares com estruturas<br />
anatômicas adjacentes, localização e delimitação vestíbulo-lingual de lesões e<br />
corpos estranhos e <strong>avaliação</strong> da articulação t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular (ATM)<br />
(MANSON; BOURNE, 1998). No entanto, as <strong>tomografia</strong>s convencionais são<br />
contra-indicadas quando se necessita de visualização detalhada, <strong>em</strong> casos de<br />
lesões fora da área de abrangência e quando várias áreas necessitam de<br />
visualização transversal.
A TC convencional composta <strong>por</strong> quatro gerações de aparelhos, <strong>em</strong> que<br />
somente o gantry movimentava-se, está sendo substituída pela <strong>tomografia</strong> de<br />
<strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque ou espiral ou helicoidal (nova geração), caracterizada pelo<br />
movimento simultâneo de translação do paciente e de rotação do aparelho de<br />
raios X (GARIB et al., 2007). Esta técnica utiliza-se de vários giros de 360º da<br />
fonte de raios X <strong>em</strong> torno da cabeça do paciente, sendo possível a observação<br />
das estruturas <strong>em</strong> 3D após a aplicação de software para reformatação,<br />
acarretando uma dose de radiação cerca de 350 vezes maior do que na<br />
<strong>tomografia</strong>. Na TC de <strong>feixe</strong> <strong>em</strong> leque, utiliza-se um <strong>feixe</strong> de raios X colimado<br />
<strong>em</strong> forma de um fino leque que gira ao redor do paciente, associado a uma<br />
rede de sensores dispostos ao redor do paciente. O paciente é colocado<br />
deitado <strong>em</strong> uma mesa, que avança <strong>em</strong> intervalos (pitch), <strong>em</strong> direção ao gantry<br />
(Figura 8). Durante a aquisição da imag<strong>em</strong>, o tubo de raios X gira ao redor do<br />
paciente, possibilitando a aquisição de informações de uma determinada fatia<br />
<strong>em</strong> vários ângulos diferentes. Durante a exposição, os raios X interag<strong>em</strong> com o<br />
corpo e sofr<strong>em</strong> atenuações. A intensidade de raios X que sa<strong>em</strong> do corpo, a<br />
cada ângulo <strong>em</strong> uma determinada fatia, é lida pelos sensores e transformados<br />
<strong>em</strong> sinais elétricos que são enviados ao computador. Em sequência, os<br />
Softwares faz<strong>em</strong> a leitura desses dados (SOARES et al., 2007 ; COTRIM-<br />
FERREIRA et al., 2008).
Figura 8- Disposição dos sensores; formato do <strong>feixe</strong>; movimento da fonte de<br />
raios X e deslocamento do paciente durante a exposição.<br />
Em 1999, Cavalcanti et al. relataram que a principal vantag<strong>em</strong> desses<br />
tomógrafos helicoidais revela-se na rapidez da aquisição da imag<strong>em</strong>. Em um<br />
fugaz momento de interrupção da respiração, pode-se obter os cortes da<br />
estrutura desejada. Deste modo, evitam-se os artefatos criados pelo<br />
movimento do paciente e até mesmo pequenas lesões são evidenciadas. Os<br />
novos aparelhos permit<strong>em</strong> também a reconstrução multiplanar das imagens<br />
axiais geradas, evitando a exposição do paciente a doses excessivas de<br />
radiação.
Segundo Parks (2000), a TC helicoidal ou espiral não foi amplamente<br />
difundida na área Odontológica, apesar dos avanços tecnológicos, devido a<br />
uma série de limitações, tais como: alta dose de radiação, baixa resolução para<br />
Odontologia, tamanho amplo do equipamento e necessidade de uma sala<br />
especial para a realização do exame, alto custo do equipamento e,<br />
consequent<strong>em</strong>ente, do exame e limitação dos protocolos específicos para a<br />
Odontologia.<br />
Whaites, <strong>em</strong> 2003, destacou, dentre as vantagens da TC helicoidal, a<br />
excelente diferenciação entre diferentes tipos de tecidos duros e moles, tanto<br />
sadios quanto doentes, possibilidade de reconstrução de imagens nos três<br />
planos do espaço a partir de cortes axiais, reconstrução de imagens <strong>em</strong> 3D,<br />
intensificação de imagens pelo uso de meios de contraste intravenoso e a<br />
possibilidade de manipulação das imagens. Segundo o mesmo autor, as<br />
desvantagens são o alto custo dos equipamentos, alta dose de radiação<br />
(dependendo do tipo de corte a ser feito), possibilidade de ocorrer artefato de<br />
imag<strong>em</strong> (devido a objetos metálicos, como restaurações) e risco associado ao<br />
uso de contraste intravenoso.<br />
Em Odontologia, a TC helicoidal ou espiral pode ser <strong>em</strong>pregada na<br />
<strong>avaliação</strong> e acompanhamento <strong>em</strong> Implantodontia, pois fornece com precisão e<br />
s<strong>em</strong> nenhum grau de ampliação medidas nos três planos do espaço, além de<br />
ser possível avaliar a qualidade do tecido ósseo. É indicada também na<br />
<strong>avaliação</strong>, localização e delimitação das áreas patológicas, diagnósticos das<br />
fraturas de cabeça e pescoço, como técnica de localização de dentes inclusos
ou corpos estranhos e no diagnóstico de fraturas radiculares (BARROS, 2000;<br />
WHAITES, 2003). Adicionalmente, a TC helicoidal também pode ser<br />
<strong>em</strong>pregada no diagnóstico cefalométrico tridimensional <strong>em</strong> Ortodontia e<br />
Ortopedia Facial dos Maxilares (SOARES et al., 2007).<br />
A Tomografia Computadorizada <strong>por</strong> Feixe Cônico (TCFC), Cone Beam,<br />
foi desenvolvida nos anos 90 como um processo evolutivo, resultado da<br />
d<strong>em</strong>anda de informações tridimensionais. A construção de imagens realizadas<br />
com <strong>tomografia</strong>s de <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> começou a aparecer no mercado na última<br />
década e uma variedade de aplicações no âmbito facial e dentário t<strong>em</strong> sido<br />
estabelecida. Nos últimos anos, um grande número de estudos relatou suas<br />
utilidades, <strong>por</strong>ém especialistas acreditam que esta tecnologia está apenas<br />
despontando (KAU et al., 2005).<br />
A Tomografia <strong>por</strong> Feixe Cônico (TCFC), como o próprio nome sugere,<br />
utiliza um <strong>feixe</strong> <strong>cônico</strong> de radiação (Cone Beam), associado a um receptor de<br />
imagens bidimensional. Nesta técnica, o conjunto, fonte de raios X e receptor<br />
de imagens, gira 360º uma única vez <strong>em</strong> torno da região de interesse (Figura<br />
9). Durante este giro, múltiplas projeções bidimensionais <strong>em</strong> ângulos diferentes<br />
são obtidas e enviadas para o computador. Essas projeções contêm toda a<br />
informação necessária para com<strong>por</strong> a matriz da imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> 3D, e toda a<br />
informação necessária para gerar as imagens de interesse está contida na<br />
imag<strong>em</strong> matriz. Cortes nos três planos do espaço pod<strong>em</strong> ser obtidos a partir<br />
desta imag<strong>em</strong> tridimensional. É possível também obter reconstruções
panorâmicas e cefalométricas a partir da imag<strong>em</strong> tridimensional inicial<br />
(SCARFE; FARMAN; SUKOVIC, 2006).<br />
Figura 9- Princípio de formação de imag<strong>em</strong> na TCFC.<br />
Ao contrário da TC tradicional, que necessita de tantas voltas quanto<br />
for<strong>em</strong> as espessuras de corte e tamanho da estrutura, resultando <strong>em</strong> maior<br />
exposição do paciente à radiação, devido ao seu <strong>feixe</strong> de raios X (RITTER,<br />
2007), a TCFC necessita de apenas um giro ao redor da área de interesse para<br />
obter as informações necessárias para a reconstrução das imagens (FARMAN;<br />
SCARFE, 2006). Ainda ao contrário da TC convencional, onde o tamanho do<br />
voxel é determinado pela colimação do <strong>feixe</strong> de raios X antes e depois do<br />
paciente e pelo avanço da mesa no gantry, resultando <strong>em</strong> voxels anisotrópicos
(altura = largura < profundidade), na TCFC o tamanho do voxel é determinado<br />
pelo tamanho de cada pixel no receptor de imagens, gerando voxels isotrópicos<br />
(altura = largura = profundidade), que resultam <strong>em</strong> imagens com nitidez<br />
superior (SCARFE; FARMAN; SUKOVIC, 2006).<br />
Nakajima et al., <strong>em</strong> 2005, enfatizaram o progresso considerável que t<strong>em</strong><br />
sido observado no diagnóstico médico, principalmente <strong>em</strong> função da TC, <strong>por</strong>ém<br />
não sendo utilizada rotineiramente na área de Odontologia <strong>por</strong> ter alto custo,<br />
exigir muito espaço e liberar altas doses de radiação. Com o advento da TCFC,<br />
estes probl<strong>em</strong>as foram solucionados, permitindo realizar imagens tomográficas<br />
úteis para o planejamento ortodôntico. Neste artigo, os autores relataram três<br />
casos clínicos <strong>em</strong> que a TCFC foi de grande im<strong>por</strong>tância no diagnóstico e<br />
planejamento do tratamento, um <strong>por</strong> erupção tardia, um <strong>por</strong> dente impactado e<br />
o outro <strong>por</strong> distúrbio t<strong>em</strong><strong>por</strong>omandibular. Concluíram que as imagens<br />
tomográficas melhoraram muito o diagnóstico e planejamento de tratamentos<br />
com dentes impactados, pois permit<strong>em</strong> sua localização nos três planos.<br />
Em estudo publicado no ano de 2005, Holberg et al. avaliaram a<br />
qualidade e a exatidão das imagens das estruturas dentárias adquiridas com a<br />
TCFC e compararam com a qualidade da imag<strong>em</strong> obtida com a TC tradicional.<br />
Para isto foram utilizados 417 dentes e estruturas adjacentes, sendo que, 208<br />
foram avaliados com TCFC e 209 com TC tradicional. Imagens axiais foram<br />
obtidas para a <strong>avaliação</strong> de artefatos metálicos e de movimento, além de<br />
descrever a imprecisão da interface esmalte-dentina-câmara pulpar. A<br />
qualidade de reprodução e definição de todos os dentes foi avaliada quanto ao
espaço do ligamento periodontal nos terços cervical, médio e apical. Os<br />
resultados d<strong>em</strong>onstraram que partes metálicas não causaram perda de<br />
qualidade quando a TCFC é utilizada, sendo que com a TC tradicional, o<br />
exame tornou-se impossível. Duplos contornos promovidos <strong>por</strong> movimento<br />
ocorreram somente com a TCFC, enquanto que na TC tradicional, foi<br />
observada uma nitidez muito maior das interfaces esmalte-dentina e dentina-<br />
câmara pulpar. Foi impossível avaliar o ligamento periodontal com a TCFC na<br />
quase totalidade dos casos. A conclusão deste estudo foi que as TCs<br />
representaram o padrão ouro para inspecionar as raízes e tecidos ósseos<br />
adjacentes.<br />
Cevidanes, Styner e Proffit, <strong>em</strong> 2006, citaram que as técnicas de imag<strong>em</strong><br />
3D pod<strong>em</strong> pro<strong>por</strong>cionar valiosa informação para clínicos e pesquisadores, pois a<br />
TCFC fornece ferramentas de simulação que pod<strong>em</strong> ajudar na aquisição de<br />
informações que antes não se obtinha. Ressaltou-se que as imagens provenientes<br />
de TCFC pod<strong>em</strong> ser formuladas para simular radiografias cefalométrica,<br />
panorâmica, lateral e anteroposterior, possibilitando a comparação com o banco<br />
de dados cefalométricos (2D) pré-existente. Segundo os autores, as aplicações de<br />
imagens 3D <strong>em</strong> Ortodontia inclu<strong>em</strong> diagnóstico inicial e sobreposições para<br />
<strong>avaliação</strong> de crescimento, mudanças de tratamento e estabilidade.<br />
Adicionalmente, as imagens tomográficas fornec<strong>em</strong> com precisão informações<br />
sobre: 1- tamanho, forma e posição da cabeça da mandíbula; 2- morfologia,<br />
inclinação, deslocamento ou desvio das superfícies lateral e medial do corpo e do<br />
ramo da mandíbula; 3- posição das raízes dentárias; 4- localização de dentes<br />
impactados ou supra-numerários; 5- forma do palato e 6- morfologia dos sítios
para implantes ou osteotomias. Enfatizou-se também o valor do diagnóstico das<br />
imagens tridimensionais na identificação das vias aéreas e do perfil facial<br />
tegumentar, permitindo a <strong>avaliação</strong> da relação entre os tecidos duros e moles.<br />
De acordo com Ritter (2007), com a <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> Cone<br />
Beam (TCCB) foi possível reduzir a dose de exposição do paciente à radiação<br />
(<strong>em</strong> até 98%, <strong>em</strong> relação à <strong>tomografia</strong> médica - helicoidal) e a presença de<br />
artefatos na imag<strong>em</strong> obtida, permitindo assim a melhora da imag<strong>em</strong><br />
tridimensional.<br />
Segundo Soares et al. (2007), a TCFC pode ser <strong>em</strong>pregada <strong>em</strong> várias<br />
especialidades odontológicas como: Implantodontia, para verificar morfologia,<br />
quantidade e qualidade óssea; Ortodontia, para traçado cefalométrico <strong>em</strong> duas<br />
e três dimensões; Periodontia, para verificar fenestração óssea, altura de crista<br />
alveolar e lesão de furca; Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, para<br />
avaliar fraturas, dentes inclusos, tumores; e Endodontia, para verificar canais<br />
acessórios e fraturas radiculares. Os autores afirmaram que a TCFC é de<br />
relevante im<strong>por</strong>tância para o diagnóstico, localização e reconstrução de<br />
imagens tomográficas com excelente precisão, auxiliando os profissionais da<br />
área da saúde no planejamento e tratamento de pacientes. Para Ritter, (2007),<br />
esta nova tecnologia, comandada pelo Cirurgião-dentista, traz avanços para a<br />
Radiologia Odontológica, <strong>por</strong> permitir a visualização de estruturas de<br />
dimensões reduzidas com um mínimo de exposição à radiação para o paciente.
Garib et al., <strong>em</strong> 2007, reafirmaram as principais aplicações da TCFC <strong>em</strong><br />
Ortodontia: 1) <strong>avaliação</strong> do posicionamento tridimensional de dentes retidos e<br />
sua relação com os dentes e estruturas vizinhas; 2) <strong>avaliação</strong> do grau de<br />
reabsorção radicular de dentes adjacentes a caninos retidos; 3) visualização<br />
das tábuas ósseas, vestibular e lingual, e sua r<strong>em</strong>odelação após<br />
movimentação dentária, 4) <strong>avaliação</strong> das dimensões transversais das bases<br />
apicais e das dimensões das vias aéreas superiores; 5) <strong>avaliação</strong> da<br />
movimentação dentária para a região de osso atrésico (rebordo alveolar pouco<br />
espesso na direção vestibulolingual ou com invaginação do seio maxilar); 6)<br />
<strong>avaliação</strong> de defeitos e enxerto ósseo na região de fissuras lábio-palatais; 7)<br />
análise quantitativa e qualitativa do osso alveolar para colocação de<br />
miniimplantes de ancorag<strong>em</strong> ortodôntica; 8) medições do exato diâmetro<br />
mesiodistal de dentes permanentes não irrompidos para <strong>avaliação</strong> da<br />
discrepância dente-osso na dentadura mista e 9) avaliações cefalométricas.<br />
2.5. Considerações sobre as estruturas periodontais<br />
Artun e Urbye (1988) propuseram determinar os efeitos do tratamento<br />
ortodôntico <strong>em</strong> pacientes <strong>por</strong>tadores de perda de su<strong>por</strong>te periodontal <strong>em</strong> estágio<br />
avançado. A metodologia <strong>em</strong>pregada utilizou radiografias periapicais antes,<br />
durante e após o tratamento ortodôntico, realizado <strong>em</strong> 24 pacientes com<br />
probl<strong>em</strong>as periodontais. Os pacientes receberam tratamento periodontal<br />
específico e somente iniciaram o tratamento ortodôntico após o total controle do<br />
probl<strong>em</strong>a periodontal. A diferença média entre a perda óssea dos dentes<br />
anteriores tratados e não tratados foi de 2,24%. A maioria dos locais avaliados
mostrou uma pequena ou nenhuma perda óssea. Nenhuma associação foi<br />
encontrada entre a perda óssea inicial e a perda óssea durante o tratamento<br />
ortodôntico.<br />
Boyd et al., <strong>em</strong> 1989, <strong>em</strong> um estudo utilizando pacientes adultos com<br />
periodonto reduzido, afirmaram que o movimento dentário não promove<br />
significativa perda de inserção. Os autores sugeriram que o tratamento ortodôntico<br />
pode acelerar a perda de inserção quando há doença periodontal ativa. O<br />
movimento dentário pode ser realizado <strong>em</strong> conjunto com os procedimentos<br />
periodontais para aumentar a quantidade de nova inserção do ligamento<br />
periodontal que ocorre após o tratamento da doença ativa.<br />
A existência de um custo biológico nos tratamentos ortodônticos t<strong>em</strong> sido<br />
objeto de constantes estudos. Esta preocupação já estava presente nos relatos de<br />
Turpin, 1994, quando o autor relatou que a doença periodontal é a principal causa<br />
de perda dentária <strong>em</strong> adultos. Embora tratamentos ortodônticos <strong>em</strong> adultos<br />
possam ser benéficos, o autor sugere que dev<strong>em</strong> ser incluídas radiografias<br />
periapicais no diagnóstico e planejamento do tratamento.<br />
A posição ótima dos incisivos é considerada essencial <strong>por</strong> vários autores,<br />
<strong>em</strong> razão da função e estabilidade, <strong>por</strong>ém algumas vezes isto requer uma extensa<br />
movimentação dos incisivos. Wehrbein, Fuhrmann e Diedrich, <strong>em</strong> 1994,<br />
realizaram um estudo utilizando-se da maxila r<strong>em</strong>ovida durante a autópsia de uma<br />
jov<strong>em</strong> de 19 anos que estava sendo tratada com aparelho fixo. Os dentes da<br />
<strong>por</strong>ção anterior da maxila, incisivos centrais e laterais, foram avaliados
macroscópica, radiográfica e histologicamente. Os movimentos dentários<br />
executados foram divididos <strong>em</strong> dois tipos, inclinação descontrolada, com<br />
movimento vestibular de coroa e torque lingual de raízes. As alterações<br />
histológicas, induzidas pelo torque palatino das raízes foram a reabsorção<br />
radicular, com declive de apical para coronal e pronunciada aposição óssea<br />
subperiostal (palatina), com protrusão parcial da cortical, afilando para coronal.<br />
Nenhuma perfuração óssea pôde ser visualizada. A extensão e a localização de<br />
reabsorções radiculares não foram verificadas nos exames radiográficos da<br />
amostra.<br />
Djeu, Hayes, Zawaideh, <strong>em</strong> 2002, realizaram um estudo com a<br />
finalidade de determinar se a protrusão dos incisivos centrais inferiores,<br />
durante a terapia com aparelho fixo, resultava <strong>em</strong> recessão gengival.<br />
Registros completos de 67 pacientes (39 do gênero f<strong>em</strong>inino e 28 do<br />
gênero masculino, com média de idade de 16,4 anos / 10 aos 45 anos)<br />
foram utilizados neste estudo retrospectivo. Utilizaram-se radiografias<br />
laterais das fases pré e pós-tratamento. A alteração na protrusão do<br />
incisivo central inferior foi medida para dividir os pacientes <strong>em</strong> um grupo<br />
experimental (com protrusão) e <strong>em</strong> um grupo controle (s<strong>em</strong> protrusão).<br />
Alterações no comprimento da coroa clínica foram avaliadas nos<br />
modelos de estudo pré e pós-tratamento e alterações na recessão<br />
gengival foram determinadas nas fotos intra-orais. Oito dos 67 pacientes<br />
apresentaram um aumento mensurável na recessão gengival de pelo<br />
menos 0,5 mm, e 27 pacientes tiveram um aumento no comprimento da
coroa clínica de pelo menos 0,5 mm. As análises estatísticas não<br />
mostraram correlação entre protrusão do incisivo central inferior e<br />
recessão gengival ou comprimento da coroa clínica. O teste t não<br />
mostrou diferença estatisticamente significativa para a recessão gengival<br />
ou mudança no comprimento da coroa clínica entre pacientes cujos<br />
incisivos centrais inferiores foram protruídos e aqueles cujos incisivos<br />
não foram protruídos. A análise de regressão múltipla d<strong>em</strong>onstrou que<br />
idade, gênero, raça, duração do tratamento, extração, tipo de tratamento,<br />
classificação de Angle e protrusão não estavam relacionados à recessão<br />
gengival ou à mudança no comprimento da coroa clínica dos incisivos<br />
centrais inferiores. Concluiu-se que o grau de protrusão dos incisivos<br />
centrais inferiores, durante o tratamento com aparelho fixo, não foi<br />
correlacionado à recessão gengival nesta amostra.<br />
Garcia et al., <strong>em</strong> 2005, avaliaram a espessura do processo alveolar da<br />
região anterior da maxila e da mandíbula <strong>em</strong> pacientes <strong>por</strong>tadores de<br />
discrepâncias ântero-posteriores <strong>por</strong> meio de telerradiografias laterais de 56<br />
pacientes, com idades entre 7 e 13 anos. Todos os pacientes possuíam inclinação<br />
dos incisivos entre 20 e 30º. Os resultados d<strong>em</strong>onstraram que não houve relação<br />
entre a espessura do processo alveolar da maxila e mandíbula e a idade do<br />
paciente. Porém, houve uma relação entre o tipo de má oclusão e a espessura de<br />
osso vestibular na região anterior da maxila. Os pacientes <strong>por</strong>tadores de má<br />
oclusão de Classe III apresentaram maior <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de redução de osso<br />
vestibular na região anterior da maxila quando comparados aos pacientes de
Classe II. Os pacientes com tendência ao crescimento vertical apresentaram uma<br />
dimensão reduzida de osso lingual na maxila e osso vestibular na mandíbula.<br />
Observaram, ainda, que não houve associação com o gênero, além da relação de<br />
independência entre a espessura do processo alveolar da região anterior da<br />
maxila e mandíbula com a idade dos pacientes.<br />
Também <strong>em</strong> 2005, Melsen e Allais, realizaram um estudo com o objetivo<br />
de avaliar as mudanças na prevalência e gravidade da recessão gengival<br />
dos incisivos inferiores durante o tratamento ortodôntico <strong>em</strong> adultos, nos<br />
quais os incisivos foram movimentados para vestibular e identificar<br />
parâmetros que pudess<strong>em</strong> prever a recessão. A amostra consistiu de 150<br />
pacientes adultos (idade 33,7 + 9,5anos) tratados com aparelhos fixos<br />
s<strong>em</strong> extrações dentárias. O trespasse horizontal interincisivos pré-<br />
tratamento, o trespasse vertical interincisivos, o apinhamento, a presença<br />
de rotação dentária, a relação de caninos, a altura vertical da face e a<br />
posição do incisivo inferior <strong>em</strong> relação à linha A-pogônio e à linha<br />
mandibular foram registrados nos modelos de estudo e <strong>em</strong> radiografias<br />
laterais. A recessão gengival na fase pré-tratamento, a espessura de<br />
gengiva ceratinizada, o biotipo gengival, a inflamação gengival e o<br />
acúmulo visível de placa foram registrados, como também a recessão<br />
gengival na fase pós-tratamento. O movimento vestibular foi determinado<br />
<strong>por</strong> medições nos modelos pré e pós-tratamento. Utilizaram-se estatísticas<br />
descritivas para descrever a recessão gengival e d<strong>em</strong>ais características.<br />
Os resultados mostraram que não houve aumento significativo na média
de recessão gengival durante o tratamento. A prevalência de recessão<br />
gengival maior que 0,1 mm aumentou de 21% antes do tratamento para<br />
35% após o tratamento (P
sínfise foram registradas a partir de radiografias cefalométricas laterais<br />
pré-tratamento. O apinhamento foi determinado com base no índice de<br />
irregularidade do modelo inicial. Os seguintes parâmetros clínicos<br />
periodontais foram avaliados: índices de placa e sangramento gengival,<br />
profundidade da bolsa à sondag<strong>em</strong>, níveis de inserção clínica e de<br />
recessão dos incisivos centrais inferiores. A quantidade <strong>em</strong> altura de<br />
tecido ceratinizado e a espessura da marg<strong>em</strong> gengival destes incisivos<br />
também foram avaliados. Foram aplicados as análises de correlação de<br />
Pearson e Spearman, o teste exato de Fisher e o teste de Kruskal-Wallis.<br />
As análises estatísticas não mostraram correlações entre a recessão e<br />
os índices de placa e sangramento gengival, profundidade da bolsa à<br />
sondag<strong>em</strong> e quantidade de movimento vestibular (P> 0,05). A recessão<br />
foi negativamente correlacionada com a altura de gengiva ceratinizada e<br />
espessura da marg<strong>em</strong> gengival dos incisivos centrais inferiores. A<br />
inclinação final (> 95 graus) e a espessura da gengiva marginal livre (><br />
0,5 mm) mostraram associação com recessões maiores e mais severas<br />
nos incisivos centrais inferiores. No entanto, quando comparadas a<br />
espessura com a inclinação final, a espessura apresentou maior<br />
relevância para a presença de recessão gengival.<br />
Em 2007, Katranji, Misch e Wang afirmaram que a quantidade de osso<br />
disponível é um componente crítico do planejamento de tratamento na<br />
Implantodontia, e que as corticais ósseas espessas foram a maneira de conseguir<br />
estabilidade preliminar do implante. Entretanto, alertaram que informações sobre
esta espessura óssea, <strong>em</strong> várias regiões da maxila e da mandíbula ainda são<br />
escassas. Neste contexto, realizaram um estudo que teve <strong>por</strong> finalidade<br />
determinar a espessura cortical média do osso <strong>em</strong> diferentes partes do dente. A<br />
metodologia <strong>em</strong>pregada para determinar a espessura média das tábuas ósseas,<br />
vestibular e lingual, utilizou-se de 28 crânios (68% homens e 32% mulheres), com<br />
uma idade média de 73,1 anos, onde foram medidas as regiões que<br />
correspondiam aos molares (M), pr<strong>em</strong>olares (PM) e região anterior (A), tanto nas<br />
regiões dentadas como nas edêntulas. Os autores concluíram que a espessura<br />
cortical média das placas vestibulares variou de 1,0 a 2,1 mm na maxila e na<br />
mandíbula desdentada, com área mais delgada na região anterior da maxila e<br />
área mais espessa na <strong>por</strong>ção posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das<br />
maxilas e mandíbulas dentadas variou de 1,6 a 2,2 mm de espessura, com a área<br />
mais delgada na região anterior da mandíbula e a área mais espessa na região<br />
posterior da maxila.<br />
Hu et al., <strong>em</strong> 2009, elucidaram as relações existentes entre as raízes e<br />
as estruturas adjacentes, a fim de identificar os melhores lugares para a<br />
instalação de mini-implantes. Utilizaram para isto blocos de resina preparados<br />
com 20 maxilas e 20 mandíbulas <strong>em</strong> que foram realizados 10 cortes<br />
transversais, com 1,0 mm de espessura cada, à partir de 1,0 mm da linha<br />
cervical. Nos 200 cortes avaliados, investigou-se a distância inter-radicular<br />
(vestibular e lingual), a largura óssea vestíbulolingual e a espessura da cortical<br />
óssea vestibular e lingual. Os resultados d<strong>em</strong>onstraram que a maior distância<br />
inter-radicular, na maxila, se encontrava entre o segundo pr<strong>em</strong>olar e o primeiro<br />
molar. Já na mandíbula, esta distância foi maior entre o primeiro e o segundo
molar. A espessura óssea, tanto na maxila como na mandíbula, no sentido<br />
vestíbulolingual, aumentou da região anterior para a posterior e de cervical<br />
para apical. Em relação à espessura da cortical óssea alveolar na maxila, os<br />
resultados apontaram para uma situação s<strong>em</strong>elhante tanto na região vestibular<br />
como na lingual, com uma menor espessura na região posterior que na<br />
anterior, <strong>por</strong>ém, quando caminharam para cervical, encontrou-se, na região<br />
lingual, um aumento na espessura, o que não ocorreu na região vestibular. Na<br />
mandíbula, foi encontrado um aumento da cortical óssea da região anterior<br />
para posterior e da cervical para apical.<br />
Closs, Grehs, Raveli e Rösing, também <strong>em</strong> 2009, investigaram se a<br />
alteração da posição vestibulolingual dos incisivos inferiores, <strong>em</strong> adolescentes,<br />
pode predis<strong>por</strong> ao desenvolvimento de recessões gengivais. Selecionou-se<br />
fotos intrabucais, modelos de estudo e cefalogramas de 189 adolescentes<br />
leucodermas, 107 do gênero f<strong>em</strong>inino e 81 do masculino, pré e pós-tratamento<br />
ortodôntico, tratados com aparelhos fixos tipo “Edgewise standard” e “Straight<br />
wire”. A média de idade inicial era 11,2 + 1,9 anos e a média final era 14,7 +<br />
1,8 anos. Foram excluídos pacientes: com ausência de incisivos ou com<br />
incisivos não-irrompidos, com más oclusões de Classe III de Angle, que<br />
relataram doenças sistêmicas ou uso de medicações associadas a alterações<br />
gengivais. A presença de recessão gengival foi avaliada <strong>em</strong> modelos de estudo<br />
e <strong>em</strong> fotografias, com paquímetro digital, e foram considerados dentes com<br />
recessão quando havia exposição da junção ameloc<strong>em</strong>entária. A inclinação<br />
dos incisivos inferiores, <strong>em</strong> relação ao plano mandibular (IMPA), foi medida nos<br />
cefalogramas laterais e os dentes foram classificados como: vestibularizados,
lingualizados e inalterados. Não se observou associação significativa entre a<br />
relação da inclinação dentária e a presença de recessões gengivais. Em 107<br />
pacientes (56,6%), os incisivos se mostraram vestibularizados; <strong>em</strong> 64<br />
pacientes (33,9%), lingualizados e <strong>em</strong> 18 pacientes (9,5%), inalterados. Nos<br />
casos <strong>em</strong> que novas recessões gengivais ocorreram, 64,9% dos incisivos<br />
foram vestibularizados, 26,3% lingualizados e 8,8% não foram alterados. No<br />
grupo de pacientes que apresentou migração coronal da marg<strong>em</strong> gengival,<br />
60% foram movimentados para a lingual, 30% foram vestibularizados e 10%<br />
não foram alterados. Nos casos onde a marg<strong>em</strong> gengival não foi alterada,<br />
54,9% foram movimentados para vestibular, 35,2%, para lingual e 9,8% não<br />
sofreram alterações <strong>em</strong> suas inclinações. Os autores concluíram que não<br />
houve associação significativa entre a alteração da inclinação dentária e a<br />
presença de novas recessões gengivais, como também não houve diferença<br />
significativa entre os gêneros.<br />
2.6. O <strong>em</strong>prego da TC na <strong>avaliação</strong> quantitativa e qualitativa do osso<br />
alveolar<br />
Para a <strong>avaliação</strong> da qualidade de imagens provenientes de<br />
cefalogramas e de <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s, na região de incisivos<br />
inferiores, Fuhrmann, <strong>em</strong> 1996, comparou os achados macroscópicos e<br />
histológicos da amostra com os achados radiológicos correspondentes. Após a<br />
r<strong>em</strong>oção do tecido mole de 11 segmentos mandibulares dentados, 15 defeitos<br />
ósseos artificiais, de diferentes dimensões, foram produzidos na região de<br />
incisivos inferiores. Em comparação com as medidas microscópicas da
mandíbula, o diâmetro médio vestibulolingual do processo alveolar de um<br />
incisivo foi superestimado nos cefalogramas de 0,3 a 1,2 mm. A maioria das<br />
correlações anatomorradiológicas das medidas cefalométricas foi insignificante.<br />
A <strong>avaliação</strong> das medidas da largura óssea vestibulolingual ou da cortical óssea<br />
vestibulolingual ou a identificação dos defeitos artificiais dos incisivos inferiores,<br />
nos cefalogramas, geralmente não foram possíveis. Nas imagens de<br />
<strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a média do diâmetro vestibulolingual do processo<br />
alveolar dos incisivos foi superestimada <strong>em</strong> 0,1 a 0,5 mm, mas a correlação foi<br />
altamente significativa. A cortical óssea vestibulolingual dos incisivos inferiores<br />
foi avaliada e medida <strong>em</strong> TC. Treze dos 15 defeitos ósseos artificiais (80%)<br />
foram identificados nas TCs. O autor concluiu que o exame tomográfico é a<br />
única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite a <strong>avaliação</strong><br />
quantitativa da largura vestibulolingual do osso alveolar e das corticais ósseas.<br />
Tsunori, Mashita e Kasai, <strong>em</strong> 1998, realizaram um estudo <strong>em</strong> que<br />
objetivaram, através da utilização de imagens tomográficas, avaliar as relações<br />
existentes entre os tipos faciais e suas características ósseas e dentárias. Para<br />
isso, selecionaram 39 crânios secos de pacientes do gênero masculino, todos<br />
<strong>por</strong>tadores de relação de Classe I ou pequena Classe II com discreto<br />
apinhamento. Em todos foram realizadas radiografias laterais e quatro áreas<br />
(incisivos, pr<strong>em</strong>olares, primeiros molares e segundos molares) foram avaliadas<br />
através de <strong>tomografia</strong>s no regime de 1,0 mm de espessura, 120 kVp e t<strong>em</strong>po<br />
de exposição de 3,0 segundos. As mensurações foram realizadas a partir de<br />
cortes parassagitais onde avaliou-se a altura, largura, espessura das corticais<br />
vestibular e lingual, espessura do osso basal e inclinação dentária. O padrão
facial foi avaliado levando <strong>em</strong> consideração a inclinação do plano mandibular<br />
com o plano de Frankfurt, a inclinação do plano mandibular <strong>em</strong> relação ao<br />
plano palatino, ângulo goníaco, relação entre altura facial posterior e anterior e<br />
foram divididos <strong>em</strong> três grupos: face curta, média e longa. Os resultados<br />
obtidos d<strong>em</strong>onstraram que existe uma significativa e complexa relação entre os<br />
fatores avaliados e as características mandibulares dentro dos padrões faciais<br />
analisados. Sugeriram também que o osso vestibular dos pacientes face curta<br />
é menos espesso do que os de face longa e que isso ocorre <strong>em</strong> função da<br />
maior inclinação para lingual dos dentes posteriores, criando uma<br />
vestibularização da raiz.<br />
Nauert e Berg, <strong>em</strong> 1999, avaliaram o volume ósseo e a densidade<br />
óssea na região de incisivos inferiores, <strong>em</strong> adultos não tratados<br />
ortodonticamente, utilizando o método de análise <strong>por</strong> TC. A amostra constituiu<br />
de 20 homens, entre 25 e 29 anos de idade, com a oclusão “próxima ao<br />
normal” (quantidade máxima de overjet foi < que 6 mm) e saúde periodontal.<br />
Realizou-se o exame tomográfico da mandíbula e os dados da imag<strong>em</strong> foram<br />
transferidos para o PC, utilizando-se o programa Image Master ® . Com base no<br />
mapeamento do plano axial seccional, estabeleceu-se o plano da imag<strong>em</strong><br />
panorâmica frontal pelo centro do canal da raiz. Obtiveram-se, com o<br />
programa, as imagens seccionadas transversais, perpendicular ao plano da<br />
imag<strong>em</strong> frontal, determinando-se a imag<strong>em</strong> individual dos incisivos inferiores e<br />
seus processos alveolares. Realizou-se a <strong>avaliação</strong> dos dados com o<br />
programa SIM/Plant ® . Avaliou-se o mapeamento axial, frontal e sagital<br />
simultaneamente e, <strong>por</strong>tanto, tridimensionalmente. Definiu-se o comprimento
da raiz de cada dente como a distância da junção c<strong>em</strong>entoesmalte ao ápice e<br />
foi dividido <strong>em</strong> 10 intervalos de igual comprimento, sendo nível de raiz 0%,<br />
representado pela junção c<strong>em</strong>entoesmalte e 100%, nível do ápice. Mediu-se,<br />
linearmente, <strong>em</strong> cada nível da raiz do dente e perpendicular ao eixo do dente, o<br />
su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e lingual, como expressão do volume ósseo. Os<br />
ângulos entre os incisivos inferiores e o plano Mandibular e a linha A-Pog foram<br />
avaliados. Mediu-se a densidade óssea <strong>em</strong> unidades Hounsfield (HU). O<br />
registro dos diversos tipos de tecido foi baseado nas diferenças de absorção da<br />
radiação. Mediu-se a densidade óssea vestibularmente e lingualmente <strong>em</strong><br />
20%, 50% e 80% ao nível da raiz e obtiveram-se os registros<br />
bidimensionalmente dentro de uma área de 2 mm 2 . No terço apical das raízes,<br />
analisou-se se a raiz estava <strong>em</strong> contato com o osso esponjoso ou compacto.<br />
Repetiram-se todas as medidas após três meses, pelo mesmo operador.<br />
Calculou-se a medição combinada do erro segundo a fórmula de Dahlberg e os<br />
testes t e Wilcoxon pareados, para verificar a existência de erros sist<strong>em</strong>áticos,<br />
com os seguintes níveis de significância: p
30% ao nível radicular. Em direção apical, houve um aumento contínuo com<br />
uma média de 1,6 mm <strong>em</strong> 70% ao nível da raiz, e 3,5 mm, do ápice.<br />
Encontraram-se diferenças significantes entre os su<strong>por</strong>tes ósseos, vestibular e<br />
lingual, no que diz respeito à incidência de deiscências ou fenestrações<br />
ósseas. Na vestibular, fenestrações ósseas e deiscências foram observadas<br />
com frequência, e na lingual, principalmente deiscências. A correlação entre a<br />
quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e a inclinação dos incisivos <strong>em</strong> relação<br />
à linha A-Pog não foi significativa. Em relação ao plano Mandibular, no entanto,<br />
alguma associação foi encontrada: no nível superior da raiz houve uma<br />
correlação negativa entre o grau de inclinação vestibular e a quantidade de<br />
su<strong>por</strong>te ósseo. Não houve significância estatística <strong>em</strong> todos os quatro dentes e<br />
n<strong>em</strong> <strong>em</strong> todos os níveis radiculares. Vestibularmente, observou-se um aumento<br />
na densidade óssea a partir do terço gengival ao apical da raiz. No terço<br />
gengival, o osso compacto e esponjoso estavam presentes; no terço médio, o<br />
osso denso, compacto e esponjoso foram encontrados; e no terço apical, o<br />
osso esponjoso se apresentava mais denso. De um modo geral, a densidade<br />
óssea na lingual era geralmente menor que na vestibular. No terço gengival,<br />
registrou-se um valor de 14 HU, correspondendo ao valor para o tecido<br />
conjuntivo. No terço médio, osso compacto denso e normal esponjoso foram<br />
encontrados e no terço apical, osso compacto denso e esponjoso. No terço<br />
gengival, encontrou-se, de 47 a 78% dos casos, alguma associação entre o<br />
volume ósseo e a densidade óssea. No terço médio, observou-se moderado<br />
volume ósseo e baixa densidade óssea e na apical não se encontrou<br />
correlação significante. Os resultados deste estudo sustentam a suposição que<br />
a variação anatômica, como uma causa de diminuição de volume ósseo no
processo alveolar, t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração ao avaliar possíveis<br />
efeitos iatrogênicos do tratamento ortodôntico. Os autores sugeriram que, antes<br />
de se iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição<br />
óssea" é extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a<br />
ser utilizada. Enfatizou-se que, especialmente <strong>em</strong> adultos, com possíveis<br />
perdas ósseas induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores,<br />
cuidadoso planejamento do tratamento é essencial, sendo que o volume ósseo,<br />
nesta região, deve ser avaliado com <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s. No<br />
entanto, os autores alertaram que esta t<strong>em</strong> de ser ponderada contra um<br />
aumento dos riscos de radiação, sendo recomendado que se faça inicialmente<br />
uma <strong>avaliação</strong> da forma da sínfise <strong>por</strong> meio de cefalometria convencional, com<br />
posterior análise adicional <strong>por</strong> TC de cada um dos dentes.<br />
Em 2002, Fuhrmann, com o objetivo de investigar as deiscências ou<br />
fenestrações ósseas, reabsorção radicular e r<strong>em</strong>odelação óssea, durante e após o<br />
tratamento ortodôntico, descreveu um estudo realizado <strong>em</strong> 21 pacientes com<br />
tecido ósseo periodontal reduzido, quer <strong>por</strong> condições anatômicas ou <strong>por</strong><br />
probl<strong>em</strong>as periodontais. Estes foram submetidos à <strong>tomografia</strong> ao início ou na<br />
primeira fase do tratamento e tratados ortodonticamente com aparelho fixo (slot<br />
0,022”) e arcos contínuos. Uma segunda <strong>tomografia</strong> foi realizada entre 12 a 36<br />
meses após a primeira, de acordo com a finalização do tratamento, sendo que, <strong>em</strong><br />
6 deles, foi realizada uma terceira <strong>tomografia</strong> entre 6 e 36 meses após a r<strong>em</strong>oção<br />
do aparelho. Os resultados mostraram ausência de evidências clínicas de<br />
periodontites marginais ou de recessões periodontais nos dentes movimentados<br />
ortodonticamente, antes, durante ou após a finalização do tratamento, o que não
correspondeu aos achados tomográficos. Nestes, foram observadas reabsorções<br />
da tábua óssea vestibular <strong>em</strong> procedimentos utilizando o Quadrihélice,<br />
principalmente nos dentes de apoio, <strong>por</strong>ém s<strong>em</strong> evidência clínica correspondente.<br />
Em movimento de retrusão dos incisivos, evidenciou-se início de reabsorção<br />
radicular. Riscos terapêuticos foram observados <strong>em</strong> movimentos de inclinação<br />
descontrolada, utilizando fios resilientes e com movimentos de verticalização. As<br />
áreas com menor nível de r<strong>em</strong>odelação foram observadas nos incisivos e caninos<br />
inferiores, faces vestibular e lingual. Este estudo concluiu que, vários fatores de<br />
risco como anatômicos, morfológicos e terapêuticos são intensificados<br />
reciprocamente <strong>por</strong> causa dos efeitos colaterais da terapia ortodôntica com<br />
redução do nível de inserção dentária. A utilização de fios contínuos para o<br />
nivelamento inicial é responsável, <strong>em</strong> parte, pela vestibularização dos incisivos.<br />
Tratamento com sist<strong>em</strong>a de forças descontroladas que corresponde ao difundido<br />
conceito de arco ideal da mecânica de straight-wire fica sujeito a críticas devido ao<br />
risco de iatrogenias com diminuição da inserção óssea. O <strong>em</strong>pírico conceito de<br />
ancorag<strong>em</strong> cortical oferece um risco inerente, tanto para os incisivos como para<br />
os molares. Deiscências induzidas <strong>por</strong> tratamento ortodôntico são parcialmente<br />
reparadas no período de contenção, quer <strong>por</strong> ação osteoblástica, quer pela<br />
espontânea reorientação do dente.<br />
Sarikaya et al., também <strong>em</strong> 2002, afirmaram que <strong>em</strong> casos ortodônticos<br />
com biprotrusão maxilar, as exodontias de 4 pr<strong>em</strong>olares são frequent<strong>em</strong>ente<br />
utilizadas, sendo que quando a área para a movimentação é limitada, forças<br />
excessivas pod<strong>em</strong> causar o contato do dente com a cortical óssea, levando a<br />
reabsorção da mesma e exposição radicular. Dentro deste contexto, publicaram
um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças que ocorriam no osso alveolar<br />
como resultado da retração dos incisivos superiores e inferiores <strong>em</strong> pacientes com<br />
protrusão bimaxilar. Investigaram-se 19 pacientes com biprotrusão, apinhamento<br />
suave e perfil convexo, <strong>em</strong> que as extrações foram indicadas. Imagens<br />
cefalométricas laterais foram adquiridas antes e após a retração (T1 e T2), de<br />
cada paciente e, além disto, a TC da região dos incisivos superiores e inferiores,<br />
com espessura de 1,5 mm, também foi obtida. Os cortes obedeceram aos longos<br />
eixos dos incisivos e as medidas foram realizadas no sentido vestibulolingual, ao<br />
lado do ponto mais distante da raiz, <strong>em</strong> 3 locais, sendo separados entre si <strong>em</strong> 3,0<br />
mm, totalizando 6 medidas (3 vestibulares e 3 linguais). Foram utilizados<br />
aparelhos fixos e máxima ancorag<strong>em</strong> para a realização dos tratamentos.<br />
Baseados nos resultados obtidos, <strong>em</strong> que se comparou a média dos valores<br />
(espessura das tábuas ósseas) da fase anterior com a posterior à retração,<br />
concluiu-se que, quando os incisivos superiores e inferiores foram retraídos, os<br />
riscos de efeitos adversos estavam presentes. Estas alterações não foram visíveis<br />
<strong>em</strong> cefalometrias ou <strong>em</strong> exames clínicos, <strong>por</strong>ém foram facilmente diagnosticadas<br />
<strong>em</strong> TCs. As consequências a longo prazo desta perda óssea alveolar pode ser<br />
esperada depois de alguns meses, mas os riscos dev<strong>em</strong> ser discutidos com os<br />
pacientes e deve-se tomar muito cuidado durante a retração dos incisivos. Forças<br />
suaves e aumento de t<strong>em</strong>po entre as ativações são considerados vantajosos para<br />
permitir a adaptação do osso alveolar.<br />
Em um outro trabalho, Capelozza Filho; Fattori e Maltagliati, <strong>em</strong> 2005,<br />
verificaram se a TC volumétrica pro<strong>por</strong>cionava a obtenção de mensurações de<br />
inclinação e angulação dentária de forma confiável. Para a aquisição das<br />
imagens tomográficas, <strong>em</strong>pregou-se o tomógrafo computadorizado volumétrico
New Tom DVT-9000 e o software QR DVT-9000 para a reformatação e<br />
visualização das imagens. A partir da obtenção lateral, fez-se a reconstrução<br />
primária das imagens para a obtenção dos cortes. Utilizou-se como referência<br />
o plano oclusal para a reconstrução primária da maxila e da mandíbula, de<br />
modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong><br />
paralelos a ele, viabilizando as mensurações. Selecionou-se o corte que melhor<br />
representasse o centro da coroa clínica dentária e, a partir dele, obteve-se uma<br />
imag<strong>em</strong> axial da região. Em seguida, definiu-se a imag<strong>em</strong> transaxial de cada<br />
dente, desenhando uma reta que tangenciasse a <strong>por</strong>ção mais vestibular da<br />
face vestibular de cada dente anterior, equidistante das faces mesial e distal.<br />
Uma reta perpendicular à tangente vestibular representou o eixo vestibular da<br />
coroa clínica (EVCC). Para a localização do ponto do eixo vestibular (EV),<br />
localizado no centro da coroa clínica, sobre EVCC, utilizou-se uma ferramenta<br />
para a localização exata, a partir da média da distância obtida, entre as<br />
extr<strong>em</strong>idades incisal e cervical. A inclinação exata do dente se deu pelo ângulo<br />
formado entre a perpendicular ao plano oclusal e uma tangente paralela ao<br />
ponto EV. Para valores positivos, a extr<strong>em</strong>idade do ângulo, perpendicular ao<br />
plano oclusal, devia se encontrar à frente da extr<strong>em</strong>idade, passando <strong>por</strong> EV, e<br />
para valores negativos, atrás da extr<strong>em</strong>idade, passando <strong>por</strong> EV. Os autores<br />
recomendaram a TC volumétrica para a <strong>avaliação</strong> das inclinações e<br />
angulações dentárias <strong>por</strong> ser um exame superior aos d<strong>em</strong>ais métodos<br />
existentes, e <strong>por</strong> não possuir magnificação das imagens adquiridas <strong>em</strong> relação<br />
às estruturas examinadas.
Deguchi et al., <strong>em</strong> 2006, realizaram um estudo para avaliar a espessura de<br />
osso cortical <strong>em</strong> vários locais da maxila e da mandíbula utilizando TC, com o<br />
objetivo de se determinar a melhor localização e angulação dos mini-implantes<br />
como ancorag<strong>em</strong> ortodôntica. Além da distância da superfície óssea intercortical à<br />
superfície radicular, as distâncias entre as raízes dos pr<strong>em</strong>olares e molares<br />
também foram medidas para determinar o comprimento e o diâmetro adequados<br />
do mini-implante. A amostra consistiu de 10 pacientes, 5 homens e 5 mulheres,<br />
com média de idade de 22,3 anos, Classe I esquelética, sendo 4 com Classe I de<br />
Angle, 4 com Classe II e 2, Classe III. A média do ângulo do plano Mandibular era<br />
de 35,6º + 5,6º e a discrepância posterior menor que 3 mm. Quatro pacientes<br />
apresentavam caninos impactados, quatro apresentavam oclusão assimétrica e<br />
dois com planejamento de plastia na sínfise mandibular. Reconstruíram-se<br />
imagens das TCs dos 10 pacientes, com a espessura do corte de 0,5 mm,<br />
utilizando-se o programa V-works (versão 3.0, CyberMed, Seoul, South Korea).<br />
Para medir a espessura do osso cortical, a maxila e a mandíbula foram divididas<br />
pelo plano oclusal. Mediu-se a espessura de osso cortical nas seguintes regiões:<br />
vestibular, lingual, mesial e distal ao 1º molar, distal ao 2º molar e na região da<br />
pr<strong>em</strong>axila <strong>em</strong> dois níveis diferentes, no ponto A e próximo à ENA, pois mini-<br />
implantes nesta região são utilizados para a intrusão de incisivos superiores.<br />
Adicionalmente, avaliaram-se diferenças na espessura do osso cortical <strong>em</strong> três<br />
ângulos (30º, 45º e 90º), a partir do longo eixo do dente, para se determinar a<br />
melhor angulação dos mini-implantes. Mediram-se as distâncias da superfície do<br />
osso cortical à superfície radicular e a proximidade radicular <strong>por</strong> meio de cortes<br />
transversais ao nível do plano oclusal. Imagens horizontais foram construídas, as<br />
quais foram seccionadas <strong>por</strong> uma linha que passava pelo sulco central mesio-
distal de cada dente. A distância entre a raiz do 2º pr<strong>em</strong>olar à raiz mesial do 1º<br />
molar e a raiz distal do 1º molar à raiz mesial do 2º molar foram medidas ao nível<br />
oclusal e apical e a espessura do osso cortical foi medida onde os mini-implantes<br />
foram colocados. Mediante os resultados obtidos, observou-se menos espessura<br />
óssea cortical na região vestibular distal ao 2º molar, comparado com as outras<br />
áreas na maxila. Detectou-se mais osso cortical na lingual do 2º molar comparado<br />
com o lado vestibular. Já na mandíbula, na mesial e distal do 2º molar, observou-<br />
se mais osso cortical comparado com a maxila e mais osso cortical na ENA que<br />
no Ponto A. A espessura de osso cortical resultou <strong>em</strong>, aproximadamente, 1,5<br />
vezes mais na angulação de 30º, comparado com a de 90º. Na mesial ao 1º<br />
molar, observou-se maior distância da superfície óssea intercortical à superfície<br />
radicular na região lingual, que na vestibular. Na distal ao 1º molar inferior,<br />
observou-se, significant<strong>em</strong>ente, maior distância comparada com a mesial e<br />
comparada também com ambos, mesial e distal aos 1 os molares superiores. Foi<br />
evidenciada, de modo significante, maior distância na proximidade da raiz na área<br />
mesial que na distal do 1º molar e maior distância <strong>em</strong> nível oclusal que apical. Os<br />
autores concluíram que o local mais seguro para a colocação de mini-implantes é<br />
a mesial ou a distal do 1º molar e o tamanho mais aceitável é, aproximadamente,<br />
1,5 mm de diâmetro e, 6 a 8 mm de comprimento.<br />
Ono, Motoyoshi e Shimizu, <strong>em</strong> 2008, investigaram a espessura do osso<br />
cortical vestibular nas regiões mesial e distal dos primeiros molares, de ambos os<br />
arcos dentários, para se determinar eventuais diferenças na localização, idade e<br />
gênero quanto à colocação de mini-implantes. Avaliaram-se 43 pacientes, sendo<br />
32 mulheres e 11 homens, que apresentavam mini-implantes instalados no osso<br />
alveolar posterior vestibular, como ancorag<strong>em</strong> para o tratamento ortodôntico.
Empregou-se a TC para a obtenção de imagens das áreas ao redor dos mini-<br />
implantes, <strong>em</strong> 39 maxilas e 41 mandíbulas, tendo os cortes tomográficos na<br />
mesial e distal dos primeiros molares. Mediu-se a espessura cortical óssea a partir<br />
de uma linha fixa que passava pelo ponto de contato e entre as superfícies<br />
radiculares de dentes adjacentes, de 1 a 15 mm abaixo da crista alveolar, <strong>em</strong><br />
intervalo de 1 mm. Mediu-se a menor espessura cortical óssea e fixou-se o plano<br />
de referência nas pontas das cúspides mesiovestibular e mesiolingual. Não se<br />
encontrou diferença significativa entre os lados direito e esquerdo para ambos os<br />
arcos. Dividiram-se os pacientes <strong>em</strong> dois grupos: adolescentes (10 mulheres e 4<br />
homens; 12 maxilas e 13 mandíbulas; e média de idade de 16,1 + 1,7 anos) e<br />
adultos (23 mulheres e 6 homens; 27 maxilas e 26 mandíbulas; e média de idade<br />
de 27,8 + 7,2 anos). Avaliou-se a distribuição de osso cortical <strong>em</strong> espessura de 1<br />
mm ou mais. Utilizou-se o teste t não pareado para determinar diferenças<br />
significativas <strong>em</strong> termos de localização, idade e gênero e o teste do Qui-quadrado<br />
ou Fisher para comparar a distribuição de osso cortical superior a 1 mm de<br />
espessura, na maxila e mandíbula (p
osso mandibular se sobrepõe ao maxilar quanto à colocação de mini-implantes e<br />
deve-se considerar, independente da idade, a estabilidade inicial dos mini-<br />
implantes <strong>em</strong> áreas de gengiva inserida na maxila <strong>em</strong> mulheres.<br />
Em 2008, Capelozza Filho et al. Propuseram-se a comparar o ângulo<br />
formado entre o longo eixo do incisivo inferior e o plano mandibular (IMPA), entre<br />
a telerradiografia convencional e a TCFC, <strong>em</strong> 19 pacientes, sendo 12 do gênero<br />
f<strong>em</strong>inino e 7 do masculino, na faixa etária dos 16 aos 28 anos de idade,<br />
selecionados para tratamento ortodôntico na clínica do Departamento de Pós-<br />
graduação <strong>em</strong> Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo. Todos os<br />
componentes da amostra deveriam apresentar dentadura permanente completa,<br />
s<strong>em</strong> ausências dentárias na região anterior. Telerradiografias laterais e exames de<br />
TC volumétrica foram obtidos para a realização das mensurações propostas. Os<br />
exames tomográficos volumétricos foram realizados utilizando o tomógrafo<br />
computadorizado volumétrico NewTom, modelo DVT-9000 (NIM – Verona - Itália).<br />
Para a reformatação das imagens e mensuração dos valores de IMPA foi<br />
<strong>em</strong>pregado o software QR-DVT 9000 (NIM – Verona - Itália). Dois Ortodontistas<br />
foram previamente calibrados para a mensuração cefalométrica. Na TC, após a<br />
aquisição das imagens, ambos examinadores fizeram a mensuração do valor do<br />
IMPA, com auxílio do software QR DVT-9000. Como designou-se o plano<br />
Mandibular como plano de referência para a obtenção do valor do IMPA, utilizou-<br />
se este plano como referência para a reconstrução primária da mandíbula, de<br />
modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong><br />
paralelos a ele, viabilizando a mensuração do valor de inclinação do incisivo mais<br />
vestibularizado. Com a imag<strong>em</strong> volumétrica reformatada segundo o plano
mandibular, escolheu-se o corte (imag<strong>em</strong> axial de 0,3 mm de espessura) mais<br />
próximo ao centro da coroa clínica dos dentes anteriores, de modo a visualizar o<br />
incisivo central inferior mais vestibularizado. Todos os dentes foram visualizados<br />
axialmente, como uma radiografia oclusal. Com a utilização de ferramentas do<br />
software, para definir a imag<strong>em</strong> transaxial do dente selecionado, construiu-se uma<br />
linha tangenciando a <strong>por</strong>ção mais vestibular da face vestibular do dente, sendo<br />
equidistante das faces mesial e distal. Sobre esta linha, com a ferramenta de<br />
angulação do software, colocou-se o vértice do ângulo sobre o centro da face<br />
vestibular, angulando <strong>em</strong> 90° a fim de se obter a perpendicular a esta tangente<br />
vestibular, representando o longo eixo do dente. Sobre esta linha perpendicular,<br />
fez-se a reconstrução secundária da imag<strong>em</strong> para a obtenção da imag<strong>em</strong><br />
transaxial do dente. Na imag<strong>em</strong> transaxial obtida, com a representação do dente<br />
completo, inserido entre as corticais ósseas dentoalveolares e toda a anatomia<br />
mandibular da região, realizaram-se os procedimentos com o auxílio das<br />
ferramentas do software para se determinar o valor exato do IMPA, s<strong>em</strong> a<br />
sobreposição de qualquer estrutura adjacente, dentária ou óssea. Ajustou-se o<br />
vértice do ângulo sobre o limite da imag<strong>em</strong> transaxial com um de seus braços<br />
paralelo ao plano mandibular, representado pelo limite da imag<strong>em</strong> e o outro,<br />
ajustado ao longo eixo do dente, obtendo-se automaticamente o valor da<br />
inclinação do incisivo com o plano Mandibular. Para o erro sist<strong>em</strong>ático utilizou-se<br />
o teste “t” pareado, com nível de significância de 5%, e para o erro casual, a<br />
fórmula de Dahlberg. Para o erro interexaminador, aplicou-se o Teste t de Student<br />
(p
examinador, os resultados não apresentaram significância estatística. Para o erro<br />
casual, também não foi encontrado valor representativo de erro significativo para<br />
as medidas angulares. Na comparação dos resultados obtidos <strong>em</strong> cada uma das<br />
metodologias deste estudo, observou-se que as médias do valor do IMPA<br />
apresentadas nas TCs foram maiores, de modo significante, que aquelas<br />
apresentadas nas Telerradiografias. Sugeriu-se que a TC, <strong>por</strong> estar livre de<br />
sobreposições, permite uma leitura exata da inclinação do incisivo central inferior<br />
mais vestibularizado. Apesar do resultado significante, os autores concluíram que<br />
a obtenção do valor do IMPA pela telerradiografia é um método confiável para a<br />
utilização clínica, pois <strong>em</strong>bora apresente valores menores que os obtidos <strong>em</strong><br />
<strong>tomografia</strong>s, as diferenças não são significativas clinicamente.<br />
Park et al., <strong>em</strong> 2008, avaliaram quantitativamente a densidade do osso<br />
alveolar e basal, na maxila e na mandíbula, para fornecer orientações sobre os<br />
métodos e locais de colocação de mini-implantes. A amostra foi composta de<br />
63 imagens de TC de pacientes que haviam visitado o Hospital Universitário<br />
Kyungpook National <strong>em</strong> Daegu, Coréia, para ser<strong>em</strong> submetidos à cirurgia<br />
ortognática e redução de osso mandibular fraturado. Pacientes com doenças<br />
gerais ou lesões patológicas nos maxilares ou que estavam sob medicação que<br />
afetavam a densidade óssea foram excluídos. A amostra foi constituída de 23<br />
homens (29 + 10,4 anos) e 40 mulheres (25,4 + 7,8 anos). Utilizou-se o<br />
programa V-Works (versão 3.5, Cybermed, Seul, Coreia) para medir a<br />
densidade óssea. As imagens de TC, com espessura de 3 mm, foram<br />
armazenadas <strong>em</strong> computador, sendo que uma seção TC de 5 a 7 mm da crista<br />
alveolar foi escolhida para medir a densidade do osso alveolar. Outro ponto, de
3 a 5 mm acima do ápice radicular, foi selecionado para medir a densidade do<br />
osso basal. Mediu-se a densidade desses ossos <strong>em</strong> Unidades Hounsfield (HU)<br />
na área de incisivos, caninos, pr<strong>em</strong>olares e molares, na tuberosidade maxilar e<br />
na área retromolar da mandíbula. Em cada área, mediu-se a densidade do<br />
osso cortical vestibular, osso esponjoso, osso cortical palatino ou lingual do<br />
osso alveolar e cortical vestibular e osso esponjoso do osso basal. Avaliou-se<br />
na área retromolar da mandíbula, a densidade óssea nos lados vestibular e<br />
lingual da crista do rebordo. Escolheu-se um ponto central ao medir a<br />
densidade da cortical óssea. A densidade do osso esponjoso foi avaliada nas<br />
trabéculas, entre a cortical vestibular e lingual. Mediu-se a densidade óssea na<br />
área mediana da sutura palatina, onde implantes médio-palatinos são<br />
frequent<strong>em</strong>ente colocados. Quando era impossível medir <strong>em</strong> um lado,<br />
realizaram-se medições do lado oposto. Utilizou-se o Software SAS (versão<br />
8.01, SAS, Cary, NC) para a análise estatística. Não houve diferenças entre<br />
homens e mulheres. Para analisar as diferenças de densidade óssea entre as<br />
regiões de dentes, retromolar e tuberosidade da maxila, <strong>em</strong>pregou-se a análise<br />
de variância (ANOVA). O teste múltiplo de Tukey foi utilizado para<br />
comparações múltiplas. O teste t de Student foi <strong>em</strong>pregado para avaliar<br />
diferenças entre os ossos: alveolar e basal e entre a maxila e da mandíbula.<br />
Calculou-se o erro do método medindo-se, um mês mais tarde, 69 áreas<br />
selecionadas aleatoriamente. O erro do método foi calculado baseando-se na<br />
diferença entre duas medições, utilizando-se o teste t pareado, não havendo<br />
diferença significativa entre as mesmas. O erro do método, de acordo com a<br />
fórmula de Dahlberg foi 88,2. Na maxila, a densidade do osso cortical vestibular<br />
do osso alveolar, na área de pr<strong>em</strong>olares, foi a maior de todas as medições do
osso alveolar. A densidade óssea na tuberosidade maxilar foi a menor. Em<br />
relação à cortical óssea lingual, a tuberosidade apresentou a menor densidade<br />
óssea. No osso cortical basal, a maior densidade óssea foi <strong>em</strong> caninos e<br />
pr<strong>em</strong>olares, enquanto que a tuberosidade teve a menor densidade. Para o<br />
osso esponjoso basal, a densidade na tuberosidade foi menor do que nos<br />
outros locais. Na mandíbula, o osso cortical vestibular na área de incisivos foi o<br />
mais fraco e houve um progressivo aumento na densidade óssea de incisivos à<br />
área retromolar. A densidade na área retromolar foi a mais alta. O osso cortical<br />
lingual mostrou s<strong>em</strong>elhança ao osso cortical vestibular. Para o osso esponjoso<br />
basal, as áreas de incisivos e caninos apresentaram maior densidade óssea do<br />
que a área retromolar. Para a maxila, o osso cortical vestibular do osso basal<br />
nas regiões de canino, pr<strong>em</strong>olar e tuberosidade foi mais denso do que o osso<br />
alveolar. A densidade do osso alveolar na região de molar e incisivo foi<br />
s<strong>em</strong>elhante ao do osso basal. A densidade do osso esponjoso alveolar, <strong>em</strong><br />
áreas de incisivos e caninos, foi maior que o osso basal. Para a mandíbula,<br />
todas as medições de densidade do osso cortical basal foram estatisticamente<br />
superiores às do osso alveolar, com exceção da área retromolar. Para o osso<br />
esponjoso, todas as medições de densidade do osso alveolar foram superiores<br />
às do osso basal. Todas as densidades ósseas da cortical alveolar da<br />
mandíbula foram estatisticamente superiores às da maxila, exceto para a<br />
região de incisivos. Todas as medições da cortical óssea na mandíbula foram<br />
maiores que as da maxila (p < 0,05). A maxila apresentou uma maior<br />
densidade na área de molares (p < 0,05). Na região de caninos, a mais alta<br />
densidade óssea foi no osso basal. O osso alveolar apresentou a segunda<br />
maior densidade e o osso paramediano apresentou a menor densidade óssea.
Os autores concluíram que o osso cortical da mandíbula apresentou-se mais<br />
denso que o da maxila; o osso esponjoso apresentou densidades s<strong>em</strong>elhantes<br />
entre a mandíbula e maxila, com algumas exceções; e o osso basal mostrou-<br />
se, geralmente, mais denso que o alveolar.<br />
Jorge, <strong>em</strong> 2009, relatou que a sínfise mandibular é uma estrutura<br />
anatômica limitada pelas tábuas ósseas, vestibular e lingual, que aloja os<br />
incisivos inferiores. A determinação da espessura óssea da região dos incisivos<br />
inferiores oferece parâmetros para movimentação ideal dos incisivos. Para<br />
isso, elaborou um estudo com o objetivo de comparar as espessuras ósseas na<br />
região alveolar de incisivos inferiores <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e<br />
<strong>em</strong> TCCB. Realizaram-se os traçados de 24 pacientes e as espessuras da<br />
sínfise <strong>em</strong> três regiões correspondentes às <strong>por</strong>ções cervical, média e apical da<br />
raiz do incisivo central inferior foram comparadas. O teste t de Student mostrou<br />
que não houve diferenças significativas nas três regiões entre os métodos<br />
avaliados. O autor concluiu que a espessura óssea na região alveolar de<br />
incisivos inferiores <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>em</strong> TCCB mostrou-<br />
se s<strong>em</strong>elhante.
3. PROPOSIÇÃO<br />
Com base na revisão de literatura, evidencia-se a im<strong>por</strong>tância da<br />
Tomografia Computadorizada para o diagnóstico ortodôntico e análise dos<br />
componentes ósseos, sendo um exame que permite quantificar a estrutura<br />
óssea. O objetivo neste estudo foi, <strong>por</strong> meio de TCFC, avaliar e comparar a<br />
quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual, dos incisivos<br />
centrais inferiores, s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> sido submetidos ao tratamento ortodôntico, e a<br />
sua relação com as inclinações dos mesmos, b<strong>em</strong> como, a comparação entre<br />
os gêneros.
4. MATERIAL E MÉTODOS<br />
4.1. Material<br />
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética <strong>em</strong> Pesquisa<br />
da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, sob o protocolo n o 13434013,<br />
CAAE 0057.0.186.000-09.<br />
A amostra compreendeu documentações tomográficas cedidas pelo<br />
Instituto de Documentação Ortodôntica e Radiodiagnóstico Ltda (INDOR),<br />
localizado na Rua Cardoso de Almeida, 2121, na cidade de São Paulo, SP. As<br />
documentações foram selecionadas, envolvendo pacientes dos gêneros<br />
masculino e f<strong>em</strong>inino, de 35 a 50 anos de idade (média de 43,1 anos), s<strong>em</strong><br />
ter<strong>em</strong> sido submetidos ao tratamento ortodôntico previamente. Quarenta e<br />
cinco pacientes foram selecionados, sendo que 33 (73,3%) eram do gênero<br />
f<strong>em</strong>inino e 12, do masculino (26,7%).<br />
Foram excluídos da amostra pacientes que apresentavam:<br />
• Patologias ósseas (ex.: cistos e tumores),<br />
• Ausência dentária dos incisivos inferiores,
• Pacientes com anomalias craniofaciais,<br />
• Pacientes que já foram submetidos ao tratamento ortodôntico,<br />
relatado <strong>por</strong> breve anamnese, e<br />
• Pacientes menores de 35 anos de idade e maiores de 50 anos<br />
4.2. Métodos<br />
de idade.<br />
As imagens de Tomografia Computadorizada Cone Beam que foram<br />
utilizadas para este estudo são pertencentes à Clínica Radiológica INDOR e<br />
foram adquiridas pelo tomógrafo i-CAT TM (Imaging Sciences, Hatfield, PA, EUA)<br />
(Figura 10), funcionando no seguinte regime de trabalho: 120 kVp, 8 mA, t<strong>em</strong>po<br />
de exposição de 40 segundos, com voxel de 0,25 mm e 6 cm de FOV.
Figura 10 - Tomógrafo i-Cat TM , utilizado para a<br />
obtenção das imagens tomográficas.<br />
Realizou-se, posteriormente, após a seleção criteriosa da amostra,<br />
reconstruções volumétricas da mandíbula pelo software N<strong>em</strong>oScanNxPro<br />
(Software N<strong>em</strong>otec SL, Madrid, ES). A partir dessas reconstruções, foram<br />
obtidas imagens de radiografias laterais da mandíbula e imagens sagitais dos<br />
el<strong>em</strong>entos dentários 31 e 41 (incisivo central inferior esquerdo e incisivo central
inferior direito). As mensurações e avaliações nas imagens <strong>por</strong> <strong>tomografia</strong><br />
<strong>computadorizada</strong> foram realizadas <strong>por</strong> um examinador treinado.<br />
4.2.1. Obtenção das Imagens<br />
As imagens da TCCB foram adquiridas <strong>em</strong> formato DICOM (Digital<br />
Imaging and Communication in Medicine). Utilizando-se este tipo de arquivo, as<br />
imagens pod<strong>em</strong> ser posteriormente processadas e reconstruídas <strong>por</strong> meio de<br />
softwares específicos (N<strong>em</strong>otec ®). Uma das características deste formato de<br />
arquivo é a capacidade de ser utilizado <strong>em</strong> softwares que processam imagens<br />
volumétricas, adquiridas <strong>em</strong> quaisquer tomógrafos, independent<strong>em</strong>ente do<br />
processo de aquisição. Este tipo de formato de arquivo apresenta uma chave<br />
de segurança que impossibilita a sua modificação, mantendo a fidelidade das<br />
imagens. A figura 11 ilustra o ambiente de trabalho do examinador.
Figura 11 - Workstation - ambiente de trabalho.<br />
Utilizando-se o software N<strong>em</strong>oscan, realizou-se a im<strong>por</strong>tação dos<br />
arquivos DICOM para um computador convencional (Figura 12).
Figura 12 - Im<strong>por</strong>tação dos arquivos DICOM.<br />
Para uma correta segmentação das imagens, primeiramente, acertou-se<br />
a posição do volume <strong>em</strong> 3D do paciente, colocando-se as bases da mandíbula<br />
paralelas entre si, para a padronização da imag<strong>em</strong> (Figura 13).
Figura 13 - Colocação das bases da mandíbula paralelas entre si.<br />
(Figura14).<br />
Em seguida, reformatou-se o volume da superfície da mandíbula<br />
Figura 14 - Reformatação de superfície.
Para uma melhor visualização dos incisivos centrais inferiores, direito e<br />
esquerdo, <strong>por</strong> meio do programa, rotacionou-se a imag<strong>em</strong> e posicionou-se o<br />
el<strong>em</strong>ento dentário o mais paralelo possível à linha de referência (Figura 15).<br />
Figura 15 - Reformatação do volume e posicionamento do incisivo central<br />
inferior - lado direito.<br />
Após a imag<strong>em</strong> de corte sagital dos incisivos centrais inferiores ser<br />
salva, extraiu-se do volume uma telerradiografia lateral e realizou-se o traçado<br />
de orientação (Figura 16). Primeiramente, d<strong>em</strong>arcou-se os pontos<br />
cefalométricos de referência:
• Me – Mentoniano – ponto mais inferior da sínfise mentoniana.<br />
• Go – Gônio – ponto médio entre os pontos mais inferior e posterior do<br />
ângulo goníaco.<br />
• AII – Ápice do Incisivo Inferior – ponto mais inferior do ápice radicular do<br />
incisivo central inferior.<br />
• III – Incisal do Incisivo Inferior – ponto mais superior da coroa do incisivo<br />
central inferior.<br />
Em seguida, o plano e linha de referência foram d<strong>em</strong>arcados:<br />
• Plano Mandibular (Go-Me) – plano que passa pelos pontos Go e Me.<br />
• Linha do longo eixo do incisivo central inferior (1) – linha que passa<br />
pelos pontos III e AII.<br />
Figura 16 - Traçado de orientação na telerradiografia lateral.<br />
Após a realização do traçado de orientação, mensurou-se o IMPA<br />
(Incisor Mandibular Plane Angle) (Figura 17).
♦ 1-GoMe – IMPA – ângulo formado pela linha do longo eixo do incisivo<br />
central inferior com o plano mandibular.<br />
Figura 17 - Mensuração do IMPA.<br />
Com relação às medições da quantidade de tecido ósseo, vestibular e<br />
lingual, dos incisivos centrais inferiores, foram realizadas na imag<strong>em</strong><br />
tomográfica dos mesmos, <strong>em</strong> corte sagital. A mensuração da espessura da<br />
tábua óssea vestibular e lingual dos dentes 31e 41 foi efetuada a nível cervical,<br />
médio e apical. Para determinar “o nível médio”, uma ferramenta de medida do<br />
programa (régua) foi posicionada paralela ao longo eixo do incisivo e
perpendicular à linha de referência (linha perpendicular ao longo eixo do<br />
incisivo), d<strong>em</strong>arcando a metade da distância da crista óssea marginal até o<br />
ápice do incisivo. As mensurações foram realizadas <strong>por</strong> meio da régua, sendo<br />
esta posicionada paralela à linha de referência e perpendicular ao longo eixo<br />
do dente (Figuras 18 e 19). Foram consideradas as seguintes siglas:<br />
EVC: espessura vestibular cervical.<br />
EVM: espessura vestibular média.<br />
EVA: espessura vestibular apical.<br />
ELC: espessura lingual cervical.<br />
ELM: espessura lingual média.<br />
ELA: espessura lingual apical.<br />
Figura 18 - Medidas da espessura da tábua óssea vestibular e lingual<br />
do incisivo central inferior.
Figura 19 - Vista axial, sagital e 3D da mandíbula e do el<strong>em</strong>ento 41.<br />
Para o registro dos dados foram utilizadas tabelas, para cada um dos<br />
incisivos centrais inferiores (Apêndice).<br />
4.2.2. Calibração intra-examinador<br />
A calibração intra-examinador das avaliações das TCCB foi efetuada <strong>por</strong><br />
meio de 15 <strong>tomografia</strong>s (1/3 da própria amostra), <strong>em</strong> duas sessões, <strong>em</strong><br />
intervalo de 30 dias, sendo as documentações selecionadas aleatoriamente,<br />
s<strong>em</strong> identificação. Esta medida visou dar confiabilidade à metodologia<br />
escolhida. Calculou-se a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação, o coeficiente de variação e<br />
o método R&R Anova.
4.2.3. Tratamento Estatístico<br />
Foi realizada a análise exploratória de dados <strong>por</strong> meio de estatísticas<br />
descritivas e construção de gráficos. Para avaliar a associação linear das<br />
variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM e ELA com o IMPA, utilizaram-se o<br />
coeficiente de correlação de Pearson, modelos de regressão linear simples e<br />
modelos de regressão linear múltipla. O teste t de Student, para duas amostras<br />
independentes, foi aplicado para a comparação entre os gêneros. Para a<br />
comparação entre as quantidades de osso, utilizou-se uma análise de variância<br />
(ANOVA), seguida do teste de comparações múltiplas de Tukey, com paciente,<br />
dente e região como fontes de variação e as interações duplas entre as fontes<br />
de variação. Ajustou-se o modelo para vestibular e outro para lingual. O nível<br />
de confiança utilizado nas análises foi de 95%.
5. RESULTADOS<br />
5.1. Repetibilidade do método<br />
Para a <strong>avaliação</strong> da repetibilidade do método foram selecionados 15<br />
pacientes aleatoriamente, sendo que todas as variáveis foram medidas uma<br />
segunda vez. A Tabela 1 mostra o coeficiente de variação, a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de<br />
variação considerando o método R&R e a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média. O<br />
método R &R consiste <strong>em</strong> verificar se um sist<strong>em</strong>a de medição é repetível e<br />
reprodutível. Aprova-se um sist<strong>em</strong>a de medição quando a percentag<strong>em</strong> de<br />
variação do estudo for menor que 30%. De acordo com os resultados obtidos,<br />
para todas as variáveis, o sist<strong>em</strong>a de medição é aceito no quesito de<br />
repetibilidade, ou seja, essas três análises <strong>em</strong> conjunto indicam que o método<br />
é repetitivo.
Tabela 1 - Métodos utilizados para avaliar a repetibilidade do método: coeficiente de variação,<br />
o método R&R e a <strong>por</strong>centag<strong>em</strong> de variação média.<br />
Amostra Coeficiente de variação R&R Porcentag<strong>em</strong> de variação média<br />
IMPA 31 0,049 2,99 -0,05<br />
EVC 0,464 7,26 -0,20<br />
EVM 0,378 10,74 1,44<br />
EVA 0,438 1,44 -0,38<br />
ELC 0,740 5,52 1,64<br />
ELM 0,606 3,11 0,08<br />
ELA 0,377 1,50 -0,41<br />
IMPA 41 0,053 2,36 0,00<br />
EVC 0,409 6,96 -1,23<br />
EVM 0,327 11,56 2,38<br />
EVA 0,392 2,14 -0,29<br />
ELC 0,407 10,11 0,58<br />
ELM 0,536 2,30 0,21<br />
ELA 0,338 3,19 0,26<br />
5.2. Relação entre a inclinação dos incisivos inferiores e a quantidade<br />
de osso<br />
As Tabelas 2 e 3 mostram as estatísticas descritivas das sete variáveis<br />
para os dentes 31 e 41 respectivamente.<br />
Tabela 2 - Estatísticas descritivas para o dente 31.<br />
Variável<br />
Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
Mínimo Mediana Máximo<br />
IMPA (º) 91,43 6,03 78,70 91,50 105,10<br />
EVC (mm) 0,51 0,40 0,00 0,51 1,61<br />
EVM (mm) 0,53 0,38 0,00 0,46 1,82<br />
EVA (mm) 2,43 1,00 0,27 2,37 5,06<br />
ELC (mm) 0,37 0,26 0,00 0,39 0,91<br />
ELM (mm) 0,85 0,51 0,00 0,80 2,24<br />
ELA (mm) 2,70 1,00 0,68 2,56 5,71
Tabela 3 - Estatísticas descritivas para o dente 41.<br />
Variável<br />
Média Desvio<br />
Padrão<br />
Mínimo Mediana Máximo<br />
IMPA (º) 91,84 5,75 81,20 91,30 105,60<br />
EVC (mm) 0,59 0,34 0,00 0,61 1,23<br />
EVM (mm) 0,54 0,45 0,00 0,46 1,91<br />
EVA (mm) 2,45 1,06 0,52 2,22 4,92<br />
ELC (mm) 0,43 0,27 0,00 0,39 1,21<br />
ELM (mm) 0,92 0,55 0,00 0,92 2,21<br />
ELA (mm) 2,55 0,91 0,95 2,47 5,15<br />
A correlação de Pearson entre cada uma das variáveis EVC, EVM, EVA,<br />
ELC, ELM e ELA e IMPA para ambos os dentes estudados, 31 e 41, está<br />
ex<strong>em</strong>plificada na Tabela 4. Foi encontrada uma correlação linear positiva<br />
significativa entre ELM e IMPA e entre ELA e IMPA para o dente 31 e entre<br />
ELM e IMPA para o dente 41. Ou seja, os valores de IMPA aumentam<br />
conforme aumentam os valores de ELM e ELA para o dente 31 e ELM para o<br />
dente 41. Contudo, o valor do coeficiente é baixo, indicando que apesar de<br />
existir correlação linear significativa, essa correlação não é forte. Os valores da<br />
Tabela 4 também suger<strong>em</strong> que os valores de IMPA diminu<strong>em</strong> conforme<br />
aumentam os valores de EVC e EVM. As Figuras 20 e 21 evidenciam que não<br />
existiu correlação linear forte entre as variáveis.<br />
Tabela 4 - Correlação de Pearson entre o IMPA e as variáveis de quantidade de osso.<br />
Dente EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />
31<br />
-0,203<br />
(p=0,181)<br />
-0,011<br />
(p=0,944)<br />
0,129<br />
(p=0,397)<br />
0,249<br />
(p=0,099)<br />
0,348<br />
(p=0,019)<br />
0,336<br />
(p=0,024)<br />
41<br />
-0,125<br />
(p=0,411)<br />
-0,047<br />
(p=0,760)<br />
0,107<br />
(p=0,483)<br />
0,159<br />
(p=0,298)<br />
0,375<br />
(p=0,011)<br />
0,056<br />
(p=0,715)
IMPA 31<br />
IMPA 31<br />
IMPA 31<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
0,0<br />
0,0<br />
0,0<br />
1,2<br />
0,5<br />
0,4<br />
IMPA 31 = 92,99 - 3,041 EVC IMPA 31 = 91,52 - 0,174 EVM<br />
0,8<br />
EVC<br />
2,4<br />
EVA<br />
1,0<br />
ELM<br />
1,5<br />
3,6<br />
1,2<br />
2,0<br />
4,8<br />
1,6<br />
S 5,97581<br />
R-Sq 4,1%<br />
R-Sq( adj) 1,9%<br />
S 6,05172<br />
R-Sq 1,7%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
S 5,72113<br />
R-Sq 12,1%<br />
R-Sq( adj) 10,1%<br />
IMPA 31<br />
IMPA 31<br />
IMPA 31<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
0,0<br />
0,0<br />
0,2<br />
0,5<br />
1,0<br />
EVM<br />
IMPA 31 = 89,53 + 0,7807 EVA IMPA 31 = 89,29 + 5,845 ELC<br />
0,4<br />
ELC<br />
IMPA 31 = 87,90 + 4,155 ELM IMPA 31 = 85,95 + 2,031 ELA<br />
100<br />
90<br />
80<br />
0,0<br />
1,5<br />
3,0<br />
ELA<br />
0,6<br />
1,5<br />
4,5<br />
0,8<br />
2,0<br />
6,0<br />
S 6,10262<br />
R-Sq 0,0%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
S 5,91083<br />
R-Sq 6,2%<br />
R-Sq( adj) 4,0%<br />
S 5,74920<br />
R-Sq 11,3%<br />
R-Sq( adj) 9,2%<br />
Figura 20 - Gráficos de dispersão, com linha de regressão ajustada, de cada uma das<br />
variáveis estudadas com o IMPA do dente 31.<br />
IMPA 41<br />
IMPA 41<br />
IMPA 41<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
0,0<br />
0,0<br />
0,0<br />
1,2<br />
0,3<br />
0,5<br />
IMPA 41 = 93,09 - 2,132 EVC IMPA 41 = 92,16 - 0,600 EVM<br />
0,6<br />
EVC<br />
2,4<br />
EVA<br />
1,0<br />
ELM<br />
1,5<br />
0,9<br />
3,6<br />
2,0<br />
1,2<br />
4,8<br />
S 5,76839<br />
R-Sq 1,6%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
S 5,78079<br />
R-Sq 1,2%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
IMPA 41<br />
IMPA 41<br />
100<br />
90<br />
80<br />
100<br />
90<br />
80<br />
0,0<br />
0,0<br />
0,5<br />
0,3<br />
1,0<br />
EVM<br />
IMPA 41 = 90,41 + 0,5848 EVA IMPA 41 = 90,39 + 3,371 ELC<br />
IMPA 41 = 88,20 + 3,947 ELM IMPA 41 = 90,94 + 0,3533 ELA<br />
S 5,39034<br />
R-Sq 14,1%<br />
R-Sq( adj) 12,1%<br />
IMPA 41<br />
100<br />
90<br />
80<br />
1<br />
2<br />
0,6<br />
ELC<br />
3<br />
ELA<br />
0,9<br />
4<br />
1,5<br />
5<br />
1,2<br />
2,0<br />
S 5,80797<br />
R-Sq 0,2%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
S 5,74077<br />
R-Sq 2,5%<br />
R-Sq( adj) 0,2%<br />
S 5,80521<br />
R-Sq 0,3%<br />
R-Sq( adj) 0,0%<br />
Figura 21 - Gráficos de dispersão, com linha de regressão ajustada, de cada uma das<br />
variáveis estudadas com o IMPA do dente 41.
Para cada uma das seis variáveis (Tabelas 5 a 16), foi realizado um<br />
modelo de regressão linear simples com o IMPA sendo a variável dependente<br />
e as variáveis EVC, EVM, EVA, ELC, ELM e ELA como explicativas. Os<br />
modelos ajustados foram do tipo IMPA = b0 + b1*X, onde X são as variáveis<br />
explicativas. Com esse tipo de análise, foi também evidenciado que as<br />
variáveis ELM (p=0,019) e ELA (p=0,024) para o dente 31 e ELM (p=0,011)<br />
para o dente 41 são significativas com coeficiente positivo, <strong>por</strong>ém com valores<br />
do coeficiente de determinação baixos (12,1% e 11,3% para ELM e ELA para o<br />
dente 31, respectivamente e 14,1% para ELM para o dente 41), indicando que<br />
essas variáveis não são suficientes para explicar a variabilidade do IMPA.<br />
Tabela 5 – Regressão linear simples da variável EVC para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 92,991 1,454 0,000<br />
EVC -3,041 2,236 0,181<br />
Tabela 6 – Regressão linear simples da variável EVM para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 91,521 1,576 0,000<br />
EVM -0,174 2,446 0,944<br />
Tabela 7 – Regressão linear simples da variável EVA para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 89,530 2,397 0,000<br />
EVA 0,781 0,913 0,397<br />
Tabela 8 – Regressão linear simples da variável ELC para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 89,295 1,542 0,000<br />
ELC 5,845 3,468 0,099
Tabela 9 – Regressão linear simples da variável ELM para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 87,897 1,682 0,000<br />
ELM 4,155 1,706 0,019<br />
Tabela 10 – Regressão linear simples da variável ELA para o dente 31.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 85,953 2,496 0,000<br />
ELA 2,031 0,870 0,024<br />
Tabela 11 – Regressão linear simples da variável EVC para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 93,090 1,735 0,000<br />
EVC -2,132 2,571 0,411<br />
Tabela 12 – Regressão linear simples da variável EVM para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 92,164 1,365 0,000<br />
EVM -0,600 1,953 0,760<br />
Tabela 13 – Regressão linear simples da variável EVA para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 90,407 2,201 0,000<br />
EVA 0,585 0,826 0,483<br />
Tabela 14 – Regressão linear simples da variável ELC para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 90,388 1,623 0,000<br />
ELC 3,371 3,200 0,298<br />
Tabela 15 – Regressão linear simples da variável ELM para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 88,199 1,591 0,000<br />
ELM 3,947 1,489 0,011
Tabela 16 – Regressão linear simples da variável ELA para o dente 41.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 90,938 2,598 0,000<br />
ELA 0,353 0,960 0,715<br />
Um modelo de regressão linear múltipla foi realizado para cada um dos<br />
dentes, 31 e 41, com o IMPA sendo a variável dependente e todas variáveis de<br />
quantidade de osso como explicativas <strong>em</strong> um único modelo do tipo IMPA = b0 +<br />
b1*EVC + b2*EVM + b3*EVA+ b4*ELC+ b5*ELM+ b6*ELA. Considerando esse<br />
tipo de modelo, nenhuma variável explicativa foi significativa para o dente 31<br />
(p-valores > 0,070). Para o dente 41, as variáveis ELM (p=0,001) e ELA<br />
(p=0,025) foram significativas na presença das d<strong>em</strong>ais (Tabelas 17 e 18).<br />
Tabela 17 - Regressão linear múltipla para o dente 31: IMPA com as variáveis EVC, EVM,<br />
EVA, ELC, ELM, ELA.<br />
IMPA 31<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 85,178 3,721 0,000<br />
EVC -4,329 2,324 0,070<br />
EVM 1,705 2,874 0,556<br />
EVA 0,667 1,015 0,515<br />
ELC 3,558 4,017 0,381<br />
ELM 1,352 3,387 0,692<br />
ELA 1,301 1,677 0,443<br />
Tabela 18 - Regressão linear múltipla para o dente 41: IMPA com as variáveis EVC, EVM,<br />
EVA, ELC, ELM, ELA.<br />
IMPA 41<br />
Variável Coeficiente Erro Padrão P-valor<br />
Constante 93,909 3,317 0,000<br />
EVC -4,031 3,107 0,202<br />
EVM -2,644 2,409 0,279<br />
EVA 0,794 0,934 0,400<br />
ELC 0,162 4,129 0,969<br />
ELM 8,486 2,460 0,001<br />
ELA -3,181 1,365 0,025
Note que nos modelos de regressão linear simples, as variáveis ELM<br />
(p=0,019) e ELA (p=0,024) para o dente 31 e ELM (p=0,011) para o 41 são<br />
significativas com coeficiente positivo, ou seja, o aumento das variáveis ELM e<br />
ELA implicam <strong>em</strong> aumento do IMPA, referente ao dente 31, e o aumento da<br />
variável ELM implica <strong>em</strong> aumento do IMPA, referente ao dente 41. Porém, nos<br />
modelos de regressão linear múltipla as conclusões não foram as mesmas,<br />
pois a correlação linear entre as variáveis não foi suficient<strong>em</strong>ente alta, o que<br />
gera grande variabilidade na estimação dos coeficientes. Adicionalmente, como<br />
foram incluídas mais variáveis no modelo de regressão linear múltipla,<br />
comparado com o modelo de regressão linear simples, a variabilidade de todas<br />
essas variáveis foi considerada na estimação dos parâmetros e no cálculo dos<br />
respectivos erros padrão, o que fornece p-valores diferentes. Um outro modo<br />
de se interpretar esses resultados é que se avaliar, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, o IMPA<br />
referente ao dente 31, considerando as variáveis ELM e ELA isoladamente,<br />
elas fornec<strong>em</strong> influência significativa. Porém, quando todas as 6 variáveis são<br />
consideradas conjuntamente, a pouca influência que cada uma oferece é<br />
anulada pelas d<strong>em</strong>ais, fazendo com que nenhuma seja significativa, uma vez<br />
que se conhece todas.<br />
5.3. Comparação entre os gêneros<br />
As Tabelas 19 e 20 evidenciam as estatísticas descritivas das sete<br />
variáveis para os dentes 31 e 41, respectivamente, estratificadas <strong>por</strong> gênero,<br />
com o p-valor da comparação entre os dois grupos. Foram observadas<br />
diferenças significativas entre os gêneros para EVA referente ao dente 31
(p=0,022) e 41 (p=0,007). Os valores do grupo masculino foram superiores, <strong>em</strong><br />
média, <strong>em</strong> relação ao f<strong>em</strong>inino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis, não foram<br />
observadas diferenças significativas entre os gêneros.<br />
Tabela 19- Média, desvio padrão e resultado da comparação entre os gêneros para o dente 31.<br />
F<strong>em</strong>inino Masculino<br />
Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
P-valor<br />
IMPA 91,50 6,65 91,24 4,11 0,879<br />
EVC 0,48 0,39 0,61 0,43 0,371<br />
EVM 0,51 0,42 0,58 0,20 0,447<br />
EVA 2,22 0,93 3,03 0,98 0,022<br />
ELC 0,35 0,24 0,41 0,30 0,539<br />
ELM 0,77 0,49 1,06 0,50 0,102<br />
ELA 2,53 0,95 3,16 1,01 0,077<br />
Tabela 20- Média, desvio padrão e resultado da comparação entre os gêneros para o dente 41.<br />
F<strong>em</strong>inino Masculino<br />
Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
P-valor<br />
IMPA 91,78 6,25 91,99 4,29 0,901<br />
EVC 0,57 0,35 0,64 0,30 0,507<br />
EVM 0,49 0,43 0,67 0,49 0,299<br />
EVA 2,17 0,92 3,22 1,06 0,007<br />
ELC 0,46 0,28 0,35 0,24 0,203<br />
ELM 0,91 0,59 0,96 0,43 0,730<br />
ELA 2,45 0,88 2,84 0,97 0,236<br />
5.4. Comparação entre as quantidades de osso<br />
Os dados foram modelados através de uma análise de variância<br />
(ANOVA), seguida do teste de comparações múltiplas de Tukey, com paciente,<br />
dente e região como fontes de variação e as interações duplas entre as fontes<br />
de variação. Foi ajustado um modelo para vestibular e outro para lingual. Em<br />
ambos os modelos não foram encontradas diferenças significativas entre os<br />
dentes (pvestibular = 0,328; plingual = 0,960) e foram encontradas diferenças
significativas entre as regiões (pvestibular < 0,001; plingual < 0,001), (Tabelas 22 e<br />
23).<br />
Considerando a vestibular, a quantidade de osso média foi<br />
significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />
regiões. Não foram encontradas diferenças significativas entre as regiões<br />
média e cervical. Considerando a lingual, a quantidade de osso média foi<br />
significativamente maior para a região apical <strong>em</strong> comparação às outras duas<br />
regiões. A região média foi significativamente maior que a região cervical<br />
(Tabela 21 e Figura 22).<br />
Tabela 21- Média e desvio padrão da quantidade de osso na vestibular e na lingual <strong>por</strong> região,<br />
considerando os dois dentes conjuntamente.<br />
Vestibular<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Região<br />
Vestibular<br />
Média Desvio Padrão Média<br />
Lingual<br />
Desvio Padrão<br />
Apical 2,4 1,0 2,6 1,0<br />
Média 0,5 0,4 0,9 0,5<br />
Cervical 0,5 0,4 0,4 0,3<br />
Apical<br />
Média<br />
Cervical<br />
Figura 22 – Gráficos da quantidade de osso (média e desvio padrão) na vestibular e lingual <strong>por</strong><br />
região.<br />
Lingual<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Apical<br />
Média<br />
Cervical
Tabela 22- Teste de Tukey para a região vestibular.<br />
Comparação P-valor<br />
A vs M < 0,0001<br />
A vs C < 0,0001<br />
C vs M 0,923<br />
Tabela 23- Teste de Tukey para a região lingual.<br />
Comparação P-valor<br />
A vs C < 0,0001<br />
A vs M < 0,0001<br />
M vs C < 0,0001
6. DISCUSSÃO<br />
A existência de um custo biológico oriundo de tratamentos ortodônticos t<strong>em</strong><br />
sido objeto de constantes estudos (TURPIN, 1994), sendo que vários aspectos<br />
pod<strong>em</strong> ser questionados quando este assunto é abordado. Dentre eles, estão as<br />
forças utilizadas durante a movimentação ortodôntica e a sua capacidade de<br />
comprometer o tecido de su<strong>por</strong>te dos dentes, as implicações sobre os vários tipos<br />
de movimentação e o que são capazes de provocar no periodonto e as limitações<br />
do movimento ortodôntico <strong>em</strong> função da quantidade de osso alveolar de cada<br />
paciente (BOYD et al., 1989; ONG; WANG; SMITH, 2005). Devido à grande<br />
preocupação, <strong>por</strong> parte dos ortodontistas, dos probl<strong>em</strong>as periodontais advindos do<br />
tratamento ortodôntico, esta pesquisa avaliou a quantidade de tecido ósseo de<br />
su<strong>por</strong>te, vestibular e lingual dos incisivos centrais inferiores e sua relação com as<br />
inclinações dos mesmos.<br />
As inclinações e angulações dentárias são alvo de pesquisas desde a<br />
época <strong>em</strong> que Angle, <strong>em</strong> 1928, sist<strong>em</strong>atizou o tratamento ortodôntico,<br />
desenvolvendo um aparelho cujas inclinações e angulações dentárias eram<br />
modificadas pelos arcos, conforme inseridos nas canaletas dos braquetes<br />
(GRABER; VANARSDALL JR, 1996). Vários estudos têm d<strong>em</strong>onstrado a<br />
preocupação na posição do incisivo inferior e a ocorrência de efeitos iatrogênicos<br />
sobre as estruturas de su<strong>por</strong>te periodontal. Neste contexto, Djeu, Hayes,<br />
Zawaideh, <strong>em</strong> 2002, realizaram um estudo com a finalidade de determinar se<br />
a protrusão dos incisivos centrais inferiores, durante a terapia com aparelho
fixo, resultava <strong>em</strong> recessões gengivais. Utilizaram-se telerradiografias <strong>em</strong><br />
norma lateral, das fases pré e pós-tratamento de 67 pacientes. As análises<br />
estatísticas não mostraram correlação entre a protrusão do incisivo central<br />
inferior e o desenvolvimento de recessão gengival e/ou aumento no<br />
comprimento da coroa clínica. Concluiu-se que o grau de protrusão dos<br />
incisivos centrais inferiores, durante o tratamento com aparelho fixo, não foi<br />
correlacionado à recessão gengival nesta amostra, mediante a metodologia<br />
aplicada. Outro trabalho que investigou se a alteração da posição<br />
vestibulolingual dos incisivos inferiores pode predis<strong>por</strong> ao desenvolvimento de<br />
recessões gengivais, foi o de Closs, Grehs, Raveli e Rösing, <strong>em</strong> 2009. Os autores<br />
analisaram fotografias intrabucais, modelos de estudo e cefalogramas de 189<br />
adolescentes leucodermas, no pré e pós-tratamento ortodôntico. Não se observou<br />
associação significativa entre a relação da inclinação dentária e a presença de<br />
recessões gengivais, como também não houve diferença significativa entre os<br />
gêneros.<br />
Vale ressaltar que estes dois trabalhos utilizaram imagens radiográficas<br />
para a mensuração da inclinação do incisivo inferior. Já Fuhrmann, <strong>em</strong> 1996,<br />
realizou uma comparação quantitativa e qualitativa entre imagens provenientes de<br />
cefalogramas e de <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s, na região de incisivos<br />
inferiores, considerando os achados macroscópicos e histológicos da amostra.<br />
Após a r<strong>em</strong>oção do tecido mole de 11 segmentos mandibulares dentados, 15<br />
defeitos ósseos artificiais, de diferentes dimensões, foram produzidos na região de<br />
incisivos inferiores. Em comparação com as medidas microscópicas da<br />
mandíbula, o diâmetro médio vestibulolingual do processo alveolar de um incisivo
foi superestimado nos cefalogramas de 0,3 a 1,2 mm. A maioria das correlações<br />
anátomorradiológicas das medidas cefalométricas foi insignificante. A <strong>avaliação</strong><br />
das medidas da largura óssea ou da cortical óssea vestibulolingual ou a<br />
identificação dos defeitos artificiais dos incisivos inferiores, nos cefalogramas,<br />
geralmente não foram possíveis. Nas imagens de <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a<br />
média do diâmetro vestibulolingual do processo alveolar dos incisivos foi<br />
superestimada <strong>em</strong> 0,1 a 0,5 mm, sendo a correlação altamente significativa. Treze<br />
dos 15 defeitos ósseos artificiais (80%) foram identificados nas TCs. O exame<br />
tomográfico é a única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite<br />
a <strong>avaliação</strong> quantitativa da largura vestibulolingual do osso alveolar e das corticais<br />
ósseas. O mesmo, autor <strong>em</strong> 2002, com o objetivo de investigar as deiscências ou<br />
fenestrações ósseas, reabsorção radicular e r<strong>em</strong>odelação óssea, durante e após o<br />
tratamento ortodôntico, descreveu um estudo realizado <strong>em</strong> 21 pacientes com<br />
tecido ósseo periodontal reduzido, quer <strong>por</strong> condições anatômicas ou <strong>por</strong><br />
probl<strong>em</strong>as periodontais. Estes foram submetidos à <strong>tomografia</strong> ao início ou na<br />
primeira fase do tratamento e tratados ortodonticamente com aparelho fixo. Uma<br />
segunda <strong>tomografia</strong> foi realizada entre 12 a 36 meses após a primeira, de acordo<br />
com a finalização do tratamento, sendo que, <strong>em</strong> 6 deles, foi realizada uma terceira<br />
<strong>tomografia</strong> entre 6 e 36 meses após a r<strong>em</strong>oção do aparelho. Os resultados<br />
mostraram ausência de evidências clínicas de periodontites marginais ou de<br />
recessões periodontais nos dentes movimentados ortodonticamente antes,<br />
durante ou após a finalização do tratamento, o que não correspondeu aos<br />
resultados tomográficos. Nestes, foram observados reabsorções da tábua óssea<br />
vestibular <strong>em</strong> procedimentos utilizando o Quadrihélice, principalmente nos dentes<br />
de apoio, <strong>por</strong>ém s<strong>em</strong> evidência clínica correspondente. Em movimento de
etrusão dos incisivos, evidenciou-se início de reabsorção radicular. Riscos<br />
terapêuticos foram observados <strong>em</strong> movimentos de inclinação descontrolada,<br />
utilizando fios resilientes e com movimentos de verticalização. As áreas com<br />
menor nível de r<strong>em</strong>odelação foram observadas nos incisivos e caninos inferiores,<br />
faces vestibular e lingual. Este estudo concluiu que vários fatores de risco como<br />
anatômicos, morfológicos e terapêuticos são intensificados reciprocamente <strong>por</strong><br />
causa dos efeitos colaterais provenientes da terapia ortodôntica, com redução do<br />
nível de inserção dentária. Estes dois trabalhos de Fuhrmann são b<strong>em</strong><br />
interessantes, pois compararam resultados macroscópicos com radiológicos e<br />
tomográficos e evidenciaram que a condição clínica e os resultados radiográficos<br />
subestimam a real condição óssea quando comparados aos resultados<br />
tomográficos.<br />
Logo, estudos prévios à introdução da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> eram<br />
estudos que se limitavam à utilização de radiografias (exames bidimensionais de<br />
uma estrutura tridimensional), com frequente superposição de estruturas ósseas e<br />
dentárias. Consequent<strong>em</strong>ente, as avaliações do efeito do tratamento ortodôntico<br />
sobre os tecidos de su<strong>por</strong>te e espessura do processo alveolar não eram tão<br />
precisas com este método visual de imag<strong>em</strong> (ARTUN; URBYE, 1988;<br />
WEHRBEIN; FUHRMANN; DIEDRICH, 1994; GARCIA et al., 2005).<br />
Nos últimos t<strong>em</strong>pos, os trabalhos têm se voltado para a ótica da <strong>tomografia</strong><br />
<strong>computadorizada</strong>, pois este exame auxiliar de diagnóstico é a representação<br />
digital fiel da anatomia do paciente, sendo o exame de escolha para a análise de<br />
componentes ósseos e estruturas dentárias (CAPELLOZA FILHO; FATORI;
MALTAGLIATI, 2005). A TC permite a reconstrução de áreas anatômicas e a<br />
visualização <strong>em</strong> 3D, revelando informações precisas sobre tamanho, forma e<br />
textura.<br />
Capelozza Filho, Fattori e Maltagliati, <strong>em</strong> 2005, verificaram se a TC<br />
volumétrica pro<strong>por</strong>cionava a obtenção de mensurações de inclinação e angulação<br />
dentária de forma confiável. Utilizou-se como referência o plano oclusal para a<br />
reconstrução primária da maxila e da mandíbula, de modo que todos os cortes<br />
apresentass<strong>em</strong> este plano como referência e foss<strong>em</strong> paralelos a ele, viabilizando<br />
as mensurações. Os autores recomendaram a TC volumétrica para a <strong>avaliação</strong><br />
das inclinações e angulações dentárias <strong>por</strong> ser um exame superior aos d<strong>em</strong>ais<br />
métodos existentes e <strong>por</strong> não possuir magnificação das imagens adquiridas <strong>em</strong><br />
relação às estruturas examinadas.<br />
No presente trabalho, utilizou-se o plano mandibular e o longo eixo dos<br />
incisivos para avaliar a inclinação dos mesmos (IMPA), <strong>por</strong> meio de imagens<br />
tomográficas. Em concordância com Capelozza Filho et al., 2008, este é um<br />
método fidedigno para <strong>avaliação</strong> do IMPA. Estes autores propuseram comparar o<br />
ângulo formado entre o longo eixo do incisivo inferior e o plano mandibular (IMPA),<br />
entre a telerradiografia convencional e a TCFC, <strong>em</strong> 19 pacientes, selecionados<br />
para tratamento ortodôntico. Telerradiografias laterais e exames de TCFC foram<br />
obtidos para a realização das mensurações propostas. Designou-se o plano<br />
Mandibular como plano de referência para a obtenção do IMPA, utilizado na<br />
reconstrução primária da mandíbula, de modo que todos os cortes apresentass<strong>em</strong><br />
este plano como referência e foss<strong>em</strong> paralelos a ele, viabilizando a mensuração
do valor de inclinação do incisivo mais vestibularizado. Na comparação dos<br />
resultados obtidos <strong>em</strong> cada uma das metodologias, observou-se que as médias<br />
do valor do IMPA apresentadas na TCFC foram significativamente maiores que<br />
aquelas apresentadas na Telerradiografia. Sugeriu-se que a TCFC, <strong>por</strong> estar livre<br />
de sobreposições, permite uma leitura exata da inclinação do incisivo central<br />
inferior mais vestibularizado. Apesar do resultado significante, os autores<br />
concluíram que a obtenção do valor do IMPA pela telerradiografia é um método<br />
confiável para a utilização clínica, pois <strong>em</strong>bora apresente valores menores que os<br />
obtidos <strong>em</strong> <strong>tomografia</strong>s, as diferenças não são significativas clinicamente.<br />
Jorge, <strong>em</strong> 2009, relatou que a sínfise mandibular é uma estrutura<br />
anatômica limitada pelas tábuas ósseas, vestibular e lingual, que aloja os incisivos<br />
inferiores. A determinação da espessura óssea da região dos incisivos inferiores<br />
oferece parâmetros para movimentação ideal dos incisivos. Para isso, elaborou<br />
um estudo com o objetivo de comparar as espessuras ósseas na região alveolar<br />
<strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>em</strong> TCCB referentes a 24 pacientes.<br />
Realizaram-se os traçados e as espessuras da sínfise <strong>em</strong> três regiões<br />
correspondentes às <strong>por</strong>ções cervical, média e apical da raiz do incisivo central<br />
inferior foram comparadas. O teste t de Student mostrou que não houve<br />
diferenças significativas nas três regiões entre os métodos avaliados. O autor<br />
concluiu que a espessura óssea da região de incisivos inferiores, na região<br />
alveolar, <strong>em</strong> telerradiografias <strong>em</strong> norma lateral e <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s<br />
“cone beam” mostrou-se s<strong>em</strong>elhante. Em contrapartida, Fuuhrmann, <strong>em</strong> 1996, <strong>em</strong><br />
seu estudo para <strong>avaliação</strong> quantitativa da qualidade de imag<strong>em</strong> de cefalogramas<br />
e TC, na região de incisivos inferiores, citou que, a <strong>avaliação</strong> das medidas da
largura óssea, b<strong>em</strong> como da cortical óssea vestibulolingual, ou a identificação dos<br />
defeitos artificiais dos incisivos inferiores, nos cefalogramas, geralmente não<br />
foram possíveis. Nas imagens de <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong>, a média do<br />
diâmetro vestibulolingual do processo alveolar dos incisivos foi superestimada <strong>em</strong><br />
0,1 a 0,5 mm, mas a correlação foi altamente significativa e concluiu que o exame<br />
tomográfico é a única técnica que oferece imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> três dimensões que permite<br />
a <strong>avaliação</strong> quantitativa da largura do osso alveolar e das corticais ósseas no<br />
sentido vestibulolingual.<br />
Mediante as comprovações anteriores científicas, no âmbito tomográfico, o<br />
presente estudo avaliou a quantidade de tecido ósseo de su<strong>por</strong>te, vestibular e<br />
lingual, a nível cervical, médio e apical (EVC, EVM, EVA, ELC, ELM, ELA) dos<br />
incisivos centrais inferiores e a sua relação com as inclinações (IMPA) dos<br />
mesmos, <strong>em</strong> uma amostra composta <strong>por</strong> <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s de 45<br />
pacientes, de ambos os gêneros, de 35 a 50 anos de idade, s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> sido<br />
submetidos a tratamento ortodôntico. O objetivo principal foi obter informações<br />
que auxiliass<strong>em</strong> na minimização de defeitos ósseos advindos do tratamento<br />
ortodôntico, com consequentes probl<strong>em</strong>as periodontais. Os resultados obtidos<br />
para as medidas avaliadas mostraram que os valores de IMPA aumentam<br />
conforme aumentam os valores de ELM (0,348, p=0,019) e ELA (0,336, p=0,024)<br />
para o dente 31 e ELM (0,375, p= 0,011) para o dente 41, evidenciando que a<br />
variável IMPA é positivamente correlacionada com ELM e ELA. Adicionalmente,<br />
<strong>em</strong>bora não estatiscamente significante, os resultados sugeriram que há um<br />
aumento da EVC quando diminui o IMPA (dente 31= -0,203, p=0,181; dente<br />
41= -0,125, p=0,411), e aumento da ELC quando aumenta o IMPA (dente 31=
0,249, p= 0,099; dente 41= 0,159, p= 0,298), mostrando que a inclinação<br />
vestibular dos incisivos inferiores contribui para a diminuição de osso na região<br />
cervical vestibular, o que pode acarretar <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as periodontais.<br />
Embora, não existam muitos trabalhos na literatura s<strong>em</strong>elhantes a este,<br />
para que se possa discutir, realmente, se a inclinação dentária do incisivo inferior<br />
contribui significativamente para a diminuição de osso na vestibular dos mesmos<br />
e, consequent<strong>em</strong>ente, o surgimento de recessões gengivais, perda da estrutura<br />
óssea de su<strong>por</strong>te e probl<strong>em</strong>as periodontais, conclui-se que, nesta amostra de 45<br />
pacientes, existe sim uma relação entre a inclinação dentária dos incisivos<br />
inferiores e a quantidade de osso de su<strong>por</strong>te dos mesmos. Esta relação permite<br />
alertar aos ortodontistas sobre a movimentação para vestibular destes dentes, a<br />
fim de evitar e/ou minimizar repercussões periodontais negativas na tábua óssea<br />
vestibular, com redução <strong>em</strong> espessura, desenvolvimento de deiscências ósseas,<br />
perdas de inserção e recessões gengivais decorrentes do tratamento ortodôntico,<br />
<strong>em</strong> regiões de incisivos inferiores. Quanto aos gêneros, foram encontradas<br />
diferenças significativas para EVA do dente 31 (p=0,022) e 41 (p=0,007), sendo o<br />
grupo masculino superior, <strong>em</strong> média, ao grupo f<strong>em</strong>inino. Atribui-se este resultado<br />
à sínfise mais pro<strong>em</strong>inente no gênero masculino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis não<br />
foram encontradas diferenças significativas.<br />
Em um estudo com metodologia s<strong>em</strong>elhante, Nauert e Berg, <strong>em</strong> 1999,<br />
avaliaram o volume ósseo e a densidade óssea na região de incisivos inferiores,<br />
<strong>em</strong> adultos não tratados ortodonticamente, utilizando o método de análise <strong>por</strong> TC.<br />
A amostra consistiu de 20 homens, entre 25 e 29 anos de idade, com a oclusão
“próxima ao normal” e saúde periodontal. Realizou-se o exame tomográfico da<br />
mandíbula e obtiveram-se as imagens seccionadas transversais, perpendicular ao<br />
plano da imag<strong>em</strong> frontal, determinando-se a imag<strong>em</strong> individual dos incisivos<br />
inferiores e seus processos alveolares. Mediu-se, linearmente, <strong>em</strong> cada nível da<br />
raiz do dente e perpendicular ao eixo do dente, o su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e<br />
lingual, como expressão do volume ósseo. Os ângulos entre os incisivos inferiores<br />
e o plano Mandibular e a linha A-Pog também foram avaliados. Mediante os<br />
resultados obtidos, no terço gengival das raízes, o su<strong>por</strong>te ósseo aumentou a<br />
partir da junção c<strong>em</strong>entoesmalte, <strong>em</strong> direção apical, <strong>em</strong> um valor de 0,5 mm. Este<br />
valor geralmente permaneceu constante no terço médio da raiz, seguido <strong>por</strong> um<br />
aumento contínuo no terço apical. Em 20% ao nível radicular, nenhum osso pôde<br />
ser visto <strong>em</strong> 35% dos casos. No limite entre o terço médio e apical, o su<strong>por</strong>te<br />
ósseo foi perdido <strong>em</strong> 25% de todos os dentes. Na lingual do incisivo central<br />
inferior direito, foram encontrados valores baixos de su<strong>por</strong>te ósseo, com uma<br />
média de 0,1 mm, <strong>em</strong> 30% ao nível radicular. Em direção apical, houve um<br />
aumento contínuo com uma média de 1,6 mm <strong>em</strong> 70% ao nível da raiz, e 3,5 mm,<br />
do ápice. Na vestibular, fenestrações ósseas e deiscências foram observadas com<br />
frequência, e na lingual, principalmente deiscências. A correlação entre a<br />
quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo vestibular e a inclinação dos incisivos <strong>em</strong> relação à<br />
linha A-Pog não foi significativa. Em concordância com o atual estudo, os autores<br />
encontraram alguma associação com o plano mandibular. No nível superior da<br />
raiz, houve uma correlação negativa entre o grau de inclinação vestibular e a<br />
quantidade de su<strong>por</strong>te ósseo. Os resultados deste estudo sustentam a suposição<br />
que a variação anatômica, como uma causa de diminuição de volume ósseo no<br />
processo alveolar, t<strong>em</strong> de ser levada <strong>em</strong> consideração ao avaliar possíveis efeitos
iatrogênicos do tratamento ortodôntico. Os autores sugeriram que, antes de se<br />
iniciar o tratamento ortodôntico, uma cuidadosa análise da "condição óssea" é<br />
extr<strong>em</strong>amente im<strong>por</strong>tante na determinação do tipo de biomecânica a ser utilizada.<br />
Enfatizou-se que, especialmente <strong>em</strong> adultos, com possíveis perdas ósseas<br />
induzidas periodontalmente, na área de incisivos inferiores, cuidadoso<br />
planejamento do tratamento é essencial, sendo que o volume ósseo, nesta região,<br />
deve ser avaliado com <strong>tomografia</strong>s <strong>computadorizada</strong>s. No entanto, os autores<br />
alertaram que esta t<strong>em</strong> de ser ponderada contra um aumento dos riscos de<br />
radiação, sendo recomendado que se faça inicialmente uma <strong>avaliação</strong> da forma<br />
da sínfise <strong>por</strong> meio de cefalometria convencional, com posterior análise adicional<br />
<strong>por</strong> TC de cada um dos el<strong>em</strong>entos dentários.<br />
O atual estudo também mostrou que, na vestibular, a quantidade de osso<br />
média foi significativamente maior para a região apical (média= 2,4, desvio<br />
padrão= 1,0) <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões. Não foram encontradas<br />
diferenças significativas entre as regiões média e cervical (região média: média=<br />
0,5, desvio padrão 0,4; região cervical: média 0,5, desvio padrão 0,4) .<br />
Considerando a lingual, a quantidade de osso média foi significativamente maior<br />
para a região apical (média= 2,6, desvio padrão=1,0) <strong>em</strong> comparação às outras<br />
duas regiões. A região média (média=0,9, desvio padrão= 0,5) foi<br />
significativamente maior que a região cervical (média= 0,4, desvio padrão= 0,3).<br />
O movimento vestibular dos incisivos inferiores t<strong>em</strong> sido<br />
tradicionalmente considerado como um fator de risco, <strong>em</strong> virtude da fina<br />
espessura do osso alveolar nesta região. Sendo assim, a inclinação para
vestibular destes dentes é considerada um fator desencadeante para o<br />
surgimento de recessão gengival nesta área. Em 2005, Melsen e Allais,<br />
realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças na prevalência e<br />
gravidade da recessão gengival dos incisivos inferiores durante o<br />
tratamento ortodôntico de adultos, nos quais os incisivos foram<br />
movimentados para vestibular e identificar parâmetros que pudess<strong>em</strong><br />
prever o desenvolvimento de recessões. A amostra consistiu de 150<br />
pacientes adultos, com média de idade de 33,7 anos, tratados com<br />
aparelhos fixos s<strong>em</strong> extrações dentárias. O trespasse horizontal e vertical<br />
interincisivos pré-tratamento, o apinhamento, a presença de rotação<br />
dentária, a relação de caninos, a altura vertical da face e a posição do<br />
incisivo inferior <strong>em</strong> relação às linhas A-pogônio e mandibular foram<br />
registrados nos modelos de estudo e <strong>em</strong> radiografias laterais. A recessão<br />
gengival na fase pré-tratamento, a espessura de gengiva ceratinizada, o<br />
biotipo gengival, a inflamação gengival e o acúmulo visível de placa foram<br />
registrados, como também a recessão gengival na fase pós-tratamento. O<br />
movimento vestibular foi determinado <strong>por</strong> medições nos modelos pré e pós-<br />
tratamento. Os resultados mostraram que não houve aumento médio<br />
significativo na prevalência de recessões gengivais durante o tratamento<br />
ortodôntico. A prevalência de recessão gengival maior que 0,1 mm<br />
aumentou de 21% antes do tratamento para 35% após o tratamento.<br />
Apenas 2,8% dos indivíduos desenvolveram uma recessão maior do que 2<br />
mm e 5% das recessões gengivais pré-existentes melhoraram. A presença
de recessão, o biotipo gengival fino e a inflamação gengival placa-induzida<br />
foram identificados como possíveis fatores predisponentes à recessão<br />
gengival, sendo que nenhuma das variáveis ortodônticas foi<br />
significativamente associada a esta anormalidade periodontal. Estes<br />
resultados contradiz<strong>em</strong>, <strong>em</strong> parte, com os resultados do estudo de Yared,<br />
Zenobio e Pacheco, 2006, que relacionaram a recessão gengival com a<br />
inclinação dentária e a espessura da gengiva. Os autores avaliaram a<br />
condição periodontal dos incisivos centrais inferiores que foram<br />
vestibularizados durante o tratamento ortodôntico. A amostra consistiu de<br />
34 pacientes adultos que tinham sido submetidos à mecânica ortodôndica.<br />
A vestibularização e o movimento vertical dos dentes selecionados foram<br />
analisados <strong>por</strong> seis medidas obtidas de radiografias cefalométricas laterais<br />
obtidas antes e após o tratamento. A espessura e a altura da sínfise foram<br />
registradas a partir de radiografias cefalométricas laterais obtidas na fase<br />
pré-tratamento. Os seguintes parâmetros clínicos periodontais foram<br />
avaliados: índices de placa e sangramento gengival, profundidade da bolsa<br />
à sondag<strong>em</strong>, níveis de inserção clínica e de recessão dos incisivos centrais<br />
inferiores. A quantidade <strong>em</strong> altura de tecido ceratinizado e a espessura da<br />
marg<strong>em</strong> gengival destes incisivos também foram avaliados. As análises<br />
estatísticas não mostraram correlações entre a recessão e os índices de<br />
placa e sangramento gengival, profundidade de bolsa à sondag<strong>em</strong> e<br />
quantidade de movimento vestibular. A recessão foi negativamente<br />
correlacionada com a quantidade <strong>em</strong> altura de gengiva ceratinizada. A
inclinação final (> que 95 graus) e a espessura da gengiva marginal livre (><br />
que 0,5 mm) mostraram associação com recessões maiores e mais severas<br />
nos incisivos centrais inferiores. No entanto, quando comparadas a<br />
espessura gengival e a inclinação final dos el<strong>em</strong>entos dentários, a<br />
espessura apresentou maior relevância para a presença de recessões<br />
gengivais. Este último trabalho corrobora com o atual estudo, no que<br />
concerne a relação existente entre quantidade de inclinação dos incisivos<br />
inferiores e quantidade de tecido ósseo adjacente <strong>por</strong> vestibular e lingual.<br />
Mesmo que não se tenha avaliado a espessura de tecido gengival <strong>por</strong><br />
vestibular aos dentes analisados, o presente estudo sugere que a<br />
quantidade de tecido ósseo diminuído quando da inclinação aumentada dos<br />
incisivos inferiores não deixa de ser um fator predisponente ao<br />
desenvolvimento de recessão gengival, b<strong>em</strong> como, um fator desencadeante<br />
quando de movimentações ortodônticas fora dos limites ósseos.<br />
Sarikaya et al., <strong>em</strong> 2002, também afirmaram que há danos no su<strong>por</strong>te<br />
ósseo dos incisivos <strong>em</strong> casos tratados com exodontias de quatro pr<strong>em</strong>olares. Os<br />
autores citaram que a área para a movimentação é limitada e que forças<br />
excessivas pod<strong>em</strong> causar o contato do dente com a cortical óssea, levando à<br />
reabsorção da mesma e exposição radicular. Dentro deste contexto, publicaram<br />
um estudo com o objetivo de avaliar as mudanças que ocorriam no osso alveolar<br />
como resultado da retração dos incisivos superiores e inferiores <strong>em</strong> pacientes com<br />
protrusão bimaxilar. Investigaram-se 19 pacientes com biprotrusão, apinhamento<br />
suave e perfil convexo, para os quais as extrações foram indicadas. Imagens
cefalométricas laterais foram adquiridas antes e após a retração, de cada paciente<br />
e, além disto, a TC da região dos incisivos superiores e inferiores, com espessura<br />
de 1,5 mm, também foi obtida. Os cortes obedeceram aos longos eixos dos<br />
incisivos e as medidas foram realizadas no sentido vestibulolingual, <strong>em</strong> três locais,<br />
totalizando seis medidas (3 vestibulares e 3 linguais). Baseados nos resultados<br />
obtidos, <strong>em</strong> que se comparou a média dos valores (espessura das tábuas ósseas)<br />
da fase anterior com a posterior à retração, concluiu-se que, quando os incisivos<br />
superiores e inferiores foram retraídos, os riscos de efeitos adversos estavam<br />
presentes. Estas alterações não foram visíveis <strong>em</strong> cefalometrias ou <strong>em</strong> exames<br />
clínicos, <strong>por</strong>ém foram facilmente diagnosticadas <strong>em</strong> TCs. Ressaltaram a<br />
im<strong>por</strong>tância de forças suaves e aumento de t<strong>em</strong>po entre as ativações como<br />
vantajosos na adaptação do osso alveolar. Esse estudo, mais uma vez, evidencia<br />
a superioridade da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> <strong>em</strong> relação às radiografias<br />
convencionais, pois estas últimas negligenciam um correto diagnóstico da<br />
condição real do su<strong>por</strong>te ósseo.<br />
Deguchi et al, <strong>em</strong> 2006, realizaram um estudo para avaliar a espessura de<br />
osso cortical <strong>em</strong> vários locais da maxila e da mandíbula utilizando TC, com o<br />
objetivo de se determinar a melhor localização e angulação dos mini-implantes<br />
como ancorag<strong>em</strong> ortodôntica. Além da distância da superfície óssea intercortical à<br />
superfície radicular, as distâncias entre as raízes dos pr<strong>em</strong>olares e molares<br />
também foram medidas para determinar o comprimento e o diâmetro adequados<br />
dos mini-implantes. Os autores concluíram que o local mais seguro para a<br />
colocação de mini-implantes é a mesial ou a distal do 1º molar e o tamanho mais<br />
aceitável é, aproximadamente, 1,5 mm de diâmetro e, 6 a 8 mm de comprimento.<br />
Ono, Motoyoshi e Shimizu, <strong>em</strong> 2008, também investigaram a espessura do osso
cortical vestibular nas regiões mesial e distal dos primeiros molares, de ambos os<br />
arcos dentários, para se determinar eventuais diferenças na localização, idade e<br />
gênero quanto à colocação de mini-implantes. Avaliaram-se 43 pacientes, sendo<br />
32 mulheres e 11 homens, que apresentavam mini-implantes instalados no osso<br />
alveolar posterior vestibular, como ancorag<strong>em</strong> para o tratamento ortodôntico.<br />
Empregou-se a TC para a obtenção de imagens das áreas ao redor dos<br />
implantes. Concluiu-se que o osso cortical mandibular é significant<strong>em</strong>ente mais<br />
espesso que o maxilar, <strong>em</strong> qualquer localização na região posterior vestibular, e<br />
que a cortical óssea na mesial dos primeiros molares superiores é mais fina <strong>em</strong><br />
mulheres que homens, <strong>em</strong> áreas de gengiva inserida. Estes dois trabalhos<br />
ressaltam a eficácia da <strong>tomografia</strong> <strong>computadorizada</strong> na <strong>avaliação</strong> da espessura<br />
óssea, devendo este ser o exame de escolha para este fim, pois além de<br />
quantificar a TC permite qualificar o osso alveolar.<br />
A quantidade de osso disponível é um componente crítico no<br />
planejamento do tratamento ortodôntico, variando de região para região<br />
na maxila, b<strong>em</strong> como, na mandíbula. Neste contexto, Katranji, Misch e<br />
Wang, <strong>em</strong> 2007, realizaram um estudo que teve <strong>por</strong> finalidade determinar a<br />
espessura cortical média do osso <strong>em</strong> diferentes partes do dente. Para<br />
determinar a espessura média das tábuas ósseas, vestibular e lingual,<br />
utilizaram-se 28 crânios onde foram medidas as regiões que correspondiam aos<br />
molares (M), pr<strong>em</strong>olares (PM) e região anterior (A), tanto nas regiões dentadas<br />
como nas edêntulas. Os autores concluíram que a espessura cortical média das<br />
placas vestibulares variou de 1,0 a 2,1 mm na maxila e na mandíbula<br />
desdentada, com área mais delgada na região anterior da maxila e área mais
espessa na <strong>por</strong>ção posterior da mandíbula. A cortical óssea lingual das maxilas<br />
e mandíbulas dentadas variou de 1,6 a 2,2 mm de espessura, com a área mais<br />
delgada na região anterior da mandíbula e a área mais espessa na região<br />
posterior da maxila. Outro trabalho que também avaliou quantitativamente a<br />
densidade do osso alveolar e basal para fornecer orientações sobre os métodos<br />
e locais de colocação de mini-implantes foi o estudo de Park et al., <strong>em</strong> 2008. A<br />
amostra foi composta de 63 imagens de TC. Em cada área, mediu-se a<br />
densidade dos ossos alveolares e basais, na vestibular e lingual. Não houve<br />
diferenças entre homens e mulheres. Os autores concluíram que o osso cortical<br />
da mandíbula apresentou-se mais denso que o da maxila; o osso esponjoso<br />
apresentou densidades s<strong>em</strong>elhantes entre a mandíbula e maxila, com algumas<br />
exceções; e o osso basal mostrou-se, geralmente, mais denso que o alveolar. Já<br />
Tsunori; Mashita e Kasai, <strong>em</strong> 1998, realizaram um estudo onde objetivaram, <strong>por</strong><br />
meio da utilização de imagens tomográficas, avaliar as relações existentes entre<br />
os tipos faciais e suas características ósseas e dentárias. O padrão facial foi<br />
avaliado levando <strong>em</strong> consideração: a inclinação do plano mandibular com o<br />
plano de Frankfurt, a inclinação do plano mandibular <strong>em</strong> relação ao plano<br />
palatino, o ângulo goníaco e a relação entre altura facial posterior e anterior. Os<br />
pacientes foram divididos <strong>em</strong> três grupos: face curta, média e longa. Os<br />
resultados obtidos d<strong>em</strong>onstraram que existe uma significativa e complexa<br />
relação entre os fatores avaliados e as características mandibulares dentro dos<br />
padrões faciais analisados. Sugeriram também que o osso vestibular dos<br />
pacientes face curta é menos espesso do que os de face longa e que isso ocorre<br />
<strong>em</strong> função da maior inclinação para lingual dos dentes posteriores, criando uma<br />
vestibularização da raiz. Por meio da análise crítica destes estudos, pode-se
notar que, a quantidade de osso é muito variável de região para região e está<br />
relacionada a uma série de características individuais.
7. Conclusões<br />
• Os valores de IMPA aumentam significativamente conforme aumentam os<br />
valores de ELM e ELA para o dente 31 e ELM para o dente 41, contudo<br />
sendo o valor de coeficiente baixo.<br />
• A quantidade de osso na vestibular foi significativamente maior para a<br />
região apical <strong>em</strong> comparação com as regiões cervical e média. Não foram<br />
encontradas diferenças significativas entre as regiões média e cervical. A<br />
quantidade de osso na lingual foi significativamente maior para a região<br />
apical <strong>em</strong> comparação às outras duas regiões. A região média foi<br />
significativamente maior que a região cervical.<br />
• Foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros para EVA dos<br />
dentes 31 (p=0,022) e 41 (p=0,007). O grupo masculino foi superior, <strong>em</strong><br />
média, ao grupo f<strong>em</strong>inino. Para as d<strong>em</strong>ais variáveis não foram encontradas<br />
diferenças significativas entre os gêneros.<br />
• Os resultados suger<strong>em</strong> que, conforme diminui o IMPA, aumenta a EVC e<br />
conforme aumenta o IMPA, aumenta a ELC, <strong>em</strong>bora não sejam<br />
estatisticamente significativos. Há indícios de que a inclinação vestibular
dos incisivos inferiores contribui para a diminuição de osso na região<br />
cervical vestibular, o que pode acarretar <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as periodontais.
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APÊNDICE A<br />
Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />
Tomografias para o dente 31<br />
Doc. Gênero Idade<br />
IMPA<br />
31 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />
1 M 50 83,2 0,82 0,73 2,8 0,91 1,45 3,5<br />
3 M 39 94,7 0,75 0,66 2,62 0,62 1,43 3,05<br />
4 F 50 98,1 0,78 1,19 2,99 0,52 0,97 3,36<br />
5 F 39 86 0,91 0,43 2,92 0 0,48 2,44<br />
6 F 49 96,3 0,51 0,56 2,46 0,59 1,4 3,58<br />
7 F 46 85,5 0,41 0 1,89 0,2 0,55 2,29<br />
8 F 46 97,3 0,08 0,61 4,62 0 1,37 2,92<br />
9 F 47 87,4 0,44 0 0,77 0,61 0,67 2,45<br />
10 F 39 89,9 0 0,41 2,29 0,17 0,41 1,85<br />
12 M 48 95,1 0,81 0,46 1,78 0,46 2,24 5,71<br />
13 F 47 97,7 0,79 0,43 2,49 0,62 0,56 3,2<br />
16 F 38 99,4 0,66 0,77 2,7 0,37 0,41 2,01<br />
18 F 46 85 0,84 0,36 2,37 0,55 1,83 4,19<br />
19 F 36 92,2 0,6 0,94 4,27 0 1,11 3,04<br />
20 F 39 83,6 0,74 0,38 1,21 0 0,33 1,76<br />
23 F 48 90,2 0,77 0,4 1,41 0,32 0,57 2,33<br />
26 F 43 85,9 0,38 0,49 2,64 0 0,48 0,98<br />
27 F 35 94,8 0,14 0 2,12 0,2 1,31 4,77<br />
29 F 38 88,5 0,62 0,4 2 0 0 1,98<br />
31 F 46 100,4 0 0,58 3,48 0,56 0,66 2,22<br />
32 M 43 93,1 0,58 0,78 5,06 0,55 0,86 2,39<br />
34 F 42 99 1,21 0,45 2,13 0,61 1,41 3,41<br />
35 F 40 103,2 0,26 0,29 0,27 0,31 0,98 2,52<br />
36 F 43 85,8 0,19 0,38 1,13 0,47 0,29 1,87<br />
37 F 46 105,1 0 0,27 2,24 0,71 1,21 2,73<br />
38 M 41 93,1 1,37 0,54 2,84 0,49 0,8 3,04<br />
40 M 49 93,3 0,32 0,52 4,16 0 0,52 2<br />
42 M 47 96,9 0 0,3 2,58 0,76 1,32 4,09<br />
44 F 40 78,7 0,39 0,48 1,77 0,53 0,52 0,68<br />
45 F 49 89,5 0,84 0,38 1,68 0,69 1,36 3,73<br />
46 F 49 79,4 1,61 1,82 2,36 0 0 0,71<br />
47 M 46 92,3 0,3 0,89 2,96 0 0,86 2,49<br />
48 F 40 99,2 0,38 1,53 2,34 0,49 1,45 2,67<br />
49 M 37 86,3 0,68 0,5 2,94 0,45 0,82 2,98<br />
51 F 43 87,4 0,55 0,58 3,52 0,12 0,5 2,57<br />
54 F 44 85,6 0 0,06 1,2 0,55 0,55 1,86<br />
57 F 43 88,2 0,26 0,32 2,39 0,39 0,99 3,32<br />
58 M 45 91,5 1,24 0,86 4,2 0,26 0,71 2,5
60 F 42 96,8 0 0 1,01 0,38 0 1,37<br />
61 F 38 88,6 0 1,19 2,74 0,38 0,5 2,88<br />
62 F 43 91,9 0,91 0 1,68 0,73 1,36 3,69<br />
66 M 36 88,1 0 0,32 2,57 0,41 1,26 3,7<br />
69 M 44 87,3 0,44 0,39 1,82 0 0,47 2,44<br />
71 F 42 93,4 0,54 0,48 2,29 0,24 1,14 2,56<br />
72 F 40 89,4 0 0,55 1,75 0,21 0,14 1,5
APÊNDICE B<br />
Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />
Tomografias para o dente 41<br />
Doc. Gênero Idade<br />
IMPA<br />
41 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />
1 M 50 84,8 0,84 0,68 4,18 0,74 1,04 2,35<br />
3 M 39 97 0,67 0,87 2,87 0,64 1,39 3,03<br />
4 F 50 96,5 0,82 1,66 3,94 0,38 1,87 3,43<br />
5 F 39 84,5 1,14 0,58 2,83 0,84 1,42 3,34<br />
6 F 49 96,6 0,64 0,43 2,51 0,48 0,73 2,47<br />
7 F 46 89,8 0,43 0 1,49 0,25 0,41 2,18<br />
8 F 46 98 0,15 0,68 4,59 0,48 1,59 3,73<br />
9 F 47 85,9 0,74 0 0,52 0,63 0,92 2,55<br />
10 F 39 89,9 0,7 0,24 1,5 0,72 0,29 1,45<br />
12 M 48 95,2 0,61 0,61 2,16 0 1,77 5,15<br />
13 F 47 99,6 0,24 0,72 3,16 0,42 0,81 2,03<br />
16 F 38 96,9 0,87 0,51 2,84 0,5 0,61 1,68<br />
18 F 46 87,1 0,56 0,57 2,44 0,35 1,96 4,12<br />
19 F 36 89,3 0,38 0,87 3,62 0,43 1,07 2,93<br />
20 F 39 85,6 0,51 0,32 1,44 0,3 0 1,78<br />
23 F 48 94,6 0,74 0,33 1,12 0,17 1,23 2,44<br />
26 F 43 84,3 0,47 0,59 2,78 0,47 0,46 1,38<br />
27 F 35 92 0,51 0,35 2,22 0,32 0,9 3,19<br />
29 F 38 88,4 0 0,33 1,56 0,23 0,43 1,58<br />
31 F 46 103,2 0 0,45 3,05 0,61 0,93 1,73<br />
32 M 43 97,5 0,93 0,73 4,46 0,63 0,97 2,85<br />
34 F 42 97,8 1,23 0,74 2,19 0,93 1,75 2,78<br />
35 F 40 101,3 0,55 0 0,95 0,74 0,74 1,73<br />
36 F 43 84,8 0,86 0,4 1,71 0,43 0,64 2,21<br />
37 F 46 105,6 0,46 0 1,84 0,64 1,22 2,19<br />
38 M 41 95,7 0,76 0,68 2,88 0,38 0,85 2,75<br />
40 M 49 91,7 0,41 0,41 3,88 0 0,93 1,61<br />
42 M 47 94,7 0,45 0 1,69 0,29 1,14 3,25<br />
44 F 40 83,7 1,03 0,22 1,31 0,98 0,44 1,85<br />
45 F 49 88,1 0,93 0,29 2,23 0,58 1,24 3,13<br />
46 F 49 81,2 0,78 1,81 2,05 0,21 0 1,18<br />
47 M 46 92,4 0,41 1,91 4,92 0,2 0,55 1,47<br />
48 F 40 97,1 1,15 1,25 1,56 1,21 2,21 2,31<br />
49 M 37 89,6 0,71 0,75 3,72 0,53 1,46 3,25<br />
51 F 43 86,2 0,9 0,99 3,27 0,38 0,59 2,88<br />
54 F 44 86,2 0,1 0,23 1,86 0 0,31 1,27<br />
57 F 43 91,3 0,3 0,49 2,15 0,31 1,56 4,29<br />
58 M 45 91,1 1,17 0,85 3,6 0,27 0,41 2,25
60 F 42 96,5 0 0,18 1,81 0 0,2 0,95<br />
61 F 38 87,5 0,45 0,46 2,87 0,28 0,96 3,48<br />
62 F 43 93,5 0,78 0,34 1,15 0,54 1,15 3,5<br />
66 M 36 84,9 0 0 2,45 0,29 0,55 3,54<br />
69 M 44 89,3 0,7 0,5 1,88 0,22 0,5 2,57<br />
71 F 42 95,9 0,29 0 1,82 0,39 1,31 3,13<br />
72 F 40 90 0 0,3 1,21 0 0 1,93
APÊNDICE C<br />
Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />
Tomografias para o dente 31- ERRO DO MÈTODO<br />
Doc. Gênero Idade IMPA 31 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />
3 M 39 94,8 0,78 0,69 2,63 0,62 1,38 3,1<br />
6 F 49 96 0,55 0,57 2,45 0,57 1,42 3,56<br />
8 F 46 97,4 0,08 0,65 4,61 0 1,34 2,92<br />
12 M 48 95,1 0,87 0,49 1,82 0,42 2,21 5,7<br />
18 F 46 84,8 0,8 0,35 2,4 0,53 1,86 4,17<br />
20 F 39 83,4 0,78 0,38 1,22 0 0,36 1,79<br />
26 F 43 86,1 0,39 0,45 2,67 0 0,45 0,99<br />
29 F 38 88,5 0,61 0,38 1,99 0 0 1,98<br />
32 M 43 93,2 0,6 0,78 5,06 0,55 0,89 2,4<br />
36 F 43 85,9 0,16 0,4 1,1 0,43 0,31 1,87<br />
38 M 41 93,3 1,34 0,5 2,88 0,5 0,77 3,04<br />
45 F 49 89,8 0,8 0,39 1,68 0,67 1,37 3,77<br />
49 M 37 86,2 0,66 0,47 2,93 0,47 0,82 2,96<br />
62 F 43 91,9 0,94 0 1,7 0,78 1,32 3,73<br />
69 M 44 87,7 0,47 0,34 1,85 0 0,46 2,47
APÊNDICE D<br />
Tabela de anotações dos dados <strong>em</strong> milímetros (mm) coletados nas<br />
Tomografias para o dente 41 – ERRO DO MÉTODO<br />
Doc. Gênero Idade IMPA 41 EVC EVM EVA ELC ELM ELA<br />
3 M 39 97,2 0,65 0,86 2,88 0,61 1,42 3,06<br />
6 F 49 96,7 0,62 0,4 2,5 0,46 0,74 2,4<br />
8 F 46 98,2 0,16 0,61 4,58 0,49 1,58 3,77<br />
12 M 48 95 0,57 0,57 2,09 0 1,76 5,27<br />
18 F 46 87 0,59 0,58 2,48 0,39 1,96 4,18<br />
20 F 39 85,3 0,53 0,36 1,49 0,29 0 1,79<br />
26 F 43 84,1 0,46 0,6 2,82 0,49 0,44 1,35<br />
29 F 38 88,4 0 0,36 1,54 0,23 0,41 1,54<br />
32 M 43 97,4 0,97 0,72 4,5 0,66 0,97 2,88<br />
36 F 43 84,9 0,86 0,37 1,7 0,4 0,66 2,18<br />
38 M 41 95,5 0,79 0,69 2,88 0,41 0,88 2,74<br />
45 F 49 88,3 0,91 0,26 2,27 0,56 1,26 3,14<br />
49 M 37 89,6 0,76 0,74 3,73 0,57 1,43 3,23<br />
62 F 43 93,6 0,8 0,32 1,15 0,52 1,13 3,49<br />
69 M 44 89,5 0,72 0,48 1,89 0,19 0,5 2,54