11.04.2013 Views

In C. Machado, L. Almeida, A. Guisande, M. Gonçalves, V. Ramalho ...

In C. Machado, L. Almeida, A. Guisande, M. Gonçalves, V. Ramalho ...

In C. Machado, L. Almeida, A. Guisande, M. Gonçalves, V. Ramalho ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

por um lado, ser uma bateria que se baseie num modelo psicolinguístico e, por outro lado, ser<br />

uma bateria que nos dê medidas em tempo diferido e em tempo real. A necessidade de uma<br />

bateria deste tipo é tanto mais importante quanto em Portugal não existe nenhuma prova de<br />

avaliação com estas características. No nosso país, temos apenas uma bateria de provas<br />

vocacionada para a avaliação das afasias – a BAAL (Bateria de Avaliação da Afasia de Lisboa)<br />

(Castro Caldas, 1979; Ferro, 1986; cf., também, Leal, 2003) 2 - que se inscreve na linha da<br />

neuropsicologia clássica. Trata-se de um conjunto de provas em que se procura,<br />

fundamentalmente, caracterizar o doente segundo o tipo de afasia (Broca, Wernicke, condução,<br />

etc.) e em que não é possível relacionar os resultados obtidos pelo doente com qualquer teoria<br />

do funcionamento linguístico, ficando assim excluída a possibilidade de um estudo detalhado<br />

dos processos linguísticos que se encontram intactos e dos que se encontram alterados. De facto,<br />

a BAAL, como qualquer bateria similar, partindo das variantes escrita e auditiva do código<br />

linguístico, apenas considera as dimensões da produção e da compreensão da linguagem,<br />

ficando de fora todos os processos e componentes responsáveis pelos diferentes níveis de<br />

processamento linguístico. Torna-se, assim, impossível especificar a origem da(s) dificuldade(s)<br />

e, consequentemente, qualquer programa de intervenção será, necessariamente, muito geral, na<br />

medida em que certos défices só são susceptíveis de ser identificados mediante um estudo<br />

psicolinguístico fino.<br />

Foi neste contexto que optámos por tomar como referência um instrumento que, estando<br />

direccionado para a língua inglesa, parte de um modelo psicolinguístico: a PAL<br />

(Psycholinguistic Assessment of Language) (Caplan, 1992; Caplan & Bub, 1990). Trata-se,<br />

juntamente com a PALPA (Psycholinguistic Assessment of Language Processing in Aphasia)<br />

(Kay, Lesser, & Coltheart, 1992), de uma das baterias mais conhecidas de avaliação<br />

psicolinguística das afasias. Fundamentalmente, os modelos psicolinguísticos subjacentes às<br />

provas de avaliação psicolinguística, como a PAL, consideram que o sistema de processamento<br />

da linguagem pode ser descrito, especificando a operação de um conjunto de processos (acesso<br />

ao léxico, planeamento dos sons da palavra, identificação de letras, etc.) em diferentes<br />

representações linguísticas (unidades fonémicas, formas das palavras no léxico fonológico de<br />

saída, entrada escrita, etc.), transformando estas últimas em novas representações (léxico<br />

fonológico de entrada, formas superficiais de fonemas e outras unidades fonológicas no buffer<br />

fonológico de saída, identidade das letras, etc.). Estes modelos fundamentam-se, igualmente,<br />

em alguns princípios base: o da modularidade que preconiza que um módulo corresponde a um<br />

tipo específico de processamento, actuando sobre uma classe de representações, aceites pelo<br />

módulo como entradas e produzindo novas representações que podem ser tomadas por um outro<br />

módulo do sistema; o do carácter universal da estrutura funcional do sistema cognitivo; o<br />

3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!