Denise Lobato Gentil - CORECON-RJ
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constitucional, poder-se-ia dizer que o país precisa de uma<br />
espécie de ‘Lei de Responsabilidade Fiscal Previdenciária’<br />
(GIAMBIAGI, F., MENDONÇA, J.L., BELTRÃO, K. I., ARDEO, V.,<br />
2004, p.2).<br />
A imprensa noticia dados trágicos acompanhados de linguagem<br />
dramática sobre a situação da previdência social. Um dos argumentos mais<br />
repetidos periodicamente pela mídia foi fornecido por um influente jornal local:<br />
As contas do INSS podem até não ir pelos ares em um horizonte<br />
próximo – embora muita gente acredite que já foi. Os déficits<br />
crescentes, no entanto, engessam a administração das contas<br />
públicas, restringindo cada vez mais o espaço para investimento<br />
pelo Estado. Os números divulgados ontem pelo Ministério da<br />
Previdência mostram que o rombo no INSS se aproximou de 2%<br />
do PIB em 2005 e, para este ano, o que se espera é um resultado<br />
ainda pior (“Reformas no setor vêm pela metade”. Folha de São<br />
Paulo, sucursal de Brasília, 19.01.2006, p. B5).<br />
Especialistas renomados são chamados pela mídia para avaliar a<br />
propalada gravidade da situação das contas públicas provocada pelo déficit da<br />
previdência social. O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas,<br />
disse ao jornal Folha de São Paulo:<br />
O déficit previdenciário é o problema mais complicado das contas<br />
públicas brasileiras. Não dá para ser nem minimamente otimista.<br />
O crescimento do déficit acima da inflação mostra uma<br />
insuficiência financeira muito grande. É uma situação bastante<br />
complicada (Velloso, Raul. Entrevista a Fernando Itokazu. “Déficit<br />
da Previdência sobe 11% em 2005”. Folha de São Paulo,<br />
19.01.2006, p. B5).<br />
Diante dessa avalanche de avaliações sombrias massificadas pela<br />
mídia, não é de se estranhar que pessoas comuns, políticos e até pessoas<br />
respeitáveis do meio acadêmico acreditem que é preciso, urgentemente, fazer a<br />
reforma da previdência para resolver um problema financeiro gravíssimo. O déficit,<br />
no entanto, não existe. Se investigados mais detidamente, os dados estatísticos<br />
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