Inovação na era do conhecimento, por Cristina Lemos - Redetec
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INOVAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO — 137<br />
tante papel de possibilitar a abertura da rede a um largo número de usuários<br />
locais potenciais (<strong>Lemos</strong>, 1996).<br />
7 A dimensão local da inovação<br />
Conforme salienta<strong>do</strong>, o processo de inovação é atualmente entendi<strong>do</strong><br />
como int<strong>era</strong>tivo, dependente das diferentes características de cada<br />
agente e de sua capacidade de aprender a g<strong>era</strong>r e absorver <strong>conhecimento</strong>s,<br />
da articulação de diferentes agentes e fontes de inovação, bem como<br />
<strong>do</strong>s ambientes onde estes estão localiza<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> nível de <strong>conhecimento</strong>s<br />
tácitos existentes nesses ambientes.<br />
A atenção que passou a ser dada ao caráter localiza<strong>do</strong> da inovação e<br />
<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> surgiu, particularmente, <strong>na</strong> observação da distribuição<br />
espacial desigual da capacidade de g<strong>era</strong>ção e de difusão de inovações.<br />
Aponta-se para uma significativa concentração em nível mundial da taxa<br />
de introdução de inovações, com algumas regiões, setores e empresas<br />
tenden<strong>do</strong> a desempenhar o papel de principais indutores de inovações,<br />
enquanto outras parecem ser relegadas ao papel de a<strong>do</strong>tantes.<br />
Nessa direção, enfatiza-se a noção de que o processo inovativo e o<br />
<strong>conhecimento</strong> tecnológico são altamente localiza<strong>do</strong>s. A int<strong>era</strong>ção criada<br />
entre agentes econômicos e sociais localiza<strong>do</strong>s em um mesmo espaço propicia<br />
o estabelecimento de significativa parcela de atividades inovativas.<br />
Ou seja, um quadro institucio<strong>na</strong>l local específico que dispõe de mecanismos<br />
particulares de aprendiza<strong>do</strong> e troca de <strong>conhecimento</strong>s tácitos pode<br />
promover um considerável processo de g<strong>era</strong>ção e difusão de inovações.<br />
Assim, diferentes contextos locais com diferentes estruturas institucio<strong>na</strong>is<br />
terão processos inovativos qualitativamente diversos (Lastres et alii, 1999).<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, cabe ressaltar formatos organizacio<strong>na</strong>is basea<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />
proximidade local, alguns já mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s, como os clusters e distritos<br />
industriais, que se baseiam em redes locais de coop<strong>era</strong>ção. Esses formatos<br />
apresentam aprendiza<strong>do</strong> int<strong>era</strong>tivo, relevância da confiança <strong>na</strong>s relações<br />
e as proximidades geográficas e culturais como fontes im<strong>por</strong>tantes<br />
de diversidade e vantagens comparativas, assim como a oferta de qualificações<br />
técnicas e organizacio<strong>na</strong>is e <strong>conhecimento</strong>s tácitos acumula<strong>do</strong>s. O<br />
aspecto confiança, <strong>por</strong> seu turno, vem sen<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong> como fator crítico<br />
para o estabelecimento de relações de coop<strong>era</strong>ção e int<strong>era</strong>ção, para que<br />
se possa sup<strong>era</strong>r as incertezas existentes ao longo <strong>do</strong> processo de inovação.<br />
Ressalte-se que a confiança tem melhores possibilidades de ser promovida<br />
em um ambiente comum de proximidade e identidade entre os<br />
agentes, como os arranjos locais (Saxenian, 1994).