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Inovação na era do conhecimento, por Cristina Lemos - Redetec

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INOVAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO — 139<br />

Em primeiro lugar, observa-se que políticas de promoção tend<strong>era</strong>m<br />

tradicio<strong>na</strong>lmente a focar em padrões de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

tecnológico de firmas ou projetos pontuais e individuais. Atualmente,<br />

surge uma necessidade de se repensarem políticas que visem o desenvolvimento<br />

individual de firmas, bem como de repensar as organizações e<br />

instituições envolvidas no processo de formulação de tais políticas, à luz<br />

das rápidas mudanças trazidas com o paradigma das tecnologias de informação<br />

e comunicação e refletidas no próprio processo de inovação.<br />

É im<strong>por</strong>tante reconhecer que já ocorrem mudanças no foco de políticas<br />

em alguns países. 2 No âmbito dessas novas políticas que vêm sen<strong>do</strong><br />

formuladas, nota-se uma tendência à mudança em formatos e conteú<strong>do</strong>s.<br />

Assim, observam-se novas formas de entender políticas científicas,<br />

tecnológicas e industriais como fazen<strong>do</strong> parte de um mesmo conjunto,<br />

que tende a privilegiar o desenvolvimento, dissemi<strong>na</strong>ção e uso de novos<br />

produtos, serviços e processos. Enfatiza-se, também, o estimulo à formação<br />

de redes de diferentes agentes para intensificar o processo de aprendiza<strong>do</strong><br />

int<strong>era</strong>tivo <strong>na</strong> pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização<br />

desses bens.<br />

As políticas de inovação se tor<strong>na</strong>m atualmente mais im<strong>por</strong>tantes <strong>do</strong><br />

que no passa<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> em vista seu papel crucial para intensificar a<br />

competitividade, através <strong>do</strong> fortalecimento da capacidade de aprender<br />

de indivíduos e empresas. Nesse senti<strong>do</strong>, um passo im<strong>por</strong>tante é a incor<strong>por</strong>ação<br />

<strong>do</strong> elemento aprendiza<strong>do</strong> como o processo central para capacitar<br />

um país ou região.<br />

Amplia-se, também, a relevância para as políticas <strong>do</strong> enfoque de sistemas<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, regio<strong>na</strong>is ou locais de inovação, no qual é central a noção<br />

de que o processo inovativo é localiza<strong>do</strong> e, <strong>por</strong>tanto, depende de seus<br />

contextos empresarial, setorial, organizacio<strong>na</strong>l e institucio<strong>na</strong>l específicos.<br />

Nesses casos, to<strong>do</strong> o conjunto de agentes que conformam um sistema<br />

são consid<strong>era</strong><strong>do</strong>s para o incentivo ao desenvolvimento <strong>do</strong> sistema<br />

local, regio<strong>na</strong>l ou <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l específico.<br />

Em segun<strong>do</strong> lugar, observam-se, <strong>por</strong> vezes, tendências a se reduzir o<br />

papel de promotores de políticas científica, tecnológica e de inovação de<br />

governos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ou regio<strong>na</strong>is. Nesse senti<strong>do</strong>, destaca-se o conflito,<br />

<strong>por</strong> vezes existente, entre formula<strong>do</strong>res de políticas influencia<strong>do</strong>s <strong>por</strong><br />

modelos neoclássicos — os quais desconsid<strong>era</strong>m o papel da tecnologia e<br />

2. Salienta-se particularmente o caso da União Européia e de seus países separadamente, onde as<br />

políticas industriais vêm sen<strong>do</strong> reorientadas para o reforço à promoção da inovação. Para detalhes,<br />

ver Cassiolato e Lastres, 1998 e Cassiolato e Lastres, 1999.

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