12.04.2013 Views

Corpos reconfigurados* - Instituto de Estudos de Gênero

Corpos reconfigurados* - Instituto de Estudos de Gênero

Corpos reconfigurados* - Instituto de Estudos de Gênero

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Corpos</strong> reconfigurados<br />

e i<strong>de</strong>alismo são o resultado da tentativa <strong>de</strong> explicar o corpo e a<br />

matéria em termos <strong>de</strong> mente, idéias ou razão; empiricismo e<br />

materialismo são o resultado <strong>de</strong> tentativas <strong>de</strong> explicar a mente em<br />

termos <strong>de</strong> experiências corporais ou da matéria (atualmente a<br />

mente é freqüentemente igualada ao cérebro ou ao sistema<br />

nervoso central). 10 Ambas as formas <strong>de</strong> reducionismo afirmam que<br />

um ou outro dos termos binários é “<strong>de</strong> fato” seu oposto e que<br />

po<strong>de</strong> ser explicado ou traduzido em termos <strong>de</strong> seu outro.<br />

Não existem apenas boas razões filosóficas para rejeitar o<br />

reducionismo como uma solução para o dilema dualista; há<br />

também boas razões fisiológicas. Tão logo os termos são <strong>de</strong>finidos<br />

<strong>de</strong> modo mutuamente exclusivo, não há como reconciliá-los, não<br />

há maneira <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r sua influência mútua ou <strong>de</strong> explicar<br />

seu aparente paralelismo. Além disso, tentativas <strong>de</strong> correlacionar<br />

idéias ou processos mentais com funções neurológicas tem até<br />

agora fracassado e o próprio projeto parece con<strong>de</strong>nado. 11<br />

10 Ver ARMSTRONG, D.M. A materialist Theory of Mind. London, Routledge and<br />

Kegan Paul, 1968 ou os trabalhos <strong>de</strong> CHURCHLAND, Paul. A neurocomputational<br />

Perspective. Cambridge, MIT Press, 1989 e CHURCHLAND, Patricia.<br />

Neurophilosophy: Toward a Unified Un<strong>de</strong>rstanding of the Mind-Brain.<br />

Cambridge, MIT Press, 1986, que <strong>de</strong> maneira engenhosa, ainda que<br />

con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>scartaram a noção <strong>de</strong> mente ou interiorida<strong>de</strong> psíquica como<br />

“psicologia popular”.<br />

11 Uma série <strong>de</strong> neurofisiologistas e neuropsicólogos, cujo trabalho será<br />

examinado com mais <strong>de</strong>talhes em outros capítulos <strong>de</strong>ste livro, afirmam que é<br />

impossível dar a exata localização dos correlatos neurológicos <strong>de</strong> fenômenos<br />

psíquicos e comportamentais, especialmente porque processos neurológicos<br />

po<strong>de</strong>m mudar <strong>de</strong> lugar como resultado <strong>de</strong> lesões ou outras formas <strong>de</strong> danos<br />

neurológicos. Ver GOLDSTEIN, Kurt. Human Nature in the Light of Psychoterapy.<br />

New York, Schocken Books, 1963; Selected Papers. The Hague, Martinus Nijoff,<br />

1971; LURIA, A. R. The Working Brain: An Introduction to Neuropsychology.<br />

Harmondsworth, Penguin, 1973 e SACKS, Oliver. The Man Who Mistook His Wife<br />

for a Hat. London, Picador, 1985.<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!