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Corpos reconfigurados* - Instituto de Estudos de Gênero

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<strong>Corpos</strong> reconfigurados<br />

inesperados nos textos <strong>de</strong> uma série daqueles filósofos anômalos,<br />

que propuseram contextos alternativos ou críticos a partir dos<br />

quais formular uma compreensão da especificida<strong>de</strong> sexual (e<br />

racial) <strong>de</strong> corpos e subjetivida<strong>de</strong>s.<br />

As feministas apresentaram um amplo leque <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e<br />

reações às concepções do corpo e à tentativas <strong>de</strong> colocá-lo no<br />

centro da ação política e da produção teórica. Po<strong>de</strong> valer a pena<br />

oferecer uma breve visão <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> posições abstratas ou<br />

possíveis no interior da teoria feminista para mostrar o potencial<br />

existente para a reconsi<strong>de</strong>ração e re-teorização do corpo fora do<br />

contexto das categorias e conceitos patriarcais e racistas. Essas<br />

posições não são <strong>de</strong>finitivas nem rígidas; certamente há uma série<br />

<strong>de</strong> teóricas que cabem em mais <strong>de</strong> uma categoria ou que não são<br />

a<strong>de</strong>quadamente <strong>de</strong>scritas por nenhuma categoria. Creio, no<br />

entanto, que essas categorias tornam claro tanto um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento histórico como uma série <strong>de</strong> visões diferentes,<br />

talvez até opostas, do corpo.<br />

Feminismo igualitário<br />

A primeira categoria inclui figuras tão diversas como Simone<br />

<strong>de</strong> Beauvoir, Shulamith Firestone, Mary Wollstonecraft, e outras<br />

feministas liberais, conservadoras e humanistas, até as ecofeministas.<br />

Aqui, as especificida<strong>de</strong>s do corpo feminino, sua<br />

natureza particular e seus ciclos corporais – menstruação, gravi<strong>de</strong>z,<br />

maternida<strong>de</strong>, lactação, etc. – são, <strong>de</strong> um lado, vistas como uma<br />

limitação ao acesso das mulheres a direitos e privilégios que a<br />

cultura patriarcal conce<strong>de</strong> aos homens e, por outro, em termos<br />

mais positivos e não críticos, comuns a algumas feministas<br />

epistemólogas e ecofeministas, o corpo é visto como um meio<br />

único <strong>de</strong> acesso ao conhecimento e a modos <strong>de</strong> vida. Na visão<br />

negativa, os corpos das mulheres são vistos como uma limitação<br />

inerente da capacida<strong>de</strong> das mulheres para a igualda<strong>de</strong>; do lado<br />

positivo, os corpos e as experiências das mulheres são vistos como<br />

dotando as mulheres <strong>de</strong> uma percepção especial, algo que falta<br />

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