Clique aqui para baixar esse livro! - Galeno Alvarenga
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Segurando a maçaneta, abriu a porta e, ao abri-la, procurou<br />
com o olhar espantado o homem que dizia ser seu pai.<br />
— Bom dia. - cumprimentou Clara com dificuldade,<br />
enquanto examinava com asco aquele homem que olhava<br />
<strong>para</strong> baixo, postado bem à sua frente.<br />
— Bom dia, minha dona. Falo assim, pois não tenho<br />
intimidade com a senhora. A senhora é D. Clara?<br />
— Sim. Meu nome é Clara. Quem é o senhor e o que<br />
quer? Falou bruscamente, tentando esclarecer tudo <strong>aqui</strong>lo o<br />
mais rápido possível.<br />
— Pelo que sei, sou seu pai. Não conheci a senhora<br />
quando nasceu, pois quando Maria, sua mãe, ficou esperando<br />
você, eu saí de casa e fui morar com Marina. Contei tudo<br />
<strong>para</strong> essa moça que veio me atender antes. Agora foi Marina<br />
quem me largou e fugiu com Ratinho. Há muitos dias caminho<br />
por essas bandas, estou vindo de longe, passei num<br />
lugar e noutro, sempre procurando um lugar <strong>para</strong> dormir e<br />
comer em troca de algum trabalho. Não consegui. Por acaso<br />
cheguei a Cachoeira do Assento. Aqui, sem querer, descobri<br />
que a senhora é minha filha.<br />
— Não entendi. Como descobriu que eu sou sua filha?<br />
— Tive com sua mãe outros filhos, uns onze ou doze.<br />
Não me lembro mais, quase todos morreram. Sei que só três<br />
vingaram: dois meninos e uma menina. Essa menina é você,<br />
a filha que não conheci, pois quando larguei sua mãe você<br />
estava na barriga dela. Os meninos eu vi nascer, cheguei a<br />
viver uns anos junto a eles. Tinha muito amor por eles.<br />
— Mas o que me acaba de contar não mostra que você<br />
é meu pai.<br />
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