12.04.2013 Views

Clique aqui para baixar esse livro! - Galeno Alvarenga

Clique aqui para baixar esse livro! - Galeno Alvarenga

Clique aqui para baixar esse livro! - Galeno Alvarenga

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Tendo sua consciência dominada pelos continuados<br />

sentimentos de culpa por tê-la levado ao pasto naquela tarde,<br />

preferiu se afastar da cena da injeção. Caminhou até a<br />

porta de entrada da farmácia e lá permaneceu até que se<br />

fez silêncio dentro da farmácia, pois durante a aplicação<br />

do antibiótico Clara berrou, como era esperado, com sua<br />

voz fraca e triste, enquanto era segurada por Zaia e uma<br />

ajudante que varria a farmácia. Felizmente as duas se mantiveram<br />

calmas durante todo o tempo.<br />

Disfarçando os movimentos das mãos <strong>para</strong> limpar<br />

os olhos cheios de lágrimas, pigarreando e tossindo, José<br />

Alencar ia engolindo as secreções que desciam pela sua<br />

garganta e dificultava sua respiração e fala. Após pagar<br />

os medicamentos, saiu rápido daquele lugar tétrico, louco<br />

<strong>para</strong> voltar à fazenda. Trêmulo, carregou sua filha doente e<br />

fraca até o jipe estacionado do outro lado da rua.<br />

Chegando em casa, antes de tudo mandou dar um<br />

banho em Clara e trocar as roupas, tentando evitar d<strong>esse</strong><br />

modo alguma possível infecção hospitalar e do ambiente<br />

da cidade. Após o banho, já na cama, Donana ofereceu, sem<br />

resultado, uma sopa a Clara. Esta, talvez cansada de tudo,<br />

preferiu dormir.<br />

José Alencar não arredou os pés do seu leito adiando<br />

todos seus compromissos. Naquele dia e nos seguintes, não<br />

mais saiu <strong>para</strong> trabalhar, não era capaz de pensar em outra<br />

coisa. Passava grande parte do tempo caminhando de um<br />

lado ao outro do leito de Clara, porém evitando olhar <strong>para</strong><br />

a menina doente. Quando assim o fazia, ao observar o corpo<br />

dela cada dia mais magro, chorava sozinho junto a ela<br />

sem que ela perceb<strong>esse</strong>.<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!