Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas - EcoEco - Sociedade ...
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Edição Especial - Nº 23/24 - Janeiro a Agosto e 2010 ECEC<br />
oportunidade para se buscar soluções para problemas<br />
socioambientais recorrentes no processo<br />
de expansão do modelo de desenvolvimento capitalista<br />
industrial. Um destes problemas seria a<br />
situação de pobreza, na qual se encontram comunidades<br />
em vários cantos do planeta.<br />
Neste sentido, esforços de mobilização de populações<br />
vulnerabilizadas vão ser cada vez mais<br />
necessários. Algumas vezes, estes esforços vão<br />
requerer uma ação conjunta entre as organizações<br />
da sociedade civil e a comunidade científica<br />
com o intuito de se construir estratégias de enfrentamento<br />
mais adequadas a situações locais.<br />
O objetivo desta comunicação é, inicialmente,<br />
discutir algumas noções teóricas envolvidas neste<br />
tipo de projeto de enfrentamento, que, sendo<br />
de cunho social, tem como pano de fundo, o<br />
arcabouço das ciências do clima. Em seguida,<br />
será apresentado, resumidamente, um exemplo<br />
de ação voltada para comunidades vulnerabilizadas,<br />
visando mobilizá-las no enfrentamento<br />
do fenômeno das mudanças climáticas, que está<br />
sendo desenvolvido, atualmente, dentro da perspectiva<br />
acima de parceria entre a sociedade civil<br />
e a academia.<br />
Situando o quadro teórico<br />
O momento atual vivido pela Humanidade pode<br />
ser visto como uma oportunidade que temos de<br />
redirecionar questões sociais e ambientais. Uma<br />
destas questões é o caso das vulnerabilidades<br />
sociais que se instalaram em nossa sociedade.<br />
Elas se originam da adoção de um modelo de<br />
desenvolvimento que se caracteriza por ser insustentável,<br />
socialmente, por que cria situações de<br />
pobreza e de degradação social; e ecologica-<br />
mente, por que cria situações de degradação e<br />
de destruição ambiental. Enquanto o sistema de<br />
produção capitalista não integrar, em seu quadro<br />
ideológico, elementos que o tornem menos<br />
impactante, ele continuará sendo caracterizado<br />
como um sistema insustentável (Da-Silva-Rosa,<br />
2005). Pelo menos dois elementos podem ser<br />
considerados na busca da harmonização entre<br />
os sistemas social e natural:<br />
1- a essência do ser humano é, primeiramente,<br />
biológica e ecológica. Ou seja, antes de<br />
qualquer coisa, ele é um ser vivo que faz parte<br />
de um todo, que é a Natureza (Da-Silva-Rosa,<br />
2009). Na visão sistêmica, ele troca, constantemente,<br />
com o seu meio, de um lado, extraindo<br />
o que é necessário a sua sobrevivência<br />
e, de outro, depositando, no seu entorno,<br />
os restos ou dejetos advindos de todas as suas<br />
atividades – fisiológicas e econômicas. Portanto,<br />
ele é, antes de tudo, um ser entrópico<br />
(Georgescu-Roegen, 1995), ou seja, por ser<br />
dependente da Natureza, ele produz desordem<br />
ou impactos, que podem ser compreendidos<br />
como sendo a não disponibilidade de<br />
energia, reduzindo, então, a disponibilidade<br />
de recursos naturais.<br />
2- a economia nada mais é do que um sistema<br />
que esta situado dentro do sistema natural. A<br />
partir da teoria de sistemas, ele é composto<br />
por outros sistemas, sendo a economia um<br />
destes sistemas, sendo, assim, caracterizada<br />
como um elemento interdependente do sistema<br />
natural (Cechin, 2010). Portanto, as atividades<br />
econômicas têm que ser pensadas e<br />
praticadas tendo em conta que a Natureza é<br />
finita e que ela tem uma capacidade limitada<br />
de responder aos impactos que sofre de todos<br />
os sistemas que lhe são interdependentes.<br />
Ultrapassando estes limites, estamos comprometendo<br />
a sua capacidade de suporte e a capacidade<br />
de sustentação da Vida no Planeta.<br />
Muito escutamos falar sobre as origens das emissões<br />
de gases de efeito estufa, responsáveis pelo<br />
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