Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas - EcoEco - Sociedade ...
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Edição Especial - Nº 23/24 - Janeiro a Agosto e 2010 ECEC<br />
atmosfera (onde permanece) como N O (um gás<br />
2<br />
de efeito estufa) ou NO (óxidos de nitrogênio,<br />
x<br />
que são gases precursores do ozônio); acumulado<br />
na biomassa de animais e plantas; acumulado<br />
no solo ou acaba retornando à atmosfera na<br />
sua forma não reativa, o N . Como a transfor-<br />
2<br />
mação do N em N e a liberação de Nr a partir<br />
2 r<br />
da combustão de materiais de origem fóssil são<br />
muito maiores do que o retorno de formas N para r<br />
N , na escala de tempo da história econômica é<br />
2<br />
preferível que se fale de fluxo biogeoquímico do<br />
N do que em ciclo do N, como habitualmente se<br />
denomina a passagem de N em diferentes formas<br />
entre os compartimentos atmosfera, biosfera e reservatórios<br />
hídricos e de subsolo.<br />
Macronutrientes da agricultura<br />
Os elementos chamados de macronutrientes<br />
pelos agrônomos – dentre eles N, P (fósforo), K<br />
(potássio) e S (enxofre) são os mais demandados<br />
pelas plantas. Eles são obtidos na natureza - o N<br />
na atmosfera e os demais em rochas – e aplicados<br />
na forma de adubo no campo. A seguir, há<br />
uma exportação destes elementos na forma de<br />
produtos agrícolas do campo para as cidades,<br />
onde a produção é consumida, e finalmente esses<br />
elementos acabam como efluentes e resíduos<br />
sólidos contaminando as águas superficiais, subterrâneas,<br />
o solo e a atmosfera.<br />
Lagos e rios com pouca influência do ser humano<br />
têm naturalmente concentrações muito baixas<br />
de N e P. O aporte de efluentes e resíduos<br />
urbanos nos corpos d’água faz com que esses<br />
ambientes sejam ‘adubados’ – o termo correto<br />
é eutrofizados – gerando um aumento na produção<br />
de algas em suas superfícies. Com a redução<br />
da luz mais ao fundo, a fotossíntese que libe-<br />
ra o oxigênio necessário para a vida dos peixes<br />
é fortemente diminuída causando a morte destes<br />
e queda da qualidade da água para outros fins.<br />
A infiltração de N no solo, seja por ser um solo<br />
adubado, seja por infiltração de chorume de lixões<br />
e aterros, causa o declínio da qualidade da<br />
água subterrânea, deixando-a imprópria para o<br />
consumo humano. O preço da perda da qualidade<br />
da água é uma externalidade da economia,<br />
ou seja, não aparece na conta dos agentes,<br />
mas o custo de se despoluir ou importar água de<br />
locais mais distantes é pago pela coletividade,<br />
assim como a perda de bem-estar por parte da<br />
população não é indenizada.<br />
Externalidades negativas aparecem também na<br />
extração dos compostos utilizados, seja por danos<br />
ambientais, insalubridade das condições de<br />
trabalho ou pela depleção dos estoques de rochas<br />
que contenham o elemento que se deseja<br />
obter. Além disso, essas fontes são não renováveis<br />
– o que representa um problema de sustentabilidade<br />
entre gerações.<br />
Resíduos urbanos<br />
Segundo o Ministério das Cidades (Brasil, 2010),<br />
do total de efluentes líquidos urbanos, o esgoto,<br />
apenas a metade é coletada e menos de 35%<br />
passa por algum tipo de tratamento, o que inviabiliza<br />
a recuperação do lodo de esgoto, que<br />
tratado poderia ser aplicado na agricultura.<br />
Da mesma forma que material compostável rico<br />
em macronutrientes que causam tantos problemas<br />
ambientais termina em aterros e lixões, vários<br />
outros materiais que poderiam ser reaproveitados<br />
acabam sendo enterrados de forma difusa, inviabilizando<br />
seu reuso. Segundo dados da Abrelpe<br />
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