Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas - EcoEco - Sociedade ...
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Edição Especial - Nº 23/24 - Janeiro a Agosto e 2010 ECEC<br />
Isto demanda o fortalecimento das conectividades<br />
sistêmicas (Homer-Dixon, 2009) através de<br />
um envolvimento de todos os componentes de<br />
uma comunidade de modo que a sua estrutura<br />
básica seja preservada.<br />
Em outras palavras, a vulnerabilidade evidencia<br />
a insustentabiliade do desenvolvimento tal como<br />
experienciado até os dias de hoje. Nestes termos,<br />
a formulação de políticas públicas ancoradas na<br />
noção de sustentabilidade do desenvolvimento<br />
é urgente, principalmente, na observância de<br />
valores tais como o respeito a vida do planeta,<br />
a equidade social e a justiça ambiental, tendo,<br />
além disto, a diminuição das emissões como parte<br />
das suas estratégias. Mesmo que, para alguns<br />
autores, a vulnerabilidade não seja exclusivamente<br />
ligada à pobreza (O`Brien & Leischenko,<br />
2000), existe um consenso de que as populações<br />
dos países do Sul ou em desenvolvimento são as<br />
mais vulneráveis. Dentre elas, as categorias mais<br />
afetadas são as mulheres, as crianças e os idosos<br />
(Brasil, PNMC, 2008). Cabe ainda lembrar<br />
que o Quarto Relatório do IPCC (2007) afirma<br />
que são mais vulneráveis as áreas de rápida urbanização,<br />
assentamentos humanos e indústrias<br />
situadas em planícies costeiras bem como economias<br />
dependentes de recursos que sejam mais<br />
sensíveis ao clima.<br />
Se a vulnerabilidade socioambiental de comunidades<br />
é uma realidade (e não devido às MC<br />
que vem expô-la, mais uma vez), a dimensão<br />
ética das MC deve ser considerada e isto, principalmente,<br />
pelos tomadores de decisão. Sachs<br />
(2008) chama atenção para o fato de que a ética<br />
converte as MC numa questão de direito humanos.<br />
Afinal, é o direito à vida que esta sendo<br />
colocado em cheque quando eventos extremos<br />
ameaçam as bases de sustentação e de subsistência<br />
das populações. Além disto, é uma questão<br />
política, na medida em que renova a crítica<br />
às bases do capitalismo industrial como aponta<br />
Giddens (2009). Neste sentido, emerge então a<br />
perspectiva de construção de capacidades das<br />
comunidades vulnerabilizadas como estratégia<br />
de gestão de ameaças frente aos eventos climáticos<br />
extremos. Isto nos direciona para duas possibilidades<br />
de ações a serem adotadas: as medidas<br />
de adaptação e as de mitigação.<br />
Estratégias de políticas de<br />
desenvolvimento de baixo carbono:<br />
a adaptação e a mitigação<br />
A adaptação deve ser compreendida dentro da<br />
perspectiva crítica, ética e política aqui colocada.<br />
Estas medidas devem ser capazes de melhorar as<br />
condições de vida e da infra-estrutura das comunidades,<br />
em especial, as já vulnerabilizadas,<br />
dando-lhes a oportunidade, sim, de poderem<br />
enfrentar os impactos das variabilidades climáticas,<br />
porém que elas possam enfrentar, acima<br />
de tudo, as conseqüências das ações insustentáveis<br />
que as colocam em situação de pobreza. A<br />
adaptação pode ser (a) induzida através de políticas,<br />
portanto é uma visão mais institucional,<br />
adotando-se uma abordagem pró-ativa e não<br />
somente reativa (Giddens, 2009) ou (b) espontaneamente<br />
colocada em prática pela própria comunidade<br />
quando está preparada para enfrentar<br />
uma situação de estresse (UNFCCC, 2006).<br />
Deste modo, é necessário capacitá-las para reagirem<br />
prontamente às situações de estresse e,<br />
além disto, para buscarem soluções ou alternativas<br />
para aqueles fatores que estão na origem<br />
da vulnerabilidade socioambiental em que se encontram<br />
– o que demanda uma visão de médio<br />
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