Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas - EcoEco - Sociedade ...
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ECEC<br />
do tema. Contudo ainda caminhamos a passos<br />
lentos no sentido de atacar de fato as causas do<br />
agravamento das mudanças globais e minimizar<br />
seus impactos.<br />
O fato é que o Semiárido é uma das áreas mais<br />
afetadas do território brasileiro, com perspectivas<br />
de agravamento dos problemas gerados pelas<br />
mudanças climáticas na região. Nesse contexto,<br />
é importante ressaltar a necessidade de inserir<br />
essa discussão nos programas e propostas que<br />
visem seu desenvolvimento.<br />
Recomendações<br />
Quais as recomendações, então, para lidar com<br />
as mudanças climáticas no semiárido? Basicamente,<br />
políticas que promovam melhor uso dos<br />
recursos e conscientização social. O estudo do<br />
IPCC destacou ações que poderiam ajudar na<br />
redução destes impactos negativos, importantes<br />
também no estudo do Semiárido, quais sejam<br />
sistemas florestais e agrossilvopastoris realizando<br />
o sequestro de carbono e a manutenção das<br />
florestas; convivência com a seca aproveitando<br />
o conhecimento sobre as plantas nativas e o incentivar<br />
de seu cultivo; melhoramento genético<br />
e transgenia; recuperação do pasto degradado<br />
e dos solos orgânicos; redução das queimadas;<br />
maior racionalidade na pecuária e, acima de<br />
tudo, melhor uso dos recursos hídricos da região.<br />
Como as previsões indicam que as áreas mais<br />
afetadas são aquelas de menor IDH, o mapeamento<br />
destas vulnerabilidades é urgente, bem<br />
como as ações direcionadas para aumentar a<br />
resistência às intempéries, promover o desenvolvimento<br />
humano das localidades mais afetadas e<br />
melhorar a convivência com a região. É preocu-<br />
Boletim da <strong>Sociedade</strong> Brasileira de Economia Ecológica<br />
pante que as culturas ameaçadas de sobrevivência<br />
e que servem de base à alimentação humana<br />
e animal desta área não sejam objeto de ações<br />
mitigadoras imediatas.<br />
Diversas práticas simples e que não necessitam<br />
de altos investimentos estão ao alcance de todos<br />
os produtores e devem ser incentivadas e disseminadas<br />
no intuito de reduzir os efeitos da agropecuária<br />
sobre o meio ambiente. Em termos de<br />
estratégia de desenvolvimento, necessita-se de<br />
políticas que priorizem educação (inclusive ambiental),<br />
a distribuição de renda, a inclusão e a<br />
equidade social. Como consequência, o aquecimento<br />
global poderia ser reduzido, minimizando<br />
os efeitos negativos sobre o planeta.<br />
Internamente o Brasil ainda não conseguiu estabelecer<br />
um consenso adequado sobre esta problemática,<br />
não obstante iniciativas de diálogo e<br />
o arcabouço legal e institucional estabelecido.<br />
No tocante, ao semiárido constata-se uma menor<br />
prioridade na discussão nacional. A conseqüência<br />
mais grave é a desertificação iminente<br />
de áreas cada vez maiores devido, principalmente,<br />
à degradação provocada pela atividade humana.<br />
Embora relevante, este fato tem levado a<br />
dificuldades institucionais no Brasil em relação<br />
aos mecanismos, instrumentos e políticas públicas<br />
específicas para lidar com os impactos das<br />
mudanças climáticas no semiárido.<br />
Do ponto de vista da sustentabilidade, a dimensão<br />
política é prioritária, pois sua preponderância<br />
sobre as demais dimensões (social, ambiental<br />
e econômica) é ainda uma realidade. A história<br />
do Semiárido é também a história do uso da temática<br />
ambiental de forma deturpada pelos que<br />
detinham o poder político. A vulnerabilidade