13.04.2013 Views

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-­‐GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DA ESTENOSE<br />

INTRACRANIANA EM PACIENTES COM ACIDENTE<br />

VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO:<br />

análise dos fatores predisponentes e das lesões associadas<br />

Dissertação <strong>de</strong> mestrado<br />

Salvador - BAHIA, 2011<br />

Alexandre Drayton Maia Barros


B277 Barros, Alexandre Drayton Maia<br />

Estudo <strong>de</strong> prevalência da estenose intracraniana em pacientes<br />

com aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral isquêmico: análise dos fatores<br />

predisponentes, das lesões associadas e da história natural da<br />

doença. /Alexandre Drayton Maia Barros. -­‐ Salvador: [s.n.], 2011.<br />

XII, 150 f.: il<br />

Orientador: Prof. Dr. Jamary Oliveira Filho<br />

Dissertação (Mestrado em Ciências da Saú<strong>de</strong>). Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.<br />

1.Arteriosclerose Intracraniana. 2.Aci<strong>de</strong>nte Vascular Cerebral.<br />

3.Aterosclerose. I.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.II. Titulo.<br />

CDU: 616.13-­‐004.6<br />

CDU: 616.831-­‐005.7<br />

2


Esta tese está <strong>de</strong> acordo com a NORMATIZAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO<br />

DE DISSERTAÇÕES E TESES, baseada na 7ª revisão <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2005, pre<strong>para</strong>da<br />

pelo Prof. José Tavares-Neto <strong>para</strong> o <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-graduação em Medicina e<br />

Saú<strong>de</strong> (PPgMS), da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Bahia. Foi revisada pela Profa. Cristiana Nascimento <strong>de</strong> Carvalho em abril <strong>de</strong> 2010,<br />

e aprovada pelo Colegiado do PPgCS em 16 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010 (1a. versão).<br />

3


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-­‐GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DA ESTENOSE<br />

INTRACRANIANA EM PACIENTES COM ACIDENTE<br />

VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO:<br />

análise dos fatores predisponentes e das lesões associadas.<br />

Salvador - BAHIA, 2011<br />

Alexandre Drayton Maia Barros<br />

Professor-orientador: Jamary Oliveira Filho<br />

Dissertação apresentada ao Colegiado<br />

do PROGRAMA DE PÓS-­‐GRADUAÇÃO<br />

EM CIÊNCIAS DA SAÚDE da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

da Bahia, como pré-­‐requisito<br />

obrigatório <strong>para</strong> obtenção do grau <strong>de</strong><br />

Mestre em Ciências da Saú<strong>de</strong>, da área<br />

<strong>de</strong> concentração em Pesquisa Clínica.<br />

4


COMISSÃO EXAMINADORA<br />

Membros Titulares:<br />

1. Prof. Dr. André Luiz Muniz Alves dos Santos, Coor<strong>de</strong>nador do Serviço <strong>de</strong> Neurologia, Hospital<br />

São Rafael.<br />

2. Dr. José Roberto Tu<strong>de</strong> Melo, Médico Assistente do Serviço <strong>de</strong> Neurocirurgia, Hospital<br />

Universitário Professor Edgard Santos, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.<br />

3. Prof. Dr. Paulo Novis Rocha, Professor Adjunto do Departamento <strong>de</strong> Medicina, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.<br />

Membros Suplentes:<br />

Prof. Dr. Jamary Oliveira Filho (professor-orientador), Professor Adjunto <strong>de</strong> Neuroanatomia da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.<br />

5


EPÍGRAFE<br />

“A cada dia que vivo, mais me convenço <strong>de</strong> que o<br />

<strong>de</strong>sperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não<br />

usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do<br />

sofrimento, per<strong>de</strong>mos também a felicida<strong>de</strong>”.<br />

Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

6


DEDICATÓRIA<br />

Aos meus amados pais, “Adim” e “Mércia”, que abnegando <strong>de</strong> suas vidas<br />

empreen<strong>de</strong>ram um difícil, belo e invejável esforço, proporcionando um estudo<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e um exemplo <strong>de</strong> correção e serieda<strong>de</strong> a seus filhos.<br />

Aos meus queridos irmãos, Régis e Alessandra, que mesmo distantes<br />

estão próximos, fazendo do amor em família algo grandioso.<br />

Aos meus sogros, Nilmar (in memoriam) e Tânia Rocha, que como filho<br />

me acolheram, transmutando minha angústia face ao novo num sincero<br />

sentimento <strong>de</strong> segundo lar.<br />

À Rai, Juli, Rodrigo e Mariana, que juntos formam uma linda família.<br />

À Veca e seu bebê, muito amado mesmo antes <strong>de</strong> ser concebido.<br />

7


DEDICATÓRIA<br />

Para Cris, que mudou minha vida e, compreen<strong>de</strong>ndo<br />

minhas difíceis intermitências, faz-me homem dos mais<br />

felizes <strong>de</strong>ste planeta.<br />

Para Luísa, por quem o amor sentido, <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong>,<br />

não se exprime em palavras.<br />

Aos meus outro(a)s filho(a)s, que virão.<br />

8


* UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES<br />

Ambulatório <strong>de</strong> Doenças Neurocardiovasculares (Amb. Magalhães Neto).<br />

Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES).<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia.<br />

* SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA<br />

INCOBA – Hospital Ana Nery, Serviço <strong>de</strong> Radiologia.<br />

9


FONTES DE FINANCIAMENTO<br />

1. PROJETO CNPq no. 133688/2009-7. Orientador: Prof. Dr. Jamary<br />

Oliveira Filho.<br />

10


AGRADECIMENTOS<br />

Ao Prof. Dr. Jamary Oliveira Filho, orientador e amigo, que com muita<br />

paciência pautou meus passos nesta jornada, possibilitando a realização <strong>de</strong><br />

sonho antigo e ensinando-me a neurologia vascular <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que tanto<br />

aprecio.<br />

Aos colegas estudantes do Grupo <strong>de</strong> Neurocardiologia da UFBA e aos<br />

membros da Liga Acadêmica <strong>de</strong> Neurologia (LAN), o meu especial e enorme<br />

obrigado. Sem vocês este trabalho não teria sido possível !!!<br />

Aos Drs. Pedro Antônio Pereira <strong>de</strong> Jesus e Murilo Santos Souza,<br />

neurologistas do ambulatório <strong>de</strong> doenças neurocardiovasculares da UFBA, pela<br />

amiza<strong>de</strong>, ensinamentos e apoio constante na triagem e seguimento dos<br />

pacientes.<br />

Ao Dr. Gentil P. Martins Neto, colega radiologista, que com atenção<br />

<strong>de</strong>dicou seu precioso tempo ao nosso projeto, possibilitando a realização dos<br />

exames <strong>de</strong> angiotomografia.<br />

Ao amigo neurorradiologista Márcio Chaves Pedro Marques, pelos<br />

conselhos e críticas sempre bem-humorados e pela re-leitura minuciosa dos<br />

exames <strong>de</strong> angiotomografia.<br />

Aos amigos e colegas <strong>de</strong> equipe, Marco Heleno Cunha Nascimento e<br />

Eduardo Freire Mello, que no dia-a-dia me suportam e permitiram ser real o<br />

que <strong>aqui</strong> está.<br />

Aos amigos Eduardo Darzé e Marcus Lessa, que esten<strong>de</strong>ram-me as mãos<br />

quando <strong>de</strong> minha chegada à Bahia.<br />

Ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico<br />

(CNPq), por apoiar essa pesquisa.<br />

11


AGRADECIMENTOS<br />

Ao amigo Ênio Silveira, que um dia acreditou no meu sonho, fazendo com<br />

que eu seguisse adiante.<br />

Ao Dr. João Renato F. Souza, com profundo reconhecimento e respeito,<br />

por abrir-me as portas da neurorradiologia intervencionista.<br />

Ao Dr. Mairton Lucena, que ajudou-me a atravessar o Atlântico em<br />

busca <strong>de</strong> uma formação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Ao Dr. Eduardo Ernesto P. da Costa, que com disponibilida<strong>de</strong> e<br />

experiência <strong>de</strong>ixou claro os “caminhos franceses” iniciais.<br />

Ao Professor Daniel FRÉDY, que paternalmente aceitou-me como<br />

resi<strong>de</strong>nte do seu serviço, o meu muito obrigado.<br />

Especialmente, aos amigos do Centre Hospitalier Sainte-Anne em Paris:<br />

Prof. Jean-François MEDER, Dr. Denis TRYSTRAM e Dra. Sylvie GODON-<br />

HARDY, com quem compartilhei horas e horas <strong>de</strong> discussão e aprendizagem, o<br />

meu reconhecimento e admiração eternos.<br />

Aos professores Jean-Pierre PRUVO, Jean-Paul BEREGI, Xavier<br />

LECLERC e Marc SAPOVAL, que tanto contribuíram <strong>para</strong> o complemento <strong>de</strong><br />

minha formação.<br />

Ao Vilemar Magalhães, ímpar como poucos, que nunca esquivou-se <strong>de</strong><br />

nossa sincera amiza<strong>de</strong>.<br />

Aos colegas da primeira turma do programa <strong>de</strong> pós-graduação em<br />

ciências da saú<strong>de</strong> (PPgCS) e a todo o seu colegiado, pelo convívio amical e mais<br />

que salutar.<br />

12


ÍNDICE<br />

ÍNDICE<br />

Lista <strong>de</strong> abreviaturas 14<br />

Índice <strong>de</strong> tabelas 16<br />

Índice <strong>de</strong> gráficos 17<br />

Índice <strong>de</strong> figuras 18<br />

I. Resumo 19<br />

II. Objetivos 20<br />

III. Introdução 21<br />

IV. Revisão da literatura 23<br />

IV.1. Artérias cerebrais 23<br />

IV.2. Aterosclerose 24<br />

IV.3. Marcadores biológicos 26<br />

IV.4. Fatores <strong>de</strong> risco 28<br />

IV.5. Epi<strong>de</strong>miologia 30<br />

IV.6. Estenose intracraniana como causa <strong>de</strong> AVCI 33<br />

IV.7. Diagnóstico 37<br />

IV.7.1. Doppler transcraniano 37<br />

IV.7.2. Ressonância e angioressonância magnética 41<br />

IV.7.3. Angiotomografia 45<br />

IV.8. História natural e prognóstico 49<br />

IV.9. Tratamento 51<br />

IV.9.1. Anticoagulação 52<br />

IV.9.2. Agentes anti-plaquetários 53<br />

IV.9.2. Angioplastia e colocação <strong>de</strong> stent 55<br />

V. Metodologia do estudo 58<br />

V.1. Casuística 58<br />

V.2. Variáveis estudadas 59<br />

V.3. Protocolo <strong>de</strong> imagem 60<br />

V.4. Bioestatística 61<br />

VI. Artigo 63<br />

VII. Resultados 73<br />

VII.1. Dados <strong>de</strong>mográficos 73<br />

VII.2. Prevalência e localização das estenoses 74<br />

VII.3. Fatores preditivos 79<br />

VII.4. Lesões associadas 85<br />

VIII. Discussão 92<br />

VIII.1. Prevalência e localização das lesões 93<br />

VIII.2. Fatores preditivos 95<br />

VIII.3. Limitações 97<br />

IX. Perspectivas 100<br />

X. Conclusões 102<br />

XI. Summary 103<br />

XII. Referências bibliográficas 104<br />

XIII. Anexos 135<br />

13


ACM Artéria Cerebral Média<br />

ACP Artéria Cerebral Posterior<br />

Angio-TC Angiotomografia<br />

AVCI Aci<strong>de</strong>nte Vascular Cerebral Isquêmico<br />

DCV Doenças Cérebro-vasculares<br />

DM Diabetes Mellitus<br />

DTC Doppler Transcraniano<br />

DWI Sequência Pon<strong>de</strong>rada em Difusão<br />

EE Estenose Extracraniana<br />

EI Estenose Intracraniana<br />

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica<br />

HDL Lipoproteína <strong>de</strong> Alta Densida<strong>de</strong><br />

IL-6 Interleucina-6<br />

INSS Instituto Nacional <strong>de</strong> Segurida<strong>de</strong> Social<br />

LDL Lipoproteína <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong><br />

Lp(a) Lipoproteína A<br />

MES Sinais <strong>de</strong> Microembolia<br />

MFV Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fluxo Média<br />

MMP-9 Matrix <strong>de</strong> Metaloproteinase-9<br />

PAI-1 Inibidor da Ativação do Plasminogênio-1<br />

PCR Proteína-C reativa<br />

PSV Pico Sistólico <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong><br />

RMN Ressonância Magnética Nuclear<br />

SM Síndrome Metabólica<br />

T2* Sequência T2 Eco <strong>de</strong> Gradinte<br />

TC Tomografia Computadorizada<br />

TNFα Fator <strong>de</strong> Necrose Tumoral alfa<br />

ABREVIATURAS<br />

14


PWI Sequência <strong>de</strong> Perfusão<br />

3D-MPR Reconstrução Multiplanar em 3D<br />

3D-TOF 3D - Tempo <strong>de</strong> Vôo ( Time of Flight )<br />

AAS Aspirina<br />

AAVV Artérias Vertebrais<br />

Angio-RMN Angiografia por Ressonância Magnética Nuclear<br />

DAC Doença Arterial Coronariana<br />

DSA Angiografia por Subtração Digital<br />

Gd Gadolíneo<br />

HUPES Hospital Universitário Professor Edgard Santos<br />

IAM Ianfarto Agudo do Miocárdio<br />

MIP Máxima Projeção <strong>de</strong> Intensida<strong>de</strong><br />

PET-Scan Tomografia por Emissão <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>itrons<br />

ABREVIATURAS<br />

SPECT Tomografia Computadorizada por Emissão <strong>de</strong> Fótons Simples<br />

VR Volume Ren<strong>de</strong>ring<br />

15


Tabela I.<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Principais preditores <strong>de</strong> estenose intracraniana <strong>de</strong> qualquer grau na<br />

análise univariada.<br />

Tabela II.<br />

univariada.<br />

Principais preditores <strong>de</strong> estenose intracraniana crítica na análise<br />

Tabela III.<br />

Principais preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana <strong>de</strong> qualquer grau na<br />

análise univariada.<br />

Tabela IV.<br />

univariada.<br />

Tabela V.<br />

Principais preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana crítica na análise<br />

Principais preditores <strong>de</strong> estenose intra e extracraniana, na análise<br />

multivariada.<br />

16


Gráfico I.<br />

LISTA DE GRÁFICOS<br />

Freqüência das estenoses intra e extracranianas (<strong>de</strong> qualquer grau)<br />

e do número <strong>de</strong> exames apresentando algum tipo <strong>de</strong> patologia.<br />

Gráfico II.<br />

Distribuição do número/porcentagem <strong>de</strong> pacientes com estenoses<br />

críticas (>70%).<br />

Gráfico III.<br />

Distribuição das estenoses intracranianas segundo sua localização.<br />

Gráfico IV.<br />

Distribuição <strong>de</strong> lesões esteno-oclusivas ostiais e <strong>de</strong> vasos cervicais.<br />

O acometimento dos ostia vertebrais respon<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong>ssas<br />

lesões.<br />

Gráfico V.<br />

Lesões do tipo tan<strong>de</strong>m: presença <strong>de</strong> estenose intracraniana<br />

associada à estenoses proximais (vasos cervicais ou ostia supra-aórticos).<br />

Gráfico VI.<br />

arteriais.<br />

Distribuição do cálcio intracraniano nos diferentes segmentos<br />

17


Figura I.<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Lesão estenótica irregular (setas) junto à artéria cerebral média<br />

esquerda. Correlação entre a Angio-TC e a angiografia cerebral. (A e B:<br />

angio-TC; C e D: angiografia).<br />

Figura II.<br />

Lesão estenótica irregular (setas) junto à artéria cerebral posterior<br />

esquerda. Correlação entre a Angio-TC e a angiografia cerebral. (A, B e C:<br />

angio-TC; D e E: angiografia).<br />

Figura III.<br />

Dolicoectasia acentuada <strong>de</strong> vasos intracranianos. A: calcificações<br />

importantes em artéria basilar. B: aneurisma displásico <strong>de</strong> ACoA e<br />

calcificações do sifão carotí<strong>de</strong>o.<br />

Figura IV.<br />

Aneurisma irregular do terço médio da artéria basilar (A).<br />

Calcificações do segmento V4 e estenose associada, no mesmo paciente<br />

(B).<br />

Figura V.<br />

Oclusão da artéria angular direita (A). Fenestração do segmento M1<br />

DIR (variante anatômica) no mesmo paciente (B).<br />

18


I. RESUMO<br />

RESUMO<br />

Objetivos: A investigação do aci<strong>de</strong>nte vascular isquêmico (AVCI) é<br />

comumente limitada às causas cardíacas e aos vasos extracranianos. O<br />

diagnóstico da estenose intracraniana (EI) po<strong>de</strong> ter implicações na<br />

terapêutica. Objetivamos <strong>de</strong>terminar a prevalência da EI, <strong>de</strong>talhar lesões<br />

associadas e com<strong>para</strong>r preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana (EE) e EI em<br />

pacientes com AVCI. Métodos: 94 pacientes foram triados, submetidos à<br />

avaliação clínica e à angiotomografia (angio-TC). Aqueles alérgicos a iodo<br />

e/ou com insuficiência renal foram excluídos. Características clínicas e<br />

<strong>de</strong>mográficas foram analisadas e com<strong>para</strong>das entre os portadores ou não<br />

<strong>de</strong> estenose, extra ou intracraniana. Realizamos análise <strong>de</strong> regressão<br />

logística multivariada, incluindo variáveis com uma possível (P70%), observamos 12,7 % com EI e 11,1% com EE.<br />

Foram preditores <strong>de</strong> qualquer grau <strong>de</strong> EI: ida<strong>de</strong>, circunferência abdominal,<br />

hipertrigliceri<strong>de</strong>mia, triglicéri<strong>de</strong>s, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e<br />

síndrome metabólica (SM); na análise multivariável, apenas a<br />

hipertrigliceri<strong>de</strong>mia (>150mg/dL) permanece como preditor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

As EIs críticas tiveram como preditores, nas análises uni e multivariável, a<br />

hipertrigliceri<strong>de</strong>mia e doença coronariana. A hipertrigliceri<strong>de</strong>mia foi o<br />

único preditor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em comum, na análise multivariável, <strong>para</strong> EI<br />

crítica e <strong>de</strong> qualquer grau. Em relação à EE <strong>de</strong> qualquer grau, HAS, a raça<br />

branca e SM foram os preditores encontrados, todos eles in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<br />

na EE crítica, a raça branca foi preditor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte na análise uni e<br />

multivariada. Conclusão: A estenose intracraniana é uma condição<br />

comum em nosso meio, <strong>de</strong>vendo ser consi<strong>de</strong>rada principalmente em<br />

pacientes com hipertrigliceri<strong>de</strong>mia ou naqueles portadores <strong>de</strong> doença<br />

arterial coronariana. A raça branca foi preditora <strong>de</strong> EE crítica nessa<br />

amostra. A angio-TC é método útil e seguro na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> estenoses<br />

intra e extracranianas.<br />

19


II. OBJETIVOS<br />

PRINCIPAL:<br />

objetivos<br />

Avaliar a prevalência da estenose intracraniana em pacientes vítimas <strong>de</strong><br />

AVCI.<br />

SECUNDÁRIOS:<br />

1) Determinar fatores preditivos <strong>de</strong> estenoses intracraniana e<br />

extracraniana.<br />

2) Determinar a existência <strong>de</strong> lesões estenóticas do tipo “tan<strong>de</strong>m”<br />

entre os troncos supra-aórticos e os vasos intracranianos.<br />

3) Avaliar a prevalência <strong>de</strong> estenoses ostiais (dos troncos supra-<br />

aórticos) e dos vasos cervicais associadas (artérias carótidas comuns e<br />

artérias vertebrais).<br />

4) Com<strong>para</strong>r a associação entre a estenose intra e extracraniana com<br />

os diversos componentes da síndrome metabólica.<br />

20


III. INTRODUÇÃO<br />

INTRODUÇÃO<br />

As doenças cerebrovasculares (DCV) constituem um grave problema<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, particularmente em países em <strong>de</strong>senvolvimento, on<strong>de</strong><br />

os recursos disponíveis <strong>para</strong> o cuidado <strong>de</strong> populações com expectativa <strong>de</strong><br />

vida crescente são cada vez mais escassos. Tal grupo <strong>de</strong> doenças é<br />

acompanhado <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> significativa, implicando diretamente na<br />

capacida<strong>de</strong> produtiva e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos indivíduos afetados.<br />

Portanto, as conseqüências sociais e econômicas das DCV são<br />

potencialmente <strong>de</strong>vastadoras.<br />

A estenose <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s artérias intracranianas (EI) representa uma<br />

causa importante e freqüentemente não reconhecida <strong>de</strong> DCV,<br />

especialmente em negros, asiáticos e hispânicos [1-11]. Estima-se que<br />

aproximadamente 5% a 10% dos aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais (AVC)<br />

isquêmicos são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> EI <strong>de</strong> causa aterosclerótica [5, 6, 12-24].<br />

Nas séries asiáticas essa prevalência é ainda maior, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 33% a<br />

46%. Aquele grupo <strong>de</strong> pacientes com EI sintomática requer atenção<br />

especial, pois alberga alto risco <strong>de</strong> eventos vasculares futuros: cerca <strong>de</strong><br />

38% em 2 anos, no mesmo território da artéria estenosada; o risco geral<br />

<strong>de</strong> recorrência do AVC é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 17% ao ano [25-33].<br />

Não seria, por conseguinte, <strong>de</strong>masiado dizer que a EI é talvez uma<br />

das principais e mais preocupantes causas <strong>de</strong> AVCI no mundo; no<br />

21


INTRODUÇÃO<br />

entanto, em virtu<strong>de</strong> do foco diagnóstico e do já vasto conhecimento <strong>de</strong><br />

que dispomos em relação às patologias extra-cranianas, negligenciamos<br />

tal fato. A<strong>de</strong>mais, a literatura nacional e latino-americana carece <strong>de</strong> dados<br />

estatísticos e epi<strong>de</strong>miológicos sobre esse tema; assim e erroneamente, o<br />

diagnóstico <strong>de</strong> EI muitas vezes não é evocado.<br />

Neste panorama, a i<strong>de</strong>ntificação da EI, a <strong>de</strong>terminação dos seus<br />

fatores <strong>de</strong> risco e daqueles predisponentes à recorrência <strong>de</strong> AVC<br />

isquêmico (AVCI) tornam-se muito importantes. Faz-se mister um estudo<br />

<strong>de</strong> sua prevalência em nosso meio, que possibilite não somente aumentar<br />

o nosso grau <strong>de</strong> suspeição, como também, e em última análise, contribua<br />

<strong>para</strong> a diminuição do número <strong>de</strong> AVCIs nessa população.<br />

22


IV. REVISÃO DA LITERATURA<br />

IV.1. Artérias cerebrais<br />

REVISÃO DA LITERATURA<br />

A compreensão da anatomia e fisiologia dos vasos intracranianos<br />

está diretamente ligada ao processo <strong>de</strong> aterosclerose cerebral. É a partir<br />

<strong>de</strong>ssa análise básica que surgem e são distribuídas as diversas lesões<br />

neurovasculares, que se <strong>de</strong>senha a extensão e o envolvimento dos ramos<br />

perfurantes, bem como o eventual padrão <strong>de</strong> AVCI secundário à estenose.<br />

As artérias cerebrais são parte integrante <strong>de</strong> um complexo sistema,<br />

responsável não somente por carrear o sangue aos tecidos distais. Elas<br />

também funcionam como órgão próprio, elemento fisiológico ativo na<br />

homeostase dos processos normais e patológicos in loco.<br />

Várias características distinguem os vasos cerebrais das <strong>de</strong>mais<br />

árvores arteriais do organismo. Eles possuem uma lâmina elástica interna<br />

bem <strong>de</strong>senvolvida e apenas esparsas fibras elásticas na camada média.<br />

Contrariamente a outros sistemas, não têm camada elástica externa e a<br />

adventícia é <strong>de</strong> fino calibre, conferindo a essas artérias a menor razão<br />

pare<strong>de</strong> arterial/lúmen do corpo humano [34-37]. Globalmente, a camada<br />

íntima respon<strong>de</strong> por cerca <strong>de</strong> 17% do total da espessura da pare<strong>de</strong><br />

vascular, com 52% representados pela camada média e apenas 31%<br />

correspon<strong>de</strong>ndo à adventícia [38, 39].<br />

23


REVISÃO DA LITERATURA<br />

Nas artérias intracranianas normais as células musculares lisas<br />

ocupam cerca <strong>de</strong> 70% do total da camada média. Essa proporção é<br />

francamente alterada em condições patológicas, tais como hipertensão<br />

crônica ou aterosclerose. Formada a placa aterosclerótica, o território<br />

arterial torna-se <strong>de</strong>lgado, diminuindo assim a perfusão distal. Assim como<br />

ocorre nos vasos sistêmicos há, no cérebro, uma tentativa imediata <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> re<strong>de</strong> colateral compensatória [40].<br />

IV.2. Aterosclerose<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento da doença aterosclerótica é crônico,<br />

acompanhando o paciente ao longo <strong>de</strong> sua vida e diretamente influenciado<br />

pelo acúmulo <strong>de</strong> colesterol nas células endoteliais da pare<strong>de</strong> arterial [41,<br />

42]. O conceito simples, que atribuía a sua gênese tão somente à<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> lipídios, evoluiu com o passar dos anos; hoje, sabemos que<br />

uma complexa disfunção endotelial (<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> radicais livres,<br />

hipertensão, fumo, resposta inflamatória, infecção, stress, etc.) está na<br />

base <strong>de</strong> formação do processo aterosclerótico [43, 44]. A ocorrência da<br />

aterosclerose intracraniana parece englobar dois segmentos distintos: a)<br />

os pacientes portadores <strong>de</strong> doença sistêmica e/ou <strong>de</strong> vasos extracranianos<br />

b) grupos étnicos e raciais específicos, on<strong>de</strong> o componente cerebral é<br />

encontrado à <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> sua não existência em outras localizações [12,<br />

13, 18].<br />

24


REVISÃO DA LITERATURA<br />

O estudo e a compreensão da aterosclerose na circulação<br />

intracraniana ganhou reforço com mo<strong>de</strong>los animais, on<strong>de</strong> as<br />

características morfológicas e <strong>de</strong> fisiopatogênese daí advindas pu<strong>de</strong>ram<br />

ser aplicadas <strong>para</strong> a prevenção e o tratamento em humanos [45-51]. A<br />

apreciação da dieta, da hipertensão, da hipercolesterolemia e dos fatores<br />

hemodinâmicos em coelhos, suínos, macacos, roedores e aves portadores<br />

<strong>de</strong> aterosclerose cerebral, trouxe <strong>para</strong> as pesquisas em humanos um<br />

avanço primordial [52-54].<br />

Os eventos da pare<strong>de</strong> arterial aterosclerótica que se traduzem em<br />

AVCI parecem guardar semelhança com aqueles dos vasos coronários,<br />

responsáveis por insultos isquêmicos cardíacos: trombose e oclusão,<br />

tromboembolismo, componentes hemodinâmicos ou uma combinação <strong>de</strong><br />

todos esses fatores [3, 16, 55, 56]. Muito embora o aforisma clássico <strong>de</strong><br />

que o grau <strong>de</strong> obstrução da luz vascular é fator <strong>de</strong>terminante no<br />

comprometimento isquêmico à distalida<strong>de</strong>, a idéia <strong>de</strong> placa vulnerável<br />

carotí<strong>de</strong>a tem aberto um novo conceito <strong>para</strong> o estudo das lesões<br />

intracerebrais [34-36, 57, 58].<br />

É junto à bifurcação carotí<strong>de</strong>a, na porção intracavernosa da carótida<br />

interna, no terço proximal da artéria cerebral medial, no segmento médio<br />

da artéria basilar e distalmente na artéria vertebral que encontram-se os<br />

25


REVISÃO DA LITERATURA<br />

principais pontos <strong>de</strong> aterosclerose sintomática nos humanos [3, 6, 16, 59-<br />

61]. De maneira menos comum, o segmento M2 da artéria cerebral média<br />

po<strong>de</strong> estar comprometido [62]. Nos pacientes diabéticos, lesões<br />

avançadas e em toda a extensão do vaso silviano, em sua maioria<br />

inferiores a 7 mm, estão presentes com mais freqüência [14, 63]. Estudos<br />

recentes sugerem que uma combinação <strong>de</strong> placa aterosclerótica, presença<br />

local <strong>de</strong> lipídios e neovascularização intra-placa tenha um papel crucial no<br />

AVCI <strong>de</strong> circulação silviana [64].<br />

IV.3. Marcadores biológicos<br />

Embora a inflamação <strong>de</strong>sempenhe um papel importante nos<br />

diversos estágios da aterotrombose <strong>de</strong> vasos extracranianos, sua<br />

contribuição quanto à <strong>de</strong>sestabilização e evolução da aterosclerose<br />

intracraniana permanece pouco estudada [65].<br />

Placas ditas vulneráveis, com um rico componente inflamatório, são<br />

raramente observadas nos gran<strong>de</strong>s vasos cerebrais, sugerindo que o<br />

mecanismo da aterosclerose intracraniana não siga estritamente os<br />

mesmo padrões observados nas artérias coronárias e carótidas [66]. No<br />

entanto, novos estudos têm mostrado que alguns marcadores po<strong>de</strong>m nos<br />

ajudar a compreen<strong>de</strong>r e prevenir insultos isquêmicos em pacientes com<br />

EI, doença dinâmica, <strong>de</strong> caráter evolutivo e progressão não <strong>de</strong>sejada [67].<br />

26


REVISÃO DA LITERATURA<br />

A proteína C Reativa (PCR) e a lipoproteína A [Lp(a)], marcadores<br />

<strong>de</strong> inflamação e fibrinólise endógena, têm sido associados diretamente à<br />

recorrência dos sintomas clínicos em pacientes com EI [68-72]. A<br />

mediação genética dos níveis <strong>de</strong> PCR, naqueles portadores <strong>de</strong> EI<br />

sintomática, é fronteira recentemente <strong>de</strong>scoberta. Polimorfismos gene e<br />

alelo-específico orientam <strong>para</strong> um risco superior <strong>de</strong> recorrência dos<br />

sintomas, inferindo assim uma sorte <strong>de</strong> pre<strong>de</strong>terminância genética [70]. A<br />

progressão da doença encontra, da mesma maneira, implicação objetiva<br />

com estados clínicos ditos pró-inflamatórios. Níveis elevados <strong>de</strong> PCR e<br />

[Lp(a)], como citado anteriormente, mas também <strong>de</strong> E-selectina,<br />

molécula <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são intercelular-1, matriz <strong>de</strong> metaloproteinase 9 (MMP-9)<br />

e o inibidor da ativação do plasminogênio-1 (PAI-1), predizem progressão<br />

da EI [68, 72, 73].<br />

Também parece existir ligação direta entre o prognóstico da<br />

isquemia e a presença <strong>de</strong> níveis elevados <strong>de</strong> IL-6 e TNFα, presentes<br />

quando da inflamação regional e também naqueles pacientes portadores<br />

<strong>de</strong> EI [74-77]. A IL-6, citocina produzida por células endoteliais,<br />

musculares lisas e por macrófagos, atua junto o TNFα na amplificação da<br />

cascata inflamatória [78].<br />

A adiponectina, proteína presente no tecido adiposo, possui níveis<br />

diminuídos em situações pró-inflamatórias e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregulação, tais como<br />

27


REVISÃO DA LITERATURA<br />

stress oxidativo, síndrome metabólica, dislipi<strong>de</strong>mia e diabetes tipo II.<br />

Assim como os marcadores previamente citados, ela também aparenta<br />

<strong>de</strong>sempenhar um papel protetor contra a aterosclerose [79-81]. Estudos<br />

recentes mostram que naqueles pacientes vítimas <strong>de</strong> AVCI, cuja provável<br />

etiologia é a EI, os níveis séricos <strong>de</strong> adiponectina são comprovadamente<br />

mais baixos [82].<br />

IV.4. Fatores <strong>de</strong> risco<br />

Quando com<strong>para</strong>dos aos grupos <strong>de</strong> estenose extracraniana, os<br />

estudos disponíveis sobre os fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> EI são raros. Já é conceito<br />

estabelecido, no entanto, que a distribuição das lesões ateroscleróticas ao<br />

longo do organismo varia <strong>de</strong> acordo com grupos étnico-raciais específicos<br />

[1, 3, 5, 83-85]. Nos caucasianos observa-se um nítida prevalência <strong>de</strong><br />

lesões extracranianas, enquanto nos asiáticos, hispânicos e africanos a EI<br />

é comum. Entretanto, dados complementares que <strong>de</strong>scriminem com<br />

exatidão se tal distribuição é fator <strong>de</strong> risco in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ou se fazem<br />

parte dos inúmeros fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> o AVCI, ainda são escassos.<br />

Há uma forte associação entre síndrome metabólica (SM) e risco<br />

coronário e <strong>de</strong> AVCI [86, 87]. Caracterizada por obesida<strong>de</strong> abdominal,<br />

níveis <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os elevados, hipertensão, hiperglicemia e baixos níveis<br />

<strong>de</strong> HDL colesterol, tem-se <strong>de</strong>monstrado sua relação direta com subtipos<br />

28


REVISÃO DA LITERATURA<br />

específicos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte cerebral isquêmico [88]. Ela possui uma<br />

prevalência três vezes superior a diabetes mellitus em estudos<br />

populacionais <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> AVCI; sua implicância nos eventos isquêmicos<br />

cuja etiologia é a EI está estabelecida e não <strong>de</strong>ve ser menosprezada [10,<br />

87, 89-94].<br />

Conforme explicitado anteriormente, existem fatores <strong>de</strong> risco<br />

pontuais que diferem entre os portadores <strong>de</strong> estenoses <strong>de</strong> localização<br />

intracraniana dos <strong>de</strong>mais. A hipertensão arterial sistêmica (HAS), por<br />

exemplo, é fator <strong>de</strong> risco preditivo fortemente ligado às EIs; já a<br />

hiperlipi<strong>de</strong>mia, contrariamente, possui ligação intrínseca com as estenoses<br />

carotí<strong>de</strong>as e <strong>de</strong> coronárias [3, 83, 95, 96]. Pacientes portadores <strong>de</strong><br />

doença arterial coronariana [97] estão mais propensos à ocorrência <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais isquêmicos se com<strong>para</strong>dos à população<br />

geral [98]. Tal conceito, ao longo dos anos, tem chamado a atenção <strong>para</strong><br />

uma eventual associação entre o cálcio coronário e intracraniano, como<br />

fator preditivo <strong>para</strong> o AVCI [99, 100]. Sabe-se que quanto mais avançada<br />

é a DAC, maior é a prevalência <strong>de</strong> calcificações intracranianas; e,<br />

naqueles indivíduos on<strong>de</strong> a EI é sintomática, observa-se um<br />

comprometimento mais grave da perfusão miocárdica [101-105].<br />

A ida<strong>de</strong>, sexo, fumo, diabetes mellitus, hiperlipi<strong>de</strong>mia e a<br />

hipertensão, fatores <strong>de</strong> risco convencionais <strong>para</strong> o AVCI, possuem<br />

29


REVISÃO DA LITERATURA<br />

particularida<strong>de</strong>s quando analisamos o grupo com EI. A ida<strong>de</strong> avançada é,<br />

sabidamente, fator <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> a EI; conquanto, as lesões cerebrais<br />

parecem <strong>de</strong>senvolver-se uma década após o aparecimento da<br />

aterosclerose carotí<strong>de</strong>a extracraniana [106]. Os dados concernentes ao<br />

sexo são, por sua vez, contraditórios. Sabe-se, no entanto, que o<br />

aparecimento da doença é mais precoce nos homens e sua progressão, ao<br />

longo dos anos, é mais significativa nas pacientes do sexo feminino, talvez<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças hormonais fisiológicas [6, 106-110].<br />

O impacto dos fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> EI po<strong>de</strong> não ser uniforme entre<br />

as diferentes artérias cerebrais. As lesões acometendo a artéria cerebral<br />

média, por exemplo, encontram relação estreita com a hipertensão e a<br />

ida<strong>de</strong>. Em asiáticos, a esses dois fatores, somam-se o sexo masculino e o<br />

diabetes mellitus. Pouco se sabe, contudo, sobre a presença <strong>de</strong> cálcio e/ou<br />

estenose na artéria carótida interna intracraniana, on<strong>de</strong> vários fatores <strong>de</strong><br />

risco po<strong>de</strong>m estar envolvidos. Em relação ao sistema vértebro-basilar, os<br />

dados também são controversos [3, 106, 111-114].<br />

IV.5. Epi<strong>de</strong>miologia<br />

Existe uma tendência atual <strong>de</strong> aumento do número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> AVC<br />

no mundo, on<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 85 % <strong>de</strong>les ocorrem em países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Este dado é particularmente alarmante, posto que<br />

esperamos um elevação <strong>de</strong> 300% da população idosa dos países em<br />

30


REVISÃO DA LITERATURA<br />

<strong>de</strong>senvolvimento nos próximos 30 anos, sobretudo na America Latina e<br />

Ásia. No Brasil, on<strong>de</strong> os dados são escassos e o conhecimento sobre o<br />

AVCI ainda é fator <strong>de</strong> risco em relação ao prognóstico, o AVC é a principal<br />

causa <strong>de</strong> morte ajustada <strong>para</strong> as diferentes faixas etárias [115-121].<br />

As incontestáveis diferenças sócio-culturais, étnicas, geográficas e<br />

<strong>de</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na América Latina, dificultam uma análise<br />

pormenorizada da prevalência do AVC nos estudos regionais [122-128].<br />

Sabe-se, no entanto, que existe uma gran<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> acordo com as<br />

condições socioeconômicas das diversas populações estudas. No Brasil,<br />

dados da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e <strong>de</strong> Salvador, apontam coeficientes <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> superiores e uma maior prevalência entre os negros e<br />

mulheres [123, 124, 127-132]. Apesar da noção <strong>de</strong> que o AVCI, assim<br />

como a doença cardiovascular, é um grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública,<br />

implicando diretamente na capacida<strong>de</strong> produtiva e no aumento do número<br />

<strong>de</strong> aposentadorias no INSS, os recursos investidos na educação da<br />

população geral, bem como em sua prevenção e assistência, são por<br />

<strong>de</strong>mais insuficientes [119, 121, 133, 134].<br />

A estenose intracraniana é, como já frisamos, uma importante causa<br />

<strong>de</strong> AVCI no mundo. A literatura nacional ainda carece <strong>de</strong> dados<br />

epi<strong>de</strong>miológicos concretos quanto à prevalência e eventuais<br />

particularida<strong>de</strong>s ligadas aos fatores <strong>de</strong> risco “nacionais”. Face ao caráter<br />

31


REVISÃO DA LITERATURA<br />

continental e à ampla e diferente distribuição étnico-racial <strong>de</strong> nossa<br />

população, é provável que os estudos futuros venham a mostrar<br />

diferenças entre as diversas regiões do país.<br />

Nos Estados Unidos, on<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 900.000 pessoas/ano são<br />

vitimas <strong>de</strong> AVC, estima-se que 10% <strong>de</strong>las tenham como fator causal a EI.<br />

Esses números, apesar <strong>de</strong> preocupantes, são pequenos quando<br />

com<strong>para</strong>mos a população americana aos países asiáticos on<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

maneira geral, as EIs correspon<strong>de</strong>m a 28-60% dos AVCIs. Tal prevalência<br />

superior nesse grupo étnico tem sido <strong>de</strong>monstrada há décadas, nos<br />

estudos <strong>de</strong> autópsia [3, 135-137]. A razão exata <strong>para</strong> uma incidência<br />

diversa em diferentes raças ainda é objeto <strong>de</strong> estudo [1-4, 89, 138-140].<br />

Foi com o advento e a disponibilização do Doppler transcraniano<br />

(DTC) que o diagnóstico da EI po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> maneira rotineira, em<br />

estudos populacionais que mostraram a prevalência <strong>de</strong> EI assintomática.<br />

O primeiro estudo “porta à porta” foi realizado por chineses, em mais <strong>de</strong><br />

500 pacientes, com uma prevalência <strong>de</strong> 6,9% [141]. Essa variação <strong>de</strong><br />

prevalência da EI, vista nos diversos estudos populacionais, tem se<br />

mostrado semelhante àquela das estenoses carotí<strong>de</strong>as assintomáticas na<br />

população branca, que é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2-8 % [25, 96, 111]. Em<br />

populações com elevados fatores <strong>de</strong> risco vascular, os números são ainda<br />

mais importantes, com uma elevação proporcional da prevalência da EI x<br />

32


REVISÃO DA LITERATURA<br />

números <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco: <strong>de</strong> 7,2% <strong>para</strong> um, até 29,6% <strong>para</strong> quatro<br />

fatores <strong>de</strong> risco associados [111].<br />

Nos pacientes sintomáticos, os primeiros dados <strong>de</strong> prevalência são<br />

oriundos dos estudos angiográficos, on<strong>de</strong> também observou-se uma maior<br />

freqüência nos asiáticos, com EI presente em até 67% dos pacientes<br />

vítimas <strong>de</strong> AVCI [61, 84, 142-144]. Muito embora a angiografia digital<br />

encefálica continue representando a “técnica ouro” <strong>para</strong> o diagnóstico <strong>de</strong><br />

EI, exames não-invasivos também contribuíram <strong>para</strong> sua melhor<br />

apreciação, permitindo uma maior abrangência em termos populacionais e<br />

uma análise mais <strong>de</strong>licada, aproximando a anatomia arterial da fisiologia<br />

[7, 113, 145-148]. Os estudos europeus e norte-americanos, por sua vez,<br />

tiveram como foco, durante vários anos, a apreciação <strong>de</strong> estenoses<br />

extracranianas. Somente a partir dos anos 90 que uma maior atenção foi<br />

dada à EI como fator etiológico importante na etiologia do AVCI [5, 29,<br />

85, 149]. A partir <strong>de</strong>sse momento, passou-se a consi<strong>de</strong>rar os fatores <strong>de</strong><br />

risco implicados na prevalência da EI, bem como uma visão critica quanto<br />

ao prognóstico e tratamento diferenciado <strong>de</strong>sses pacientes [27, 29, 150].<br />

IV.6. Estenose intracraniana como causa <strong>de</strong> AVCI<br />

A fisiopatogenia da EI, como já vimos, não é tão diferente da<br />

aterosclerose <strong>de</strong> outros segmentos arteriais do organismo. Contudo, é<br />

preciso observar que os mecanismos <strong>de</strong> AVCI são diversos, po<strong>de</strong>ndo<br />

33


REVISÃO DA LITERATURA<br />

variar entre indivíduos e num mesmo paciente: trombose e oclusão<br />

completa, embolia artério-arterial, oclusão <strong>de</strong> ramos, hipoperfusão e<br />

comprometimento hemodinâmico, oclusão <strong>de</strong> ramos perfurantes ou uma<br />

miscelânea <strong>de</strong>sses [16, 55, 122, 151-153]. Um gran<strong>de</strong> passo na<br />

compreensão <strong>de</strong>sses mecanismos <strong>de</strong>u-se com o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

exames <strong>de</strong> imagem [154-156].<br />

A compreensão das nuances do AVCI <strong>de</strong> origem aterosclerótica<br />

guarda ligação direta com os conhecimentos advindos da doença<br />

coronariana. Quando falamos da oclusão trombótica in situ, como primeiro<br />

mecanismo, surge a idéia <strong>de</strong> erosão ou ruptura <strong>de</strong> uma placa<br />

aterosclerótica instável que, po<strong>de</strong>ndo ter uma causa sistêmica e crônica,<br />

provoca a <strong>para</strong>da total do fluxo ou mesmo embolia artério-arterial [157-<br />

161]. Esse tipo <strong>de</strong> isquemia acomete áreas <strong>de</strong> maior volume, sem<br />

implicar, muitas vezes, no comprometimento <strong>de</strong> todo um território; o<br />

padrão aterosclerótico <strong>de</strong> evolução crônica permite, nesses casos, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> re<strong>de</strong> colateral compensatória. As lesões oclusivas no<br />

território da artéria cerebral média são inicialmente restritas à região<br />

estriato-capsular e/ou a um território <strong>de</strong> fronteira [15, 16, 20, 55, 62, 95,<br />

152, 162-164].<br />

Apesar da oclusão, o fluxo sanguíneo po<strong>de</strong> carrear micro-trombos à<br />

distalida<strong>de</strong>, quando da ulceração da placa endotelial. Esses <strong>de</strong>bris são<br />

34


REVISÃO DA LITERATURA<br />

facilmente monitorados, em pacientes sintomáticos ou não, com DTC<br />

[156, 165]. Nas embolias artério-arteriais do território silviano, on<strong>de</strong> o<br />

padrão <strong>de</strong> AVCI é geralmente extenso e grave, a fibrilação atrial é uma<br />

das principais causas. Também observamos o próprio sítio <strong>de</strong> EI como<br />

fonte geradora <strong>de</strong> êmbolos, tanto mais intensa quanto mais grave o grau<br />

<strong>de</strong> estenose. Não obstante, o embolismo <strong>de</strong> origem carotí<strong>de</strong>a é uma causa<br />

também consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> infarto da circulação anterior [165-168].<br />

A placa aterosclerótica po<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r-se <strong>para</strong> ramos perfurantes,<br />

acometendo os seus ostia e causando infartos subcorticais. Não <strong>de</strong>vemos,<br />

contudo, confundir este tipo específico <strong>de</strong> AVCI com a lipohialinose, on<strong>de</strong><br />

uma <strong>de</strong>sorganização da camada média dos vasos afetados, <strong>de</strong> origem<br />

hipertensiva, afeta todo o trajeto da artéria em si e não somente seu óstio<br />

[169-173]. Embora a doença <strong>de</strong> pequenos ramos seja uma entida<strong>de</strong><br />

patológica diagnosticada com precisão apenas em séries postmortem,<br />

algumas características clínicas e <strong>de</strong> imagem po<strong>de</strong>m inferir natureza<br />

ateromatosa e estenótica subjacente: infartos pequenos, profundos e<br />

restritos ao território <strong>de</strong> poucos ramos penetrantes; flutuação dos<br />

sintomas e/ou progressão gradual; ausência <strong>de</strong> componentes<br />

extracranianos e cardíacos que possam justificar o AVCI ou ainda <strong>de</strong> sinais<br />

<strong>de</strong> hipertensão [169]. Além disso, o progresso dos exames não-invasivos,<br />

com aumento da resolução espacial e uma excelente visualização <strong>de</strong> vasos<br />

milimétricos, possibilitou um reconhecimento <strong>de</strong>sse importante<br />

35


REVISÃO DA LITERATURA<br />

mecanismo <strong>de</strong> AVCI na EI. Assim, ao i<strong>de</strong>ntificarmos infartos basais sem<br />

extensão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta <strong>para</strong> o parênquima, <strong>de</strong> maior tamanho e com<br />

curso clínico instável, inferimos oclusão <strong>de</strong> ramos perfurantes ao invés <strong>de</strong><br />

lacuna isquêmica clássica [97, 174-176].<br />

Ao abordamos a hipoperfusão levando à AVCI hemodinâmico,<br />

excluímos, por <strong>de</strong>finição, as causas embólicas e as vasculopatias locais. A<br />

formação da placa aterosclerótica dá-se ao longo <strong>de</strong> anos e o vaso<br />

acometido, como resposta, apresenta expansão centrífuga <strong>de</strong> seu<br />

diâmetro fisiológico. Só então, posteriormente, existe o comprometimento<br />

da luz arterial: o fluxo torna-se turbulento, diminui-se o aporte distal à<br />

estenose e a tensão <strong>de</strong> cisalhamento contribui <strong>para</strong> a fissura da placa,<br />

ativando plaquetas e fatores <strong>de</strong> coagulação [3, 177, 178]. Quando o fluxo<br />

sanguíneo cerebral é cronicamente insuficiente ao suprir os territórios<br />

distais, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio extraída pelo tecido cerebral aumenta;<br />

esse fenômeno é chamado <strong>de</strong> “perfusão <strong>de</strong> miséria” [179].<br />

O acometimento aterosclerótico da circulação silviana leva ao<br />

recrutamento <strong>de</strong> colaterais leptomeníngeas, muitas vezes insuficientes<br />

<strong>para</strong> a manutenção da hemodinâmica cerebral fisiológica. Segundo a<br />

teoria dos campos distais, a hipoperfusão máxima ocorre nas áreas <strong>de</strong><br />

distribuição terminal dos vasos lentículo-estriados e medulares, po<strong>de</strong>ndo<br />

resultar em infartos <strong>de</strong> fronteira. Além disso, no córtex cerebral<br />

36


REVISÃO DA LITERATURA<br />

subjacente, a perfusão tecidual po<strong>de</strong> tornar-se abaixo do limiar <strong>de</strong><br />

penumbra em questão <strong>de</strong> minutos, causando dano neuronal sem sinais <strong>de</strong><br />

infarto na RMN [180-183]. Dados recentes sugerem, portanto, que a<br />

associação entre infartos <strong>de</strong> fronteira e comprometimento hemodinâmico<br />

crônico, nas EI do território silviano, guardam similarida<strong>de</strong> com o padrão<br />

<strong>de</strong> AVCI hemodinâmico oriundo da circulação carotí<strong>de</strong>a [184-186].<br />

Contrariamente à circulação anterior, existem poucos dados<br />

relacionando o mecanismo hemodinâmico à estenose ou oclusão <strong>de</strong><br />

artérias vertebrais. Sabe-se que po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r a cerca <strong>de</strong> 30% dos<br />

AVCIs em circulação posterior, mas as séries ainda são escassas. A<br />

estenose crônica provoca um estímulo vasodilatador exacerbado,<br />

traduzido por uma quebra do mecanismo <strong>de</strong> auto-regulação, levando<br />

assim a uma <strong>de</strong>pendência cada vez maior da pressão arterial sistêmica<br />

<strong>para</strong> carregamento <strong>de</strong> sangue à distalida<strong>de</strong> [187-190].<br />

IV.7. Diagnóstico<br />

IV.7.1. Doppler transcraniano<br />

Dentre as diversas modalida<strong>de</strong>s disponíveis <strong>para</strong> investigação e<br />

diagnóstico da EI, o doppler transcraniano é o mais barato, menos<br />

invasivo e com utilização difundida em centenas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> AVC ao<br />

longo <strong>de</strong> décadas. Apresenta <strong>de</strong>svantagens básicas, posto que é<br />

examinador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte; a<strong>de</strong>mais, os vasos da fossa posterior nem<br />

37


REVISÃO DA LITERATURA<br />

sempre po<strong>de</strong>m ser insonados. Contudo, por ser capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar sinais<br />

<strong>de</strong> microembolia (MES) causados por EI <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> artérias, ele é<br />

amplamente utilizado durante intervenções carotí<strong>de</strong>as ou em cirurgia<br />

cardíaca, bem como durante a terapia trombolítica do AVCI [191-195].<br />

Diversos estudos têm sido realizados visando <strong>de</strong>terminar a acurácia<br />

e os melhores critérios <strong>de</strong> DTC <strong>para</strong> o diagnóstico <strong>de</strong> EI, sobretudo na<br />

artérias cerebral média e basilar [196-207]. Na prática clínica, não<br />

somente a velocida<strong>de</strong> do fluxo é consi<strong>de</strong>rada <strong>para</strong> a interpretação <strong>de</strong> EI,<br />

como também o espectro e padrão da onda <strong>de</strong> fluxo, a pulsatilida<strong>de</strong>, a<br />

presença <strong>de</strong> colaterais e a condição dos vasos extracranianos.<br />

Os critérios <strong>para</strong> EI <strong>de</strong> vasos silvianos são, talvez, os mais<br />

amplamente estudados e bem estabelecidos. Existem diferentes<br />

indicadores que, se combinados entre si, po<strong>de</strong>m aumentar em muito a<br />

acurácia do diagnóstico. De maneira geral, <strong>para</strong> estenoses superiores a<br />

50%, consi<strong>de</strong>ra-se a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo média (MFV, sigla em inglês) ><br />

100 cm/seg como ponto <strong>de</strong> corte <strong>para</strong> EI; adicionalmente, po<strong>de</strong>mos<br />

apreciar um incremento <strong>de</strong> 20% da freqüência <strong>de</strong> pico sistólico como<br />

padrão adicional. A razão entre a velocida<strong>de</strong> presente nos segmentos pré<br />

e pós-estenóticos é também indicativo indireto <strong>de</strong> diminuição <strong>de</strong> calibre do<br />

vaso estudado [196, 203, 208-210]. Mas não somente o aumento focal da<br />

velocida<strong>de</strong>, como dissemos anteriormente, merece atenção: em situações<br />

38


REVISÃO DA LITERATURA<br />

específicas, quando por exemplo da EI difusa, po<strong>de</strong> existir uma diminuição<br />

global das velocida<strong>de</strong>s com uma alta pulsatilida<strong>de</strong> associada, don<strong>de</strong> a<br />

importância da análise global <strong>de</strong> todas as artérias, <strong>de</strong> maneira<br />

com<strong>para</strong>tiva entre vasos homólogos, bem como entre as circulações<br />

anterior e posterior [205, 211, 212]. Globalmente, os seguinte parâmetros<br />

<strong>de</strong> DTC <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>para</strong> o diagnóstico da estenose <strong>de</strong> artéria<br />

cerebral média (ACM) [213]:<br />

1) Aumento focal <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>: se MFV ≥ 100 cm/seg ou pico sistólico<br />

<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> (PSV, da sigla em inglês) > 140 cm/seg.<br />

2) Diminuição das velocida<strong>de</strong>s: se MFV < 30 cm/seg, inferir estenose<br />

subtotal ou oclusão.<br />

3) Diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> entre as ACMs, ou entre a ACM e as artérias<br />

cerebral anterior (ACA) ou cerebral posterior (ACP) > 30%, <strong>de</strong>ve ser<br />

consi<strong>de</strong>rado anormal na presença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas.<br />

4) O padrão do espectro: turbulências <strong>de</strong> alta ou baixa freqüência,<br />

oscilações <strong>de</strong> contorno e murmúrios musicais sugerem estenose<br />

importante.<br />

5) O padrão da onda: ondas <strong>de</strong> formato arredondado e com baixa<br />

pulsatilida<strong>de</strong> sugerem estenose proximal à zona <strong>de</strong> insonação;<br />

39


REVISÃO DA LITERATURA<br />

contrariamente, aquelas espiculadas e com alta pulsatilida<strong>de</strong><br />

inferem estenose distal à sonda <strong>de</strong> DTC.<br />

Poucos estudos, no entanto, fazem referência aos critérios <strong>de</strong> DTC<br />

<strong>para</strong> estenoses <strong>de</strong> outras localizações. Mais uma vez, faz-se necessário<br />

consi<strong>de</strong>rar o conjunto <strong>de</strong> achados <strong>de</strong>ntro do con<strong>texto</strong> clínico específico,<br />

posto que as artérias cerebrais anteriores, posteriores, vertebrais, o sifão<br />

e a terminação carotí<strong>de</strong>as são sinuosos e apresentam variações<br />

anatômicas, po<strong>de</strong>ndo levar à assimetria <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s e,<br />

conseqüentemente, a uma interpretação errônea dos resultados [59, 205,<br />

213, 214].<br />

Não obstante os padrões já <strong>de</strong>scritos, a <strong>de</strong>tecção dos sinais <strong>de</strong><br />

microembolia (MES) em DTC contribui <strong>de</strong> maneira fundamental na<br />

avaliação <strong>de</strong> novas terapias, na monitorização peri-operatória e,<br />

principalmente, na estratificação eventual <strong>de</strong> riscos nos pacientes<br />

portadores <strong>de</strong> EI [193, 194, 215, 216]. Os sinais <strong>de</strong> microembolia<br />

normalmente possuem uma alta intensida<strong>de</strong>, curta duração e são<br />

unidirecionais, distinguindo-os dos artefatos que po<strong>de</strong>m ser encontrados<br />

nos exames <strong>de</strong> DTC. Sua presença está associada à severida<strong>de</strong> da<br />

estenose <strong>de</strong> ACM, a uma eventual extensão das lesões isquêmicas na<br />

seqüência <strong>de</strong> difusão (DWI), à recorrência dos eventos do AVCI e à<br />

40


REVISÃO DA LITERATURA<br />

eficácia <strong>de</strong> terapêuticas clínicas na prevenção e ou tratamento em fase<br />

aguda do AVCI [55, 217-228].<br />

IV.7.2. Ressonância e angioressonância magnética<br />

Os exames <strong>de</strong> ressonância magnética nuclear (RMN) são uma<br />

ferramenta fundamental na avaliação dos pacientes vítimas <strong>de</strong> AVCI,<br />

inclusive naqueles on<strong>de</strong> a causa é a EI. Diferente da imagem da luz<br />

arterial, on<strong>de</strong> uma análise simples e objetiva do(s) vaso(s)<br />

comprometido(s) é realizada, as diferentes seqüências efetuadas<br />

fornecem uma idéia não somente da oclusão em si, mas também do<br />

estado da pare<strong>de</strong> vascular, do eventual mecanismo fisiopatogênico<br />

envolvido, <strong>de</strong> outras patologias neurológicas subjacentes, da perfusão<br />

tecidual e do risco <strong>de</strong> recorrência do insulto isquêmico.<br />

Apesar do papel da ruptura da placa aterosclerótica nas EI ainda ser<br />

objeto <strong>de</strong> estudo, muita atenção tem sido dada ao reconhecimento <strong>de</strong><br />

sinais preditivos <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> junto às características da placa e da<br />

pare<strong>de</strong> da artéria [229, 230]. Tal preocupação funda-se na possibilida<strong>de</strong><br />

da doença estenótica não ser diagnosticada pela imagenologia da luz<br />

arterial, uma vez que o mecanismo compensatório existente po<strong>de</strong> manter<br />

o diâmetro do vaso normal, à <strong>de</strong>speito do <strong>de</strong>senvolvimento da placa [24].<br />

O incremento, portanto, <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> exploração em RMN <strong>de</strong> alta<br />

41


REVISÃO DA LITERATURA<br />

resolução, com uma alta razão sinal/ruído e um pequeno tempo <strong>de</strong><br />

exame, traz um nova realida<strong>de</strong> aos estudos clínicos atuais [231-233].<br />

Analogamente à hiper<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> arterial vista na tomografia<br />

computadorizada (TC) e que traduz trombo, alguns sinais e correlações<br />

têm sido estabelecidos em RMN na avaliação do AVCI agudo, conhecidos<br />

como sinais <strong>de</strong> hiper<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e/ou <strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> dos vasos [234-<br />

236]. As características físico-químicas dos trombos intra-arteriais diferem<br />

em aspecto, <strong>de</strong> acordo com sua origem (cardíaca, EI ou EE), na RMN.<br />

Assim, é possível inferir, por exemplo, que em mais <strong>de</strong> dois terços dos<br />

casos on<strong>de</strong> o hipersinal <strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> (na seqüência Eco <strong>de</strong><br />

Gradiente – T2*) está presente, o coágulo observado é <strong>de</strong> origem<br />

cardioembólica [237].<br />

As imagens axiais <strong>de</strong> ressonância, sobretudo em DWI, po<strong>de</strong>m<br />

igualmente permitir uma associação entre o padrão observado nas lesões<br />

e o mecanismo patológico subjacente, não somente quando da análise do<br />

volume da zona <strong>de</strong> isquemia. Especificamente em relação às EIs, além dos<br />

infartos subcorticais sintomáticos, po<strong>de</strong>m ser observadas várias lesões <strong>de</strong><br />

pequeno volume, dispersas no córtex cerebral e sem tradução clínica <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> monta. Mas, além da inferência quanto à causa, a imagem em<br />

difusão po<strong>de</strong> mapear aqueles pacientes on<strong>de</strong> uma evolução clínica<br />

<strong>de</strong>sfavorável é esperada, como nos casos dos infartos <strong>de</strong> fronteira,<br />

42


REVISÃO DA LITERATURA<br />

po<strong>de</strong>ndo levar à intervenções terapêuticas mais objetivas e precoces [55,<br />

238, 239]. Somado a isso, po<strong>de</strong>mos admitir a DWI como um marcador <strong>de</strong><br />

recorrência, uma vez que os infartos múltiplos e silenciosos, comuns nos<br />

pacientes portadores <strong>de</strong> AVCI após o evento índice, indicam um<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repetição futura [140, 240].<br />

Antes, contudo, da lesão isquêmica <strong>de</strong>finitiva e irrecuperável, é<br />

possível i<strong>de</strong>ntificarmos em RMN as zonas à risco <strong>de</strong> isquemia futura, on<strong>de</strong><br />

o suporte <strong>de</strong> nutrientes, apesar <strong>de</strong> escasso, ainda existe. Esse conceito <strong>de</strong><br />

hipoperfusão, conhecido como “zona <strong>de</strong> penumbra”, <strong>de</strong>riva diretamente<br />

da terapêutica do AVCI em fase aguda, on<strong>de</strong> a seqüência <strong>de</strong> perfusão<br />

(PWI) da RMN é utilizada, visando i<strong>de</strong>ntificar as regiões com tecido<br />

cerebral ainda viável e que, portanto, po<strong>de</strong>m ser salvas. Esta seqüência é<br />

um contra-ponto vantajoso aos exames <strong>de</strong> tomografia por emissão <strong>de</strong><br />

pósitrons (PET Scan) e tomografia computadorizada por emissão <strong>de</strong> fóton<br />

simples (SPECT), posto que em um mesmo exame <strong>de</strong> RMM é possível<br />

obter-se uma imagenologia da árvore vascular (Angio-RMN), do tecido<br />

cerebral (DWI) e da função (PWI) [241, 242].<br />

A avaliação da estenose arterial propriamente dita pela angio-RMN,<br />

nas seqüências 3D “tempo-<strong>de</strong>-vôo” (3D-TOF) com ou sem injeção <strong>de</strong><br />

gadolínio (Gd), já data <strong>de</strong> longos anos, sendo método seguro e<br />

comprovadamente eficaz [214, 243, 244]. A <strong>de</strong>tecção precisa <strong>de</strong> EI,<br />

43


REVISÃO DA LITERATURA<br />

sobretudo naqueles vasos <strong>de</strong> pequeno calibre e fluxo tênue, é prejudicada<br />

quando da projeção dos voxels mais brilhantes da <strong>aqui</strong>sição volumétrica<br />

num mesmo plano, apresentados na forma “máxima projeção da<br />

intensida<strong>de</strong>” (MIP), processo esse conhecido como “thresholding”; <strong>de</strong>sse<br />

método são <strong>de</strong>rivadas igualmente as super-estimações do grau <strong>de</strong><br />

estenose, tanto maiores quanto menores o calibre do vaso estudado. O<br />

uso da substância <strong>para</strong>magnética <strong>para</strong> realce intravascular (Gd) po<strong>de</strong><br />

aumentar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta técnica, diminuindo assim o número <strong>de</strong><br />

artefatos, sobretudos nas aplicações extracranianas [244-246].<br />

Ainda que existam alternativas que melhorem a qualida<strong>de</strong> dos<br />

exames 3D-TOF, esta técnica po<strong>de</strong> apresentar restrições <strong>de</strong>vido a vários<br />

fatores: a resolução espacial ou <strong>de</strong> varredura limitada, a perda da<br />

intensida<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> fluxo como conseqüência da saturação ou da<br />

dispersão <strong>de</strong> fase, ou ainda os artefatos <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> existentes<br />

próximos ao seio esfenói<strong>de</strong> [247, 248]. Por isso, várias são as<br />

modificações propostas <strong>para</strong> o aumento <strong>de</strong> sua resolução espacial e,<br />

conseqüentemente, <strong>de</strong> sua especificida<strong>de</strong> e sensibilida<strong>de</strong>, quando<br />

empregadas no diagnóstico da EI [249]. Dessa busca incessante por<br />

melhorias também surgiu a idéia <strong>de</strong> agregar, às informações fornecidas<br />

pelos exames <strong>de</strong> 3D-TOF, uma avaliação da dinâmica e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fluxo da zona estenosada, aproximando a RMN e Angio-RMN do DTC [250,<br />

251].<br />

44


REVISÃO DA LITERATURA<br />

Junto com o conceito <strong>de</strong> função, surgiu a idéia <strong>de</strong> que a exploração<br />

dos pacientes com EI pelas seqüências convencionais, pela angio-RMN e<br />

pela PWI, não era suficiente e não respondia a todas as questões.<br />

Ressurgiu, assim, o apelo ao conceito (antigo) do estudo da estrutura da<br />

placa e <strong>de</strong> seus componentes, possível atualmente <strong>de</strong> ser efetuado pela<br />

RMN <strong>de</strong> alta resolução. A alta razão sinal/ruído <strong>de</strong>sses exames, com<br />

excelente resolução espacial, permite uma visualização submilimétrica das<br />

estruturas da pare<strong>de</strong> e da luz arterial, caracterizando com precisão<br />

segmentos estenóticos e sinalizando em quais o risco <strong>de</strong> isquemia<br />

associada é superior [229-232].<br />

IV.7.3. Angiotomografia<br />

O conceito da exploração <strong>de</strong> vasos arteriais por angiotomografia<br />

(Angio-TC) nasceu, nos início dos anos 80, com o estudo da bifurcação<br />

carotí<strong>de</strong>a [252, 253]. Tal exame <strong>de</strong>senrola-se <strong>de</strong> maneira rápida e<br />

dinâmica: os dados da <strong>aqui</strong>sição são coletados quando a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do<br />

contraste iodado na zona <strong>de</strong> interesse, após injeção em veia periférica<br />

com alta velocida<strong>de</strong>, atinge os níveis <strong>de</strong> pico pré-estabelecidos. O volume<br />

<strong>de</strong> dados/imagens adquiridos são, por conseguinte, processados e<br />

reconstruídos em estação <strong>de</strong> trabalho apropriada. Vários métodos <strong>de</strong><br />

reconstrução po<strong>de</strong>m ser utilizados, sendo o 3D-MIP e Volume Ren<strong>de</strong>ring<br />

(VR) os mais freqüentes.<br />

45


REVISÃO DA LITERATURA<br />

A técnica em VR mostra os vasos sanguíneos a partir <strong>de</strong> imagens<br />

estereoscópicas, po<strong>de</strong>ndo não somente evi<strong>de</strong>nciar a relação espacial entre<br />

esses e os ossos do crânio, como também as partes moles e músculos<br />

adjacentes, contribuindo <strong>para</strong> um compreensão mais apurada do processo<br />

patológico subjacente. Já o 3D-MIP é uma “técnica <strong>de</strong> transparência”, <strong>de</strong><br />

melhor acurácia <strong>para</strong> visualização dos vasos, on<strong>de</strong>, por meio da<br />

regulagem da janela <strong>de</strong> exposição, são obtidas imagens mais próximas à<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> óssea ou, no outro extremo, à aérea. Ele apresenta duas<br />

limitações principais: a presença <strong>de</strong> outros voxels <strong>de</strong> alta atenuação po<strong>de</strong><br />

dificultar a avaliação dos vasos; e a visualização entre as diversas<br />

estruturas, em 3D, não é possível <strong>de</strong> ser realizada [254, 255]. A qualida<strong>de</strong><br />

da imagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá diretamente da observância <strong>de</strong> alguns pontos-<br />

chave, tais como da espessura do corte, do FOV (“field of view”), da<br />

Kilovoltagem (Kv) e da miliamperagem (mA) empregados, do tempo <strong>de</strong><br />

chegada do contraste à região <strong>de</strong> interesse, bem como <strong>de</strong> sua<br />

concentração e do volume injetado [254].<br />

A Angio-TC emergiu como uma modalida<strong>de</strong> eficiente e pouco<br />

invasiva <strong>para</strong> a avaliação etiológica do AVCI, principalmente após o<br />

advento dos tomógrafos com múltiplos <strong>de</strong>tectores. Advogam-se, em favor<br />

<strong>de</strong> sua utilização na rotina clínica, diversos pontos: a) é exame<br />

minimamente invasivo, b) <strong>de</strong> rápida realização, c) é menos susceptível a<br />

artefatos d) menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> fatores hemodinâmicos do que a<br />

46


REVISÃO DA LITERATURA<br />

angioressonância e e) <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> superior, se com<strong>para</strong>do à Angio-<br />

RMN e à angiografia por subtração digital (DAS), sobretudo na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

assistência pública nacional. A varredura <strong>de</strong> todos os segmentos arteriais<br />

do cérebro é <strong>de</strong> fácil realização, mesmo consi<strong>de</strong>rando os vasos vertebrais<br />

que, à <strong>de</strong>speito da barreira natural composta pelos corpos das vértebras,<br />

guarda semelhança em acurácia aos exames <strong>de</strong> DSA. As reconstruções<br />

em reformatagem multiplanar 3D (3D MPR), com regulação específica da<br />

espessura do corte em MIP e o ajuste fino da janela <strong>de</strong> imagem, permitem<br />

a i<strong>de</strong>ntificação das artérias vertebrais (AAVV) <strong>de</strong> maneira precisa.<br />

Estudos recentes têm sugerido a Angio-TC como um método <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> acurácia, em associação ou não a outros exames, na i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> pacientes com estenose intracraniana [256-258]. Essas estenoses são<br />

bem visualizadas, nas imagens e reconstruções em 3D, quando não<br />

calcificadas. Diante <strong>de</strong> calcificações, se faz mandatória a reformatação em<br />

MIP visando o cálculo preciso do grau <strong>de</strong> estenose. Uma atenção especial,<br />

contudo, <strong>de</strong>ve ser dada àquelas EI críticas, on<strong>de</strong> o fluxo é mínimo e o<br />

diagnóstico diferencial <strong>de</strong> oclusão <strong>de</strong> ramos se impõe; nessas situações, o<br />

uso <strong>de</strong> uma janela estreita e a observância <strong>de</strong> circulação colateral invoca a<br />

presença <strong>de</strong> trombose local [254].<br />

Tal observação quanto às calcificações não retira, pelo contrário,<br />

reforça a importância e precisão da Angio-TC no diagnóstico das EIs. Sua<br />

47


REVISÃO DA LITERATURA<br />

presença nos vasos intracranianos chamou a atenção <strong>de</strong> radiologistas e<br />

pesquisadores que, com base na experiência do índice <strong>de</strong> cálcio coronário<br />

(índice <strong>de</strong> Agatston) e sua correlação com fatores <strong>de</strong> risco cardiovascular,<br />

tentam traçar um <strong>para</strong>lelo entre seu achado e os fatores <strong>de</strong> risco e/ou a<br />

recorrência do AVCI [259, 260]. A apreciação e o conhecimento mais fino<br />

<strong>de</strong>sta condição trará, em breve, uma inferência clara sobre o risco <strong>de</strong><br />

recorrência em populações específicas, como parece ser o caso nos<br />

doentes renais crônicos, e/ou sobre a associação direta entre a presença<br />

<strong>de</strong> EI e calcificação <strong>de</strong> artérias cerebrais [261-263].<br />

A Angio-TC possui, obviamente, suas limitações. É exame emissor<br />

<strong>de</strong> radiação e necessita da utilização <strong>de</strong> contraste iodado, substância<br />

sabidamente provocadora <strong>de</strong> reações <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong> ainda<br />

apresentar contaminação venosa da zona <strong>de</strong> interesse e a qualida<strong>de</strong> do<br />

resultado recebe impacto direto quando os examinadores são pouco<br />

experientes. Na análise <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> pequeno diâmetro, como os<br />

ramos da ACP ou ACM distais, uma pequena diferença na aferição po<strong>de</strong><br />

resultar numa discrepância enorme entre os graus <strong>de</strong> estenose [264].<br />

Uma das maneiras <strong>de</strong> aumentar a sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> da leitura,<br />

além da contribuição <strong>de</strong> profissionais experientes, é o uso do paquímetro<br />

digital que permite medidas com precisão <strong>de</strong> até dois pontos <strong>de</strong>cimais<br />

[256].<br />

48


IV.8. História natural e prognóstico<br />

REVISÃO DA LITERATURA<br />

À <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> sua importância inquestionável na gênese do AVCI, a<br />

história natural da EI assintomática ainda é pouco compreendida e<br />

estudada, carecendo <strong>de</strong> estudos populacionais bem <strong>de</strong>senhados [265].<br />

Diferente <strong>de</strong>stes, os pacientes portadores <strong>de</strong> EI sintomática<br />

possuem, conforme já explicitado, uma importante taxa <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong><br />

AVCI [140]. Esse risco é distinto entre os diversos territórios arteriais do<br />

cérebro, ten<strong>de</strong>ndo a ser maior naqueles acometidos previamente, mas<br />

também sinaliza a ocorrência <strong>de</strong> eventos isquêmicos à distância, <strong>de</strong> outra<br />

localização. Os estudos <strong>de</strong> segmento são claros e mostram que, mesmo<br />

em pacientes medicados com terapia anti-trombótica, novos AVCIs são<br />

freqüentes e põem à prova as terapêuticas clínicas atuais [12, 13, 16, 18,<br />

21, 29].<br />

Mas não somente <strong>de</strong> isquemia cerebral po<strong>de</strong>m ser acometidos os<br />

portadores <strong>de</strong> EI sintomática. Uma proporção significativa dos pacientes<br />

experimentará um evento coronariano <strong>de</strong> natureza isquêmica (IAM, morte<br />

súbita) após o ictus inicial ou <strong>de</strong>senvolverá, com o passar dos anos,<br />

doença coronariana (DC) com <strong>de</strong>sfecho fatal [12, 13, 140]. A DC po<strong>de</strong><br />

também estar oculta, como mostram os estudos <strong>de</strong> perfusão em<br />

portadores <strong>de</strong> EI sintomática, sobretudo naquelas lesões do sistema<br />

vértebro-basilar em pacientes com elevados níveis <strong>de</strong> [Lp(a)] [105, 266].<br />

49


REVISÃO DA LITERATURA<br />

Uma característica importante e freqüentemente negligenciada da EI é o<br />

seu padrão dinâmico e multifocal, uma vez que as diversas lesões po<strong>de</strong>m<br />

não apenas progredir com o passar dos anos, mas também apresentar um<br />

padrão involutivo, com diminuição real da luz estenosada; a<strong>de</strong>mais, em<br />

um mesmo paciente po<strong>de</strong>mos encontrar lesões distintas, com<br />

comportamentos, sintomatologia e progressão ao longo do tempo,<br />

igualmente diferentes [22, 29, 67, 68, 71, 267, 268].<br />

O prognóstico da EI sintomática <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores locais e<br />

sistêmicos, que atuando se<strong>para</strong>damente ou em conjunto, contribuem ou<br />

não <strong>para</strong> a progressão da doença. O primeiro <strong>de</strong>sses fatores,<br />

caracterizando a EI como vulnerável, é o grau <strong>de</strong> estenose em si: tanto<br />

mais intensa é a estenose, tanto maior é o risco <strong>de</strong> progressão e/ou<br />

recorrência dos sintomas, sobretudo quando tratamos daquelas situadas<br />

na artéria basilar. Com<strong>para</strong>tivamente, aquelas EIs da circulação silviana,<br />

mesmo se superiores a 50%, parecem ter padrão <strong>de</strong> evolutivida<strong>de</strong> mais<br />

insidioso [27, 269-271]. A localização da estenose ainda é objeto <strong>de</strong><br />

controvérsia, pois apesar <strong>de</strong> existirem indícios <strong>de</strong> comportamento distinto<br />

entre as da circulação anterior daquelas situadas nos vasos posteriores, as<br />

evidências científicas ainda são mo<strong>de</strong>stas. A presença <strong>de</strong> lesões<br />

concomitantes ditas “tan<strong>de</strong>m”, extra e intracranianas, traz consigo um<br />

risco superior <strong>de</strong> recorrências, assim como o número <strong>de</strong> artérias<br />

intracranianas acometidas [25, 29].<br />

50


REVISÃO DA LITERATURA<br />

O gênero feminino, a falha e/ou resistência à terapia anti-<br />

trombótica, os mediadores <strong>de</strong> inflamação, o estado pró-trombótico e o<br />

<strong>de</strong>feito na fibrinólise endógena também são fatores sistêmicos que têm<br />

um papel <strong>de</strong>letério na progressão da aterosclerose e da EI. Não existe<br />

clareza, no entanto, quanto ao papel dos fatores genéticos no prognóstico<br />

e evolução das lesões estenóticas. Sabe-se, contudo, que quando da<br />

hipóxia tissular, a resposta angiogênica endógena local tem papel<br />

fundamental na tentativa <strong>de</strong> recuperação/reperfusão das zonas à risco.<br />

Altos níveis <strong>de</strong> endoestatina inibidora da angiogênese são, <strong>de</strong> maneira<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, associados à rápida progressão e a novos sintomas<br />

isquêmicos em portadores <strong>de</strong> EI [65, 69, 74].<br />

Todos esses fatores, locais ou sistêmicos, possuem implicação direta<br />

na prevenção e tratamento das EIs, sejam elas sintomáticas ou não. É a<br />

partir do conjunto <strong>de</strong> achados clínicos, laboratoriais e <strong>de</strong> imagem que a EI<br />

será caracterizada como “<strong>de</strong> alto risco”, po<strong>de</strong>ndo assim sofrer uma<br />

vigilância mais estrita, com um controle rigoroso <strong>de</strong> seus fatores <strong>de</strong> risco<br />

ou mesmo uma intervenção terapêutica mais agressiva.<br />

IV.9. Tratamento<br />

O manejo i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> os pacientes portadores <strong>de</strong> EI ainda é objeto <strong>de</strong><br />

muitos estudos e ganha, ano a ano, impulso com a evolução e pesquisa<br />

<strong>de</strong> novas drogas e métodos <strong>de</strong> intervenção. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da terapêutica<br />

51


REVISÃO DA LITERATURA<br />

escolhida, o alvo principal é a redução do risco <strong>de</strong> novos eventos<br />

isquêmicos. Portanto, a estratégia terapêutica <strong>de</strong> que dispomos é baseada<br />

em três pilares principais:<br />

1) Prevenção <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> trombos intra-luminais, com ou sem<br />

embolismo associado.<br />

2) Estabilização (e eventual regressão) da placa.<br />

3) Manejo dos fatores <strong>de</strong> risco aterogênico.<br />

Além disso, conforme já exposto anteriormente, existem várias<br />

características a serem consi<strong>de</strong>radas quando do manejo clínico <strong>de</strong><br />

pacientes com EI: a) os mecanismos <strong>de</strong> AVCI são mais diversos nas EI<br />

quando com<strong>para</strong>dos às causas extra-cranianas b) A EI ao longo do tempo,<br />

com freqüência, progri<strong>de</strong> c) a prevalência <strong>de</strong> diabetes melittus e <strong>de</strong><br />

síndrome metabólica, à <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> algum grau <strong>de</strong> controvérsia, é maior<br />

nos portadores <strong>de</strong> EI.<br />

IV.9.1. Anticoagulação<br />

O uso da anti-coagulação como tratamento das doenças oclusivas<br />

cerebrovasculares teve seu início em meados dos anos 50. Contudo, até o<br />

final dos anos 80, os dados quanto ao seu emprego não provinham <strong>de</strong><br />

estudos randomizados [272-274]. Somente no início dos anos 90 surgiram<br />

as primeiras publicações multicêntricas sem, não obstante, avaliarem<br />

52


REVISÃO DA LITERATURA<br />

especificamente o papel dos anti-coagulantes na prevenção do AVCI<br />

secundário à EI [275-277]. Posteriormente, uma pequena série <strong>de</strong><br />

estudos retrospectivos, mas ainda com número pequeno <strong>de</strong> pacientes e<br />

resultados díspares, mostrou um certo grau <strong>de</strong> benefício da anti-<br />

coagulação em com<strong>para</strong>ção ao AAS. Contudo, tais artigos apresentavam<br />

limitações metodológicas importantes e levaram, em última análise, ao<br />

chamamento em prol <strong>de</strong> estudos randomizados [278, 279].<br />

Foi nesse con<strong>texto</strong>, portanto, que no final dos anos 90 começou o<br />

recrutamento do estudo multicêntrico WASID, visando com<strong>para</strong>r altas<br />

doses diárias <strong>de</strong> AAS com warfarina [140]. Globalmente, os resultados<br />

<strong>de</strong>sse Trial não mostraram superiorida<strong>de</strong> da warfarina em relação à<br />

aspirina, na prevenção <strong>de</strong> AVCI ou morte <strong>de</strong> causa vascular em pacientes<br />

com EI sintomática. Esses dados tiveram um impacto importante na<br />

prática clínica, posto que a gran<strong>de</strong> maioria dos neurologistas passaram a<br />

optar pela terapia anti-plaquetária em <strong>de</strong>trimento do uso <strong>de</strong> anti-<br />

coagulantes.<br />

IV.9.2. Agentes anti-plaquetários<br />

Antes da publicação do estudo WASID em 2005, a maioria dos<br />

neurologistas vasculares, sobretudo nos Estados Unidos, optava pela anti-<br />

coagulação em <strong>de</strong>trimento da terapia anti-plaquetária nos portadores <strong>de</strong><br />

EI sintomática [140, 280]. Como expusemos anteriormente, não somente<br />

53


REVISÃO DA LITERATURA<br />

foi evi<strong>de</strong>nciado um maior índice <strong>de</strong> sangramento e morte nos pacientes<br />

tratados com warfarina ou heparina <strong>de</strong> baixo peso molecular (HPBM),<br />

como também não se observou benefício significante da anti-coagulação<br />

no subgrupo <strong>de</strong> pacientes com alto risco <strong>de</strong> AVCI recorrente [280-282].<br />

Foi no final da década <strong>de</strong> 80, como resultado <strong>de</strong> vários estudos<br />

empreendidos nos anos anteriores, quando concluiu-se que o uso <strong>de</strong><br />

aspirina era efetivo na prevenção secundária <strong>de</strong> doenças vasculares [283].<br />

Quando abordamos seu emprego na doença isquêmica cerebral, no<br />

entanto, tem-se <strong>de</strong>monstrado que entre 5-30% dos pacientes tratados<br />

com AAS não apresentam inibição satisfatória da ativação plaquetária<br />

[284]. A partir <strong>de</strong>sse conceito <strong>de</strong> “resistência” surgem novos estudos<br />

randomizados, <strong>de</strong>ssa vez mostrando o benefício real do uso da ticlopidina<br />

e do clopidogrel, na prevenção secundária do AVC [285-287].<br />

Naqueles pacientes em que o uso <strong>de</strong> anti-plaquetários mostrou-se<br />

pouco eficaz ou refratário, uma série <strong>de</strong> associações tem sido proposta,<br />

inclusive o uso combinado <strong>de</strong> AAS e cilostazol, conquanto sem indícios<br />

claros <strong>de</strong> benefício quando com<strong>para</strong>da à prescrição simples <strong>de</strong> aspirina<br />

[267, 277, 278, 288]. Não obstante, dados provenientes da literatura<br />

cardiológica, sugeriram que a associação AAS + clopidogrel teria um papel<br />

superior na prevenção <strong>de</strong> eventos isquêmicos secundários, inclusive com a<br />

diminuição <strong>de</strong> MES [227, 289].<br />

54


REVISÃO DA LITERATURA<br />

Assim, surgiram os primeiros dados específicos sobre o uso da anti-<br />

agregação plaquetária na prevenção <strong>de</strong> ventos isquêmicos e/ou na<br />

progressão da EI. Merece <strong>de</strong>staque especial o estudo CLAIR (Clopidogrel<br />

plus aspirin versus aspirin alone for reducing embolisation in patients with<br />

acute symptomatic cerebral or carotid artery stenosis), que comparou o<br />

número <strong>de</strong> MES em pacientes portadores <strong>de</strong> EI sintomática, tratados com<br />

a combinação clopidogrel + aspirina ou somente aspirina. Este estudo<br />

multicêntrico mostrou uma diminuição <strong>de</strong> MES quando da dupla anti-<br />

agregação, abrindo assim uma nova frente <strong>de</strong> pesquisa, qual seja: se o<br />

uso combinado <strong>de</strong> diferentes agentes anti-plaquetários po<strong>de</strong>, também,<br />

diminuir a incidência <strong>de</strong> AVCI em pacientes com EI [281].<br />

É possível, no entanto, que existam subgrupos on<strong>de</strong> o emprego<br />

simples ou em diferentes associações possa, se<strong>para</strong>damente, prover<br />

efeitos também distintos [267]. Importantes dados surgirão em breve,<br />

com a publicação <strong>de</strong> novos estudos e as análises, à distância, dos dados<br />

<strong>de</strong> que já dispomos [290].<br />

IV.9.3. Angioplastia e colocação <strong>de</strong> stent<br />

Durante as últimas décadas observou-se um aumento significativo<br />

do número <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> EI submetidos a tratamento<br />

endovascular. Os primeiros resultados da angioplastia, no entanto, não<br />

foram animadores, dado o alto índice <strong>de</strong> complicações. Com o<br />

55


REVISÃO DA LITERATURA<br />

aprimoramento da técnica e a incorporação <strong>de</strong> novos materiais e<br />

tecnologias, novo passo na direção da angioplastia (com ou sem colocação<br />

<strong>de</strong> stent) foi tomado [291].<br />

Quando consi<strong>de</strong>ramos a dilatação simples do vaso acometido, sem<br />

aposição <strong>de</strong> endoprótese, os dados disponíveis são retrospectivos e<br />

mostram uma ampla diversida<strong>de</strong> quanto à morbi-mortalida<strong>de</strong>, taxa <strong>de</strong> re-<br />

estenose e prognóstico à distância da lesão tratada [292-295]. Os estudos<br />

iniciais do stenting <strong>de</strong> artérias intracranianas também pa<strong>de</strong>cem da mesma<br />

falha daqueles que versam sobre angioplastia, à <strong>de</strong>speito da segurança da<br />

técnica e das altas taxas <strong>de</strong> sucesso terapêutico.<br />

Somente em 2004 tivemos a publicação do primeiro estudo<br />

prospectivo, multicêntrico e <strong>de</strong> fase I sobre colocação <strong>de</strong> stent em<br />

estenoses intracranianas sintomáticas [296]. Um ano após, o FDA aprovou<br />

o uso do Wingspan stent ® no tratamento <strong>de</strong> EIs sintomáticas, refratárias<br />

à terapêutica clínica habitual [297, 298]. Como as estenoses ditas críticas<br />

(>70%) são as mais comumente sintomáticas e o risco da aposição do<br />

stent é semelhante, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do grau da lesão, o benefício da<br />

colocação da endoprótese parece ser superior naqueles pacientes<br />

portadores <strong>de</strong> EI superiores a 70 % [27, 299].<br />

Des<strong>de</strong> a publicação dos dados iniciais relativos ao uso do Wingspan<br />

stent ®, vários artigos <strong>de</strong> seguimento e com novas análises têm sido<br />

56


REVISÃO DA LITERATURA<br />

publicados [300-303]. Nesses registros, as taxas <strong>de</strong> re-estenose (em sua<br />

gran<strong>de</strong> maioria assintomáticas) variam entre 25 a 32%, parecendo ser<br />

maiores nos jovens e nas estenoses supraclinói<strong>de</strong>as. Stents com<br />

plataforma semelhante àqueles usados na circulação coronária,<br />

expandidos por balão, têm sido usados no manejo das EIs. O número <strong>de</strong><br />

pacientes tratados, contudo, é pequeno e os dados são oriundos <strong>de</strong><br />

registros não-multicêntricos ou <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> caso [304]. Recentemente,<br />

novos próteses <strong>de</strong>sse tipo, <strong>de</strong>dicadas especificamente ao uso<br />

intracraniano, têm sido objeto <strong>de</strong> pesquisa e po<strong>de</strong>m, num futuro próximo,<br />

vir a ser empregadas em lesões <strong>de</strong> natureza e localizações específicas<br />

[305, 306]. Estudos com<strong>para</strong>tivos entre a angioplastia primária e a<br />

colocação <strong>de</strong> stent sugerem que a taxa <strong>de</strong> re-estenose e <strong>de</strong> AVCI à<br />

distancia é maior no grupo <strong>de</strong> pacientes submetidos unicamente à<br />

angioplastia[294, 307-309].<br />

À <strong>de</strong>speito da EI tratar-se <strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mundial,<br />

poucos estudos clínicos têm sido implementados no intuito <strong>de</strong> melhor<br />

avaliá-la e compreendê-la. Muita expectativa existe em torno da<br />

publicação dos dados do estudo SAMMPRIS, que é multicêntrico,<br />

randomizado e patrocinado pelo NIH, visando com<strong>para</strong>r se a angioplastia<br />

e colocação <strong>de</strong> stent mais manejo clínico agressivo, é superior ao manejo<br />

clínico agressivo na recorrência do AVCI em pacientes portadores <strong>de</strong> EI<br />

crítica [310].<br />

57


V. METODOLOGIA DO ESTUDO<br />

V.1. Casuística<br />

METODOLOGIA<br />

No período <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2010 à janeiro <strong>de</strong> 2011 investigamos a<br />

prevalência <strong>de</strong> estenose intracraniana em pacientes vítima <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte<br />

vascular cerebral isquêmico, admitidos no Ambulatório <strong>de</strong> Doenças<br />

Neurocardiovasculares do Hospital Universitário Professor Edgard Santos<br />

(HUPES), da UFBA. Os pacientes foram selecionados consecutivamente,<br />

oriundos do grupo <strong>de</strong> novas consultas do referido ambulatório e<br />

preencheram, todos, o Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido,<br />

aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética e Pesquisa do CHUPES sob o cadastro<br />

84/09 (ANEXO IV).<br />

Como critério <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong>finimos a apresentação <strong>de</strong> sinais e<br />

sintomas <strong>de</strong> AVCI, estabelecido como déficit neurológico focal <strong>de</strong><br />

instalação aguda, durando mais <strong>de</strong> 24 horas e confirmado por TC ou RMN.<br />

Foram excluídos pacientes com AVC hemorrágico, comprovado por<br />

tomografia computadorizada do crânio, ou aqueles que apresentavam<br />

qualquer contra-indicação absoluta <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> angiotomografia<br />

(alergia a contraste iodado e insuficiência renal, <strong>de</strong>finida como valores <strong>de</strong><br />

Uréia > 50mg/dl ou Creatinina > 1,5mg/dl). Face à inexistência <strong>de</strong> dados<br />

nacionais <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> estenose intracraniana, não foi realizado<br />

cálculo amostral<br />

58


METODOLOGIA<br />

formal. Foram triados 116 pacientes, 94 pacientes preencheram os<br />

critérios e estudados, segundo protocolo clínico e imagenológico, 64<br />

<strong>de</strong>stes. Os <strong>de</strong>mais aguardam a realização da angio-TC.<br />

V.2. Variáveis estudadas<br />

Os pacientes foram triados e examinados por um(a) estudante<br />

membro da equipe <strong>de</strong> neurocardiologia do ambulatório <strong>de</strong> referência,<br />

certificado na aplicação da escala <strong>de</strong> AVC do NIH. Os dados e <strong>de</strong>talhes do<br />

exame físico, bem como dos exames laboratoriais e <strong>de</strong> imagem, foram<br />

conferidos e repetidos por um neurologista sênior.<br />

Após triagem inicial e preenchimento dos critérios <strong>de</strong> inclusão, todos<br />

os pacientes foram submetidos a uma avaliação clínica extensa e<br />

padronizada, através <strong>de</strong> ficha já existente no ambulatório. Foram<br />

coletados os dados <strong>de</strong>mográficos, história clínica, exame físico e exames<br />

laboratoriais. Além do questionário, os pacientes passaram por uma<br />

avaliação com um investigador aplicou a escala <strong>de</strong> AVC do National<br />

Institutes of Health, a escala <strong>de</strong> Rankin modificada (avaliação do nível<br />

funcional pós-AVC), a classificação <strong>de</strong> TOAST <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir etiologia, a<br />

Oxfordshire Stroke Classification Scale (OSCS) <strong>para</strong> classificar o território<br />

arterial envolvido, e o Mini Exame do Estado Mental (ANEXOS I e II).<br />

59


V.3. Protocolo <strong>de</strong> Imagem<br />

METODOLOGIA<br />

A tomografia com múltiplos <strong>de</strong>tectores (MDCT) foi realizada com<br />

equipamento <strong>de</strong> 64 fileiras <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores da marca Toshiba, mo<strong>de</strong>lo<br />

Aquilion 64 (The Aquilion64-slice CT - Toshiba America Medical Systems,<br />

Inc.). Os pacientes foram submetidos inicialmente à varredura do<br />

segmento torácico, dos vasos cervicais e intracranianos; posteriormente,<br />

após injeção do produto <strong>de</strong> contraste iodado, à estudo angiotomográfico<br />

<strong>de</strong>sses seguimentos. Foram utilizados protocolos padronizados <strong>de</strong><br />

colimação, tempo <strong>de</strong> rotação, corrente e voltagem do tubo, conforme<br />

<strong>de</strong>talhamento logo abaixo.<br />

Os dados foram analisados em uma estação <strong>de</strong> trabalho remota com<br />

software <strong>de</strong>dicado. Em cada paciente, o cálcio coronário será i<strong>de</strong>ntificado<br />

como uma área <strong>de</strong>nsa na artéria coronária exce<strong>de</strong>ndo o limiar <strong>de</strong> 130 HUs<br />

e o escore total <strong>de</strong> cálcio, total e por artéria, será calculado com base no<br />

escore <strong>de</strong> Agatston, nos seguintes níveis <strong>de</strong> corte:<br />

a. 1 a 9 c. 101 a 400<br />

b. 10 a 100 d. >400<br />

60


O protocolo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição proposto e utilizado foi:<br />

METODOLOGIA<br />

Escore <strong>de</strong> Cálcio Arco aórtico, carótidas e circulação craniana<br />

(Aquisição sem contraste sobre a área cardíaca) (Aquisição com contraste)<br />

* Colimação: 3,0 mm * Colimação: 0,5 mm x 64<br />

* Tempo <strong>de</strong> Rotação: 0,4 s * Tempo <strong>de</strong> Rotação: 0,5 s<br />

* MAs: 125 – 242 * MAs: SURE Exposure (Modulador <strong>de</strong> dose)<br />

* Kv:120 * Kv: 120<br />

* Slice: 3,0 mm * Slice: 0,8 mm<br />

* Intervalo <strong>de</strong> Reconstrução: 3,0 mm * Intervalo <strong>de</strong> Reconstrução: 0,4 mm<br />

Foram estudados, em média, 46 segmentos arteriais por paciente,<br />

com atenção à presença <strong>de</strong> malformações vasculares e/ou variantes<br />

anatômicas. Aqueles pacientes i<strong>de</strong>ntificados através da Angiotomografia<br />

como portadores <strong>de</strong> estenose crítica (estenose ≥ 70%), sabidamente <strong>de</strong><br />

maior risco <strong>para</strong> eventos isquêmicos, foram encaminhados à Angiografia<br />

Cerebral (exame padrão-ouro <strong>para</strong> esse tipo <strong>de</strong> patologia) como parte do<br />

“screening” <strong>de</strong> investigação neurológica (ANEXO III).<br />

V.4. Bioestatística<br />

A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for<br />

the Social Science (SPSS) versão 17.0. Na análise <strong>de</strong>scritiva calculou-se a<br />

freqüência <strong>para</strong> variáveis categóricas e a média e <strong>de</strong>svio padrão <strong>para</strong><br />

variáveis contínuas. Para com<strong>para</strong>r variáveis categóricas utilizou-se o<br />

teste qui-quadrado ou o teste exato <strong>de</strong> Fisher, conforme apropriado. Para<br />

avaliar a variância entre as amostras utilizou-se o Teste <strong>de</strong> Levene e, <strong>para</strong><br />

61


METODOLOGIA<br />

com<strong>para</strong>r variáveis contínuas, o teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt. Realizamos análise <strong>de</strong><br />

regressão logística multivariada, incluindo variáveis com uma possível<br />

(P70%).<br />

62


VI. ARTIGO<br />

ARTIGO<br />

PREVALENCE OF INTRACRANIAL STENOSIS IN ISCHEMIC STROKE<br />

INTRODUCTION<br />

PATIENTS IN SALVADOR, BAHIA<br />

Cerebrovascular diseases (CVD) is a major public health problem,<br />

particularly in <strong>de</strong>veloping countries, where resources available for the care<br />

of people with good life expectancy are scarce. This group of diseases is<br />

accompanied by significant morbidity, resulting directly in productive<br />

capacity and quality of life of affected individuals. Therefore, the social<br />

and economic consequences of CVD are potentially <strong>de</strong>vastating.<br />

The stenosis of large intracranial arteries (IS) represents an<br />

important cause of CVD, often unrecognized, especially in blacks,<br />

Hispanics and Asians [1-11]. It is estimated that approximately 5% to<br />

10% of ischemic cerebrovascular acci<strong>de</strong>nts are due to atherosclerotic IS<br />

[5, 6, 12-24]. In the Asian series, this prevalence is even higher, around<br />

33% to 46%. The group of symptomatic patients with IS require special<br />

attention because it harbors a high risk of future vascular events: about<br />

38% in two years, in the same territory of the stenotic artery; the overall<br />

risk of recurrent stroke is around 17% per year [25-33].<br />

63


ARTIGO<br />

It wouldn’t, therefore, too much to say that IS is one of the main<br />

and perhaps most worrisome causes of stroke in the world; however,<br />

because the focus of diagnosis and the vast knowledge available about the<br />

extra-cranial pathology, we neglect this fact. Moreover, the Brazilian and<br />

Latin American literature lacks statistical and epi<strong>de</strong>miological data on this<br />

topic, so erroneously, the diagnosis of IS is often not mentioned.<br />

In this scenario, the i<strong>de</strong>ntification of IS, the <strong>de</strong>termination of their<br />

risk factors, as well as the predictors of recurrent ischemic stroke, are<br />

very important. So, it is essential to conduct a study of prevalence in our<br />

environment, which allows not only increase our level of suspicion, but<br />

also, ultimately, contributes to the <strong>de</strong>creased number of strokes in this<br />

population.<br />

PATIENTS AND METHODS<br />

From February 2010 to January 2011 we investigated the<br />

prevalence of intracranial stenosis in patients who suffered ischemic<br />

stroke, admitted to the Cerebrovascular Disease Clinic of the University<br />

Hospital Professor Edgard Santos (HUPES), UFBA. The patients were<br />

consecutively selected from the group of new clinic visits. This study was<br />

approved by the Ethics and Clinical Research Committee.<br />

64


ARTIGO<br />

As inclusion criteria we <strong>de</strong>fine the presentation of signs and<br />

symptoms of stroke, established as a focal neurological <strong>de</strong>ficit of acute<br />

onset, lasting more than 24 hours and confirmed by CT or MRI. Patients<br />

with hemorrhagic stroke, confirmed by brain CT, or those who had any<br />

contraindication for performing CT angiography (allergy to iodinated<br />

contrast media and renal failure, <strong>de</strong>fined as values of Urea> 50mg/dl and<br />

creatinine> 1,5 mg / dl). In the absence of data on the prevalence of<br />

intracranial stenosis in South America, no formal sample size calculation<br />

was performed. We screened 116 patients and 94 patients met the<br />

inclusion criteria. We’ll present the results about 64 of them.<br />

After completing the initial screening and inclusion criteria, all<br />

patients un<strong>de</strong>rwent an extensive and standardized clinical evaluation. We<br />

collected <strong>de</strong>mographic data, clinical history, physical examination and<br />

laboratory tests. Besi<strong>de</strong>s the questionnaire, the patients un<strong>de</strong>rwent an<br />

evaluation with an investigator who applied different neurological scales:<br />

NIHSS, the modified Rankin scale, the TOAST classification and the<br />

Oxfordshire Stroke Classification Scale (OSCS).<br />

A multislice CT (MDCT) was performed with equipment of 64 rows of<br />

<strong>de</strong>tectors (The Aquilion 64-slice CT - Toshiba America Medical Systems,<br />

Inc.). The patients were studied with a complete scanning of thoracic,<br />

cervical and intracranial vessels. Later, after injection of<br />

65


ARTIGO<br />

iodinated contrast product, the CTA-angiography of these segments was<br />

performed. We used standardized protocols of collimation, rotation time,<br />

tube current and voltage.<br />

We studied an average of 46 arterial segments per patient, with<br />

attention to the presence of vascular malformations and / or anatomical<br />

variations. Those patients i<strong>de</strong>ntified as carriers of critical stenosis<br />

(stenosis ≥ 70%), known to be at higher risk for ischemic events, were<br />

referred to the cerebral angiography (gold standard method for this kind<br />

of pathology), as part of the neurological investigation screening.<br />

The statistical analysis was performed using the Statistical Package<br />

for Social Science (SPSS), version 17.0. In the <strong>de</strong>scriptive analysis, we<br />

calculated the frequency for categorical variables and mean and standard<br />

<strong>de</strong>viation for continuous variables. To compare categorical variables used<br />

the chi-square or Fisher exact test as appropriate. To assess the variance<br />

between the samples we used the Levene test and for<br />

compare continuous variables, Stu<strong>de</strong>nt t test. We performed multivariate<br />

logistic regression analysis including variables with a possible (P


ARTIGO<br />

intra-or extra-cranial, as well as those associated with critical stenosis (><br />

70%).<br />

RESULTS<br />

In this sample, 37 (57.8%) were female and 27 (42.2%) males. The<br />

average age of patients was 62 (SD 12.8) years, with extremes ranging<br />

from 24 to 83 years. Black race was predominant, with 31 (48.4%)<br />

patients, 19 (29.7%) were mulattos and 9 (14.1%) whites.<br />

We studied an average of 46 arterial segments per patient, for a<br />

total of almost 3000 arterial segments evaluated. In about 23 patients<br />

(35.9% of the sample), CT angiography showed no abnormalities; 41<br />

individuals (64.1%), then, either were patients who had stenosis or other<br />

vascular anomaly associated. Of all patients studied, approximately 33%<br />

had IS and 41% ES, of any magnitu<strong>de</strong>. Of these, if we consi<strong>de</strong>r critical<br />

stenosis (> 70%), we observed 12.7% of patients with IS and 11.1% with<br />

ES.<br />

Most intracranial stenosis were located in intradural space, with<br />

slight predominance of the posterior fossa vessels. In the anterior<br />

circulation, the middle cerebral arteries were the most commonly affected.<br />

The stenosis of the carotid siphon were, in this sample, low frequency.<br />

67


ARTIGO<br />

With respect to intracranial stenosis of any <strong>de</strong>gree, univariate<br />

analysis showed the following <strong>para</strong>meters as predictors: age, waist<br />

circumference, triglyceri<strong>de</strong>s, hypertriglyceri<strong>de</strong>mia (> 150mg/dl) and<br />

metabolic syndrome. High blood pressure approached statistical<br />

significance, with p = 0.06. When we perform the multivariate analysis,<br />

hypertriglyceri<strong>de</strong>mia (p = 0.05) remained an in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt predictor.<br />

Gen<strong>de</strong>r, race and smoking were not statistically significant predictors of IS<br />

in this sample. By focusing attention to intracranial stenosis of greater<br />

<strong>de</strong>gree (> 70%), we found that coronary artery disease (p = 0.03) and<br />

hypertriglyceri<strong>de</strong>mia (p = 0.04) are the predictors found in the<br />

multivariate analysis. It is worth mentioning that waist circumference is<br />

approaching statistical significance, for IS > 70%, with p = 0.07.<br />

Extracranial stenosis of any <strong>de</strong>gree has, as significant predictors in the<br />

multivariate analysis, the white race, high blood pressure and metabolic<br />

syndrome. The triglyceri<strong>de</strong> level approaching significance (p = 0.07) for<br />

stenosis of any <strong>de</strong>gree. For critical extracranial stenosis, the white race<br />

was the only predictor in univariate and multivariate analysis.<br />

68


DISCUSSION<br />

ARTIGO<br />

The intracranial atherosclerotic disease represents the most frequent<br />

cause of stroke in the world. This finding, certainly late, is directly<br />

responsible for several studies implemented in the last two <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>s, in<br />

or<strong>de</strong>r to <strong>de</strong>termine the natural history of disease, specific therapies that<br />

should be employed and what are the possible risk groups [311, 312].<br />

The real impact of this disease is un<strong>de</strong>restimated. If the available<br />

information points to a major public health problem, little is known about<br />

the prevention and better treatment strategy. Brazilian data are rare,<br />

based in surveys or general studies, without specific focus for stenotic<br />

cerebral pathology [119, 130, 313, 314]. In Bahia, except publications<br />

regarding the epi<strong>de</strong>miology of cerebrovascular diseases, we lack precise<br />

information about the prevalence of intracranial stenosis [123-127].<br />

We have found a high prevalence of IS in this sample: about 33% of<br />

patients were carriers. It is true that the total number of patients with IS<br />

varies, proportionally, to the number of risk factors present [25, 96, 111,<br />

141]. However, these values presented here are close to those found in<br />

populations with high prevalence (and known risk factors in the Genesis)<br />

of ischemic stroke [61, 84, 142-144]. Our study <strong>de</strong>sign also allowed the<br />

analysis of combined lesions of extracranial location. Stand out among<br />

69


ARTIGO<br />

these findings, the 7 vascular occlusions, the 22 carotid artery stenosis<br />

and 19 stenosis of the vertebral ostia encountered. When we consi<strong>de</strong>r the<br />

critical stenosis, there is a similarity, although to a lesser extent, between<br />

our data and those from populations with high prevalence of IS: 12.7% of<br />

patients critical IS and 11.1% ES. Although the number of subjects<br />

studied is not very expressive, and also consi<strong>de</strong>ring a possible inclusion<br />

bias, these indices point to a worrying fact: IS is common in our country,<br />

especially in those patients who suffered ischemic stroke, and may be<br />

directly related to its pathogenesis [7, 29, 148].<br />

Regarding location, our findings follow those of the literature.<br />

Stenosis were observed in both circulations, anterior and posterior, with a<br />

significant number of patients with lesions along the proximal middle<br />

cerebral artery [3, 6, 16, 60, 316]. However, two findings stand out: the<br />

presence of stenosis distal to the P1 segment (n = 10) and the slight<br />

predominance of posterior circulation stenosis, especially those located in<br />

the V4 segment (n = 9).<br />

The predictive <strong>para</strong>meters of intracranial stenosis in our study are<br />

similar to those usually <strong>de</strong>scribed. High blood pressure, strongly linked to<br />

IS in other studies, only ten<strong>de</strong>d towards to statistical significance [3, 30,<br />

83, 94, 95]. Hypertriglyceri<strong>de</strong>mia (usually associated with carotid artery<br />

disease) and coronary artery disease were in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt predictors of<br />

70


ARTIGO<br />

critical intracranial stenosis. This coronary impaired corroborates to the<br />

concept that those patients with coronary calcification, coronary disease or<br />

cardiac perfusion <strong>de</strong>ficits are more prone to the occurrence of ischemic<br />

stroke [98-100, 103-105].<br />

When we checked the predictors of extracranial stenosis, in the uni<br />

and multivariate analysis, we also i<strong>de</strong>ntified a good correlation between<br />

the predictors found in our study (white race, HBP and Metabolic<br />

Syndrome) and literature data. Of these, only the white race was a<br />

predictor of critical extracranial stenosis in multivariate analysis. The<br />

classical risk factors, notably age and gen<strong>de</strong>r, do not have significant<br />

relevance, especially in relation to ES.<br />

A fact that <strong>de</strong>serves special attention is the presence of the<br />

metabolic syndrome as a predictor of stenosis, intra-and extra-cranial.<br />

The risk for atherosclerotic cardiovascular disease is known to be two<br />

times greater in the presence of MS. It is estimated that the disease is<br />

present in 25% of the adult population of Latin America and has noticed<br />

an increase in its prevalence worldwi<strong>de</strong> [87, 89]. Previous studies have<br />

shown an association between IS and MS, but there are few data<br />

regarding the impact of the individual components of MS, as well as the<br />

level of metabolic abnormality, in the <strong>de</strong>gree of IS.<br />

71


CONCLUSIONS<br />

ARTIGO<br />

In our study, intracranial stenosis had a high prevalence rate,<br />

superior to the average found in the literature. The IS should be<br />

consi<strong>de</strong>red especially in patients with hypertriglyceri<strong>de</strong>mia or those<br />

suffering from coronary artery disease. The stenosis of extra-cranial<br />

vessels, in turn, also kept consistent with the available scientific data and<br />

had as in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt predictor the white race.<br />

The CT-angiography, noninvasive and easily accessible method,<br />

proved to be an effective tool in the <strong>de</strong>tection of stenosis, even those<br />

located in narrow arteries. Moreover, it allowed the i<strong>de</strong>ntification of<br />

vascular lesions ranging from the supra-aortic trunks to intracranial<br />

vasculature.<br />

72


VII. RESULTADOS<br />

VII.1. Dados <strong>de</strong>mográficos<br />

RESULTADOS<br />

Um total <strong>de</strong> 116 pacientes vítimas <strong>de</strong> AVCI, atendidos no<br />

ambulatório <strong>de</strong> doenças cardioneurovasculares da UFBA, foram triados; 94<br />

preencheram os critérios <strong>de</strong> inclusão. Serão apresentados os dados da<br />

amostra inteiramente estuda, composta <strong>de</strong> 64 pacientes.<br />

Entre os 22 pacientes excluídos, observamos que 12 <strong>de</strong>les<br />

apresentavam insuficiência renal, <strong>de</strong>finida como níveis <strong>de</strong> Uréia >50 e<br />

Creatinina >1,5 em pelo menos dois exames. Os 10 pacientes restantes já<br />

possuiam investigação completa quanto ao diagnóstico etiológico do AVCI,<br />

sem necessida<strong>de</strong>, portanto, <strong>de</strong> averiguação complementar.<br />

Da amostra estudada, 37 (57,8%) eram do gênero feminino e 27<br />

(42,2%) do masculino. A ida<strong>de</strong> média dos pacientes foi <strong>de</strong> 62 (DP 12,8)<br />

anos, com extremos <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 24 e 83 anos. A raça negra foi<br />

predominante, contando com 31 (48,4%) indivíduos; 19 (29,7%) eram<br />

mulatos e 9 (14,1%) brancos.<br />

73


VII.2. Prevalência e localização das estenoses<br />

RESULTADOS<br />

Foram estudados, em média, 46 segmentos arteriais por paciente,<br />

que perfazem um total <strong>de</strong> quase 3000 segmentos arteriais avaliados. Em<br />

cerca <strong>de</strong> 23 pacientes (35,9% da amostra), a angio-TC não apresentava<br />

anormalida<strong>de</strong>s; 41 indivíduos (64,1%), portanto, ou eram portadores <strong>de</strong><br />

estenose ou possuíam outra anomalia vascular associada.<br />

Do total <strong>de</strong> pacientes estudados, cerca <strong>de</strong> 33% eram portadores <strong>de</strong><br />

EI e 41% <strong>de</strong> EE, <strong>de</strong> qualquer magnitu<strong>de</strong>. Destes, ao consi<strong>de</strong>rarmos<br />

estenoses críticas (>70%), observamos 12,7 % dos pacientes com EI e<br />

11,1% com EE (gráficos I e II).<br />

Gráfico I. Freqüência das estenoses intra e extracranianas (<strong>de</strong> qualquer grau) e do número<br />

<strong>de</strong> exames apresentando algum tipo <strong>de</strong> patologia.<br />

Estenose<br />

extracraniana<br />

n= 26<br />

(41,3%)<br />

Estenose<br />

intracraniana<br />

n=21<br />

(32,8%)<br />

Anormalida<strong>de</strong>s na<br />

Angio-­‐TC<br />

n= 41 (64,1%)<br />

74


RESULTADOS<br />

Gráfico II. Distribuição do número/porcentagem <strong>de</strong> pacientes com estenoses críticas (>70%).<br />

21 EIs<br />

(32,8%)<br />

8 pacientes com<br />

estenoses<br />

intracranianas críticas<br />

(12,7 %)<br />

A maioria das estenoses intracranianas eram <strong>de</strong> localização<br />

intradural, com discreto predomínio junto aos vasos da fossa posterior.<br />

Na circulação anterior, as artérias cerebrais médias foram as mais<br />

comumente acometidas. As estenoses do sifão carotí<strong>de</strong>o foram, nessa<br />

amostra, pouco freqüentes (gráfico III).<br />

26 EEs<br />

(41,3%)<br />

7 pacientes com<br />

estenoses<br />

extracranianas críticas<br />

(11,1 %)<br />

Gráfico III. Distribuição das estenoses intracranianas segundo sua localização.<br />

C1 = 2%<br />

A1 = 9,5%<br />

A2 = 9,5%<br />

A1-­‐A2 = 2%<br />

M1 = 17%<br />

M2 = 4,5%<br />

P1-­‐P2 = 6%<br />

P2-­‐P3 = 2%<br />

P2 = 17%<br />

75


RESULTADOS<br />

Convém ressaltar a presença significativa <strong>de</strong> lesões estenóticas<br />

localizadas proximalmente junto às artérias cerebrais posteriores,<br />

sobretudo no segmento P2. Em dois pacientes da amostra, portadores <strong>de</strong><br />

estenose crítica, foi possível realizar angiografia cerebral diagnóstica que<br />

mostrou excelente correlação com o exame <strong>de</strong> angio-TC, mesmo em se<br />

tratando <strong>de</strong> lesões localizadas em artérias <strong>de</strong> fino calibre (FIGURAS I e II).<br />

76


RESULTADOS<br />

Figura I. Lesão estenótica irregular (setas) junto à artéria cerebral média esquerda. Correlação<br />

entre a Angio-TC e a angiografia cerebral. (A e B: angio-TC; C e D: angiografia)<br />

<br />

A<br />

B<br />

C<br />

D<br />

77


RESULTADOS<br />

Figura II. Lesão estenótica irregular (setas) junto à artéria cerebral posterior esquerda. Correlação<br />

entre a Angio-TC e a angiografia cerebral. (A, B e C: angio-TC; D e E: angiografia.)<br />

B<br />

A<br />

C<br />

E<br />

D<br />

78


VII.3. Fatores preditivos<br />

RESULTADOS<br />

Com relação à estenose intracraniana <strong>de</strong> qualquer grau, a<br />

análise univariada mostrou serem preditores os seguintes parâmetros:<br />

ida<strong>de</strong>, circunferência abdominal, triglicéri<strong>de</strong>s, hipertrigliceri<strong>de</strong>mia<br />

(>150mg/dl) e síndrome metabólica. A HAS aproxima-se da<br />

significância estatística, com p=0,06. Quando da análise multivariada,<br />

apenas a hipertrigliceri<strong>de</strong>mia (p=0,05) permaneceu como preditor<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (Tabela I). O sexo, o tabagismo e a raça não foram<br />

preditores estatisticamente significantes <strong>de</strong> EI nesta amostra. Ao focarmos<br />

a atenção às estenoses intracranianas <strong>de</strong> maior grau (> a 70%),<br />

vimos que a doença arterial coronariana (p=0,03) e a<br />

hipertrigliceri<strong>de</strong>mia (p=0,04) são os preditores encontrados, nas<br />

análises uni e multivariada. Convém ressaltar que a circunferência<br />

abdominal aproxima-se da significância estatística, <strong>para</strong> EI >70%, com<br />

p=0,07. (TABELA II).<br />

As estenoses <strong>de</strong> localização extracraniana <strong>de</strong> qualquer grau<br />

(TABELA III) possuem como preditores, nas análises uni e multivariada, a<br />

raça branca, a hipertensão arterial sistêmica e a síndrome<br />

metabólica. O nível <strong>de</strong> triglicéri<strong>de</strong>s aproxima-se da significância<br />

estatística (p=0,07) <strong>para</strong> as estenoses <strong>de</strong> qualquer grau. Consi<strong>de</strong>rando<br />

79


RESULTADOS<br />

aquelas estenoses extracranianas críticas, a raça branca foi o único<br />

preditor uni e multivariado (TABELAS IV E V).<br />

Tabela I. Principais preditores <strong>de</strong> estenose intracraniana <strong>de</strong> qualquer grau na análise univariada.<br />

SEXO<br />

VARIÁVEL<br />

MASC, n (%)<br />

FEM, n (%)<br />

CIRCUFERÊNCIA ABDOMINAL<br />

Média +/- DP (cm)<br />

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL<br />

+/- DP (KG/m2)<br />

ESTENOSE<br />

INTRACRANIANA<br />

(QUALQUER GRAU)<br />

8 (38,1%)<br />

13 (61,9%)<br />

SEM ESTENOSE Valor <strong>de</strong> P<br />

19 (44,2%)<br />

24 (55,8%)<br />

0,64<br />

96,27 +/-­‐ 5,2 88,94 +/-­‐ 11,0 0,04<br />

28,39 +/-­‐ 9,9 25,85 +/-­‐ 5,5 0,16<br />

LDL +/-­‐ DP (mg/dL) 131,88 +/-­‐ 24,9 126,68 +/-­‐ 43,3 0,67<br />

HDL +/-­‐ DP (mg/dL) 46,2 +/-­‐ 10,8 49,15 +/-­‐ 12,8 0,52<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s +/- DP (mg/dL) 218 +/-­‐ 120 129,53 +/-­‐ 65,9 0,02<br />

Glicemia +/- DP (mg/dL) 101 +/-­‐ 31 114 +/-­‐ 56 0,60<br />

Ida<strong>de</strong> +/- DP (anos) 65,9 +/-­‐ 8,7 57,55 +/-­‐ 13,7 0,01<br />

DM +/- n (%) 7 (35%) 8 (19%) 0,17<br />

HAS +/- n (%) 20 (95,2%) 32 (76,2%) 0,06<br />

TRIGLICERIDEMIA<br />

≥ 150 mg/dL , n (%)<br />

12 (80%) 10 (32,3%) 0,002<br />

Sd. Metabólica , n (%) 10 (90,9%) 13 (50%) 0,01<br />

HDL baixo,<br />

ajustado <strong>para</strong> o sexo, n (%)<br />

9 (56,3%) 15 (45,5%) 0,47<br />

80


Tabela II. Principais preditores <strong>de</strong> estenose intracraniana crítica na análise univariada.<br />

SEXO<br />

VARIÁVEL<br />

MASC, n (%)<br />

FEM, n (%)<br />

CIRCUFERÊNCIA ABDOMINAL<br />

Média +/- DP (cm)<br />

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL<br />

+/- DP (KG/m2)<br />

ESTENOSE<br />

INTRACRANIANA<br />

> 70%<br />

4 (50%)<br />

4 (50%)<br />

SEM ESTENOSE<br />

22 (40%)<br />

33 (60%)<br />

RESULTADOS<br />

Valor <strong>de</strong><br />

P<br />

0,7<br />

98,60 +/-­‐ 6,8 89,95 +/-­‐ 10,22 0,07<br />

27,70 +/-­‐ 1,86 26,39 +/-­‐ 5,77 0,34<br />

LDL +/-­‐ DP (mg/dL) 130,17 +/-­‐ 42,2 128,25 +/-­‐ 40,55 0,67<br />

HDL +/-­‐ DP (mg/dL) 45 +/-­‐ 13,43 48,82 +/-­‐ 12,1 0,91<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s +/- DP (mg/dL) 205,86 +/-­‐ 57,44 151,02 +/-­‐ 98,87 0,16<br />

Glicemia > 110 mg/dL ou DM,<br />

n (%)<br />

3 (50%) 14 (41,2%) 1,00<br />

Ida<strong>de</strong> +/- DP (anos) 63 +/-­‐ 8,71 59,84 +/-­‐ 13,39 0,54<br />

DM +/- n (%) 3 (42,9%) 12 (22,2%) 0,17<br />

HAS +/- n (%) 7 (100%) 44 (80%) 0,19<br />

TRIGLICERIDEMIA<br />

≥ 150 mg/dL , n (%)<br />

6 (85,7%) 16 (41%) 0,04<br />

Sd. Metabólica , n (%) 5 (71,4%) 18 (60%) 0,68<br />

CORONARIOPATIA, n (%) 3 (42,9%) 6 (12,2%) 0,03<br />

HDL baixo,<br />

ajustado <strong>para</strong> o sexo, n (%)<br />

3 (50%) 21 (48,8%) 1,00<br />

81


RESULTADOS<br />

Tabela III. Principais preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana <strong>de</strong> qualquer grau na análise univariada.<br />

SEXO<br />

VARIÁVEL<br />

MASC, n (%)<br />

FEM, n (%)<br />

BRANCO, n (%)<br />

RAÇA NEGRO, n (%)<br />

MULATO, n (%)<br />

CIRCUFERÊNCIA ABDOMINAL<br />

Média +/- DP (cm)<br />

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL<br />

+/- DP (KG/m2)<br />

ESTENOSE<br />

EXTRACRANIANA<br />

(QUALQUER GRAU)<br />

12 (46,2%)<br />

14 (53,8%)<br />

7 (30,4%)<br />

12 (52,2%)<br />

4 (17,4%)<br />

SEM ESTENOSE Valor <strong>de</strong> P<br />

14 (37,8%)<br />

23 (62,2%)<br />

2 (5,7%)<br />

12 (52,2%)<br />

4 (17,4%)<br />

0,60<br />

0,02<br />

90,39 +/-­‐ 9,67 91,88 +/-­‐ 10,96 0,66<br />

25,91 +/-­‐ 3,45 26,96 +/-­‐ 6,51 0,53<br />

LDL +/-­‐ DP (mg/dL) 134,72 +/-­‐ 31,63 124,86 +/-­‐ 44,71 0,41<br />

HDL +/-­‐ DP (mg/dL) 50,56 +/-­‐ 9,55 46,96 +/-­‐ 13,59 0,30<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s +/- DP (mg/dL) 129,90 +/-­‐ 56,22 179,82 +/-­‐ 113,46 0,07<br />

Coronariopatia , n (%) 5 (21,7%) 4 (12,1%) 0,33<br />

Ida<strong>de</strong> +/- DP (anos) 62,80 +/-­‐ 10,68 58,43 +/-­‐ 14,12 0,19<br />

DM +/- n (%) 7 (29,2%) 8 (21,6%) 0,50<br />

Glicemia > 110 mg/dL ou DM,<br />

n (%)<br />

6(37,5%) 11 (45,8%) 0,74<br />

HAS +/- n (%) 24 (96%) 27 (73%) 0,02<br />

TRIGLICERIDEMIA<br />

≥ 150 mg/dL , n (%)<br />

6 (33,3%) 16 (57,1%) 0,14<br />

Sd. Metabólica , n (%) 7 (43,8%) 16 (76,2%) 0,04<br />

HDL baixo,<br />

ajustado <strong>para</strong> o sexo, n (%)<br />

7 (38,9%) 17 (54,8%) 0,28<br />

82


Tabela IV. Principais preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana crítica na análise univariada.<br />

SEXO<br />

VARIÁVEL<br />

MASC, n (%)<br />

FEM, n (%)<br />

BRANCO, n (%)<br />

RAÇA NEGRO, n (%)<br />

MULATO, n (%)<br />

CIRCUFERÊNCIA ABDOMINAL<br />

Média +/- DP (cm)<br />

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL<br />

+/- DP (KG/m2)<br />

ESTENOSE<br />

EXTRACRANIANA<br />

> 70%<br />

4 (57,1%)<br />

3 (42,9%)<br />

4 (57,1%)<br />

2 (28,6%)<br />

1 (14,3%)<br />

SEM ESTENOSE<br />

22 (60,7%)<br />

34 (39,3%)<br />

5 (5,7%)<br />

29 (52,2%)<br />

17 (17,4%)<br />

RESULTADOS<br />

Valor <strong>de</strong><br />

P<br />

0,43<br />

0,02<br />

93,14 +/-­‐ 13,20 90,65 +/-­‐ 9,59 0,56<br />

26,49 +/-­‐ 4,44 26,56 +/-­‐ 5,69 0,97<br />

LDL +/-­‐ DP (mg/dL) 131,40 +/-­‐ 47,02 128,15 +/-­‐ 40,12 0,86<br />

HDL +/-­‐ DP (mg/dL) 49,80 +/-­‐ 12,35 48,22 +/-­‐ 12,30 0,30<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s +/- DP (mg/dL) 124,60 +/-­‐ 61,08 163,02 +/-­‐ 99,42 0,40<br />

Coronariopatia , n (%) 2 (28,6%) 7 (14,3%) 0,33<br />

Ida<strong>de</strong> +/- DP (anos) 62,57 +/-­‐ 15,18 59,89 +/-­‐ 12,74 0,61<br />

DM +/- n (%) 3 (50%) 12 (21,8%) 0,15<br />

Glicemia > 110 mg/dL ou DM,<br />

n (%)<br />

3 (60%) 14 (40%) 0,63<br />

HAS +/- n (%) 6 (85,7%) 45 (81,8%) 0,79<br />

TRIGLICERIDEMIA<br />

≥ 150 mg/dL , n (%)<br />

1 (20%) 16 (57,1%) 0,34<br />

Sd. Metabólica , n (%) 2 (40%) 21 (65,6%) 0,34<br />

HDL baixo,<br />

ajustado <strong>para</strong> o sexo, n (%)<br />

1 (20%) 23 (52,3%) 0,34<br />

83


Tabela V. Principais preditores <strong>de</strong> estenose intra e extracraniana, na análise multivariada.<br />

Preditores <strong>de</strong> qualquer<br />

estenose intracraniana<br />

RESULTADOS<br />

RC IC 95% inf IC 95% sup P<br />

Hipertrigliceri<strong>de</strong>mia 18,19999979 1,761270992 188,0687266 0,014891487<br />

Preditores <strong>de</strong> estenose<br />

intracraniana crítica<br />

RC IC 95% inf IC 95% sup P<br />

Hipertrigliceri<strong>de</strong>mia 13,46006925 0,991340887 182,7559688 0,050768757<br />

Doença coronariana 13,45363312 1,152215943 157,0888212 0,03817575<br />

Preditores <strong>de</strong> qualquer<br />

estenose extracraniana<br />

RC IC 95% inf IC 95% sup P<br />

Raça branca 13,53691724 0,993942881 184,3648481 0,05053538<br />

HAS 30,46216446 1,192041052 778,449251 0,038809326<br />

Síndrome metabólica 14,80210013 2,180370584 100,4884994 0,005821902<br />

Preditores <strong>de</strong> estenose<br />

extracraniana crítica<br />

RC IC 95% inf IC 95% sup P<br />

Raça branca 9,333333333 0,942057203 92,46902508 0,056268509<br />

84


VII.4. Lesões associadas<br />

RESULTADOS<br />

A varredura completa da árvore vascular pelo exame <strong>de</strong><br />

angiotomografia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os troncos supra-aórticos até a circulação<br />

intracraniana, permitiu a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> diversas outras patologias<br />

vasculares que não lesões estenóticas em situação intracraniana, além <strong>de</strong><br />

variantes anatômicas pouco habituais (FIGURAS III, IV e V).<br />

As lesões esteno-oclusivas extracranianas também se mostraram<br />

freqüentes (GRÁFICO IV). Uma atenção especial foi dada à i<strong>de</strong>ntificação<br />

dos pacientes portadores <strong>de</strong> estenoses do tipo tan<strong>de</strong>m, a saber: lesões<br />

concomitantes situadas nos ostia dos troncos supra-aórticos e/ou nos<br />

vasos cervicais (incluindo-se a bifurcação carotí<strong>de</strong>a) e artérias cerebrais<br />

(GRÁFICO V).<br />

A visualização <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> cálcica, ostiais ou junto à<br />

pare<strong>de</strong> dos vasos, também foi aferida. Um achado interessante foi a<br />

presença <strong>de</strong> cálcio intracraniano em 16 pacientes (cerca <strong>de</strong> 25% da<br />

amostra estudada ), <strong>de</strong> localização mais freqüente junto ao sifão carotí<strong>de</strong>o<br />

(segmentos C4 e C3) e não especificamente associado à estenose<br />

subjacente (GRÁFICO VI).<br />

85


RESULTADOS<br />

Figura III. Dolicoectasia acentuada <strong>de</strong> vasos intracranianos. A: calcificações importantes em artéria<br />

basilar. B: aneurisma displásico <strong>de</strong> ACoA e calcificações do sifão carotí<strong>de</strong>o.<br />

A<br />

B<br />

86


RESULTADOS<br />

Figura IV. Aneurisma irregular do terço médio da artéria basilar (A). Calcificações do segmento V4<br />

e estenose associada, no mesmo paciente (B).<br />

A<br />

B<br />

87


RESULTADOS<br />

Figura V. Oclusão da artéria angular direita (A). Fenestração do segmento M1 DIR (variante<br />

anatômica) no mesmo paciente (B).<br />

A<br />

B<br />

88


RESULTADOS<br />

Gráfico IV. Distribuição <strong>de</strong> lesões esteno-oclusivas ostiais e <strong>de</strong> vasos cervicais. O acometimento<br />

dos ostia vertebrais respon<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong>ssas lesões.<br />

Estenose Carotí<strong>de</strong>a < 50% = 28%<br />

Estenose Carotí<strong>de</strong>a > 50% =10,5%<br />

Estenose ostial AVD = 17,5%<br />

Estenose ostial AVE = 16%<br />

Estenose ASCE = 5%<br />

Estenose ASCD = 2%<br />

Estenose TABC = 3,5%<br />

Estenose CCD = 3,5%<br />

Estenose V2 = 1%<br />

Oclusão CCE = 5%<br />

Oclusão CID = 3,5%<br />

Oclusão AVE = 3,5%<br />

89


RESULTADOS<br />

Gráfico V. Lesões do tipo tan<strong>de</strong>m: presença <strong>de</strong> estenose intracraniana associada à estenoses<br />

proximais (vasos cervicais ou ostia supra-aórticos).<br />

Estenose INTRACRANIANA, <strong>de</strong><br />

ostia e vasos cervicais<br />

N = 5<br />

Estenose<br />

INTRACRANIANA e<br />

<strong>de</strong> vasos cervicais<br />

N = 4<br />

Estenose<br />

INTRACRANIANA<br />

e <strong>de</strong> ostia<br />

N = 3<br />

90


Gráfico VI. Distribuição do cálcio intracraniano nos diferentes segmentos arteriais.<br />

C4-­‐C3 -­‐ 57%<br />

C2 -­‐ 21,5%<br />

V4 -­‐ 15%<br />

C1 -­‐ 4,5%<br />

P2 -­‐ 2%<br />

RESULTADOS<br />

91


VIII. DISCUSSÃO<br />

DISCUSSÃO<br />

A doença aterosclerótica intracraniana representa a mais freqüente<br />

causa <strong>de</strong> AVCI no mundo. Tal constatação, certamente tardia, é a<br />

responsável direta por vários estudos implementados nas últimas duas<br />

décadas, visando conhecer a história natural <strong>de</strong>ssa patologia, que<br />

terapêuticas específicas <strong>de</strong>vem ser empregadas e quais os grupos <strong>de</strong> risco<br />

eventuais [311, 312].<br />

Apesar das estimativas <strong>de</strong> prevalência, bem como do número <strong>de</strong><br />

AVCs que têm a EI como fator causal, o real impacto <strong>de</strong>sta enfermida<strong>de</strong> é<br />

subestimado. Se as informações disponíveis apontam <strong>para</strong> um gran<strong>de</strong><br />

problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, pouco ainda se sabe sobre a prevenção e a<br />

melhor estratégia <strong>de</strong> tratamento.<br />

Os dados nacionais são raros e em sua maioria parte integrante <strong>de</strong><br />

levantamentos ou estudos gerais, sem foco específico <strong>para</strong> a patologia<br />

estenótica cerebral [119, 130, 313, 314]. Na Bahia, excetuando as<br />

publicações quanto à epi<strong>de</strong>miologia das doenças cérebro-vasculares, não<br />

dispomos <strong>de</strong> informações precisas sobre a prevalência <strong>de</strong> estenoses<br />

intracranianas [123-127].<br />

92


VIII.1. Prevalência e localização das estenoses<br />

DISCUSSÃO<br />

Com<strong>para</strong>tivamente aos dados da literatura, sobretudo hispânica e<br />

norte-americana, observamos uma alta prevalência <strong>de</strong> EI na amostra<br />

estudada: cerca <strong>de</strong> 33% dos pacientes eram portadores ao exame <strong>de</strong><br />

angio-TC. É bem verda<strong>de</strong> que o número total <strong>de</strong> pacientes com EI varia,<br />

em crescendo e principalmente naquelas estenoses sintomáticas, <strong>de</strong><br />

acordo com o quantitativo <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco presentes [25, 96, 111,<br />

141]. No entanto, valores <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong> aproximam-se daqueles<br />

encontrados em populações com elevada prevalência e com sabidos<br />

fatores <strong>de</strong> risco na gênese do AVCI [61, 84, 142-144].<br />

Nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudo também permitiu a análise em combinado<br />

das lesões <strong>de</strong> localização extracraniana, amplamente discutidas e<br />

investigadas, guardando uma semelhança com a literatura mundial.<br />

Destacam-se, entre os achados, as 7 oclusões vasculares, as 22 estenoses<br />

carotí<strong>de</strong>as e as 19 estenoses dos ostia vertebrais encontradas [101, 110,<br />

112, 315].<br />

Quando consi<strong>de</strong>ramos as estenoses, intra ou extra-cranianas, <strong>de</strong><br />

caráter crítico (>70%), também ten<strong>de</strong>mos, muito embora em menor<br />

grau, àquelas populações com alta prevalência: foram encontrados 12,7%<br />

93


DISCUSSÃO<br />

<strong>de</strong> pacientes com EI crítica e 11,1% <strong>de</strong> EE. Mesmo em se tratando <strong>de</strong> um<br />

número pouco expressivo <strong>de</strong> indivíduos estudados, e também<br />

consi<strong>de</strong>rando um eventual viés <strong>de</strong> inclusão no estudo, esses índices<br />

chamam a atenção <strong>para</strong> um dado preocupante: a EI é freqüente em nosso<br />

meio, principalmente naqueles pacientes vítimas <strong>de</strong> AVCI, po<strong>de</strong>ndo estar<br />

diretamente relacionada a sua etiopatogenia [7, 29, 148].<br />

Assim, não constitui exagero dizer que uma maior atenção <strong>de</strong>ve ser<br />

dada à investigação e diagnóstico da estenose intracraniana<br />

regionalmente, visando não somente i<strong>de</strong>ntificar indivíduos assintomáticos<br />

mas à risco <strong>de</strong> AVCI, bem como manejar <strong>de</strong> maneira correta aqueles cujos<br />

graus <strong>de</strong> EI já sejam preocupantes.<br />

Quanto à localização, nossos achados também acompanham aqueles<br />

da literatura. Foram observadas estenoses em ambas as circulações,<br />

anterior e posterior, com um número significativo <strong>de</strong> pacientes com lesões<br />

junto ao segmento proximal da artéria cerebral média [3, 6, 16, 60, 316].<br />

No entanto, dois dados chamam a atenção: a presença <strong>de</strong> estenoses<br />

distais ao segmento P1 (n=10) e o ligeiro predomínio <strong>de</strong> estenoses da<br />

circulação posterior, principalmente aquelas situadas no segmento V4<br />

(n=9).<br />

É provável que essa distribuição venha a sofrer modificações quando<br />

da inclusão <strong>de</strong> novos indivíduos no estudo. Contudo, o padrão <strong>de</strong> estenose<br />

94


DISCUSSÃO<br />

nos segmentos distais das artérias cerebrais posteriores não encontra<br />

<strong>para</strong>lelo, em grau <strong>de</strong> importância, na literatura. Se existem fatores<br />

específicos inerentes a nossa população que contribuam <strong>para</strong> esse ponto,<br />

só o seguimento dos pacientes e a expansão da amostra po<strong>de</strong>rá<br />

i<strong>de</strong>ntificar.<br />

VIII.2. Fatores preditivos<br />

A <strong>de</strong>scrição clássica dos fatores predisponentes sofre mudanças<br />

quando diferentes populações são apreciadas. Existe, sem dúvida, uma<br />

gran<strong>de</strong> intersecção entre os distintos grupos populacionais no que<br />

concerne aos fatores preditivos; conquanto, convém <strong>de</strong>stacar que<br />

<strong>de</strong>terminados pontos po<strong>de</strong>m e/ou são característicos <strong>de</strong> certos<br />

grupamentos. Essa constatação infere comportamentos heterogêneos da<br />

mesma doença ou, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m alguns, doenças diferentes com<br />

características em comum.<br />

Os parâmetros preditores <strong>de</strong> estenose intracraniana em nosso<br />

estudo assemelham-se àqueles costumeiramente <strong>de</strong>scritos, à <strong>de</strong>speito da<br />

hipertensão arterial sistêmica, fortemente ligada à EI, ter apenas tendido<br />

à significância estatística [3, 30, 83, 94, 95]. A hipertrigliceri<strong>de</strong>mia<br />

95


DISCUSSÃO<br />

(normalmente associada à doença carotí<strong>de</strong>a) e a doença coronariana<br />

foram os preditores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> estenose crítica. Esse<br />

comprometimento coronariano corrobora com o conceito <strong>de</strong> que aqueles<br />

pacientes portadores <strong>de</strong> calcificação coronária ou doença propriamente<br />

instalada e déficit <strong>de</strong> perfusão cardíaco, são mais propensos à ocorrência<br />

<strong>de</strong> AVCI [98-100, 103-105].<br />

Ao verificarmos os preditores <strong>de</strong> estenose extracraniana, nas<br />

análises uni e multivariada, também <strong>de</strong>terminamos uma correlação direta<br />

entre os preditores encontrados (raça branca, HAS e Síndrome<br />

Metabólica) e os dados da literatura científica. Destes, apenas a raça<br />

branca foi preditor <strong>de</strong> estenose crítica na análise multivariada.<br />

Os fatores <strong>de</strong> risco clássicos, notadamente a ida<strong>de</strong> e o sexo, não<br />

possuem relevância significativa, principalmente em relação às EEs. É fato<br />

que pacientes jovens foram incluídos no estudo, e que o número pequeno<br />

<strong>de</strong> indivíduos estudados po<strong>de</strong> ter contribuído <strong>para</strong> isso. A<strong>de</strong>mais, não foi<br />

feita uma correlação artéria-específica, fundamental em gran<strong>de</strong>s<br />

amostras, posto que o impacto dos fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> a EI po<strong>de</strong> não ser<br />

uniforme entre os diferentes vasos cerebrais.<br />

Um dado que merece atenção especial é a presença da Síndrome<br />

Metabólica como preditor <strong>de</strong> estenose, intra e extra-craniana. O risco <strong>para</strong><br />

doença cardiovascular aterosclerótica é, sabidamente, duas vezes maior<br />

96


DISCUSSÃO<br />

na presença <strong>de</strong> SM. Estima-se que a doença esteja presente em 25% da<br />

população adulta da América Latina e tem-se notado aumento na sua<br />

prevalência em todo o mundo [87, 89].<br />

Estudos anteriores mostraram associação entre EI e SM, mas há<br />

poucos dados referentes ao impacto dos componentes isolados da SM ((1)<br />

circunferência abdominal > 88cm <strong>para</strong> mulheres e 102 cm <strong>para</strong> homens,<br />

(2) trigliceri<strong>de</strong>mia > 150mg/dL, (3) pressão arterial > 130x85 mmHg e<br />

(4) glicemia <strong>de</strong> jejum > 110mg/dL), bem como do nível <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong><br />

metabólica no grau <strong>de</strong> EIC.<br />

Os dados <strong>aqui</strong> encontrados sobre os fatores <strong>de</strong> risco associados à EI,<br />

em particular a SM, abrem um leque <strong>de</strong> investigação vasto e inédito em<br />

nosso meio. Não apenas a correlação entre os componentes isolados da<br />

SM, mas também uma maior especificida<strong>de</strong> quanto ao tipo <strong>de</strong> dislipi<strong>de</strong>mia<br />

capaz <strong>de</strong> predizer a intensida<strong>de</strong> da EI, po<strong>de</strong>m ser objeto <strong>de</strong> estudos<br />

futuros.<br />

VIII.3. Limitações<br />

Esse estudo possui, obviamente, importantes limitações. O simples<br />

fato <strong>de</strong> ter sido conduzido em um único centro, em Ambulatório <strong>de</strong><br />

97


DISCUSSÃO<br />

Especialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Hospital Universitário <strong>de</strong> referência, po<strong>de</strong> significar um<br />

viés <strong>de</strong> referenciamento, contribuindo <strong>de</strong>sta forma <strong>para</strong> o afluxo <strong>de</strong><br />

pacientes mais graves, e interferindo assim nos parâmetros <strong>de</strong><br />

prevalência e <strong>de</strong> co-morbida<strong>de</strong> encontrados. Na amostra estudada, no<br />

entanto, os pacientes apresentam um baixo grau <strong>de</strong> seqüela neurológica<br />

(segundo escala do NIHSS), o que vem à <strong>de</strong>por contra essa hipótese.<br />

Nossa amostra ainda é pequena e possivelmente não representativa<br />

do universo <strong>de</strong> pacientes vitimas <strong>de</strong> AVCI em nosso meio. Apesar <strong>de</strong> não<br />

ter sido esse o objetivo do estudo, ao selecionarmos apenas aqueles<br />

doentes vítimas <strong>de</strong> insulto isquêmico cerebral, criamos um viés <strong>de</strong> seleção<br />

e excluímos o (talvez) gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> indivíduos, assintomáticos, e que<br />

são portadores <strong>de</strong> EI. Po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ntificar e prontamente proteger tais tipos,<br />

com base numa terapia clínica otimizada, também é <strong>de</strong>safio que<br />

<strong>de</strong>veremos enfrentar.<br />

Além <strong>de</strong>sses fatores, acreditamos que a inclusão <strong>de</strong> pacientes<br />

jovens, abaixo dos 40 anos e dificilmente portadores <strong>de</strong> EI, gera uma<br />

interpretação inexata dos dados e, possivelmente, uma sub-estimação das<br />

taxas <strong>de</strong> prevalência e <strong>de</strong> eventuais fatores preditivos encontrados. É<br />

provável que parâmetros não significativos ou ten<strong>de</strong>ndo à significância<br />

estatística tenham, numa análise ajustada <strong>para</strong> a ida<strong>de</strong>, um peso maior.<br />

98


DISCUSSÃO<br />

Quanto ao diagnóstico da EI e aos exames complementares<br />

necessários <strong>para</strong> a avaliação clínico-ambulatorial completa, enfrentamos o<br />

tão freqüente impasse que é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das estruturas e serviços públicos,<br />

escassos e nem sempre disponíveis. Des<strong>de</strong> a rotina dos exames<br />

sanguíneos, passando pelo diagnóstico angiotomográfico, até a<br />

confrontação com a angiografia cerebral, todos essas etapas<br />

configuraram-se <strong>de</strong> difícil realização.<br />

A angio-TC, como método <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> EI, é eficaz conquanto<br />

limitado, uma vez que centra sua atenção na simples diminuição do<br />

calibre fisiológico do vaso. Essa característica traz consigo limitações<br />

importantes: a) po<strong>de</strong> restringir-se aos casos “tomograficamente<br />

<strong>de</strong>tectáveis”, não sendo capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as lesões incipientes ou <strong>de</strong><br />

pequena monta; b) não diferencia, muitas vezes, estenoses ateromatosas<br />

daquelas <strong>de</strong> outras etiologia; e c) não dá idéia da composição e da placa<br />

aterosclerótica em si.<br />

Por fim, pousa problema a leitura dos exames <strong>de</strong> imagem por um<br />

único radiologista, sem confrontação <strong>de</strong> resultados e análise <strong>de</strong><br />

concordância inter e intra-observador, como foi o caso nesse estudo. Além<br />

disso, causa-nos igualmente preocupação o segmento a longo prazo <strong>de</strong>sse<br />

grupo <strong>de</strong> pacientes que, por razões lógicas, não po<strong>de</strong> e nem <strong>de</strong>ve ser<br />

realizado somente com Angio-TC.<br />

99


IX. PERSPECTIVAS<br />

PERSPECTIVAS<br />

Esse estudo, dinâmico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua concepção, terá continuida<strong>de</strong> ao<br />

longo do Ambulatório <strong>de</strong> Doenças Neurocardiovasculares da UFBA. O<br />

recrutamento e a investigação completa dos pacientes vítimas AVCI não<br />

cessarão, uma vez que esse é o público-alvo daquele centro <strong>de</strong><br />

atendimento. Visamos, <strong>para</strong> a publicação <strong>de</strong> nossos achados, concluir a<br />

meta inicial <strong>de</strong> 100 pacientes estudados.<br />

Com base nesses resultados, parciais mas não menos interessantes,<br />

várias são as vertentes <strong>de</strong> trabalho e pesquisa <strong>de</strong>rivadas, que serão fruto<br />

<strong>de</strong> investigação à curto, médio e longo prazo, a saber:<br />

a) Analisar o índice <strong>de</strong> cálcio coronário dos pacientes incluídos no<br />

estudo e sua associação com o AVCI e outros preditores <strong>de</strong> doença<br />

cérebro-vascular.<br />

b) Efetuar uma análise crítica da presença do cálcio intracraniano e <strong>de</strong><br />

sua associação com o AVCI e/ou com a EI propriamente dita.<br />

c) Tentar estabelecer, com o avançar da amostra, um índice <strong>de</strong> cálcio<br />

intracraniano, com base em critérios radiológico reprodutíveis,<br />

tentando encontrar um preditor positivo fi<strong>de</strong>digno <strong>de</strong> AVCI.<br />

100


PERSPECTIVAS<br />

d) Determinar uma eventual correlação entre o índice <strong>de</strong> cálcio<br />

coronário, já amplamente estudado, e a presença <strong>de</strong> cálcio<br />

intracraniano.<br />

e) Otimizar a análise com<strong>para</strong>tiva entre diferentes segmentos arteriais<br />

e diferentes vasos, <strong>de</strong>ntro da mesma amostra.<br />

f) I<strong>de</strong>ntificar eventual perfil <strong>de</strong> marcadores biológicos nos pacientes<br />

portadores <strong>de</strong> EI.<br />

g) Tentar encontrar subsídios que nos aju<strong>de</strong>m a compreen<strong>de</strong>r a história<br />

natural da doença estenótica cerebral em nosso meio.<br />

h) Avaliar o risco <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> AVCI e o risco <strong>de</strong> morte, num<br />

segmento à longo prazo, dos pacientes da amostra portadores <strong>de</strong> EI<br />

sintomática.<br />

i) Compreen<strong>de</strong>r melhor a forte associação entre a Síndrome<br />

Metabólica e a presença <strong>de</strong> estenoses intra e extra-cranianas em<br />

nosso meio.<br />

j) Globalmente e como resultado dos ítens anteriores, contribuir <strong>para</strong> a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estratégias terapêuticas, ajustadas <strong>para</strong> a nossa<br />

população, no acompanhamento dos portadores <strong>de</strong> EI.<br />

101


X. CONCLUSÕES<br />

CONCLUSÕES<br />

A estenose <strong>de</strong> vasos intracranianos é a maior causa <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte<br />

vascular isquêmico no mundo, mas o melhor tratamento <strong>para</strong> essa<br />

condição clínica ainda é objeto <strong>de</strong> estudo. A busca por tal compreensão<br />

tem tornado fascinantes as pesquisas e avanços nessa área, não somente<br />

no que concerne ao diagnóstico, mais também aos mecanismos<br />

envolvidos e à terapêutica clínica e endovascular.<br />

Em nosso estudo a estenose intracraniana teve alta prevalência,<br />

superior à média encontrada na literatura especializada, <strong>de</strong>vendo ser<br />

consi<strong>de</strong>rada sobretudo nos pacientes com hipertrigliceri<strong>de</strong>mia ou naqueles<br />

portadores <strong>de</strong> doença arterial coronariana. A estenose <strong>de</strong> vasos extra-<br />

cranianos, por sua vez, também guardou concordância com os dados<br />

científicos disponíveis e teve como preditor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte a raça branca.<br />

A angiotomografia, método não invasivo e <strong>de</strong> fácil realização,<br />

mostrou-se instrumento útil na <strong>de</strong>tecção das estenoses, mesmo aquelas<br />

situadas em artérias <strong>de</strong> pequeno calibre. A<strong>de</strong>mais, permitiu a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> lesões vasculares diversas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os troncos supra-aórticos até a<br />

vascularização intracraniana.<br />

102


XI. SUMMARY<br />

SUMMARY<br />

Objectives: The investigation of acute ischemic stroke (AIS) is commonly<br />

limited to cardiac causes and extracranial vessels. The diagnosis of<br />

intracranial stenosis (IS) may have implications for therapy. We intend to<br />

<strong>de</strong>termine the prevalence of IS, <strong>de</strong>tailing related injuries and comparing<br />

predictors of extracranial stenosis (ES) and IS in patients with AIS.<br />

Methods: 94 patients were studied, un<strong>de</strong>rwent clinical evaluation and<br />

referred for CT angiography (CTA). Those allergic to iodine and / or renal<br />

insufficiency were exclu<strong>de</strong>d. Clinical and <strong>de</strong>mographic characteristics were<br />

compared between patients with or without stenosis, extracranial or<br />

intracranial. We performed multivariate logistic regression analysis<br />

including variables with a possible (P 70%), we observed 12.7% with IS<br />

and 11.1% with ES. Were predictors of IS of any <strong>de</strong>gree: age, waist<br />

circumference, high blood pressure (HBP), hypertriglyceri<strong>de</strong>mia, coronary<br />

disease and metabolic syndrome (MS); in the multivariable analysis, only<br />

hypertriglyceri<strong>de</strong>mia remains as an in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt predictor. The critical IS<br />

had, in the uni and multivariable analysis, the hypertriglyceri<strong>de</strong>mia and<br />

coronary disease as predictors. The level of triglyceri<strong>de</strong>s > 150 mg / dl<br />

was the only in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt predictor commun, in multivariate analysis, for<br />

all types of IS, including the critical ones. In relation to ES of any <strong>de</strong>gree,<br />

HBP, white race and MS were the predictors foun<strong>de</strong>d, all of them<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt. The White race was the only in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt variable for critical<br />

EE. Conclusion: The intracranial stenosis is a common condition in our<br />

country and should be consi<strong>de</strong>red particularly in patients with<br />

hypertriglyceri<strong>de</strong>mia or those suffering from coronary artery disease. The<br />

White race was a predictor of critical EE in this sample. The CT<br />

angiography is an useful and safe method for <strong>de</strong>tecting intra and<br />

extracranial stenosis.<br />

103


XII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. Gorelick, P.B., et al., Racial differences in the distribution of anterior<br />

circulation occlusive disease. Neurology, 1984. 34(1): p. 54-9.<br />

2. Gorelick, P.B., et al., Racial differences in the distribution of<br />

posterior circulation occlusive disease. Stroke, 1985. 16(5): p. 785-<br />

90.<br />

3. Caplan, L.R., P.B. Gorelick, and D.B. Hier, Race, sex and occlusive<br />

cerebrovascular disease: a review. Stroke, 1986. 17(4): p. 648-55.<br />

4. Gorelick, P.B., et al., Clinical and angiographic comparison of<br />

asymptomatic occlusive cerebrovascular disease. Neurology, 1988.<br />

38(6): p. 852-8.<br />

5. Sacco, R.L., et al., Race-ethnicity and <strong>de</strong>terminants of intracranial<br />

atherosclerotic cerebral infarction. The Northern Manhattan Stroke<br />

Study. Stroke, 1995. 26(1): p. 14-20.<br />

6. Wityk, R.J., et al., Race and sex differences in the distribution of<br />

cerebral atherosclerosis. Stroke, 1996. 27(11): p. 1974-80.<br />

7. Li, H. and K.S. Wong, Racial distribution of intracranial and<br />

extracranial atherosclerosis. J Clin Neurosci, 2003. 10(1): p. 30-4.<br />

8. Mak, W., et al., A possible explanation for the racial difference in<br />

distribution of large-arterial cerebrovascular disease: ancestral<br />

European settlers evolved genetic resistance to atherosclerosis, but<br />

confined to the intracranial arteries. Med Hypotheses, 2005. 65(4):<br />

p. 637-48.<br />

9. White, H., et al., Ischemic stroke subtype inci<strong>de</strong>nce among whites,<br />

blacks, and Hispanics: the Northern Manhattan Study. Circulation,<br />

2005. 111(10): p. 1327-31.<br />

10. Rincon, F., et al., Inci<strong>de</strong>nce and risk factors of intracranial<br />

atherosclerotic stroke: the Northern Manhattan Stroke Study.<br />

Cerebrovasc Dis, 2009. 28(1): p. 65-71.<br />

104


11. Waddy, S.P., et al., Racial differences in vascular risk factors and<br />

outcomes of patients with intracranial atherosclerotic arterial<br />

stenosis. Stroke, 2009. 40(3): p. 719-25.<br />

12. Craig, D.R., et al., Intracranial internal carotid artery stenosis.<br />

Stroke, 1982. 13(6): p. 825-8.<br />

13. Marzewski, D.J., et al., Intracranial internal carotid artery stenosis:<br />

longterm prognosis. Stroke, 1982. 13(6): p. 821-4.<br />

14. Corston, R.N., B.E. Kendall, and J. Marshall, Prognosis in middle<br />

cerebral artery stenosis. Stroke, 1984. 15(2): p. 237-41.<br />

15. Caplan, L., et al., Occlusive disease of the middle cerebral artery.<br />

Neurology, 1985. 35(7): p. 975-82.<br />

16. Bogousslavsky, J., et al., Atherosclerotic disease of the middle<br />

cerebral artery. Stroke, 1986. 17(6): p. 1112-20.<br />

17. Moufarrij, N.A., et al., Basilar and distal vertebral artery stenosis:<br />

long-term follow-up. Stroke, 1986. 17(5): p. 938-42.<br />

18. Wechsler, L.R., et al., The prognosis of carotid siphon stenosis.<br />

Stroke, 1986. 17(4): p. 714-8.<br />

19. Kricheff, II, Arteriosclerotic ischemic cerebrovascular disease.<br />

Radiology, 1987. 162(1 Pt 1): p. 101-9.<br />

20. Lyrer, P.A., et al., Cerebral infarcts related to isolated middle<br />

cerebral artery stenosis. Stroke, 1997. 28(5): p. 1022-7.<br />

21. Prognosis of patients with symptomatic vertebral or basilar artery<br />

stenosis. The Warfarin-Aspirin Symptomatic Intracranial Disease<br />

(WASID) Study Group. Stroke, 1998. 29(7): p. 1389-92.<br />

22. Akins, P.T., et al., Natural history of stenosis from intracranial<br />

atherosclerosis by serial angiography. Stroke, 1998. 29(2): p. 433-<br />

8.<br />

23. Weimar, C., et al., Distribution and outcome of symptomatic<br />

stenoses and occlusions in patients with acute cerebral ischemia.<br />

Arch Neurol, 2006. 63(9): p. 1287-91.<br />

24. Mazighi, M., et al., Autopsy prevalence of intracranial atherosclerosis<br />

in patients with fatal stroke. Stroke, 2008. 39(4): p. 1142-7.<br />

105


25. Wong, K.S. and H. Li, Long-term mortality and recurrent stroke risk<br />

among Chinese stroke patients with predominant intracranial<br />

atherosclerosis. Stroke, 2003. 34(10): p. 2361-6.<br />

26. Kremer, C., et al., Prognosis of asymptomatic stenosis of the middle<br />

cerebral artery. J Neurol Neurosurg Psychiatry, 2004. 75(9): p.<br />

1300-3.<br />

27. Kasner, S.E., et al., Predictors of ischemic stroke in the territory of a<br />

symptomatic intracranial arterial stenosis. Circulation, 2006.<br />

113(4): p. 555-63.<br />

28. Komotar, R.J., et al., Natural history of intracranial atherosclerosis:<br />

a critical review. Neurosurgery, 2006. 58(4): p. 595-601; discussion<br />

595-601.<br />

29. Mazighi, M., et al., Prospective study of symptomatic<br />

atherothrombotic intracranial stenoses: the GESICA study.<br />

Neurology, 2006. 66(8): p. 1187-91.<br />

30. Chaturvedi, S., et al., Risk factor status and vascular events in<br />

patients with symptomatic intracranial stenosis. Neurology, 2007.<br />

69(22): p. 2063-8.<br />

31. Cruz-Flores, S., Prospective study of symptomatic atherothrombotic<br />

intracranial stenoses: the GESICA study. Neurology, 2007. 68(3): p.<br />

241-2; author reply 242.<br />

32. Nahab, F., et al., Prevalence and prognosis of coexistent<br />

asymptomatic intracranial stenosis. Stroke, 2008. 39(3): p. 1039-<br />

41.<br />

33. Samaniego, E.A., et al., Outcome of symptomatic intracranial<br />

atherosclerotic disease. Stroke, 2009. 40(9): p. 2983-7.<br />

34. Casscells, W., M. Naghavi, and J.T. Willerson, Vulnerable<br />

atherosclerotic plaque: a multifocal disease. Circulation, 2003.<br />

107(16): p. 2072-5.<br />

35. Naghavi, M., et al., From vulnerable plaque to vulnerable patient: a<br />

call for new <strong>de</strong>finitions and risk assessment strategies: Part II.<br />

Circulation, 2003. 108(15): p. 1772-8.<br />

106


36. Naghavi, M., et al., From vulnerable plaque to vulnerable patient: a<br />

call for new <strong>de</strong>finitions and risk assessment strategies: Part I.<br />

Circulation, 2003. 108(14): p. 1664-72.<br />

37. Walmsley, J.G. and P.B. Canham, Orientation of nuclei as indicators<br />

of smooth muscle cell alignment in the cerebral artery. Blood<br />

Vessels, 1979. 16(1): p. 43-51.<br />

38. Walmsley, J.G., Vascular smooth muscle orientation in curved<br />

branches and bifurcations of human cerebral arteries. J Microsc,<br />

1983. 131(Pt 3): p. 377-89.<br />

39. Walmsley, J.G., Vascular smooth muscle orientation in straight<br />

portions of human cerebral arteries. J Microsc, 1983. 131(Pt 3): p.<br />

361-75.<br />

40. Liebeskind, D.S., Collateral circulation. Stroke, 2003. 34(9): p.<br />

2279-84.<br />

41. Yatsu, F.M. and M. Fisher, Atherosclerosis: current concepts on<br />

pathogenesis and interventional therapies. Ann Neurol, 1989.<br />

26(1): p. 3-12.<br />

42. Fuster, V., J.J. Badimon, and J.H. Chesebro, Atherothrombosis:<br />

mechanisms and clinical therapeutic approaches. Vasc Med, 1998.<br />

3(3): p. 231-9.<br />

43. Ross, R., Atherosclerosis is an inflammatory disease. Am Heart J,<br />

1999. 138(5 Pt 2): p. S419-20.<br />

44. Ross, R., Atherosclerosis--an inflammatory disease. N Engl J Med,<br />

1999. 340(2): p. 115-26.<br />

45. Kahn, S.G. and W.G. Siller, Absence of atherosclerosis in the<br />

cerebral arteries of chickens fed an atherogenic diet. Nature, 1967.<br />

213(5077): p. 720-1.<br />

46. Ratcliffe, H.L., H. Luginbuhl, and L. Pivnik, Coronary, aortic and<br />

cerebral atherosclerosis in swine of 3 age-groups: implications. Bull<br />

World Health Organ, 1970. 42(2): p. 225-34.<br />

107


47. Imai, H. and W.A. Thomas, Cerebral atherosclerosis in swine: role of<br />

necrosis in progression of diet-induced lesions from proliferative to<br />

atheromatous stage. Exp Mol Pathol, 1968. 8(3): p. 330-57.<br />

48. Robertson, A.L., Jr., et al., Experimental arteriosclerosis in dogs.<br />

Evaluation of anatomopathological findings. Atherosclerosis, 1972.<br />

15(3): p. 307-25.<br />

49. Bhardwaj, J.R., et al., A morphological study of experimental<br />

cerebral atherosclerosis in rhesus monkeys. Indian J Med Res, 1984.<br />

79: p. 86-92.<br />

50. Suzuki, M., Experimental cerebral atherosclerosis in the dog. I. A<br />

morphologic study. Am J Pathol, 1972. 67(2): p. 387-402.<br />

51. Suzuki, M., et al., Cerebral atherosclerosis in the dog. II. Cerebral<br />

circulation. Arch Pathol, 1973. 96(1): p. 14-7.<br />

52. Ooboshi, H., et al., Augmented a<strong>de</strong>novirus-mediated gene transfer<br />

to atherosclerotic vessels. Arterioscler Thromb Vasc Biol, 1997.<br />

17(9): p. 1786-92.<br />

53. Kong, J., N. Tamaki, and M. Asada, Early lesions of cerebral<br />

atherosclerosis from induced hypertension in Watanabe heritable<br />

hyperlipi<strong>de</strong>mic rabbits. Kobe J Med Sci, 2000. 46(1-2): p. 87-101.<br />

54. Hollan<strong>de</strong>r, W., et al., The effects of hypertension on cerebral<br />

atherosclerosis in the cynomolgus monkey. Stroke, 1993. 24(8): p.<br />

1218-26; discussion 1226-7.<br />

55. Wong, K.S., et al., Mechanisms of acute cerebral infarctions in<br />

patients with middle cerebral artery stenosis: a diffusion-weighted<br />

imaging and microemboli monitoring study. Ann Neurol, 2002.<br />

52(1): p. 74-81.<br />

56. Sitzer, M., et al., Plaque ulceration and lumen thrombus are the<br />

main sources of cerebral microemboli in high-gra<strong>de</strong> internal carotid<br />

artery stenosis. Stroke, 1995. 26(7): p. 1231-3.<br />

57. Randomised trial of endarterectomy for recently symptomatic<br />

carotid stenosis: final results of the MRC European Carotid Surgery<br />

Trial (ECST). Lancet, 1998. 351(9113): p. 1379-87.<br />

108


58. Barnett, H.J., et al., Benefit of carotid endarterectomy in patients<br />

with symptomatic mo<strong>de</strong>rate or severe stenosis. North American<br />

Symptomatic Carotid Endarterectomy Trial Collaborators. N Engl J<br />

Med, 1998. 339(20): p. 1415-25.<br />

59. Wong, K.S., et al., Use of transcranial Doppler ultrasound to predict<br />

outcome in patients with intracranial large-artery occlusive disease.<br />

Stroke, 2000. 31(11): p. 2641-7.<br />

60. Huang, Y.N., et al., Vascular lesions in Chinese patients with<br />

transient ischemic attacks. Neurology, 1997. 48(2): p. 524-5.<br />

61. Feldmann, E., et al., Chinese-white differences in the distribution of<br />

occlusive cerebrovascular disease. Neurology, 1990. 40(10): p.<br />

1541-5.<br />

62. Ueda, S., et al., Thrombotic occlusion of the middle cerebral artery.<br />

Stroke, 1992. 23(12): p. 1761-6.<br />

63. Hinton, R.C., et al., Symptomatic middle cerebral artery stenosis.<br />

Ann Neurol, 1979. 5(2): p. 152-7.<br />

64. Chen, X.Y., et al., Middle cerebral artery atherosclerosis: histological<br />

comparison between plaques associated with and not associated<br />

with infarct in a postmortem study. Cerebrovasc Dis, 2008. 25(1-2):<br />

p. 74-80.<br />

65. Libby, P., Inflammation in atherosclerosis. Nature, 2002.<br />

420(6917): p. 868-74.<br />

66. F, L.H., et al., Ischemic acci<strong>de</strong>nts in the middle cerebral artery<br />

territory. A study of the causes in 122 cases. Arch Neurol, 1968.<br />

19(3): p. 248-56.<br />

67. Arenillas, J.F., et al., Progression and clinical recurrence of<br />

symptomatic middle cerebral artery stenosis: a long-term follow-up<br />

transcranial Doppler ultrasound study. Stroke, 2001. 32(12): p.<br />

2898-904.<br />

68. Arenillas, J.F., et al., Progression of symptomatic intracranial large<br />

artery atherosclerosis is associated with a proinflammatory state<br />

and impaired fibrinolysis. Stroke, 2008. 39(5): p. 1456-63.<br />

109


69. Arenillas, J.F., et al., C-reactive protein predicts further ischemic<br />

events in first-ever transient ischemic attack or stroke patients with<br />

intracranial large-artery occlusive disease. Stroke, 2003. 34(10): p.<br />

2463-8.<br />

70. Arenillas, J.F., et al., C-reactive protein gene C1444T polymorphism<br />

and risk of recurrent ischemic events in patients with symptomatic<br />

intracranial atherostenoses. Cerebrovasc Dis, 2009. 28(1): p. 95-<br />

102.<br />

71. Arenillas, J.F., et al., High lipoprotein (a), diabetes, and the extent<br />

of symptomatic intracranial atherosclerosis. Neurology, 2004.<br />

63(1): p. 27-32.<br />

72. Zacho, J., et al., Genetically elevated C-reactive protein and<br />

ischemic vascular disease. N Engl J Med, 2008. 359(18): p. 1897-<br />

908.<br />

73. Kaplan, R.C., et al., Matrix metalloproteinase-3 (MMP3) and MMP9<br />

genes and risk of myocardial infarction, ischemic stroke, and<br />

hemorrhagic stroke. Atherosclerosis, 2008. 201(1): p. 130-7.<br />

74. Fassben<strong>de</strong>r, K., et al., Proinflammatory cytokines in serum of<br />

patients with acute cerebral ischemia: kinetics of secretion and<br />

relation to the extent of brain damage and outcome of disease. J<br />

Neurol Sci, 1994. 122(2): p. 135-9.<br />

75. Vila, N., et al., Proinflammatory cytokines and early neurological<br />

worsening in ischemic stroke. Stroke, 2000. 31(10): p. 2325-9.<br />

76. Nakase, T., et al., The impact of inflammation on the pathogenesis<br />

and prognosis of ischemic stroke. J Neurol Sci, 2008. 271(1-2): p.<br />

104-9.<br />

77. Hoshi, T., et al., Relation between interleukin-6 level and subclinical<br />

intracranial large-artery atherosclerosis. Atherosclerosis, 2008.<br />

197(1): p. 326-32.<br />

78. Blake, G.J. and P.M. Ridker, Novel clinical markers of vascular wall<br />

inflammation. Circ Res, 2001. 89(9): p. 763-71.<br />

110


79. Pilz, S., et al., Early atherosclerosis in obese juveniles is associated<br />

with low serum levels of adiponectin. J Clin Endocrinol Metab, 2005.<br />

90(8): p. 4792-6.<br />

80. Kumada, M., et al., Association of hypoadiponectinemia with<br />

coronary artery disease in men. Arterioscler Thromb Vasc Biol,<br />

2003. 23(1): p. 85-9.<br />

81. Pischon, T., et al., Plasma adiponectin levels and risk of myocardial<br />

infarction in men. JAMA, 2004. 291(14): p. 1730-7.<br />

82. Bang, O.Y., et al., Adiponectin levels in patients with intracranial<br />

atherosclerosis. Neurology, 2007. 68(22): p. 1931-7.<br />

83. Kuller, L. and D.M. Reisler, An explanation for variations in<br />

distribution of stroke and arteriosclerotic heart disease among<br />

populations and racial groups. Am J Epi<strong>de</strong>miol, 1971. 93(1): p. 1-9.<br />

84. Nishimaru, K., L.C. McHenry, Jr., and J.F. Toole, Cerebral<br />

angiographic and clinical differences in carotid system transient<br />

ischemic attacks between American Caucasian and Japanese<br />

patients. Stroke, 1984. 15(1): p. 56-9.<br />

85. Inzitari, D., et al., Racial differences in the anterior circulation in<br />

cerebrovascular disease. How much can be explained by risk<br />

factors? Arch Neurol, 1990. 47(10): p. 1080-4.<br />

86. Girman, C.J., et al., The metabolic syndrome and risk of major<br />

coronary events in the Scandinavian Simvastatin Survival Study<br />

(4S) and the Air Force/Texas Coronary Atherosclerosis Prevention<br />

Study (AFCAPS/TexCAPS). Am J Cardiol, 2004. 93(2): p. 136-41.<br />

87. Eckel, R.H., S.M. Grundy, and P.Z. Zimmet, The metabolic<br />

syndrome. Lancet, 2005. 365(9468): p. 1415-28.<br />

88. Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol<br />

Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation,<br />

And Treatment of High Blood Cholesterol In Adults (Adult Treatment<br />

Panel III). JAMA, 2001. 285(19): p. 2486-97.<br />

111


89. Bang, O.Y., et al., Association of the metabolic syndrome with<br />

intracranial atherosclerotic stroke. Neurology, 2005. 65(2): p. 296-<br />

8.<br />

90. Bang, O.Y., et al., Impact of metabolic syndrome on distribution of<br />

cervicocephalic atherosclerosis: data from a diverse race-ethnic<br />

group. J Neurol Sci, 2009. 284(1-2): p. 40-5.<br />

91. De Silva, D.A., et al., Metabolic syndrome is associated with<br />

intracranial large artery disease among ethnic Chinese patients with<br />

stroke. J Stroke Cerebrovasc Dis, 2009. 18(6): p. 424-7.<br />

92. Ovbiagele, B., et al., Impact of metabolic syndrome on prognosis of<br />

symptomatic intracranial atherostenosis. Neurology, 2006. 66(9): p.<br />

1344-9.<br />

93. Park, J.H. and H.M. Kwon, Association between metabolic syndrome<br />

and previous ischemic lesions in patients with intracranial<br />

atherosclerotic stroke. Clin Neurol Neurosurg, 2008. 110(3): p.<br />

215-21.<br />

94. Turan, T.N., et al., Risk factors associated with severity and location<br />

of intracranial arterial stenosis. Stroke. 41(8): p. 1636-40.<br />

95. Hey<strong>de</strong>n, S., A. Heyman, and J.A. Goree, Nonembolic occlusion of the<br />

middle cerebral and carotid arteries--a comparison of predisposing<br />

factors. Stroke, 1970. 1(5): p. 363-9.<br />

96. Uehara, T., M. Tabuchi, and E. Mori, Frequency and clinical<br />

correlates of occlusive lesions of cerebral arteries in Japanese<br />

patients without stroke. Evaluation by MR angiography. Cerebrovasc<br />

Dis, 1998. 8(5): p. 267-72.<br />

97. Adachi, T., et al., MRI findings of small subcortical "lacunar-like"<br />

infarction resulting from large vessel disease. J Neurol, 2000.<br />

247(4): p. 280-5.<br />

98. Kannel, W.B., P.A. Wolf, and J. Verter, Manifestations of coronary<br />

disease predisposing to stroke. The Framingham study. JAMA, 1983.<br />

250(21): p. 2942-6.<br />

112


99. Mathur, K.S., S.K. Kashyap, and V. Kumar, Correlation of the extent<br />

and severity of atherosclerosis in the coronary and cerebral arteries.<br />

Circulation, 1963. 27: p. 929-34.<br />

100. Holme, I., et al., Risk factors and raised atherosclerotic lesions in<br />

coronary and cerebral arteries. Statistical analysis from the Oslo<br />

study. Arteriosclerosis, 1981. 1(4): p. 250-6.<br />

101. Uekita, K., et al., Cervical and intracranial atherosclerosis and silent<br />

brain infarction in Japanese patients with coronary artery disease.<br />

Cerebrovasc Dis, 2003. 16(1): p. 61-8.<br />

102. Uehara, T., et al., MR angiographic evaluation of carotid and<br />

intracranial arteries in Japanese patients scheduled for coronary<br />

artery bypass grafting. Cerebrovasc Dis, 2001. 11(4): p. 341-5.<br />

103. Bae, H.J., et al., Correlation of coronary and cerebral<br />

atherosclerosis: difference between extracranial and intracranial<br />

arteries. Cerebrovasc Dis, 2006. 21(1-2): p. 112-9.<br />

104. Yoon, B.W., et al., Intracranial cerebral artery disease as a risk<br />

factor for central nervous system complications of coronary artery<br />

bypass graft surgery. Stroke, 2001. 32(1): p. 94-9.<br />

105. Arenillas, J.F., et al., Silent myocardial ischemia in patients with<br />

symptomatic intracranial atherosclerosis: associated factors. Stroke,<br />

2005. 36(6): p. 1201-6.<br />

106. Solberg, L.A. and P.A. McGarry, Cerebral atherosclerosis in Negroes<br />

and Caucasians. Atherosclerosis, 1972. 16(2): p. 141-54.<br />

107. Huang, H.W., et al., Prevalence and risk factors of middle cerebral<br />

artery stenosis in asymptomatic resi<strong>de</strong>nts in Rongqi County,<br />

Guangdong. Cerebrovasc Dis, 2007. 24(1): p. 111-5.<br />

108. Williams, A.O., J.A. Resch, and R.B. Loewenson, Cerebral<br />

atherosclerosis--a com<strong>para</strong>tive autopsy study between Nigerian<br />

Negroes and American Negroes and Caucasians. Neurology, 1969.<br />

19(3): p. 205-10.<br />

113


109. Resch, J.A. and A.B. Baker, Etiologic Mechanisms in Cerebral<br />

Atherosclerosis. Preliminary Study of 3,839 Cases. Arch Neurol,<br />

1964. 10: p. 617-28.<br />

110. Joakimsen, O., et al., Population-based study of age at menopause<br />

and ultrasound assessed carotid atherosclerosis: The Tromso Study.<br />

J Clin Epi<strong>de</strong>miol, 2000. 53(5): p. 525-30.<br />

111. Wong, K.S., et al., Prevalence of asymptomatic intracranial<br />

atherosclerosis in high-risk patients. Neurology, 2007. 68(23): p.<br />

2035-8.<br />

112. Yasaka, M., T. Yamaguchi, and M. Shichiri, Distribution of<br />

atherosclerosis and risk factors in atherothrombotic occlusion.<br />

Stroke, 1993. 24(2): p. 206-11.<br />

113. Takahashi, K., et al., Vascular risk factors for atherosclerotic lesions<br />

of the middle cerebral artery <strong>de</strong>tected by magnetic resonance<br />

angiography (MRA). Acta Neurol Scand, 1999. 100(6): p. 395-9.<br />

114. Uehara, T., M. Tabuchi, and E. Mori, Risk factors for occlusive<br />

lesions of intracranial arteries in stroke-free Japanese. Eur J Neurol,<br />

2005. 12(3): p. 218-22.<br />

115. Sarti, C., et al., International trends in mortality from stroke, 1968<br />

to 1994. Stroke, 2000. 31(7): p. 1588-601.<br />

116. The Who stepwise approach to stroke surveillance. Overview and<br />

Manual (version2.0). Noncommunicable Diseases and Mental Health.<br />

World Health Organization.; Available from:<br />

http://www.who.int/chp/steps/stroke/en/in<strong>de</strong>x.html.<br />

117. Yach, D., et al., The global bur<strong>de</strong>n of chronic diseases: overcoming<br />

impediments to prevention and control. JAMA, 2004. 291(21): p.<br />

2616-22.<br />

118. Pan-American Health Organization. Regional Core Health Data<br />

Initiative. Available from:<br />

http://www.paho.org/english/dd/ais/coredata.htm<br />

119. Pontes-Neto, O.M., et al., Stroke awareness in Brazil: alarming<br />

results in a community-based study. Stroke, 2008. 39(2): p. 292-6.<br />

114


120. <strong>de</strong> Padua Mansur, A., et al., Stroke and ischemic heart disease<br />

mortality trends in Brazil from 1979 to 1996. Neuroepi<strong>de</strong>miology,<br />

2003. 22(3): p. 179-83.<br />

121. Novak, E.M., et al., [Lay knowledge about stroke]. Arq<br />

Neuropsiquiatr, 2003. 61(3B): p. 772-6.<br />

122. Saposnik, G. and O.H. Del Brutto, Stroke in South America: a<br />

systematic review of inci<strong>de</strong>nce, prevalence, and stroke subtypes.<br />

Stroke, 2003. 34(9): p. 2103-7.<br />

123. Lessa, I. and M.R. Silva, [Cerebrovascular diseases as multiple<br />

cause of <strong>de</strong>ath in Salvador: magnitu<strong>de</strong> and space differences of<br />

mortality omitted in official statistics]. Arq Neuropsiquiatr, 1993.<br />

51(3): p. 319-24.<br />

124. Lessa, I. and C.A. Bastos, Epi<strong>de</strong>miology of cerebrovascular acci<strong>de</strong>nts<br />

in the city of Salvador, Bahia, Brazil. Bull Pan Am Health Organ,<br />

1983. 17(3): p. 292-303.<br />

125. Lessa, I., Trends in relative mortality from cerebrovascular diseases<br />

in Brazilian state capitals, 1950-1988. Bull Pan Am Health Organ,<br />

1995. 29(3): p. 216-25.<br />

126. Lessa, I., [Epi<strong>de</strong>miology of cerebrovascular acci<strong>de</strong>nts in the city of<br />

Salvador: clinical aspects]. Arq Neuropsiquiatr, 1985. 43(2): p. 133-<br />

9.<br />

127. Lessa, I., [Epi<strong>de</strong>miology of cerebrovascular acci<strong>de</strong>nts in the city of<br />

Salvador, Bahia, Brazil. II. Principal risk factors]. Bol Oficina Sanit<br />

Panam, 1984. 96(6): p. 524-31.<br />

128. Cabral, N.L., et al., [Epi<strong>de</strong>miology of cerebrovascular disease in<br />

Joinville, Brazil. An institutional study]. Arq Neuropsiquiatr, 1997.<br />

55(3A): p. 357-63.<br />

129. Minelli, C., L.F. Fen, and D.P. Minelli, Stroke inci<strong>de</strong>nce, prognosis,<br />

30-day, and 1-year case fatality rates in Matao, Brazil: a population-<br />

based prospective study. Stroke, 2007. 38(11): p. 2906-11.<br />

115


130. Conforto, A.B., et al., Stroke management in a university hospital in<br />

the largest South American city. Arq Neuropsiquiatr, 2008. 66(2B):<br />

p. 308-11.<br />

131. Lotufo, P.A., A.C. Goulart, and I.M. Bensenor, Race, gen<strong>de</strong>r and<br />

stroke subtypes mortality in Sao Paulo, Brazil. Arq Neuropsiquiatr,<br />

2007. 65(3B): p. 752-7.<br />

132. Lotufo, P.A. and I.M. Bensenor, Stroke mortality in Sao Paulo (1997-<br />

2003): a <strong>de</strong>scription using the Tenth Revision of the International<br />

Classification of Diseases. Arq Neuropsiquiatr, 2004. 62(4): p.<br />

1008-11.<br />

133. Lessa, I., Years of productive life lost to premature mortality from<br />

cardiovascular diseases. Bull Pan Am Health Organ, 1991. 25(3): p.<br />

229-36.<br />

134. Rothwell, P.M., The high cost of not funding stroke research: a<br />

comparison with heart disease and cancer. Lancet, 2001.<br />

357(9268): p. 1612-6.<br />

135. McGarry, P., et al., Cerebral atherosclerosis in New Orleans.<br />

Comparisons of lesions by age, sex, and race. Lab Invest, 1985.<br />

52(5): p. 533-9.<br />

136. Nakamura, M., et al., Cerebral atherosclerosis in Japanese. I. Age<br />

related to atherosclerosis. Stroke, 1971. 2(4): p. 400-8.<br />

137. Resch, J.A., et al., Pattern of vessel involvement in cerebral<br />

atherosclerosis. A com<strong>para</strong>tive study between a Japanese and<br />

Minnesota population. J Atheroscler Res, 1969. 9(3): p. 239-50.<br />

138. Wong, L.K., Global bur<strong>de</strong>n of intracranial atherosclerosis. Int J<br />

Stroke, 2006. 1(3): p. 158-9.<br />

139. Gorelick, P.B., Distribution of atherosclerotic cerebrovascular<br />

lesions. Effects of age, race, and sex. Stroke, 1993. 24(12 Suppl):<br />

p. I16-9; discussion I20-1.<br />

140. Chimowitz, M.I., et al., Comparison of warfarin and aspirin for<br />

symptomatic intracranial arterial stenosis. N Engl J Med, 2005.<br />

352(13): p. 1305-16.<br />

116


141. Wong, K.S., et al., A door-to-door survey of intracranial<br />

atherosclerosis in Liangbei County, China. Neurology, 2007. 68(23):<br />

p. 2031-4.<br />

142. Brust, R.W., Jr., Patterns of cerebrovascular disease in Japanese and<br />

other population groups in Hawaii: an angiographical study. Stroke,<br />

1975. 6(5): p. 539-42.<br />

143. Ryu, S.J., Angiographic features in Chinese patients with occlusive<br />

cerebrovascular disease. Stroke, 1987. 18(3): p. 686.<br />

144. Thajeb, P., Large vessel disease in Chinese patients with capsular<br />

infarcts and prior ipsilateral transient ischaemia. Neuroradiology,<br />

1993. 35(3): p. 190-5.<br />

145. Kim, J.T., et al., Subtyping of ischemic stroke based on vascular<br />

imaging: analysis of 1,167 acute, consecutive patients. J Clin<br />

Neurol, 2006. 2(4): p. 225-30.<br />

146. Padma, M.V., et al., Distribution of vascular lesions in ischaemic<br />

stroke: a magnetic resonance angiographic study. Natl Med J India,<br />

1997. 10(5): p. 217-20.<br />

147. Suwanwela, N.C. and A. Chutinetr, Risk factors for atherosclerosis of<br />

cervicocerebral arteries: intracranial versus extracranial.<br />

Neuroepi<strong>de</strong>miology, 2003. 22(1): p. 37-40.<br />

148. De Silva, D.A., et al., South Asian patients with ischemic stroke:<br />

intracranial large arteries are the predominant site of disease.<br />

Stroke, 2007. 38(9): p. 2592-4.<br />

149. Sacco, R.L., et al., Race-ethnicity and <strong>de</strong>terminants of carotid<br />

atherosclerosis in a multiethnic population. The Northern Manhattan<br />

Stroke Study. Stroke, 1997. 28(5): p. 929-35.<br />

150. Burke, G.L., Howard, G., Ethnic differences in cerebral<br />

atherosclerosis. Stroke in blacks. A gui<strong>de</strong> to management and<br />

prevention., ed. R. Gillum, Gorelick, P.B., Cooper, E.S. 1999, Basel:<br />

S Karger AG.<br />

117


151. Man, B.L., et al., Lesion patterns and stroke mechanisms in<br />

concurrent atherosclerosis of intracranial and extracranial vessels.<br />

Stroke, 2009. 40(10): p. 3211-5.<br />

152. Min, W.K., et al., Atherothrombotic middle cerebral artery territory<br />

infarction: topographic diversity with common occurrence of<br />

concomitant small cortical and subcortical infarcts. Stroke, 2000.<br />

31(9): p. 2055-61.<br />

153. Woolfen<strong>de</strong>n, A.R., et al., Basilar artery stenosis: clinical and<br />

neuroradiographic features. J Stroke Cerebrovasc Dis, 2000. 9(2):<br />

p. 57-63.<br />

154. Warach, S., et al., Acute human stroke studied by whole brain echo<br />

planar diffusion-weighted magnetic resonance imaging. Ann Neurol,<br />

1995. 37(2): p. 231-41.<br />

155. Lutsep, H.L., et al., Clinical utility of diffusion-weighted magnetic<br />

resonance imaging in the assessment of ischemic stroke. Ann<br />

Neurol, 1997. 41(5): p. 574-80.<br />

156. Markus, H., Transcranial Doppler <strong>de</strong>tection of circulating cerebral<br />

emboli. A review. Stroke, 1993. 24(8): p. 1246-50.<br />

157. Lammie, G.A., P.A. San<strong>de</strong>rcock, and M.S. Dennis, Recently occlu<strong>de</strong>d<br />

intracranial and extracranial carotid arteries. Relevance of the<br />

unstable atherosclerotic plaque. Stroke, 1999. 30(7): p. 1319-25.<br />

158. Fisher, M., Occlusion of the internal carotid artery. AMA Arch Neurol<br />

Psychiatry, 1951. 65(3): p. 346-77.<br />

159. Fisher, M., Occlusion of the carotid arteries: further experiences.<br />

AMA Arch Neurol Psychiatry, 1954. 72(2): p. 187-204.<br />

160. Rothwell, P.M., et al., Evi<strong>de</strong>nce of a chronic systemic cause of<br />

instability of atherosclerotic plaques. Lancet, 2000. 355(9197): p.<br />

19-24.<br />

161. Castaigne, P., et al., Internal carotid artery occlusion. A study of 61<br />

instances in 50 patients with post-mortem data. Brain, 1970. 93(2):<br />

p. 231-58.<br />

118


162. Lee, J., et al., Capsular warning syndrome caused by middle<br />

cerebral artery stenosis. J Neurol Sci. 296(1-2): p. 115-20.<br />

163. Lee, P.H., et al., Isolated middle cerebral artery disease: clinical and<br />

neuroradiological features <strong>de</strong>pending on the pathogenesis. J Neurol<br />

Neurosurg Psychiatry, 2004. 75(5): p. 727-32.<br />

164. Lee, P.H., et al., Infarct patterns in atherosclerotic middle cerebral<br />

artery versus internal carotid artery disease. Neurology, 2004.<br />

62(8): p. 1291-6.<br />

165. Caplan, L.R., Brain embolism, revisited. Neurology, 1993. 43(7): p.<br />

1281-7.<br />

166. Fieschi, C., et al., Clinical and instrumental evaluation of patients<br />

with ischemic stroke within the first six hours. J Neurol Sci, 1989.<br />

91(3): p. 311-21.<br />

167. Furlan, A., et al., Intra-arterial prourokinase for acute ischemic<br />

stroke. The PROACT II study: a randomized controlled trial. Prolyse<br />

in Acute Cerebral Thromboembolism. JAMA, 1999. 282(21): p.<br />

2003-11.<br />

168. Lee, D.K., et al., Lesion patterns and stroke mechanism in<br />

atherosclerotic middle cerebral artery disease: early diffusion-<br />

weighted imaging study. Stroke, 2005. 36(12): p. 2583-8.<br />

169. Caplan, L.R., Intracranial branch atheromatous disease: a<br />

neglected, un<strong>de</strong>rstudied, and un<strong>de</strong>rused concept. Neurology, 1989.<br />

39(9): p. 1246-50.<br />

170. Lhermitte, F., J.C. Gautier, and C. Derouesne, Nature of occlusions<br />

of the middle cerebral artery. Neurology, 1970. 20(1): p. 82-8.<br />

171. Fisher, C.M. and L.R. Caplan, Basilar artery branch occlusion: a<br />

cause of pontine infarction. Neurology, 1971. 21(9): p. 900-5.<br />

172. Fisher, C.M., Bilateral occlusion of basilar artery branches. J Neurol<br />

Neurosurg Psychiatry, 1977. 40(12): p. 1182-9.<br />

173. Fisher, C.M., Capsular infarcts: the un<strong>de</strong>rlying vascular lesions. Arch<br />

Neurol, 1979. 36(2): p. 65-73.<br />

119


174. Cho, A.H., et al., Is 15 mm size criterion for lacunar infarction still<br />

valid? A study on strictly subcortical middle cerebral artery territory<br />

infarction using diffusion-weighted MRI. Cerebrovasc Dis, 2007.<br />

23(1): p. 14-9.<br />

175. Bang, O.Y., et al., Middle cerebral artery stenosis is a major clinical<br />

<strong>de</strong>terminant in striatocapsular small, <strong>de</strong>ep infarction. Arch Neurol,<br />

2002. 59(2): p. 259-63.<br />

176. Mok, V.C., et al., Small subcortical infarct and intracranial large<br />

artery disease in Chinese. J Neurol Sci, 2003. 216(1): p. 55-9.<br />

177. Beneficial effect of carotid endarterectomy in symptomatic patients<br />

with high-gra<strong>de</strong> carotid stenosis. North American Symptomatic<br />

Carotid Endarterectomy Trial Collaborators. N Engl J Med, 1991.<br />

325(7): p. 445-53.<br />

178. Lam, W.W., et al., Plaque volume measurement by magnetic<br />

resonance imaging as an in<strong>de</strong>x of remo<strong>de</strong>ling of middle cerebral<br />

artery: correlation with transcranial color Doppler and magnetic<br />

resonance angiography. Cerebrovasc Dis, 2004. 17(2-3): p. 166-9.<br />

179. Baron, J.C., et al., Noninvasive tomographic study of cerebral blood<br />

flow and oxygen metabolism in vivo. Potentials, limitations, and<br />

clinical applications in cerebral ischemic disor<strong>de</strong>rs. Eur Neurol, 1981.<br />

20(3): p. 273-84.<br />

180. Zulch, K.J., Hossmann, V., Patterns of cerebral infarctions.<br />

Handbook of Clinical Neurology: Vascular Disease., ed. P.J. Vinken,<br />

Bruyn, G.W., Klawans, H.L. , Toole, J.F. 1988, Amsterdam, The<br />

Netherlands: Elsevier Science Publishers.<br />

181. Der<strong>de</strong>yn, C.P., W.J. Powers, and R.L. Grubb, Jr., Hemodynamic<br />

effects of middle cerebral artery stenosis and occlusion. AJNR Am J<br />

Neuroradiol, 1998. 19(8): p. 1463-9.<br />

182. Guadagno, J.V., et al., Selective neuronal loss in rescued penumbra<br />

relates to initial hypoperfusion. Brain, 2008. 131(Pt 10): p. 2666-<br />

78.<br />

120


183. Sgouropoulos, P., et al., [Severe stenoses and persistent occlusions<br />

of the middle cerebral artery: hemodynamic and metabolic<br />

consequences studied by positron tomography]. Rev Neurol (Paris),<br />

1985. 141(11): p. 698-705.<br />

184. Momjian-Mayor, I. and J.C. Baron, The pathophysiology of<br />

watershed infarction in internal carotid artery disease: review of<br />

cerebral perfusion studies. Stroke, 2005. 36(3): p. 567-77.<br />

185. Yamauchi, H., et al., Hemodynamic compromise as a cause of<br />

internal bor<strong>de</strong>r-zone infarction and cortical neuronal damage in<br />

atherosclerotic middle cerebral artery disease. Stroke, 2009.<br />

40(12): p. 3730-5.<br />

186. Kim, D.E., et al., Association of internal bor<strong>de</strong>r zone infarction with<br />

middle cerebral artery steno-occlusion. Eur Neurol. 64(3): p. 178-<br />

85.<br />

187. Caplan, L.R., et al., New England Medical Center Posterior<br />

Circulation registry. Ann Neurol, 2004. 56(3): p. 389-98.<br />

188. Voetsch, B., et al., Basilar artery occlusive disease in the New<br />

England Medical Center Posterior Circulation Registry. Arch Neurol,<br />

2004. 61(4): p. 496-504.<br />

189. Kessler, C., et al., Doppler CO2-test in patients with vertebrobasilar<br />

ischemia. Acta Neurol Scand, 1991. 84(6): p. 519-22.<br />

190. Haubrich, C., et al., Impact of vertebral artery disease on dynamic<br />

cerebral autoregulation. Acta Neurol Scand, 2005. 112(5): p. 309-<br />

16.<br />

191. Alexandrov, A.V., et al., The evolving role of transcranial doppler in<br />

stroke prevention and treatment. J Stroke Cerebrovasc Dis, 1998.<br />

7(2): p. 101-4.<br />

192. Markus, H.S. and C.H. Tegeler, Experimental aspects of high-<br />

intensity transient signals in the <strong>de</strong>tection of emboli. J Clin<br />

Ultrasound, 1995. 23(2): p. 81-7.<br />

193. Levi, C.R., et al., Transcranial Doppler <strong>de</strong>tected cerebral<br />

microembolism following carotid endarterectomy. High microembolic<br />

121


signal loads predict postoperative cerebral ischaemia. Brain, 1997.<br />

120 ( Pt 4): p. 621-9.<br />

194. Markus, H., Monitoring embolism in real time. Circulation, 2000.<br />

102(8): p. 826-8.<br />

195. Molina, C.A. and A.V. Alexandrov, Transcranial ultrasound in acute<br />

stroke: from diagnosis to therapy. Cerebrovasc Dis, 2007. 24 Suppl<br />

1: p. 1-6.<br />

196. <strong>de</strong> Bray, J.M., et al., Transcranial Doppler evaluation of middle<br />

cerebral artery stenosis. J Ultrasound Med, 1988. 7(11): p. 611-6.<br />

197. Zanette, E.M., et al., Comparison of cerebral angiography and<br />

transcranial Doppler sonography in acute stroke. Stroke, 1989.<br />

20(7): p. 899-903.<br />

198. Ley-Pozo, J. and E.B. Ringelstein, Noninvasive <strong>de</strong>tection of occlusive<br />

disease of the carotid siphon and middle cerebral artery. Ann<br />

Neurol, 1990. 28(5): p. 640-7.<br />

199. Rorick, M.B., F.T. Nichols, and R.J. Adams, Transcranial Doppler<br />

correlation with angiography in <strong>de</strong>tection of intracranial stenosis.<br />

Stroke, 1994. 25(10): p. 1931-4.<br />

200. Demchuk, A.M., et al., Accuracy and criteria for localizing arterial<br />

occlusion with transcranial Doppler. J Neuroimaging, 2000. 10(1):<br />

p. 1-12.<br />

201. Demchuk, A.M., et al., Specific transcranial Doppler flow findings<br />

related to the presence and site of arterial occlusion. Stroke, 2000.<br />

31(1): p. 140-6.<br />

202. Gao, S., et al., Optimal values of flow velocity on transcranial<br />

Doppler in grading middle cerebral artery stenosis in comparison<br />

with magnetic resonance angiography. J Neuroimaging, 2002.<br />

12(3): p. 213-8.<br />

203. Felberg, R.A., et al., Screening for intracranial stenosis with<br />

transcranial Doppler: the accuracy of mean flow velocity thresholds.<br />

J Neuroimaging, 2002. 12(1): p. 9-14.<br />

122


204. Bang, O.Y., et al., Transcranial Doppler findings in middle cerebral<br />

arterial occlusive disease in relation to <strong>de</strong>gree of stenosis and<br />

presence of concomitant stenoses. J Clin Ultrasound, 2003. 31(3):<br />

p. 142-51.<br />

205. Sharma, V.K., et al., Noninvasive <strong>de</strong>tection of diffuse intracranial<br />

disease. Stroke, 2007. 38(12): p. 3175-81.<br />

206. Tsivgoulis, G., et al., Validation of transcranial Doppler with<br />

computed tomography angiography in acute cerebral ischemia.<br />

Stroke, 2007. 38(4): p. 1245-9.<br />

207. Suwanwela, N.C., K. Phanthumchinda, and N. Suwanwela,<br />

Transcranial doppler sonography and CT angiography in patients<br />

with atherothrombotic middle cerebral artery stroke. AJNR Am J<br />

Neuroradiol, 2002. 23(8): p. 1352-5.<br />

208. Navarro, J.C., et al., The accuracy of transcranial Doppler in the<br />

diagnosis of middle cerebral artery stenosis. Cerebrovasc Dis, 2007.<br />

23(5-6): p. 325-30.<br />

209. Baumgartner, R.W., Intracranial stenoses and occlusions, and circle<br />

of willis collaterals. Front Neurol Neurosci, 2006. 21: p. 117-26.<br />

210. Baumgartner, R.W., H.P. Mattle, and G. Schroth, Assessment of<br />

>/=50% and


215. Segura, T., et al., Clusters of microembolic signals: a new form of<br />

cerebral microembolism presentation in a patient with middle<br />

cerebral artery stenosis. Stroke, 1998. 29(3): p. 722-4.<br />

216. Sloan, M.A., et al., Assessment: transcranial Doppler<br />

ultrasonography: report of the Therapeutics and Technology<br />

Assessment Subcommittee of the American Aca<strong>de</strong>my of Neurology.<br />

Neurology, 2004. 62(9): p. 1468-81.<br />

217. Iguchi, Y., et al., Microembolic signals after 7 days but not within 24<br />

hours of stroke onset should be predictor of stroke recurrence. J<br />

Neurol Sci, 2007. 263(1-2): p. 54-8.<br />

218. Iguchi, Y., et al., Microembolic signals at 48 hours after stroke onset<br />

contribute to new ischaemia within a week. J Neurol Neurosurg<br />

Psychiatry, 2008. 79(3): p. 253-9.<br />

219. Segura, T., et al., Embolism in acute middle cerebral artery<br />

stenosis. Neurology, 2001. 56(4): p. 497-501.<br />

220. Gao, S., et al., Microembolic signal predicts recurrent cerebral<br />

ischemic events in acute stroke patients with middle cerebral artery<br />

stenosis. Stroke, 2004. 35(12): p. 2832-6.<br />

221. Wong, K.S., et al., A pilot study of microembolic signals in patients<br />

with middle cerebral artery stenosis. J Neuroimaging, 2001. 11(2):<br />

p. 137-40.<br />

222. Nabavi, D.G., et al., Detection of microembolic signals in patients<br />

with middle cerebral artery stenosis by means of a bigate probe. A<br />

pilot study. Stroke, 1996. 27(8): p. 1347-9.<br />

223. Nakajima, M., et al., Microembolic signals within 24 hours of stroke<br />

onset and diffusion-weighted MRI abnormalities. Cerebrovasc Dis,<br />

2007. 23(4): p. 282-8.<br />

224. Poppert, H., et al., Embolic signals in unselected stroke patients:<br />

prevalence and diagnostic benefit. Stroke, 2006. 37(8): p. 2039-43.<br />

225. Goertler, M., et al., Acetylsalicylic acid and microembolic events<br />

<strong>de</strong>tected by transcranial Doppler in symptomatic arterial stenoses.<br />

Cerebrovasc Dis, 2001. 11(4): p. 324-9.<br />

124


226. Goertler, M., et al., Cessation of embolic signals after antithrombotic<br />

prevention is related to reduced risk of recurrent arterioembolic<br />

transient ischaemic attack and stroke. J Neurol Neurosurg<br />

Psychiatry, 2002. 72(3): p. 338-42.<br />

227. Esagun<strong>de</strong>, R.U., et al., Efficacy of dual antiplatelet therapy in<br />

cerebrovascular disease as <strong>de</strong>monstrated by a <strong>de</strong>cline in<br />

microembolic signals. A report of eight cases. Cerebrovasc Dis,<br />

2006. 21(4): p. 242-6.<br />

228. Dittrich, R., et al., The use of embolic signal <strong>de</strong>tection in multicenter<br />

trials to evaluate antiplatelet efficacy: signal analysis and quality<br />

control mechanisms in the CARESS (Clopidogrel and Aspirin for<br />

Reduction of Emboli in Symptomatic carotid Stenosis) trial. Stroke,<br />

2006. 37(4): p. 1065-9.<br />

229. Klein, I.F., et al., High-resolution MRI i<strong>de</strong>ntifies basilar artery<br />

plaques in <strong>para</strong>median pontine infarct. Neurology, 2005. 64(3): p.<br />

551-2.<br />

230. Klein, I.F., et al., In vivo middle cerebral artery plaque imaging by<br />

high-resolution MRI. Neurology, 2006. 67(2): p. 327-9.<br />

231. Klein, I.F., et al., Basilar artery atherosclerotic plaques in<br />

<strong>para</strong>median and lacunar pontine infarctions: a high-resolution MRI<br />

study. Stroke. 41(7): p. 1405-9.<br />

232. Ryu, C.W., et al., High resolution wall and lumen MRI of the middle<br />

cerebral arteries at 3 tesla. Cerebrovasc Dis, 2009. 27(5): p. 433-<br />

42.<br />

233. Saam, T., et al., The vulnerable, or high-risk, atherosclerotic plaque:<br />

noninvasive MR imaging for characterization and assessment.<br />

Radiology, 2007. 244(1): p. 64-77.<br />

234. Iancu-Gontard, D., et al., Evaluation of hyperintense vessels on<br />

FLAIR MRI for the diagnosis of multiple intracerebral arterial<br />

stenoses. Stroke, 2003. 34(8): p. 1886-91.<br />

235. Flacke, S., et al., Middle cerebral artery (MCA) susceptibility sign at<br />

susceptibility-based perfusion MR imaging: clinical importance and<br />

125


comparison with hyper<strong>de</strong>nse MCA sign at CT. Radiology, 2000.<br />

215(2): p. 476-82.<br />

236. Schellinger, P.D., et al., Diagnostic and prognostic value of early MR<br />

Imaging vessel signs in hyperacute stroke patients imaged


245. Keller, P.J., et al., MR angiography with two-dimensional acquisition<br />

and three-dimensional display. Work in progress. Radiology, 1989.<br />

173(2): p. 527-32.<br />

246. De Marco, J.K., et al., Prospective evaluation of extracranial carotid<br />

stenosis: MR angiography with maximum-intensity projections and<br />

multiplanar reformation compared with conventional angiography.<br />

AJR Am J Roentgenol, 1994. 163(5): p. 1205-12.<br />

247. Heiserman, J.E., et al., Intracranial vascular stenosis and occlusion:<br />

evaluation with three-dimensional time-of-flight MR angiography.<br />

Radiology, 1992. 185(3): p. 667-73.<br />

248. Korogi, Y., et al., Intracranial vascular stenosis and occlusion:<br />

diagnostic accuracy of three-dimensional, Fourier transform, time-<br />

of-flight MR angiography. Radiology, 1994. 193(1): p. 187-93.<br />

249. Choi, C.G., et al., Detection of intracranial atherosclerotic steno-<br />

occlusive disease with 3D time-of-flight magnetic resonance<br />

angiography with sensitivity encoding at 3T. AJNR Am J Neuroradiol,<br />

2007. 28(3): p. 439-46.<br />

250. Yamashita, S., et al., Visualization of hemodynamics in intracranial<br />

arteries using time-resolved three-dimensional phase-contrast MRI.<br />

J Magn Reson Imaging, 2007. 25(3): p. 473-8.<br />

251. Hope, T.A., et al., Evaluation of intracranial stenoses and aneurysms<br />

with accelerated 4D flow. Magn Reson Imaging. 28(1): p. 41-6.<br />

252. Heinz, E.R., et al., Examination of the extracranial carotid<br />

bifurcation by thin-section dynamic CT: direct visualization of intimal<br />

atheroma in man (Part 1). AJNR Am J Neuroradiol, 1984. 5(4): p.<br />

355-9.<br />

253. Heinz, E.R., et al., Examination of the extracranial carotid<br />

bifurcation by thin-section dynamic CT: direct visualization of intimal<br />

atheroma in man (Part 2). AJNR Am J Neuroradiol, 1984. 5(4): p.<br />

361-6.<br />

127


254. Enterline, D.S. and G. Kapoor, A practical approach to CT<br />

angiography of the neck and brain. Tech Vasc Interv Radiol, 2006.<br />

9(4): p. 192-204.<br />

255. Fishman, E.K., et al., Volume ren<strong>de</strong>ring versus maximum intensity<br />

projection in CT angiography: what works best, when, and why.<br />

Radiographics, 2006. 26(3): p. 905-22.<br />

256. Nguyen-Huynh, M.N., et al., How accurate is CT angiography in<br />

evaluating intracranial atherosclerotic disease? Stroke, 2008. 39(4):<br />

p. 1184-8.<br />

257. Bash, S., et al., Intracranial vascular stenosis and occlusive disease:<br />

evaluation with CT angiography, MR angiography, and digital<br />

subtraction angiography. AJNR Am J Neuroradiol, 2005. 26(5): p.<br />

1012-21.<br />

258. Hirai, T., et al., Prospective evaluation of suspected stenoocclusive<br />

disease of the intracranial artery: combined MR angiography and CT<br />

angiography compared with digital subtraction angiography. AJNR<br />

Am J Neuroradiol, 2002. 23(1): p. 93-101.<br />

259. Agatston, A.S., et al., Quantification of coronary artery calcium<br />

using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol, 1990.<br />

15(4): p. 827-32.<br />

260. Hoff, J.A., et al., Conventional coronary artery disease risk factors<br />

and coronary artery calcium <strong>de</strong>tected by electron beam tomography<br />

in 30,908 healthy individuals. Ann Epi<strong>de</strong>miol, 2003. 13(3): p. 163-<br />

9.<br />

261. Bugnicourt, J.M., et al., High prevalence of intracranial artery<br />

calcification in stroke patients with CKD: a retrospective study. Clin J<br />

Am Soc Nephrol, 2009. 4(2): p. 284-90.<br />

262. <strong>de</strong> Weert, T.T., et al., Intracranial internal carotid artery<br />

calcifications: association with vascular risk factors and ischemic<br />

cerebrovascular disease. AJNR Am J Neuroradiol, 2009. 30(1): p.<br />

177-84.<br />

128


263. Kassab, M.Y., et al., Extent of intra-arterial calcification on head CT<br />

is predictive of the <strong>de</strong>gree of intracranial atherosclerosis on digital<br />

subtraction angiography. Cerebrovasc Dis, 2009. 28(1): p. 45-8.<br />

264. Kwon, B.J., Han,M.H., Lee,S.R. , Hahm,C.K., Go,J.S., Chang,K.H.,<br />

Measurement of normal intracranial artery diameter using three-<br />

dimensional reconstruction<br />

rotational angiogram. J Korean Radiol Soc, 2004. 50: p. 95-100.<br />

265. . Intracranial Atherosclerosis, ed. J.S. Kim, Caplan, L.R., Wong,<br />

K.S.L. Vol. Wiley-Blackwell. 2008.<br />

266. Chimowitz, M.I., et al., Frequency and severity of asymptomatic<br />

coronary disease in patients with different causes of stroke. Stroke,<br />

1997. 28(5): p. 941-5.<br />

267. Kwon, S.U., et al., Cilostazol prevents the progression of the<br />

symptomatic intracranial arterial stenosis: the multicenter double-<br />

blind placebo-controlled trial of cilostazol in symptomatic intracranial<br />

arterial stenosis. Stroke, 2005. 36(4): p. 782-6.<br />

268. Wong, K.S., et al., Progression of middle cerebral artery occlusive<br />

disease and its relationship with further vascular events after stroke.<br />

Stroke, 2002. 33(2): p. 532-6.<br />

269. Kang, D.W., et al., Early recurrent ischemic lesions on diffusion-<br />

weighted imaging in symptomatic intracranial atherosclerosis. Arch<br />

Neurol, 2007. 64(1): p. 50-4.<br />

270. Jeon, H.W. and J.K. Cha, Factors related to progression of middle<br />

cerebral artery stenosis <strong>de</strong>termined using transcranial Doppler<br />

ultrasonograhy. J Thromb Thrombolysis, 2008. 25(3): p. 265-9.<br />

271. Bogousslavsky, J., et al., Bilateral occlusion of the trunk of the<br />

middle cerebral artery. Results of an international randomized trial.<br />

The EC/IC Bypass Study Group. Stroke, 1986. 17(6): p. 1107-11.<br />

272. Millikan, C.H., R.G. Siekert, and R.M. Shick, Studies in<br />

cerebrovascular disease. III. The use of anticoagulant drugs in the<br />

treatment of insufficiency or thrombosis within the basilar arterial<br />

system. Proc Staff Meet Mayo Clin, 1955. 30(6): p. 116-26.<br />

129


273. Olsson, J.E., et al., Anticoagulant vs anti-platelet therapy as<br />

prophylactic against cerebral infarction in transient ischemic attacks.<br />

Stroke, 1980. 11(1): p. 4-9.<br />

274. Buren, A. and J. Ygge, Treatment program and comparison between<br />

anticoagulants and platelet aggregation inhibitors after transient<br />

ischemic attack. Stroke, 1981. 12(5): p. 578-80.<br />

275. A randomized trial of anticoagulants versus aspirin after cerebral<br />

ischemia of presumed arterial origin. The Stroke Prevention in<br />

Reversible Ischemia Trial (SPIRIT) Study Group. Ann Neurol, 1997.<br />

42(6): p. 857-65.<br />

276. Halkes, P.H., et al., Medium intensity oral anticoagulants versus<br />

aspirin after cerebral ischaemia of arterial origin (ESPRIT): a<br />

randomised controlled trial. Lancet Neurol, 2007. 6(2): p. 115-24.<br />

277. Mohr, J.P., et al., A comparison of warfarin and aspirin for the<br />

prevention of recurrent ischemic stroke. N Engl J Med, 2001.<br />

345(20): p. 1444-51.<br />

278. Thijs, V.N. and G.W. Albers, Symptomatic intracranial<br />

atherosclerosis: outcome of patients who fail antithrombotic<br />

therapy. Neurology, 2000. 55(4): p. 490-7.<br />

279. Qureshi, A.I., et al., Stroke-free survival and its <strong>de</strong>terminants in<br />

patients with symptomatic vertebrobasilar stenosis: a multicenter<br />

study. Neurosurgery, 2003. 52(5): p. 1033-9; discussion 1039-40.<br />

280. Kasner, S.E., et al., Warfarin vs aspirin for symptomatic intracranial<br />

stenosis: subgroup analyses from WASID. Neurology, 2006. 67(7):<br />

p. 1275-8.<br />

281. Wong, K.S., et al., Clopidogrel plus aspirin versus aspirin alone for<br />

reducing embolisation in patients with acute symptomatic cerebral<br />

or carotid artery stenosis (CLAIR study): a randomised, open-label,<br />

blin<strong>de</strong>d-endpoint trial. Lancet Neurol. 9(5): p. 489-97.<br />

282. Wong, K.S., et al., Low-molecular-weight heparin compared with<br />

aspirin for the treatment of acute ischaemic stroke in Asian patients<br />

130


with large artery occlusive disease: a randomised study. Lancet<br />

Neurol, 2007. 6(5): p. 407-13.<br />

283. Secondary prevention of vascular disease by prolonged antiplatelet<br />

treatment. Antiplatelet Trialists' Collaboration. Br Med J (Clin Res<br />

Ed), 1988. 296(6618): p. 320-31.<br />

284. Eikelboom, J.W., et al., Aspirin-resistant thromboxane biosynthesis<br />

and the risk of myocardial infarction, stroke, or cardiovascular <strong>de</strong>ath<br />

in patients at high risk for cardiovascular events. Circulation, 2002.<br />

105(14): p. 1650-5.<br />

285. Bellavance, A., Efficacy of ticlopidine and aspirin for prevention of<br />

reversible cerebrovascular ischemic events. The Ticlopidine Aspirin<br />

Stroke Study. Stroke, 1993. 24(10): p. 1452-7.<br />

286. Gent, M., et al., The Canadian American Ticlopidine Study (CATS) in<br />

thromboembolic stroke. Lancet, 1989. 1(8649): p. 1215-20.<br />

287. A randomised, blin<strong>de</strong>d, trial of clopidogrel versus aspirin in patients<br />

at risk of ischaemic events (CAPRIE). CAPRIE Steering Committee.<br />

Lancet, 1996. 348(9038): p. 1329-39.<br />

288. Chimowitz, M.I., et al., The Warfarin-Aspirin Symptomatic<br />

Intracranial Disease Study. Neurology, 1995. 45(8): p. 1488-93.<br />

289. Markus, H.S., et al., Dual antiplatelet therapy with clopidogrel and<br />

aspirin in symptomatic carotid stenosis evaluated using doppler<br />

embolic signal <strong>de</strong>tection: the Clopidogrel and Aspirin for Reduction<br />

of Emboli in Symptomatic Carotid Stenosis (CARESS) trial.<br />

Circulation, 2005. 111(17): p. 2233-40.<br />

290. Cilostazol in Symptomatic Intracranial Arterial Stenosis II (TOSS-II)<br />

Trial.<br />

291. Sundt, T.M., Jr., et al., Transluminal angioplasty for basilar artery<br />

stenosis. Mayo Clin Proc, 1980. 55(11): p. 673-80.<br />

292. Der<strong>de</strong>yn, C.P. and M.I. Chimowitz, Angioplasty and stenting for<br />

atherosclerotic intracranial stenosis: rationale for a randomized<br />

clinical trial. Neuroimaging Clin N Am, 2007. 17(3): p. 355-63, viii-<br />

ix.<br />

131


293. Marks, M.P., et al., Angioplasty for symptomatic intracranial<br />

stenosis: clinical outcome. Stroke, 2006. 37(4): p. 1016-20.<br />

294. Mazighi, M., J.S. Yadav, and A. Abou-Chebl, Durability of<br />

endovascular therapy for symptomatic intracranial atherosclerosis.<br />

Stroke, 2008. 39(6): p. 1766-9.<br />

295. Qureshi, A.I., et al., Clinical and angiographic results of dilatation<br />

procedures for symptomatic intracranial atherosclerotic disease. J<br />

Neuroimaging, 2005. 15(3): p. 240-9.<br />

296. Stenting of Symptomatic Atherosclerotic Lesions in the Vertebral or<br />

Intracranial Arteries (SSYLVIA): study results. Stroke, 2004. 35(6):<br />

p. 1388-92.<br />

297. Bose, A., et al., A novel, self-expanding, nitinol stent in medically<br />

refractory intracranial atherosclerotic stenoses: the Wingspan study.<br />

Stroke, 2007. 38(5): p. 1531-7.<br />

298. Fiorella, D., et al., US multicenter experience with the wingspan<br />

stent system for the treatment of intracranial atheromatous disease:<br />

periprocedural results. Stroke, 2007. 38(3): p. 881-7.<br />

299. Jiang, W.J., et al., Comparison of elective stenting of severe vs<br />

mo<strong>de</strong>rate intracranial atherosclerotic stenosis. Neurology, 2007.<br />

68(6): p. 420-6.<br />

300. Zaidat, O.O., et al., The NIH registry on use of the Wingspan stent<br />

for symptomatic 70-99% intracranial arterial stenosis. Neurology,<br />

2008. 70(17): p. 1518-24.<br />

301. Albuquerque, F.C., et al., Angiographic patterns of Wingspan in-<br />

stent restenosis. Neurosurgery, 2008. 63(1): p. 23-7; discussion<br />

27-8.<br />

302. Turk, A.S., et al., Influence of patient age and stenosis location on<br />

wingspan in-stent restenosis. AJNR Am J Neuroradiol, 2008. 29(1):<br />

p. 23-7.<br />

303. Levy, E.I., et al., Wingspan in-stent restenosis and thrombosis:<br />

inci<strong>de</strong>nce, clinical presentation, and management. Neurosurgery,<br />

2007. 61(3): p. 644-50; discussion 650-1.<br />

132


304. Fiorella, D. and H.H. Woo, Emerging endovascular therapies for<br />

symptomatic intracranial atherosclerotic disease. Stroke, 2007.<br />

38(8): p. 2391-6.<br />

305. Jiang, W.J., et al., Apollo stent for symptomatic atherosclerotic<br />

intracranial stenosis: study results. AJNR Am J Neuroradiol, 2007.<br />

28(5): p. 830-4.<br />

306. Kurre, W., et al., Treatment of symptomatic high-gra<strong>de</strong> intracranial<br />

stenoses with the balloon-expandable Pharos stent: initial<br />

experience. Neuroradiology, 2008. 50(8): p. 701-8.<br />

307. Qureshi, A.I., et al., Concurrent comparison of outcomes of primary<br />

angioplasty and of stent placement in high-risk patients with<br />

symptomatic intracranial stenosis. Neurosurgery, 2008. 62(5): p.<br />

1053-60; discussion 1060-2.<br />

308. Siddiq, F., et al., Comparison between primary angioplasty and stent<br />

placement for symptomatic intracranial atherosclerotic disease:<br />

meta-analysis of case series. Neurosurgery, 2009. 65(6): p. 1024-<br />

33; discussion 1033-4.<br />

309. Siddiq, F., et al., Comparison of primary angioplasty with stent<br />

placement for treating symptomatic intracranial atherosclerotic<br />

diseases: a multicenter study. Stroke, 2008. 39(9): p. 2505-10.<br />

310. SAMMPRIS, in The Stenting and Aggressive Medical Management for<br />

Preventing Recurrent stroke in Intracranial Stenosis Trial.<br />

311. Arenillas, J.F., Intracranial atherosclerosis: current concepts. Stroke.<br />

42(1 Suppl): p. S20-3.<br />

312. Gorelick, P.B., et al., Large artery intracranial occlusive disease: a<br />

large worldwi<strong>de</strong> bur<strong>de</strong>n but a relatively neglected frontier. Stroke,<br />

2008. 39(8): p. 2396-9.<br />

313. Conforto, A.B., et al., Avoiding pitfalls in diagnosing basilar artery<br />

occlusive disease: clinical and imaging clues - case report. Sao Paulo<br />

Med J. 128(3): p. 171-3.<br />

133


314. Ciriaco, J.G., et al., Basilar artery occlusive disease in stroke<br />

survivors in a multiethnic population. Clin Neurol Neurosurg.<br />

112(3): p. 233-6.<br />

315. Takahashi, W., et al., Atherosclerotic changes in intracranial and<br />

extracranial large arteries in apparently healthy persons with<br />

asymptomatic lacunar infarction. J Stroke Cerebrovasc Dis, 2005.<br />

14(1): p. 17-22.<br />

316. Wong, K.S., et al., Intracranial stenosis in Chinese patients with<br />

acute stroke. Neurology, 1998. 50(3): p. 812-3.<br />

134


XII. ANEXOS<br />

Anexo 1. Termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

_________________________________________________________<br />

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL<br />

1.NOME DO PACIENTE .:........................................................................................................<br />

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : M F<br />

DATA NASCIMENTO: ......../......../......<br />

ENDEREÇO .............................................................. Nº ........................... APTO: ..............<br />

BAIRRO: ......................................................... CIDADE .....................................................<br />

CEP:........................ TELEFONE: DDD (............).................................................................<br />

2.RESPONSÁVEL LEGAL .......................................................................................................<br />

NATUREZA (grau <strong>de</strong> parentesco, tutor, curador etc.) ..........................................................<br />

DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M F<br />

DATA NASCIMENTO.: ....../......./......<br />

ENDEREÇO: .......................................................................... Nº .................. APTO: .........<br />

BAIRRO: ......................................................... CIDADE:......................................................<br />

CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............)................................................<br />

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA<br />

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA<br />

Estudo <strong>de</strong> prevalência da estenose intracraniana em pacientes com aci<strong>de</strong>nte<br />

vascular cerebral isquêmico: análise dos fatores predisponentes, das lesões associadas e da<br />

história natural da doença.<br />

2. PESQUISADORES: Prof. Dr. Jamary Oliveira Filho / Dr. Alexandre Drayton Maia Barros<br />

CARGO/FUNÇÃO: Coor<strong>de</strong>nador do grupo <strong>de</strong> pesquisa em neurocardiologia e docente da UFBA/ Mestrando do<br />

PPgCS<br />

INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA Nº 14387 //17744<br />

UNIDADE DO CHUPES: Ambulatório <strong>de</strong> doenças neurovasculares (prédio Magalhães Neto)<br />

3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:<br />

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO<br />

RISCO BAIXO x RISCO MAIOR<br />

(probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo)<br />

4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 02 anos<br />

135


III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE<br />

LEGAL SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO:<br />

1. Justificativa e objetivos da pesquisa:<br />

As doenças cerebrovasculares (DCV), conhecidas como “<strong>de</strong>rrame cerebral”, constituem<br />

um grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. A estenose <strong>de</strong> artérias intracranianas é um<br />

estreitamento das artérias, que reduz a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio e nutrientes chegando ao<br />

cérebro. Esta estenose representa uma causa importante e freqüentemente não reconhecida<br />

<strong>de</strong> DCV. Portanto, a i<strong>de</strong>ntificação da estenose intracraniana e a <strong>de</strong>terminação das suas<br />

causas e da chance <strong>de</strong> novos “<strong>de</strong>rrames” tornam-se muito importantes, pois além <strong>de</strong><br />

possuírem implicações relevantes quanto ao prognóstico, po<strong>de</strong>m ainda influenciar no<br />

acompanhamento clínico e na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões no tratamento.<br />

2. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a i<strong>de</strong>ntificação dos procedimentos que<br />

são experimentais:<br />

Você será submetido a um exame <strong>de</strong> tomografia computadorizada com injeção <strong>de</strong><br />

contraste. Em alguns casos, on<strong>de</strong> houver dúvida quanto ao diagnóstico ou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

programação <strong>de</strong> tratamento, uma angiografia cerebral po<strong>de</strong>rá ser realizada. Nesse caso, a<br />

partir <strong>de</strong> uma sedação e anestesia local sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respiração com máquinas nem<br />

tubo na garganta, introduz-se um catéter via artéria femoral e injeta-se contraste nas artérias<br />

que irrigam o cérebro. Tanto a tomografia computadorizada quanto a angiografia são<br />

exames realizados com freqüência, há vários anos, e têm por objetivo o diagnóstico preciso<br />

do estreitamento arterial; não se tratam, portanto, <strong>de</strong> procedimentos experimentais.<br />

3. Desconfortos e riscos esperados:<br />

Os exames são feitos com uso <strong>de</strong> contraste iodado, sendo o risco <strong>de</strong> reação alérgica<br />

entre 0,2 e 0,5%. E serão excluídos aqueles pacientes que apresentarem relato <strong>de</strong> alergia<br />

prévia a contraste iodado. Outro risco do uso <strong>de</strong> contraste é a insuficiência renal<br />

(diminuição da função dos rins, local on<strong>de</strong> é produzida a urina). O risco é baixo (< 1%) e a<br />

alteração nos rins será tratada, se necessário. Outro fator que diminue tal risco, é que os<br />

pacientes com sinais <strong>de</strong> disfunção renal (Uréia > 50mg/dl e/ou Creatinina >1,5 mg/dl) não<br />

po<strong>de</strong>rão participar do estudo, pois possuem contra-indicação absoluta à realização do<br />

exame <strong>de</strong> Angiotomografia.<br />

4. Benefícios que po<strong>de</strong>rão ser obtidos:<br />

Diagnosticando os estreitamentos (estenoses) e estudando suas características,<br />

po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>finir <strong>de</strong> forma mais precisa a causa do “<strong>de</strong>rrame cerebral”, compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor essa doença, os fatores preditivos <strong>para</strong> recorrência <strong>de</strong> “<strong>de</strong>rrame cerebral” e propor<br />

estratégias <strong>de</strong> acompanhamento diferentes <strong>para</strong> grupos específicos <strong>de</strong> pacientes.<br />

5. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos <strong>para</strong> o indivíduo:<br />

Confirmado o diagnóstico, o paciente será tratado clinicamente <strong>de</strong> maneira mais<br />

específica (com diferentes tipos <strong>de</strong> remédios) ou por via endovascular (cateterismo),<br />

visando a dilatação do trecho <strong>de</strong> artéria que encontra-se estreitado (estenosado).<br />

6. Forma <strong>de</strong> Acompanhamento:<br />

O senhor será acompanhado neste ambulatório, por um período mínimo <strong>de</strong> dois anos, ou<br />

o tempo que for necessário <strong>para</strong> investigação da causa do “<strong>de</strong>rrame cerebral”, estabilização<br />

das comorbida<strong>de</strong>s e tratamento clínico.<br />

7. Grupo Controle ou Placebo: Por se tratar <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> prevalência e <strong>de</strong> diagnóstico,<br />

não dividiremos os pacientes em grupo controle ou placebo.<br />

136


IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA<br />

PESQUISA CONSIGNANDO:<br />

1. Garantimos o acesso, em qualquer momento, à informações sobre procedimentos, riscos e<br />

benefícios relacionados à pesquisa, inclusive <strong>para</strong> dirimir eventuais duvidas.<br />

2. O(a) senhor(a) po<strong>de</strong> se recusar a participar ou retirar-se do estudo, em qualquer fase da<br />

pesquisa. Sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado. Seu tratamento<br />

continuará a ser prescrito e você será acompanhado, sem nenhuma mudança na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> serviço prestado, pelos mesmos profissionais.<br />

3. Salvaguarda da confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>, sigilo e privacida<strong>de</strong>.<br />

O nome do senhor (a) não será em momento algum revelado. Nas publicações <strong>de</strong>screveremos<br />

todos os pacientes do estudo, sem mencionar nomes.<br />

4. Custos<br />

Todos os exames realizados serão gratuitos. Você não terá custos ao participar <strong>de</strong>sse estudo.<br />

5. Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência médica, por eventuais danos à saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>correntes da pesquisa.<br />

Caso o procedimento traga alguma complicação, o atendimento <strong>de</strong> emergência po<strong>de</strong>rá ser<br />

efetuado nos hospitais Roberto Santos e/ou Ana Neri, integrantes da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência pública <strong>de</strong><br />

Salvador. Além disso, ao final <strong>de</strong>ste termo encontram-se listados os telefones e outros en<strong>de</strong>reços<br />

úteis no caso <strong>de</strong> dúvidas e/ou intercorrências clínicas.<br />

6. Viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização por eventuais danos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>correntes da pesquisa.<br />

Como não se trata <strong>de</strong> um procedimento experimental e uma vez que sua participação é voluntária,<br />

os danos <strong>de</strong>correntes dos procedimentos não são objeto <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização.<br />

7. Este Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido será emitido em duas vias, sendo que uma via<br />

ficará com o paciente participante da pesquisa ou com seu representante legal; e a segunda via será<br />

arquivada pelo pesquisador.<br />

V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO<br />

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS<br />

CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.<br />

1) Dr. Alexandre Drayton Maia Barros (71-8893 3525) e Prof. Dr. Jamary Oliveira Filho (71-9162<br />

0954).<br />

2) Hospital Geral Ana Neri (INCOBA), Rua Saldanha Marinho, s/n, Caixa D'água 40.323-010<br />

Salvador, Bahia. Fones: (71) 3117-1854 / 1856 / 1800.<br />

3) Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Rua Direta do Saboeiro, s/n, Cabula 41.180-000<br />

Salvador, Bahia. Fones: (71) 3387-3429 / 4509 / 3372-2820 / 2955 / 2950.<br />

4) Hospital Universitário Professor Edgar Santos, Rua João das Botas s/n, Canela, 40110-<br />

160, Salvador, Bahia, Brasil.<br />

5) Ambulatório <strong>de</strong> doenças cerebrovasculares (Prédio <strong>de</strong> Ambulatório Magalhães Neto).<br />

Fone: 3396-6000.<br />

VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:<br />

______________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________<br />

137


VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO<br />

Declaro que, após convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador e ter entendido o que<br />

me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo <strong>de</strong> Pesquisa.<br />

Salvador, __________ <strong>de</strong> ____________________ <strong>de</strong> 20___.<br />

_________________________________________________<br />

Assinatura do paciente ou responsável legal<br />

Eu expliquei ao paciente __________________________________________________ o projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa. Acredito que ele (a) tenha compreendido a minha explicação e que <strong>de</strong>u o seu<br />

consentimento <strong>de</strong> livre e espontânea vonta<strong>de</strong>.<br />

________________________________________________<br />

Assinatura do pesquisador (nome legível ou carimbo)<br />

________________________________________________<br />

Assinatura da Testemunha 1<br />

_________________________________________________<br />

Assinatura da Testemunha 2<br />

138


Anexo 2. Ficha <strong>de</strong> atendimento clínico<br />

Iniciais do investigador:______ No. Prontuário HUPES: ____________<br />

VISITA BASAL<br />

DATA: ___ ___/___ ___/___ ___ ___ ___<br />

D D M M A A A A<br />

CRITÉRIO DE INCLUSÃO<br />

Diagnóstico clínico <strong>de</strong> AVC isquêmico<br />

SIM NÃO<br />

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO (todas as respostas <strong>de</strong>vem ser NÃO) SIM NÃO<br />

Apresenta Uréia/Creatinina alteradas (Uréia>50 ou Creatinina>1,5)<br />

Apresenta ALERGIA A IODO (contraste ou tópico)<br />

ATENÇÃO ESPECIAL<br />

Em caso <strong>de</strong> alergia, realizar o Protocolo <strong>de</strong> Dessensibilização<br />

Em caso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> metformina, interromper uso 48hs antes do exame e reiniciar o<br />

uso somente após 48hs <strong>de</strong>pois do exame.<br />

Solicitar Uréia, creatinina, Proteina C reativa, VHS<br />

IDENTIFICAÇÃO:<br />

Paciente: ________________________________________________________________________<br />

Sexo: M F Ida<strong>de</strong>:______ Raça: Branco(1) Negro(2) Mulato(3) Amarelo(4)<br />

Naturalida<strong>de</strong>: _________________Procedência_____________ Profissão :___________________<br />

En<strong>de</strong>reço Resi<strong>de</strong>ncial Completo: Rua(Avenida)___________________________________________________<br />

Cida<strong>de</strong>:____________ CEP_________-­‐_____ Estado________________ Telefone: (_______)______________________<br />

Tel 02: (_______)______________________<br />

139


HISTÓRICO E EXAME FÍSICO<br />

Tempo <strong>de</strong> AVC: Data NIHSS: Total NIHSS:<br />

LOCALIZAÇÃO CLÍNICA/IMAGEM<br />

[1]ACI [2] M1 [3] M2 superior [4] M2 inferior [5]ACM distal [6]ACA [7] ACP [8] AICA<br />

[9] PICA [10] SCA [11]Basilar [12] Lentículo-­‐estriadas [13] Tálamo-­‐perfurantes [14] ACA-­‐perfurantes<br />

[15] Basilar-­‐perfurantes ASPECTS (0 a 10): _________<br />

Data da imagem: Modalida<strong>de</strong>: Tomografia S N RM S N<br />

National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS)<br />

Parâmetro Pontuação<br />

1a. Nível <strong>de</strong> consciência 0=alerta; 1=<strong>de</strong>sperta com estímulo verbal; 2=<strong>de</strong>sperta somente com estímulo<br />

doloroso; 3=resposta reflexa a estímulo álgico.<br />

1b. Orientação: ida<strong>de</strong> e mês 0=ambos corretos; 1=um correto; 2=ambos incorretos.<br />

1c. Comandos: abrir/fechar olhos, apertar e soltar<br />

mão<br />

2. Motricida<strong>de</strong> ocular (voluntária ou olhos <strong>de</strong><br />

boneca)<br />

0=ambos corretos; 1=um correto; 2=ambos incorretos.<br />

0=normal; 1=paresia do olhar conjugado; 2=<strong>de</strong>svio conjugado do olhar.<br />

3. Campos visuais 0=normal; 1=hemianopsia parcial, quadrantanopsia, extinção; 2=hemianopsia<br />

completa; 3=cegueira cortical.<br />

4. Paresia facial 0=normal; 1=paresia mínima (aspecto normal em repouso, sorriso assimétrico);<br />

2=paresia/segmento inferior da face; 3=paresia/segmentos superior e inferior da face.<br />

5. Motor membro superior: braços entendidos 90 o<br />

(sentado) ou 45 o (<strong>de</strong>itado) por 10 s.<br />

6. Motor membro inferior: elevar perna a 30 o <strong>de</strong>itado<br />

por 5 s.<br />

0=sem queda; 1=queda, mas não atinge o leito; 2=força contra gravida<strong>de</strong> mas não<br />

sustenta; 3=sem força contra gravida<strong>de</strong>, mas qualquer movimento mínimo conta;<br />

4=sem movimento.<br />

MSD_______ MSE_______ MID_______ MIE_______<br />

7. Ataxia apendicular 0=sem ataxia (ou afásico, hemiplégico); 1=ataxia em membro superior ou inferior;<br />

2=ataxia em membro superior e inferior.<br />

8. Sensibilida<strong>de</strong> dolorosa 0=normal; 1=déficit unilateral mas reconhece o estímulo (ou afásico, confuso);<br />

2=paciente não reconhece o estímulo ou coma ou déficit bilateral.<br />

9. Linguagem 0=normal; 1=afasia leve-­‐mo<strong>de</strong>rada (compreensível); 2=afasia severa (quase sem troca<br />

<strong>de</strong> informações); 3=mudo, afasia global, coma.<br />

10. Disartria 0=normal; 1=leve a mo<strong>de</strong>rada; 2=severa, ininteligível ou mudo; X=intubado.<br />

11. Extinção/negligência 0=normal; 1=negligência ou extinção em uma modalida<strong>de</strong> sensorial; 2=negligência em<br />

mais <strong>de</strong> uma modalida<strong>de</strong> sensorial.<br />

140


Tabagismo: Nunca fumou<br />

Etilismo: Nunca<br />

HAS<br />

S N<br />

Hipercolesterolemia<br />

[1]LDL>130 [2]ΗDL < 45 [3] Não<br />

Tabagismo


hipoglicemiante oral S N Anti<strong>de</strong>pressivos S N<br />

Drogas ilícitas S N<br />

AAS: [1] Não [2] 100mg/dia [3] 200mg/dia [4] 300mg/dia<br />

Outro anti-plaquetário: [1] Não [2] Clopidogrel [3] Ticlopidina [4]<br />

Dipiridamol+AAS<br />

ELETROCARDIOGRAMA em _____/_______/_________:<br />

Ritmo: Sinusal ( 1 ) Juncional ( 2 ) FA ( 3 ) Flutter ( 4 ) Marcapasso ( 5 ) Idioventricular ( 6 )<br />

BloqueioAV: N( 0 ) BAV 1º grau ( 1 ) BAV 2º grau tipo I ( 2 ) BAV 2º grau tipo II ( 3 ) BAV total (4 )<br />

BRE Sim ( 1 ) Não ( 2 ) BRD Sim ( 1 ) Não ( 2 ) BDAS Sim ( 1 ) Não ( 2 ) BDPI Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

BDAM Sim ( 1 ) Não ( 2 ) Bloq. Sinusal Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Arritmias Supraventriculares:<br />

Extrassístoles supraventriculares ( 1 ) Salvas <strong>de</strong> ESSV ( 2 ) Ausência <strong>de</strong> arritmia SV ( 3 )<br />

Arritmias Ventriculares:<br />

Extrassístoles ventriculares ( 1 ) Salvas <strong>de</strong> ESV ( 2 ) Ausência <strong>de</strong> arritmia Ventricular ( 3 )<br />

Sobrecarga: AE Sim ( 1 ) Não ( 2 ) VE Sim ( 1 ) Não ( 2 ) AD Sim ( 1 ) Não ( 2 ) VD Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Zona eletricamente inativa Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO ou TRANSESOFÁGICO (circular) em _____/_____/______<br />

AE:_________<br />

Dados do VE:<br />

DD________ DS_________ FE________ Delta ________ Par.Post._________ Septo________<br />

Alteração Segmentar:<br />

Septal Sim ( 1 ) Não ( 2 ) Lateral Sim ( 1 ) Não ( 2 ) Posterior Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Inferior Sim ( 1 ) Não ( 2 ) Anterior Sim ( 1 ) Não ( 2 ) Apical Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Comprometimento do VE: Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Comprometimento <strong>de</strong> VD: Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

TESTES CARDIOLÓGICOS<br />

142


Prolapso Mitral Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Estenose mitral Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Calcificação mitral Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Válvula metálica Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Bioprótese valvar Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Aneurisma em ápice <strong>de</strong> VE Sim ( 1 ) Não ( 2 )<br />

Aneurisma atrial septal Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Forame oval patente Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Turbulência atrial(“smoke”) Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Mixoma atrial Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Endocardite bacteriana Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Endocardite não-­‐bacteriana Não ( 1 ) Sim ( 2 )<br />

Trombo<br />

Trombo em VE ( 1 ) Trombo em AE ( 2 ) Trombo em AD ( 3 ) Trombo em VD ( 4 ) AUSÊNCIA ( 9 )<br />

Função diastólica<br />

Normal ( 1 ) Alt. Relaxamento ( 2 ) Pseudonormal (3 ) Restritivo ( 4 )<br />

HOLTER em _____/_____/______ Não realizado<br />

FA Sim Não<br />

Flutter atrial Sim Não<br />

Outra arritmia Sim Não<br />

EXAMES LABORATORIAIS<br />

VHS: ______ PCR: _________ Uréia: _________ Creatinina: _________<br />

Colesterol total: _________ LDL: _____________ HDL: __________ Triglicéridas: _________<br />

143


Oxfordshire Stroke Classification Scale (OSCS):<br />

Circulação anterior total<br />

Paciente apresenta todas as 3 características:<br />

• Distúrbio <strong>de</strong> função cortical (afasia, apraxia, agnosia, negligência, anosognosia, etc.);<br />

• Hemianopsia homônima;<br />

• Novo déficit sensitivo e/ou motor envolvendo pelo menos duas das áreas: face, membro superior, membro inferior.<br />

Circulação anterior parcial<br />

Paciente apresenta até 2 das características acima.<br />

Lacunar<br />

Síndromes típicas: hemiparesia motora pura, síndrome sensitiva pura, síndrome sensitivo-­‐motora, ataxia-­‐hemiparesia, disartria-­‐mão<br />

<strong>de</strong>sajeitada.<br />

Circulação posterior<br />

Paciente apresenta qualquer um dos seguintes: paresia <strong>de</strong> nervos cranianos com déficit sensitivo/motor contralateral; déficit sensitivo/motor<br />

bilateral; disfunção cerebelar; hemianopsia homônima isolada.<br />

Classificação etiológica do TOAST:<br />

Aterosclerose <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s artérias<br />

• evidência clínica <strong>de</strong> envolvimento cortical (afasia, negligência, hemianopsia, etc.)<br />

• TAC ou RM crânio com infarto >15mm<br />

• Angiografia, angio-RM, Doppler carotí<strong>de</strong>o ou transcraniano sugestivo <strong>de</strong> estenose > 50% no território arterial apropriado<br />

Aterosclerose <strong>de</strong> pequenas artérias<br />

• Evidência clínica <strong>de</strong> síndrome lacunar (vi<strong>de</strong> OSCS)<br />

• TAC ou RM são normais ou mostram infarto apropriado


2- Disfunção leve; limitações na participação <strong>de</strong> algumas ativida<strong>de</strong>s sociais, mas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>para</strong><br />

ADL (ativida<strong>de</strong>s da vida diária). Perguntas: Houve uma mudança na habilida<strong>de</strong> da pessoa <strong>para</strong><br />

trabalhar ou cuidar <strong>de</strong> outras pessoas se ela exercia estas funções antes do AVC? Houve mudança na<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir socialmente? A pessoa teve problemas com relacionamentos ou se isolou?<br />

1- Sem disfunção significativa; sintomas presentes, mas sem outras limitações. Pergunta: A pessoa<br />

tem dificulda<strong>de</strong> <strong>para</strong> ler ou escrever, dificulda<strong>de</strong> <strong>para</strong> falar ou achar a palavra correta, problemas <strong>de</strong><br />

equilíbrio e coor<strong>de</strong>nação, problemas visuais, dormência ou perda <strong>de</strong> movimento (face, braços, pernas,<br />

mãos, pés), dificulda<strong>de</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>glutir ou outro sintoma resultante do AVC?<br />

0- Assintomático; ausência <strong>de</strong> limitações e sintomas.<br />

145


Anexo 4. Ofício do comitê <strong>de</strong> ética<br />

149


150

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!