modos de ocupação no município de machadinho d'oeste ... - Rioterra
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3.1. INFLUÊNCIA DOS PROGRAMAS DE COLONIZAÇÃO NOS MODOS DE<br />
OCUPAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACHADINHO D’OESTE<br />
Em 1966 foi iniciada uma <strong>no</strong>va fase dos programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do gover<strong>no</strong><br />
brasileiro para a exploração econômica da região amazônica. O foco do planejamento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento regional foi <strong>de</strong>slocado para a região relativamente isolada do <strong>no</strong>rte do país<br />
(KOHLHEPP, 2002).<br />
Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover, executar e controlar a reforma agrária o INCRA<br />
dispôs, em 1970, <strong>de</strong> um esquema <strong>de</strong> colonização em larga escala para a maior porção do<br />
espaço nacional: a Amazônia. Os projetos recentes <strong>de</strong> colonização oficial se iniciaram com o<br />
PIN (Programa <strong>de</strong> Integração Nacional), prevendo a sua colonização numa faixa <strong>de</strong> 100 km<br />
<strong>de</strong> cada lado a cada rodovia fe<strong>de</strong>ral (BECKER, 1998).<br />
Outros projetos foram implantados cada um com um grau diferente <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> do INCRA, são eles: PIC (Projeto Integrado <strong>de</strong> Colonização), PA (Projeto<br />
<strong>de</strong> Assentamento) e PAR (Projeto <strong>de</strong> Assentamento Rápido). O PIC teve como objetivo<br />
organizar o assentamento, inclusive com assistência financeira e técnica aos colo<strong>no</strong>s,<br />
geralmente assentados em gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> área, envolvendo significativo número <strong>de</strong><br />
famílias. O PA e PAR foram criados visando a regularização <strong>de</strong> glebas rurais com recursos<br />
fe<strong>de</strong>rais disponíveis basicamente para a <strong>de</strong>marcação topográfica, sem haver o aporte <strong>de</strong><br />
recursos para implantação <strong>de</strong> infra-estrutura básica. Desta forma, a atuação do Estado se<br />
restringe a simples <strong>de</strong>marcação e titulação das parcelas ocupadas espontaneamente.<br />
De acordo com Becker (1998), para a <strong>ocupação</strong> rápida do território dois instrumentos<br />
básicos foram utilizados: a) a consolidação da rodovia BR-364, que permitiu canalizar os<br />
fluxos <strong>de</strong> agricultores expropriados pela mo<strong>de</strong>rnização agrícola do sul do país; b) o PIC<br />
(Projeto Integrado <strong>de</strong> Colonização) que apresentou um significativo efeito-<strong>de</strong>monstração. Isto<br />
em função <strong>de</strong> um peque<strong>no</strong> número <strong>de</strong> parceleiros que foram assentados com a assistência do<br />
Estado, atraindo gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> população que “espontaneamente” se assenta com suas<br />
próprias mãos <strong>de</strong> acordo com o mo<strong>de</strong>lo oficial, sendo posteriormente a sua situação<br />
regularizada.<br />
Em contrapartida, o fluxo populacional exce<strong>de</strong>u em muito a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle do<br />
INCRA, obrigando o Estado a se adaptar, recorrendo a <strong>no</strong>vas formas <strong>de</strong> assentamento cada<br />
vez com me<strong>no</strong>res lotes (50 ou 20 ha, em vez <strong>de</strong> 100) e me<strong>no</strong>r investimento do Estado.<br />
A procura <strong>de</strong> um pedaço <strong>de</strong> terra para plantar, mais <strong>de</strong> 20.000 brasileiros migraram<br />
para Rondônia somente entre janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 1987, vindos <strong>de</strong> diversas partes do<br />
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