modos de ocupação no município de machadinho d'oeste ... - Rioterra
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ambiental proporcio<strong>no</strong>u em 1982 o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> monitoramento<br />
ambiental (EMBRAPA/ECOFORÇA) <strong>de</strong> médio e longo prazo, através do acompanhamento<br />
<strong>de</strong> um número significativo <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s rurais <strong>no</strong> <strong>município</strong> <strong>de</strong> Machadinho d’Oeste.<br />
Teve como objetivo a caracterização e o monitoramento dos sistemas <strong>de</strong> produção praticados<br />
pelos peque<strong>no</strong>s agricultores e também a elaboração <strong>de</strong> uma série temporal e espacial <strong>de</strong> dados<br />
sobre custos <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>sempenho dos diversos cultivos, evolução dos sistemas <strong>de</strong><br />
produção em uso, além <strong>de</strong> gerar indicadores sobre a sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> agrícola na<br />
Amazônia (MANGABEIRA et al., 2002).<br />
Por outro lado, a pecuária vem se tornando uma ativida<strong>de</strong> econômica cada vez mais<br />
incorporada <strong>no</strong> <strong>município</strong>, e tem permitido a curto prazo a capitalização da agricultura ao<br />
mesmo tempo em que justifica a apropriação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terra por poucos. A<br />
exploração da ma<strong>de</strong>ira complementa o quadro do uso do solo (BECKER, 1998),<br />
intensificando a pressão sob <strong>no</strong>vas áreas.<br />
As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>limitadas em Machadinho d’Oeste têm funcionado<br />
como uma barreira contra o avanço do <strong>de</strong>smatamento. Entretanto, as ameaçadas pelo<br />
<strong>de</strong>smatamento ilegal transformam essas unida<strong>de</strong>s em áreas sob forte pressão, uma vez que o<br />
<strong>município</strong> está inserido <strong>no</strong> arco do <strong>de</strong>smatamento amazônico (Figura 4), ou seja, em uma<br />
porção regional compreen<strong>de</strong>ndo o leste, su<strong>de</strong>ste e sul da Amazônia, configurado <strong>de</strong>vido ao<br />
avanço da fronteira agrícola (MACHADO & AGUIAR, 2001).<br />
Entre os fatores apontados para o surgimento da fronteira agrícola está a<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> créditos e subsídios fiscais para a agropecuária e implantação da malha<br />
rodoviária a partir da instalação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> assentamentos que mobilizaram importantes<br />
recursos financeiros nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980 (LIMA & MAY, 2005).<br />
Nas duas últimas décadas, os fatores que possibilitam o avanço da fronteira agrícola na<br />
Amazônia Legal e a crescente taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento sugerem que uma <strong>no</strong>va dinâmica está<br />
influenciando o <strong>de</strong>smatamento na região, estando relacionada a dois elementos centrais: 1) a<br />
estratégia <strong>de</strong> integração da Amazônia ao espaço produtivo brasileiro, juntamente com a<br />
consolidação da política <strong>de</strong> integração regional da América do Sul, pelos programas Brasil em<br />
Ação (1996/1999) e Avança Brasil (2000/2003); e 2) a política macroeconômica <strong>de</strong> cunho<br />
exportadora que impulsiona ativida<strong>de</strong>s econômicas como a pecuária, a exportação <strong>de</strong><br />
commodities agrícolas e a extração ma<strong>de</strong>ireira, especialmente as ilegais (FEARNSIDE &<br />
LAURANCE, 2002).<br />
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