modos de ocupação no município de machadinho d'oeste ... - Rioterra
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No ponto MCH-22 encontra-se instalada a voçoroca mais significativa na área <strong>de</strong><br />
estudo <strong>no</strong> que diz respeito às suas características, ou seja, sua base encontra-se a<br />
aproximadamente 50 cm do nível do freático, profundida<strong>de</strong> e largura máximas <strong>de</strong> 7 m e 5 m,<br />
respectivamente, e extensão <strong>de</strong> 80 m (Tabela 18 e Fotografias 24 e 25). Está inserida em um<br />
terre<strong>no</strong> <strong>de</strong> relevo coli<strong>no</strong>so associado a sedimentos inconsolidados ce<strong>no</strong>zóicos, possivelmente<br />
<strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong> arenitos da Formação Palmeiral. Mesmo estando localizada<br />
logo a montante da drenagem e assoreando-a, a voçoroca do ponto MCH-22 trata-se <strong>de</strong> uma<br />
incisão erosiva do tipo <strong>de</strong>sconectada, segundo a classificação adotada por Oliveira & Méis<br />
(1985) e Bocco (1991).<br />
A rampa convexa coletora configurada pelo leito da estrada exibe <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 17%,<br />
proporcionando o escoamento superficial mais efetivo e o processo erosivo mais agressivo <strong>no</strong><br />
local. Com o transporte <strong>de</strong> partículas para as partes laterais mais baixas da rampa, <strong>no</strong> corte<br />
perpendicular à estrada, o fluxo retilíneo da água pluvial ten<strong>de</strong> a passar pelo mesmo caminho,<br />
ocorrendo a formação <strong>de</strong> sulcos e, na seqüência, evolui para voçoroca.<br />
A evolução é sugerida pela natureza friável do material constituído <strong>de</strong> proporções<br />
ligeiramente maior (56%) da fração silte+argila em relação a fração areia (44%) e na fração<br />
areia predominam as frações areia muito grossa e grossa (71%). Estas características texturais<br />
conferem ao material sedimentar características <strong>de</strong> baixa coesão entre seus grãos que são mal<br />
selecionados e <strong>de</strong> elevada porosida<strong>de</strong>. No caso da porosida<strong>de</strong> Vilar (1979) <strong>de</strong>staca efeitos <strong>de</strong><br />
colapsos em talu<strong>de</strong>s com a brusca redução do índice <strong>de</strong> vazios quando inundados, sem o<br />
aumento <strong>de</strong> cargas aplicadas.<br />
Os mencionados colapsos <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s iniciam-se com reduções <strong>de</strong> tensões provocadas<br />
na cabeceira (montante) e nas margens laterais da voçoroca. Configuram rupturas (trincas)<br />
associadas a alívio <strong>de</strong> pressões dispostas ora paralela às margens ora perpendicular à<br />
cabeceira (Fotografia 26). Nessas rupturas ocorre a penetração <strong>de</strong> água pluvial, diminuindo a<br />
resistência do material junto a ruptura, o que provoca instabilida<strong>de</strong> com posterior queda <strong>de</strong><br />
porções <strong>de</strong> material sedimentar e conseqüente expansão da voçoroca (Fotografia 25). Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma feição erosiva ativa por apresentar mecanismos erosivos atuando <strong>no</strong> aumento <strong>de</strong> seu<br />
tamanho e com a presença <strong>de</strong> material disponível na encosta, segundo a classificação sugerida<br />
por Oka-Fiori & Soares (1976).<br />
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