Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3<br />
Estas observações levam a consi<strong>de</strong>rar os liquidos em repouso<br />
absolutamente <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, visto esta não po<strong>de</strong>r existir<br />
sem componente tangencial. A generalida<strong>de</strong> das proprieda<strong>de</strong>s da<br />
matéria tinha todavia levado os physicos a attribuirem aos li-<br />
quidos uma certa rigi<strong>de</strong>z, o que só foi directamente posto em<br />
evi<strong>de</strong>ncia pelas experiencias recentes <strong>de</strong> Schwedot!.<br />
Nos liquidos em movimento, a existencia da componente tan-<br />
gencial é <strong>de</strong>monstrada por numerosas observações. Citaremos<br />
as experiencias <strong>de</strong> Joule para a <strong>de</strong>terminação do equivalente<br />
mecânico do calor. Joule fazia girar 11'um calorimetro <strong>de</strong> agua<br />
uma roda <strong>de</strong> palhetas metallicas, movei em volta <strong>de</strong> um eixo.<br />
Se as acções tangeneiaes aos elementos liquidos não existissem,<br />
o liquido arrastado pelas palhetas formaria uma bainha que escor-<br />
regaria sem attrito sobre o liquido ambiente; o trabalho motor<br />
seria portanto o mesmo, quer as palhetas mergulhassem no li-<br />
quido, quer 110 ar. Esta proprieda<strong>de</strong> dos liquidos em movimento,<br />
das forças moleculares não serem normaes ao elemento <strong>de</strong> su-<br />
perfície em que se exercem, tem o nome <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> ou aitrito<br />
interno por ter o mesmo etTeito que o attrito nos corpos solidos,<br />
embora se não annulle com a velocida<strong>de</strong>.<br />
3. Imaginemos no interior <strong>de</strong> um corpo qualquer um tetraer<br />
dro elementar Fig. 1 cujas moléculas, em repouso, não estão<br />
sujeitas senão ás acções das moléculas visinhas. Para que um tal<br />
elemento fique em equilíbrio 6 evi<strong>de</strong>ntemente necessário que a<br />
acção molecular sobre