Guitarra elétrica
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Corryel, Philip Catherine e Joe Pass, que dividiram o palco com ele no festival citado acima<br />
(Borda, 2005; Lancellotti apud Denyer, 1982, p.130).<br />
Com os anos 80 o rock atinge um sucesso de público que nunca havia conseguido no<br />
Brasil, em parte graças a uma estética mais palatável de guitarras sem distorção e tendendo mais<br />
à estética minimalista dos grupos de punk e new wave ingleses como Police, The Clash, The<br />
Smiths e Joy Division. No Brasil é possível enxergar um grande número de guitarristas que<br />
tocam seu instrumento com propriedade apesar das “amarras” 7 do estilo. Carlo Bartolini e Sérgio<br />
Serra (o segundo substituindo o primeiro no Ultraje A Rigor), Herbert Vianna (do Paralamas),<br />
Edgar Scandurra (do Ira!), Bruno Fortunato (do Kid Abelha) e Roberto Frejat (do Barão<br />
Vermelho) são os principais guitarristas. Sobre Herbert Vianna é importante frisar que sua banda<br />
também flertou com hibridismos (ao compor com Gilberto Gil, ícone do Tropicalismo), de certa<br />
forma criticado por outros representantes do BRock (Preto, 2007). Este hibridismo na música<br />
brasileira acabou propiciando tempos mais tarde a aceitação de uma cena musical como o<br />
Mangue Beat de Chico Science & Nação Zumbi que juntava tambores de maracatu à guitarra<br />
lisérgico-hendrixiana de Lúcio Maia (Dapieve, 1996).<br />
Ainda nos anos 80 é importante lembrar da cena heavy metal brasileira da qual participou<br />
um guitarrista muito ligado à MPB descoberto pelo cantor Fagner: Robertinho de Recife (Leão,<br />
1997; Fróes & Petrillo, 1996). Seu disco “Metalmania” em nada lembrava outros trabalhos como<br />
“Robertinho no Passo” (com composições de Hermeto Paschoal) ou “Jardins da Infância”. Esse<br />
disco, assim como os outros citados, funcionou mais como um laboratório para as pesquisas<br />
técnicas do músico (Robertinho de Recife, 2007) e de certa forma ajudou a dar visibilidade à<br />
7 Ao observarmos a atuação dos músicos citados, é como se a formação musical deles tendesse mais à música que<br />
privilegia guitarristas, como o rock tradicional e o heavy metal da década de 1980, em contraste com a estética punknew<br />
wave de seus grupos. Dos grupos citados, apenas o Barão Vermelho não tem muita conexão com estas vertentes<br />
musicais, sendo mais relacionado com uma estética de rock tradicional muito influenciada pelos Rolling Stones<br />
(Dapieve, 1996).<br />
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