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Guitarra elétrica

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esperada prosperidade não ocorre, na tentativa de fazer um mea culpa, passa a querer interferir<br />

politicamente, através dos círculos universitários. Dispostos a recuperar o tempo perdido, se<br />

esforçam em reconhecer as classes sociais menos favorecidas e formam a UNE (União Nacional<br />

dos Estudantes) e, no âmbito cultural, o CPC (Centro Popular de Cultura).<br />

Com um discurso anti-americano, convivem com um dilema: seu “background” musical é<br />

americano, como é o caso do bossanovista Carlos Lyra (compositor do hino da UNE), que chega<br />

ao paradoxo de criticar uma influência do jazz no samba em uma canção chamada “Influência do<br />

Jazz”, que é de forte acento jazzístico (Tinhorão, 1975, p. 230 e Contier, 2001). Como já foi dito<br />

no capítulo anterior, o momento histórico são os tensos anos 1960 de ditadura militar que duraria<br />

ainda mais duas décadas. Aos olhos dos artistas ditos “engajados”, qualquer adesão à música<br />

estrangeira era considerado “entreguismo” (Araújo, 2006). O Tropicalismo pode ter sido um<br />

choque e tanto, pois era impossível descrever aquilo como legitimamente brasileiro ou estrangeiro<br />

apenas. Gostassem ou não o pessoal do CPC, este hibridismo acabou proporcionando a saída para<br />

a música popular brasileira na década de 70, não exatamente de misturas, embora elas ainda<br />

houvessem como foi o caso da Black Rio, mas de tantas coisas tão distintas uma da outra sendo<br />

chamada igualmente de MPB (Mello & Severiano, 1998, p. 187-189; Guimarães, 2006).<br />

4.2.1 Música Popular Brasileira e academia<br />

Dentro da academia a música popular sempre gozou de pouco prestígio, supostamente por<br />

ser orientado com o padrão industrial, “musicalmente redundantes e homogeneizados por<br />

fórmulas que buscariam o sucesso imediato entre os consumidores” (Lucas, 1992, p. 5). Estas<br />

barreiras de sustentação da música popular nos círculos escolares e acadêmicos sustentam-se mais<br />

pela ideologia de confinar a formação musical a um tipo exclusivo de expressão musical.<br />

Entretanto, o mercado de trabalho para estudantes e professores de música abarca práticas que as<br />

universidades se vêem obrigadas a aprender, conhecer convenções musicais e tecnológicas da<br />

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